IMS Rio: os filmes de fevereiro/2020

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© 1964 Nikkatsu Corporation

A juventude da besta

Portal da carne

Nosso sangue não perdoa

Joji Mizuno era policial até ir para a cadeia, vítima de uma cilada da Yakuza. Depois de cumprir a pena, ele tem notícias da morte de um amigo, no que parece ter sido um duplo suicídio. Desconfiado, ele fará de tudo para descobrir a verdade sobre a morte do amigo. Assim, ele começa a agir como um bandido brutal, até chamar a atenção de um chefe da Yakuza, que o chama para a organização. Uma vez lá, ele começa a negociar com uma facção rival e cria situações para instigar uma guerra de gangues, ganhando muito dinheiro e status, enquanto os dois grupos se esfacelam. Será Mizuno desmascarado antes de descobrir como morreu seu amigo? A juventude da besta é considerado um marco na obra de Suzuki pelo modo como o estilo visual excêntrico começa a tender para a abstração, sendo o início do momento mais rico da primeira metade de sua carreira.

Alguns anos depois do fim da 2ª Guerra Mundial, um grupo de prostitutas habita um bairro sujo e destroçado. Elas moram num prédio em ruínas e seguem um código de comportamento severo, que envolve a proteção do território, a recusa de cafetões e a proibição estrita de fazer sexo não remunerado. Maya, uma jovem que perdeu toda a família na guerra, aparece por lá e começa a fazer parte do grupo. Em seguida, chega Shintaro, um ladrão que matou um soldado americano do exército de ocupação. Como ele está baleado e muito fraco, elas permitem que ele se esconda no prédio. À medida que o tempo passa, as mulheres passam a desenvolver sentimentos conflitantes em relação a Shintaro, especialmente Maya. Mas apaixonar-se é um tabu, e isso pode levar à expulsão dos dois do grupo. Segunda adaptação cinematográfica do popular romance homônimo de Taijiro Tamura, publicado em 1947.

Ryota e Shinji eram crianças quando o pai deles foi assassinado pela Yakuza. Em seu leito de morte, a vontade final do pai foi que seus filhos jamais entrassem para a organização criminosa. Dezoito anos passados, o clamor de vingança reaparece. Ryota não obedeceu aos desígnios do pai e é um eficiente chefe na Yakuza, apesar da fachada de empresário bem-sucedido e da reputação de chefe de família. Shinji, por sua vez, trabalha como publicitário, mas seu sangue quente faz com que ele também se sinta tentado a flertar com o mundo do crime, principalmente depois que é demitido do emprego por suas arruaças. Ryota fará de tudo para que seu irmão menor não enverede pelas mesmas vias que ele. Mas, quando os dois irmãos têm a chance de fazer justiça a seu pai, eles se unem, e a narrativa conduz a um desfecho violento.

Yaju no seishun Seijun Suzuki | Japão | 1963, 92’, DCP

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Nikutai no mon Seijun Suzuki | Japão | 1964, 90’, DCP

Oretachi no chi ga yurusanai Seijun Suzuki | Japão | 1964, 97’, 35 mm


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