Cinema do IMS Paulista, março de 2025

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Milton Bituca Nascimento, de Flavia Moraes

destaques de março

Enquanto o Brasil se aprofundava num regime ditatorial reacionário, Thomaz Farkas e uma série de colaboradores viajaram pelo Nordeste munidos das mais recentes tecnologias portáteis de captação de imagem e som sincrônicos. Juntos, produziram documentários em torno dos mais diversos aspectos da cultura popular em sua sofisticação, inteligência e poder de construção coletiva. No encerramento da exposição Thomaz Farkas, todomundo, parte dessa obra será exibida na mostra Thomaz Farkas filmes. São exibições em suporte digital e analógico 16 mm, que incluem a estreia em cinema de cópias restauradas pela família Farkas e de novas digitalizações produzidas para a exposição.

Em cartaz, outras duas jornadas de artistas que investigaram e transformaram profundamente a arte e a cultura brasileiras: Em Mário de Andrade, o turista aprendiz, o diretor Murilo Salles transpõe para o cinema as anotações feitas pelo escritor paulistano em viagem pelo rio Amazonas em 1927. Quase um século depois, um dos grandes cantores de todos os tempos roda o Brasil em uma turnê de despedida que a cineasta Flavia Moraes acompanha em Milton Bituca Nascimento.

Amizade é um tema central no filme de mesmo nome de Cao Guimarães, que reúne registros realizados ao longo de 30 anos em suportes diversos. Um ensaio que transita entre relações pessoais, criação artística e transformações político-sociais. Já em Sem chão, indicado ao Oscar de Melhor Documentário, o que está em jogo é a aliança entre um ativista palestino e um jornalista israelense, que lutam contra a violenta expulsão em massa de uma comunidade de sua terra. Censurado pela ditadura militar e relançado em cópia restaurada, Onda nova (1983) retrata um time de futebol feminino e interroga as normas vigentes sobre gênero e sexualidade.

[imagem da capa] Hermeto campeão, de Thomaz Farkas

Sem chão (No Other Land), de Yuval Abraham, Basel Adra, Hamdan Ballal e Rachel Szor

Onda nova, de Ícaro Martins e José Antônio Garcia
Beste, de Sérgio Muniz

filmes de março

Em cartaz

Amizade

Cao Guimarães | DCP

Baby

Marcelo Caetano | DCP

Flow (Straume)

Gints Zilbalodis | DCP

Kasa Branca

Luciano Vidigal | DCP

Mário de Andrade, o turista aprendiz

Murilo Salles | DCP

Milton Bituca Nascimento

Flavia Moraes | DCP

O brutalista (The Brutalist)

Brady Cobert | DCP

O intruso (The Visitor)

Bruce LaBruce | DCP

Onda nova

Ícaro Martins e José Antônio Garcia | DCP

Sem chão (No Other Land)

Yuval Abraham, Basel Adra, Hamdan Ballal e Rachel Szor | DCP

Trilha sonora para um golpe de Estado (Soundtrack to a Coup d’Etat)

Johan Grimonprez | DCP

Sessão especial

Red Rocket

Sean Baker | DCP

Thomaz Farkas Filmes

Beste

Sérgio Muniz | DCP, digitalização 2K

Erva bruxa

Paulo Gil Soares | cópia 16 mm

Hermeto campeão

Thomaz Farkas | DCP, restauração 2K

Jaramataia

Paulo Gil Soares | Arquivo digital

Memória do cangaço

Paulo Gil Soares | Arquivo digital

É possível assistir a alguns dos filmes em cartaz no Cinema do IMS com recursos de acessibilidade em Libras, legendas descritivas e audiodescrição. Para retirar o equipamento com recursos, consulte a bilheteria do IMS Paulista. Em caso de dúvidas, entrar em contato pelo telefone (11) 2842-9120 ou pelo e-mail imspaulista@ims.com.br.

Nossa escola de samba

Manuel Horacio Giménez | DCP, restauração 2K

Pixinguinha e a Velha Guarda do Samba

Ricardo Dias | DCP, digitalização 2K

Subterrâneos do futebol

Maurice Capovilla | Arquivo digital

Todomundo

Thomaz Farkas| DCP, digitalização 2K

Viramundo

Geraldo Sarno | DCP, digitalização 2K

Viva Cariri

Geraldo Sarno | Arquivo digital

Viramundo, de Geraldo Sarno

Neste dia o IMS Paulista estará fechado 11

14:30 Baby (107')

16:40 Flow (85')

18:20 O brutalista (215')

18

14:40 O brutalista (215')

18:30 Sem chão (92')

20:30 Amizade (85')

25

20:00 Milton Bituca Nascimento (110') 5

14:20 Baby (107')

16:30 Flow (85')

18:20 O brutalista (215')

12

14:15 Flow (85')

16:00 O brutalista (215')

20:00 Memória do cangaço + Viramundo + Erva bruxa (92')

19

14:30 Kasa Branca (95')

16:30 Flow (85')

18:15 Amizade (85')

20:00 Sem chão (92')

26

16:15 Amizade (85')

18:00 Sem chão (92')

20:00 Milton Bituca Nascimento (110') 6

14:20 O brutalista (215')

19:00 Nossa escola de samba + Hermeto campeão + Pixinguinha e a Velha Guarda do Samba (83'), seguido de debate com Juliano Gomes, Isabel Sanchez e Guilherme Farkas

13

14:45 Kasa Branca (95')

16:45 Flow (85')

18:30 Sem chão (92')

20:30 Amizade (85')

20

14:30 Flow (85')

16:15 Amizade (85')

18:00 Sem chão (92')

20:00 Milton Bituca Nascimento (110')

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14:15 Amizade (85')

16:00 Milton Bituca Nascimento (110')

18:10 Mário de Andrade, o turista aprendiz (92')

20:00 Onda nova (102')

15:15 Flow (85')

17:00 O brutalista (215')

21:00 Trilha sonora para um golpe de Estado (150')

1

14:20 Kasa Branca (95')

16:15 Flow (85')

18:00 O intruso (101')

20:00 O brutalista (215')

8

14:00 Kasa Branca (95')

16:00 Sem chão (92')

18:00 Memória do cangaço + Viramundo + Erva bruxa (92'), sessão apresentada por Juliano Gomes

20:20 O brutalista (215')

14

15:00 Trilha sonora para um golpe de Estado (150')

18:00 Amizade (85')

20:00 Sem chão (92')

22:00 O intruso (101')

21

14:15 Flow (85')

16:00 Sem chão (92')

18:00 Amizade (85')

19:50 Milton Bituca Nascimento (110')

22:00 Kasa Branca (95')

28

14:15 Flow (85')

16:00 Sem chão (92')

18:10 Mário de Andrade, o turista aprendiz (92')

20:00 Onda nova (102')

22:00 Milton Bituca Nascimento (110')

15

15:00 Jaramataia + Beste + Viva Cariri (76')

16:50 Subterrâneos do futebol + Todomundo (63')

18:15 Sem chão (92')

20:15 Amizade (85')

22:00 Baby (107')

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15:00 Sem chão (92')

17:00 Trilha sonora para um golpe de Estado (150')

19:50 Milton Bituca Nascimento (110')

22:00 O intruso (101')

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14:15 Amizade (85')

16:00 Sem chão (92')

18:10 Mário de Andrade, o turista aprendiz (92')

20:00 Onda nova (102')

22:00 Milton Bituca Nascimento (110')

14:30 Baby (107')

16:40 Flow (85')

18:20 O brutalista (215') 9

14:00 Flow (85')

16:00 Subterrâneos do futebol + Todomundo (63')

17:30 Jaramataia + Beste + Viva Cariri (76')

19:30 Red Rocket (131') 16

14:45 Flow (85')

16:30 Nossa escola de samba + Hermeto campeão + Pixinguinha e a Velha Guarda do Samba (83')

18:15 Amizade (85')

20:00 Sem chão (92') 23

15:30 Flow (85')

17:15 Trilha sonora para um golpe de Estado (150')

20:00 Milton Bituca Nascimento (110')

14:00 Kasa Branca (95')

16:00 Milton Bituca Nascimento (110')

18:10 Mário de Andrade, o turista aprendiz (92')

20:00 Onda nova (102')

Programa sujeito a alterações. Eventuais mudanças serão informadas em ims.com.br.

Viva Cariri, de Geraldo Sarno

Thomaz Farkas, substantivo plural1

1. Partes deste texto foram originalmente publicadas em “Olhar como convivência”, texto de Juliano Gomes que faz parte do catálogo Thomaz Farkas, todomundo, publicado pelo IMS em 2024.

Hoje talvez seja difícil imaginar a impossibilidade de se caminhar pelo Brasil com uma câmera e um gravador de som, em movimento, conversar com quem encontrar, gravar sua voz, suas expressões, detalhes e ambiência. Para toda geração de cineastas brasileiros até o final dos anos 1950, essa era uma impossibilidade, até que, no começo dos anos 1960 o conjunto da câmera de 16 mm portátil e o gravador de som síncrono aportaram no país graças a uma iniciativa da Unesco. É nesse momento de virada que se destaca o trabalho do fotógrafo Thomaz Farkas como produtor e realizador de um conjunto de documentários que, até hoje, é um marco em termos de projeto coletivo. Alguns fatores confluem na produção desses filmes a partir de 1964 e na reunião do grupo de pessoas que veio a se formar ao redor dessa iniciativa. Uma das partes mais essenciais é a relação com o Instituto de Cinematografia de Santa Fé, na Argentina, capitaneada por Fernando Birri. O encontro do fotógrafo e empresário Farkas com o grupo de argentinos e brasileiros ligados ao instituto foi fundamental para consolidar a empreitada na direção do cinema documental, com o auxílio das novas ferramentas técnicas disponíveis. Birri, Edgardo Pallero, Maurice Capovilla, Manuel Horacio Giménez, Sérgio Muniz e Vladimir Herzog, traziam não

só o know-how como uma relação intrínseca entre a realização cinematográfica e a construção de uma visão crítica e nuançada sobre o processo corrente de modernização do país. A esse grupo, juntam-se os fundamentais baianos Geraldo Sarno e Paulo Gil Soares, trazendo toda a efervescência da cena cultural da Salvador desse período –influenciada, em especial, pelo trabalho da arquiteta Lina Bo Bardi –, culminando na realização do primeiro conjunto de quatro filmes, reunidos num projeto batizado de Brasil verdade, finalizados em 1965 e lançados como um longa único em 1968. Viramundo (Geraldo Sarno, 1964-1965), Memória do cangaço (Paulo Gil Soares, 1964), Nossa escola de samba (Manuel Horacio Giménez, 1965) e Subterrâneos do futebol (Maurice Capovilla, 1965) formam essa primeira leva de médias extremamente influentes, que se tornaram pedras fundamentais do documentário brasileiro e na discussão crítica do Brasil através do cinema.

Migração, religião, futebol, cangaço e samba marcam esse primeiro conjunto produzido por Thomaz Farkas, numa iniciativa até hoje sem paralelos na história do cinema brasileiro: novos cineastas, desejando um novo país, realizando filmes de maneira independente, com total autonomia criativa, com novos equipamentos, realizam

um capítulo bastante singular dentro da história do cinema brasileiro.

Até então, o documentário era visto como um cinema menor, de possibilidades poéticas desconsideradas, uma ferramenta de registro e com pouca possibilidade de materialização de um olhar inventivo, crítico, elaborado e dialógico. Na esteira do final dos anos 1950, após os influentes documentários Aruanda (do paraibano Linduarte Noronha, 1959), Arraial do Cabo (Mário Carneiro e Paulo Cezar Saraceni, 1959), Garrincha, alegria do povo (Joaquim Pedro de Andrade, 1962), Maioria absoluta (Leon Hirzsman, 1964), o primeiro conjunto de filmes capitaneados por Farkas estabelece o cinema documentário como uma das pontas de lança de uma cultura audiovisual crítica, pensante, inovadora, em diálogo direto com o núcleo ficcional do grupo do Cinema Novo – em que o trânsito entre a produção documental e ficcional era comum e mutuamente fértil.

Tal reunião de filmes repercutiu nos meios críticos, caminhou por festivais dentro e fora do Brasil, produzindo interlocuções de Farkas e a rica teia de colaboradores com críticos europeus e cineastas de referência do gênero, como o francês Jean Rouch. A modernidade do documentário – contemporânea às experiências

do chamado cinema direto nos Estados Unidos e verité na França – consolidava a sua versão brasileira, alavancando um grupo de jovens cineastas e técnicos que, nas décadas seguintes, deixariam sua marca no cinema e na cultura brasileira como um todo.

Sérgio Muniz, Paulo Gil Soares, Terezinha Muniz, Affonso Beato, Dolly Pussi, Lygia Pape, Manuel Horacio Giménez, Edgardo Pallero, Alberto Salvá, Julio Calasso, Vladimir Herzog, Caetano Veloso, Gilberto Gil, José Carlos Capinam, João Ramiro Mello, entre muitas outras pessoas, são parte essencial dessa primeira movimentação histórica em torno da produção desses filmes e seus desdobramentos.

Tal conjunto repercutiu na intelectualidade da época e dá início a uma movimentação na Universidade de São Paulo, que culmina na criação da divisão de produção de documentários no Instituto de Estudos Brasileiros (IEB-USP), catalisada em um primeiro momento por Paulo Emílio Salles Gomes. Para o IEB, são produzidos curtas de Geraldo Sarno e Sérgio Muniz, e o baiano Sarno, a partir da interlocução com estudos da nova sociologia e antropologia da época, formula o projeto de filmes originalmente batizado como Nordeste , que nos anos seguintes desaguaria no conjunto de 19 filmes reunidos sob o título de A condição

brasileira . A ideia, que nasce como um conjunto de dez filmes sobre diversas manifestações culturais nordestinas, desenvolve-se mesclando um desejo de investigar práticas de produção cultural populares, fora do ambiente urbano, com um outro ímpeto, o de atualidade, o de olhar para como tais práticas sobreviventes de outros tempos se combinam com a urbanização crescente, a cultura de massas e constantes novos artefatos da tecnologia. Essas duas linhas perpassam diferentemente todos os filmes do conjunto, variando em ênfase, tom e matiz.

Em 1967, apoiados pelo IEB, Farkas, Sarno e Paulo Rufino pegam a estrada e, nessa viagem, geram um primeiro conjunto de filmes – Vitalino-Lampião , Os imaginários , Jornal do sertão , dirigidos por Sarno e montados posteriormente –, que funciona como uma espécie de ensaio de uma empreitada que se dará um tempo depois, em 1969, agora “respondendo” ao Ato Institucional n. 5 com mais de uma dezena de filmes, que variam em duração, estilo, linguagem, construindo uma visão caleidoscópica do interior de Bahia, Ceará, Paraíba e Pernambuco. Assim se constituiu o projeto A condição brasileira – que posteriormente seria nomeado por um texto de Eduardo Escorel como Caravana Farkas ,

em referência à Caravana Holiday, do filme do alagoano Cacá Diegues, Bye bye Brasil, sucesso na década de 1980.

Padre Cícero (Geraldo Sarno, Paulo Gil Soares e Sérgio Muniz), Frei Damião (Paulo Gil Soares), A mão do homem (Paulo Gil Soares), Casa de farinha (Geraldo Sarno), Erva bruxa (Paulo Gil Soares), A morte do boi (Paulo Gil Soares), Região: Cariri (Geraldo Sarno), Beste (Sérgio Muniz), A vaquejada (Paulo Gil Soares), O homem de couro (Paulo Gil Soares), Rastejador s/m (Sérgio Muniz), Jaramataia (Paulo Gil Soares), Visão de Juazeiro (Eduardo Escorel) e Viva Cariri (Geraldo Sarno) vão se somar aos filmes da viagem anterior ao Nordeste e formar o conjunto de A condição brasileira. É importante notar que a empreitada levantada por Farkas era um projeto não só de produção, mas de difusão. Apesar das diferenças de duração, linguagem e tratamento, a empreitada de Thomaz é realizada também sob o pretexto de um desejo de difusão em escolas e emissoras de televisão. Alguns filmes do conjunto serão reunidos no começo dos anos 1970 no documentário Herança do Nordeste. Até a Fotoptica, que era de propriedade da família Farkas, disponibilizou os filmes para aluguel junto a seu acervo audiovisual da época.

O conjunto dá passos ainda mais ousados

na direção de uma exploração ainda maior das possibilidades do documentário, em grande parte dos filmes. A característica de exploração sonora se aguça, variando entre o som direto, da voz do homem, o constante uso de canções, seja do cancioneiro de domínio público ou das experiências da música moderna da época, fazendo com que a estrutura narrativa comente e adicione camadas diversas aos universos que os filmes proporcionam. Mesmo a presença frequente de comentários mais ou menos explicativos e descritivos em boa parte do conjunto acaba tendo uma função menos dominante do que outra expressão que “pegou”: “a voz do dono”, como escreveu Jean-Claude Bernardet no seminal livro Cineastas e imagens do povo, da década de 1980. Muitas vezes, o impulso generalizante inerente da teoria e crítica eclipsa a diversidade de abordagem que encontramos em cada um dos filmes, realizados por diretores diferentes, com significativas variações em tom e estilo.

Hoje talvez não seja claro o papel que o aprofundamento na cultura popular representava no Brasil da ditadura militar, em especial pós-AI-5. Mesmo que eventualmente a literatura sobre cinema caracterize alguns desses filmes como excessivamente didáticos – só a revisão dos títulos

pode nos oferecer tal resposta –, é preciso compreender que eles representam um exercício de subversão possível e uma tentativa de um projeto educativo antirreacionário, antiestablishment, que enxergava a força de uma sofisticação e inteligência brasileira que não nasce nos endereços dos poderes estabelecidos.

Portanto, nos programas que aqui apresentamos, buscamos ao mesmo tempo um pouco da diversidade de temas e abordagens da produção de Farkas, que varia desde o registro que faz de Pixinguinha, Donga e seu grupo em 1954, até o extraordinário retrato amoroso de Hermeto Pascoal e seu clássico grupo no início dos anos 1980. O que perpassa os programas é um interesse na sociabilidade brasileira e em suas faces variadas. Mesmo nos retratos mais individuais, prevalece o foco no contexto, no coletivo, no grupo. Não por acaso, a trajetória de Thomaz Farkas é marcada pela constância da parceria e da revelação de novos quadros, refletindo em seu método uma ideia de país que só se materializa a partir do conjunto, do que não é exclusivo ou individual, do que é fruto de encontros. Essa ética ainda hoje tem a nos dizer, com sua inteligência alegre e informal. Viva.

Amizade

Cao Guimarães | Brasil | 2024, 85’, DCP (Embaúba Filmes)

Por 30 anos, Cao Guimarães documentou fragmentos de sua amizade com colegas artistas. O filme é um mosaico de momentos domésticos registrados em diversos formatos, que vão de telas de computador e filmes em super-8 e 35 mm a fitas cassete e antigas gravações de secretárias eletrônicas. Esses rabiscos audiovisuais são poéticos, banais, profundos, tristes ou desinibidamente alegres. Acima de tudo, são uma celebração sobre passar tempo juntos e envelhecer.

Ingressos: terça, quarta e quinta: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia); sexta, sábado, domingo e feriados: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Baby

Marcelo Caetano | Brasil, França | 2024, 107’, DCP (Vitrine Filmes)

Após ser liberado de um centro de detenção juvenil, Wellington se vê sozinho e perdido nas ruas de São Paulo, sem contato com seus pais e sem recursos para reconstruir sua vida. Durante uma visita a um cinema pornô, ele encontra Ronaldo, um homem mais velho, que lhe ensina novas formas de sobrevivência. Gradualmente, o relacionamento entre eles se transforma em uma paixão conflituosa, oscilando entre exploração e proteção, ciúmes e cumplicidade.

“Estamos falando do centro de São Paulo, do coração da cidade, da pulsação”, diz Marcelo Caetano em entrevista ao portal Metrópoles. “A gente tem a tendência de pensar o centro como margem, porque as pessoas ali são pobres. Muitos textos críticos franceses falam de marginal, mas os personagens não estão à margem de. Será que não é o nosso olhar que os invisibiliza? Será que somos nós que não sabemos olhar? A tentativa desse filme é olhar para aquela mul-

tidão do centro e dar um zoom na vida de dois indivíduos e contar a história deles.”

Ao estrear na mostra competitiva da 63ª Semana da Crítica de Cannes em 2023, Baby recebeu o prêmio de Melhor Ator Revelação para Ricardo Teodoro, que interpreta Ronaldo. Na sequência, em sua estreia brasileira, foi um dos grandes vencedores do Festival do Rio, conquistando os prêmios de Melhor Longa de Ficção – junto a Malu, de Pedro Freire –, Melhor Ator, para João Pedro Mariano, que interpreta Wellington, Melhor Direção de Arte, para Thales Junqueira, e o Prêmio Especial do Júri.

[Íntegra da entrevista: bit.ly/babymc]

Ingressos: terça, quarta e quinta: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia); sexta, sábado, domingo e feriados: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Flow

Straume

Gints Zilbalodis | Letônia, Bélgica, França | 2024, 85’, DCP (Mares Filmes)

Gato é um animal solitário, mas, quando seu lar é destruído por uma grande inundação, ele encontra refúgio em um barco habitado por diversas espécies, tendo que se juntar a elas apesar das diferenças.

Flow é o segundo longa-metragem de Gints Zilbalodis. Longe (Away), seu longa anterior, é basicamente um filme de criação solo. Em Flow, Zilbalodis colaborou com uma ampla equipe, numa coprodução de três países. Ainda assim, ele esteve envolvido em uma série de funçõeschave, como o roteiro, o desenvolvimento do cenário e a composição da trilha sonora. Em entrevista à Variety, o diretor comenta: “Começo a escrever a música quando inicio o roteiro, quando a argila ainda não endureceu e ainda é moldável, e a música pode influenciar o desenvolvimento

da história. Por exemplo, na cena de clímax com o gato e o pássaro nas torres, eu sabia que eles iriam para lá, mas não conseguia imaginar o que realmente aconteceria quando eles chegassem. Mas, quando a música que eu havia escrito enquanto trabalhava no roteiro estava tocando, de repente tive todas essas ideias. Se eu não tivesse escrito aquela música, toda a história seria diferente. Se eu tivesse feito a trilha sonora do filme depois, todo o significado e o destino desses personagens seriam diferentes. É também por isso que é importante que eu mesmo faça essas coisas. Não estou dizendo que posso fazer qualquer uma delas melhor do que outra pessoa, mas, para mim, tudo faz parte de um processo de descoberta.”

Em janeiro, Flow recebeu o Globo de Ouro na categoria Melhor Filme de Animação, tornando-se o primeiro longa criado com o software Blender, gratuito e de código aberto, a conquistar o prêmio.

[Íntegra da entrevista, em inglês: bit.ly/flowims]

Ingressos: terça, quarta e quinta: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia); sexta, sábado, domingo e feriados: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Kasa Branca

Luciano Vidigal | Brasil | 2024, 95’, DCP (Vitrine Filmes)

Dé é um adolescente negro da periferia da Chatuba, no Rio de Janeiro, que recebe a notícia de que a avó, Almerinda, está na fase terminal da doença de Alzheimer. Ele tem a ajuda de seus dois melhores amigos, Adrianim e Martins, para enfrentar o mundo e aproveitar os últimos dias de vida com ela.

“Eu sou nascido e criado numa favela no Brasil. E a favela é muito inspiradora”, declara Vidigal em entrevista à Fred Film Radio, por ocasião da exibição do filme no Festival de Torino, na Itália. “Tem muitas histórias potentes e singulares que eu, como cineasta, quero mostrar pro mundo. E esse filme nasceu a partir de uma observação minha de um jovem amigo do meu irmão que convivia com a avó que estava em eminência de morte por causa da doença de Alzheimer. E eu percebi que a relação deles ficou muito bonita

através do afeto. E eu entendo e acredito que o afeto num lugar chamado favela e numa pele preta pode ser revolucionário. Essa história me tocou, e eu escrevo sobre o que me toca.”

No Festival do Rio, em 2024, Kasa Branca recebeu os prêmios de Melhor Direção em Ficção, Melhor Fotografia, Melhor Ator Coadjuvante, para Diego Francisco, e Melhor Trilha Sonora Original. [Íntegra da entrevista: bit.ly/kasabrancalv]

Ingressos: R$ 15 (inteira) e R$ 7,50 (meia).

Mário de Andrade, o turista aprendiz

Murilo Salles | Brasil | 2024, 92’, DCP (Cinema Brasil Digital)

Mário de Andrade, o turista aprendiz é a livre adaptação para o cinema das anotações feitas por Mário de Andrade durante sua viagem pelo rio Amazonas em 1927, anteriores à publicação de sua obra mais consagrada, Macunaíma, de 1928. Mário só “passa a limpo” essas anotações em 1943, 16 anos depois de sua aventura amazonense. Vira livro, sob o título O turista aprendiz, apenas em 1976. Murilo Salles propõe um filme que se passa na cabeça do escritor, já que tudo são memórias e ficção. Um exercício para participar da grande viagem simbólica de Mário de Andrade em pesquisar o que é o ser brasileiro. As palavras que mais se repetem no livro são êxtase, volúpia e contemplação.

Ingressos: terça, quarta e quinta: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia); sexta, sábado, domingo e feriados: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Milton Bituca Nascimento

Flavia Moraes | Brasil | 2025, 110’, DCP (Gullane+)

O documentário musical parte da turnê de despedida de Milton Nascimento, um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos, para entender a complexidade simples de sua obra e o quanto os mistérios que ele carrega permitem refletir sobre a alma brasileira.

Além de acompanhar a longa e bem-sucedida turnê, a diretora Flavia Moraes reúne depoimentos de personalidades, como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Mano Brown, Djamila Ribeiro, Quincy Jones, Spike Lee e Paul Simon.

Ingressos: terça, quarta e quinta: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia); sexta, sábado, domingo e feriados: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

O brutalista

The Brutalist

Brady Cobert | EUA, Reino Unido, Hungria | 2024, 215’, DCP (Universal Pictures do Brasil)

Em fuga da Europa do pós-Segunda Guerra, o arquiteto visionário László Tóth chega à América para reconstruir sua vida, seu trabalho e o casamento com sua esposa Erzsébet, depois da separação forçada durante a guerra por mudanças de fronteiras e regimes. Sozinho em um novo país estranho, László se estabelece na Pensilvânia, onde o rico e proeminente industrial Harrison Lee Van Buren reconhece seu talento para a construção. Mas poder e legado têm um custo muito alto.

Escrito por Brady Corbet junto a sua parceira criativa e esposa Mona Fastvold, O brutalista levou sete anos para ser desenvolvido, financiado e produzido de forma independente pela dupla.

O filme foi vencedor do Leão de Prata no Festival de Veneza de 2024 e das categorias Melhor Filme de Drama, Melhor Ator em Drama, para Adrien Brody, e Melhor Direção no Globo de Ouro deste ano. Filmado em Vistavision 70 mm, as mais de três horas de filme resultam em centenas de quilos de película 70 mm, dividida em 26 rolos, o que Corbet define como “por si só um objeto brutalista”.

Ingressos: terça, quarta e quinta: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia); sexta, sábado, domingo e feriados: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

O intruso

The Visitor

Bruce LaBruce | Reino Unido | 2024, 101’, DCP (Imovision)

Londres, hoje. Um refugiado aparece nu dentro de uma mala na margem do rio Tâmisa. O enigmático visitante se apresenta a uma família burguesa de classe alta, onde é convidado a morar como funcionário. Ele passa a seduzir cada membro da família em uma série de encontros sexuais explícitos, virando o mundo deles de cabeça para baixo, permitindo que se redefinam de maneiras radicais.

Cineasta e escritor com uma obra de prolífica investigação em torno das imagens do erotismo, do sexo explícito e da pornografia, Bruce LaBruce terá sessões de pré-estreia de seu mais recente filme no Cinema do IMS Paulista.

“Sabe, esse filme é uma espécie de peça complementar ao [meu longa] L.A. Zombie [2010]”, conta o diretor em entrevista ao portal Loud and

Clear, “que também é um filme maluco sobre um zumbi alienígena que chega a Los Angeles. Ele encontra pessoas mortas pela cidade e as faz voltar à vida, então elas são ressuscitadas. Há uma espécie de figura de Cristo em ambos os filmes. Em L.A. Zombie, tinha essa ideia imposta na era pós-aids. Eu senti que os gays – e o sexo gay – eram patologizados, de certa forma, por causa da aids e do sangue ‘contaminado’, ou sangue com HIV. Os gays se tornaram párias, então foi uma forma de reverter isso, e fazer esses personagens – os alienígenas, ou visitantes – que realmente dão vida com sexo em vez de criar a morte. De certa forma, é uma reversão dessa patologia.”

“No começo de O intruso, eu também tenho todo aquele texto que você ouve na narração [na primeira cena do filme], que é tirado de discursos reais de políticos e pensadores da direita. É muito racista, e eles meio que sexualizam os refugiados de uma forma estranha [...]. Então eu estava tentando reverter essa paranoia e também jogar com ela, tornando-o uma figura sexualmente potente, que é o que as pessoas projetam nele. Mas ele também é uma figura semelhante a Cristo, em certo sentido.”

O intruso estreou na seleção oficial do Festival de Berlim, em 2024.

[Íntegra da entrevista, em inglês: bit.ly/ointrusoblb]

Ingressos: terça, quarta e quinta: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia); sexta, sábado, domingo e feriados: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Onda nova

Ícaro Martins e José Antônio Garcia | Brasil | 1983, 103’, DCP, restauração 4K (Vitrine Filmes)

Acompanhamos as histórias das jogadoras do Gayvotas Futebol Clube, um time feminino formado em 1983, em plena ditadura militar, ano em que o esporte foi regulamentado para as mulheres no Brasil, após ter sido banido por quatro décadas. Com o apoio de renomados jogadores da época, como Casagrande, Pita e Wladimir, elas enfrentam os preconceitos de uma sociedade conservadora. Paralelamente, lidam com problemas pessoais e se preparam para um simbólico jogo internacional contra a seleção italiana.

Protagonizado por Carla Camurati e Cristina Mutarelli, Onda nova conta com participações especiais de Caetano Veloso, Casagrande e Regina Casé. O filme foi exibido na 7ª Mostra de Cinema de São Paulo, em 1983. Logo em seguida,

foi proibido pela censura do regime militar e só lançado quase um ano depois.

Onda nova foi restaurado e remasterizado em 4K por Julia Duarte, Aclara Produções

Artísticas e a família de José Antonio Garcia, com a colaboração da Cinemateca Brasileira/SAC –Sociedade de Amigos da Cinemateca, Zumbi Post e JLS Facilidades Sonoras.

Ingressos: terça, quarta e quinta: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia); sexta, sábado, domingo e feriados: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Sem chão

No Other Land

Basel Adra, Yuval Abraham, Hamdan Ballal, Rachel Szor | Palestina, Noruega | 2024, 92’, DCP (Synapse)

Basel Adra é um jovem ativista palestino de Masafer Yatta que luta desde a infância contra a expulsão em massa da sua comunidade pela ocupação israelense. Basel documenta o apagamento gradual do local, ao mesmo tempo que os soldados destroem casas de famílias, no maior ato de transferência forçada já realizado na Cisjordânia ocupada. O caminho de Basel se cruza com o de Yuval, um jornalista israelense que se junta à sua causa e, no decorrer de metade de uma década, eles lutam contra a expulsão enquanto se aproximam. Esse vínculo complexo é assombrado pela extrema desigualdade entre os dois: Basel vive sob uma brutal ocupação militar, e Yuval vive livre e sem restrições. O filme foi

realizado por um coletivo palestino-israelense de quatro ativistas, cocriado durante os tempos mais sombrios e aterrorizantes da região.

“Para mim (Basel), venho filmando há mais de uma década, acumulando centenas de horas da vida ao meu redor. Meus pais e a geração anterior também filmaram, por isso tínhamos um grande arquivo de imagens históricas de Masafer Yatta, capturando muitas memórias da minha infância. Como coletivo, filmamos mais de duas mil horas de material juntos, passando semanas no terreno, acompanhando as demolições de casas e também documentando a nós mesmos nesse processo”, comenta Basel Adra em entrevista disponibilizada no material de imprensa internacional do filme.

“Decidimos desde o início que todas as escolhas para o filme seriam tomadas apenas com o consenso total de todos nós. Isso significava que, se uma pessoa não estivesse satisfeita com uma decisão, não seguiríamos adiante. Isso foi desafiador em alguns momentos, especialmente quando tínhamos ideias diferentes, mas nos aproximou, pois nos levou a longas conversas e nos permitiu compreender melhor as sensibilidades políticas uns dos outros.”

“Estamos fazendo este filme juntos, um grupo de ativistas e cineastas palestinos e israelenses, porque queremos impedir a contínua expulsão da comunidade de Masafer Yatta e resistir à realidade do apartheid em que nascemos –de lados opostos e desiguais. A realidade ao nosso redor está se tornando cada dia mais assustadora, violenta e opressiva – e somos muito frágeis diante dela. Só podemos clamar por algo radicalmente diferente: este filme, que, em

sua essência, é uma proposta para uma forma alternativa de convivência entre israelenses e palestinos nesta terra – não como opressor e oprimido, mas em plena igualdade.”

Sem chão já acumulou mais de 60 prêmios em festivais ao redor do mundo. Em 2024, foi eleito Melhor Documentário e recebeu o Prêmio do Público na seção Panorama Documentário do Festival de Berlim. Também ganhou o Prêmio do Público no CPH:DOX, na Dinamarca, no Visions du Réel, na França, e no IndieLisboa, em Portugal. O filme também está indicado ao Oscar 2025 na categoria de Melhor Documentário.

Ingressos: terça, quarta e quinta: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia); sexta, sábado, domingo e feriados: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Thomaz Farkas Filmes

Trilha sonora para um golpe de Estado

Soundtrack to a Coup d’Etat Johan Grimonprez | Bélgica, Holanda, França | 2024, 150’, DCP (Pandora Filmes)

Jazz e descolonização estão entrelaçados nesta montanha-russa histórica, que reescreve o episódio da Guerra Fria que levou os músicos Abbey Lincoln e Max Roach a invadirem o Conselho de Segurança da ONU em protesto contra o assassinato de Patrice Lumumba –político que liderou a independência da República Democrática do Congo.

“Os Estados Unidos envolveram expoentes negros do jazz, enviando-os para a região afro-asiática, as zonas de fricção, para realmente conquistar os corações das mentes do Sul Global. Mas o que é peculiar é que, por exemplo, quando Louis Armstrong chega ao então recém-independente Congo, ele é usado como isca para

esconder que, na verdade, há um golpe de Estado sendo tramado pela CIA”, relata o diretor belga Johan Grimonprez em depoimento veiculado no material de imprensa do filme.

Com vasto e impressionante uso de material de arquivo – imagens, sons, citações de obras literárias –, marca do cinema de Grimonprez, Trilha sonora para um golpe de Estado reúne depoimentos e apresentações de figuras como Malcolm X, Louis Armstrong, Thelonious Monk, Dizzy Gillespie, John Coltrane, Abbey Lincoln, Max Roach e Nina Simone. O filme expõe a violência do processo de colonização do Congo Belga e também a luta de independência do país. Com uma carreira de sucesso em festivais, o filme conquistou uma indicação ao Oscar deste ano na categoria de Melhor Documentário.

Ingressos: terça, quarta e quinta: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia); sexta, sábado, domingo e feriados: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

A mostra reúne alguns marcos da produção cinematográfica do fotógrafo, produtor e diretor Thomaz Farkas, homenageado na exposição recente no IMS que celebrou seu centenário, chamada Thomas Farkas, todomundo. Nossa programação apresenta um conjunto de alguns dos filmes mais representativos das empreitadas documentais de Farkas e de seus principais colaboradores, como Geraldo Sarno, Sérgio Muniz e Paulo Gil Soares. Com curadoria de Juliano Gomes, realização e produção do Cinema do IMS, a programação conta também com algumas restaurações e digitalizações novas da produção de Farkas, além de debates e apresentações especiais. Serão exibidas, em estreia mundial, as cópias restauradas de Hermeto campeão, de Thomaz Farkas, e Nossa escola de samba, de Manuel Horacio Giménez.

A programação contempla ainda, em diferentes programas, os filmes que seriam compilados no longa-metragem Brasil verdade, distribuído em 1966. São eles: Memórias do cangaço, Subterrâneos do futebol, Nossa escola de samba e Viramundo.

Os filmes dirigidos e produzidos por Farkas, bem como uma série de informações adicionais (parte delas citadas nos textos a seguir), podem ser encontrados no Canal Thomaz Farkas: thomazfarkas.com/.

Ingressos: Dia 6/3, sessão de abertura + debate: Entrada gratuita. Distribuição de senhas 60 minutos antes da exibição. Limite de uma senha por pessoa. Sujeito à lotação da sala.

Demais sessões: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).

Eventos

Quinta-feira, 6 de março, às 19h

Estreia mundial das restaurações de Nossa escola de samba e Hermeto campeão, junto à exibição da nova digitalização de Pixinguinha e a Velha Guarda do Samba. Sessão seguida de debate com Juliano Gomes, Isabel Sanchez e Guilherme Farkas.

Sábado, 8 de março, às 16h

Juliano Gomes realiza uma visita mediada à exposição Thomaz Farkas, todomundo. Às 18h, no Cinema, Gomes apresenta a exibição dos filmes Memória do cangaço, Viramundo e Erva bruxa.

Nossa escola de samba

Manuel Horacio Giménez | Brasil | 1965, 30’, DCP, restauração 2K, estreia mundial (Sobrenada Filmes)

O diretor Manuel Horacio Giménez apresenta o documentário no folheto de divulgação: “Este filme apresenta o ambiente social de um bairro da cidade do Rio de Janeiro onde se forma uma escola de samba – Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos de Vila Isabel. A maioria dos participantes da escola mora no morro Pau da Bandeira. A história é narrada por um dos fundadores da escola e descreve os trabalhos de preparação para o carnaval, os ensaios e o desfile final da escola. Vemos no filme como é a vida no morro e como ela se transforma à medida que chega a época do carnaval.”

“Acompanhamos o desfile da escola na avenida em todos os detalhes, e o filme termina com os participantes voltando ao trabalho cotidiano, uma vez terminada a festa. A imagem e o som direto conseguem captar os personagens com muita naturalidade em seus ambientes cotidianos e suas expressões musicais autênticas.”

Em 1966, Nossa escola de samba recebeu menção honrosa no Festival dei Popoli – VII Ressegna Internazionale del Film Etnográfico e Sociológico, em Florença, Itália.

[Citação extraída de: tinyurl.com/ nossaescoladesambatf]

Hermeto campeão

Thomaz Farkas | Brasil | 1981, 43’, DCP, restauração 2K, estreia mundial (Sobrenada Filmes)

Fotografias apresentam Hermeto Paschoal em meio aos instrumentos que toca no estúdio em sua casa. Os ensaios em que os sons são descobertos, e o improviso dá o tom. Depoimentos de Hermeto sobre a construção autodidata de seu conhecimento teórico sobre música e sua posição política sobre o mercado. Os músicos que integram a sua banda falam sobre o processo conjunto de criação e a admiração que sentem pelo multi-instrumentalista. A criação de Hermeto a partir do sons das abelhas e junto aos sapos. A utilização de objetos inusitados feitos de ferro e o uso do próprio corpo para a geração de novos sons.

Thomaz Farkas disse certa vez que “o filme documentário, porque é uma interpretação, e não simplesmente uma descrição do real, pode representar um papel importante no processo cultural. No Brasil, ele adquire um significado mais

amplo ainda quando se pensa nas distâncias, não somente geográficas mas também culturais. Como apresentar as diferentes manifestações culturais, ligadas a uma realidade específica em cada região do país, senão através do filme documentário?” Os filmes que produziu e fotografou na década de 1960, e os que realizou na década seguinte, como Hermeto campeão ou Todomundo, obedecem a este impulso: percorrer mais rapidamente as distâncias culturais e geográficas do país.

Hermeto campeão recebeu o prêmio de Melhor Roteiro pela Comissão de Cinema da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, em 1980, de Melhor Filme Documentário na XI Jornada Brasileira de Curta-Metragem, em Salvador, em 1982, e, no mesmo ano, Melhor Roteiro no Festival de Gramado. Em 1984, participou da Los Angeles International Film Exposition, nos Estados Unidos.

Pixinguinha e a Velha Guarda do Samba

Ricardo Dias | Brasil | 1954/2006, 10’, DCP, digitalização 2K (Exposição Thomaz Farkas, todomundo)

Em abril de 1954, nos festejos do IV Centenário de São Paulo, Thomaz Farkas filmou uma apresentação de Pixinguinha com a Velha Guarda do Samba no parque Ibirapuera. O filme recupera esse material, perdido por 50 anos.

“Este é um documentário de curta-metragem inédito, que utiliza imagens rodadas há mais de 50 anos”, conta Thomaz Farkas em depoimento disponibilizado no Canal Thomaz Farkas. “Em abril de 1954, durante os festejos do IV Centenário de São Paulo, eu fui ao parque Ibirapuera com minha Kodak 16 mm, de corda, e filmei seis minutos de um espetáculo maravilhoso do Pessoal da Velha Guarda, com Pixinguinha, Donga, João da Bahiana, Almirante, Alfredinho do Flautim, Jacó Palmieri e Benedito Lacerda. O filme branco e preto esteve desaparecido desde então. Parece que foi de propósito que, no final do ano passado, num dia em

que eu estava verificando velhas latas de meus filmes, ali estava, inteirinho e em perfeito estado, ‘o filme do Pixinguinha’. O que dizer então dos seis minutos da Velha Guarda do Samba, que eu saiba, as únicas imagem em movimento do grupo de que se tem registro? A festa do IV Centenário de São Paulo, o parque Ibirapuera: tudo isso, 50 anos depois, fica mais importante. Como não fiz registro de som, apenas as imagens foram documentadas. O Instituto Moreira Sales identificou as músicas que são tocadas pelo grupo (“Ele e eu” e “Patrão prenda seu gado”) e sonorizou o filme. Foram usadas gravações da época e a participação de Teco Cardoso e Betinho Sodré.”

Pixinguinha e a Velha Guarda do Samba foi vencedor de uma série de prêmios, entre eles: em 2006, Prêmio Saruê, Prêmio Marco Antônio Guimarães e Prêmio Conterrâneos no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Em 2007, Melhor Edição de Som no Cine PE e Prêmio Especial do Júri no Festival de Cuiabá. Em 2008, Melhor Documentário no Festival de Cinema de Comunicurtas, em Campina Grande, e Prêmio Espaço Unibanco no Festival Internacional de Curtas de São Paulo.

Esta cópia digital foi produzida especialmente para a exposição Thomaz Farkas, todomundo

[Citação extraída de: tinyurl.com/pixinguinhatf]

Memória do cangaço

Paulo Gil Soares | Brasil | 1964, 32’, Arquivo digital (Sobrenada Filmes)

As origens do cangaço, movimento armado de bandoleiros no Nordeste entre 1935 e 1939, com entrevistas de alguns sobreviventes da luta, policiais e cangaceiros. Entremeadas com os depoimentos, sequências autênticas de filmes realizados em 1936 por Benjamin Abrahão, um mercador ambulante árabe que conseguiu filmar o famoso bando de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião.

Memória do cangaço começou, lembrava Paulo Gil Soares, num encontro informal com Thomaz Farkas em 1964 num bar de Copacabana, “numa avenida Atlântica do Rio ainda sem as reformas que levaram o mar para longe e alargaram a cal-

çada” e apertada pelo clima da ditadura. “Uma semana depois, ele aprovava o roteiro do meu primeiro filme pessoal e que terminou iniciando minha vida de cineasta e de carioca, abriu para mim os caminhos da profissionalização e terminou ganhando a única Gaivota de Ouro do Festival Internacional do Filme 1965.”

Memória do cangaço circulou por diversos países e recebeu uma série de prêmios. Em 1966, participou do Festival de Cinema de Berlim; recebeu o Primeiro Prêmio, do Festival dei Popoli –VII Rassegna Internazionale del Film Etnográfico e Sociológico, em Florença, Itália, e o Prêmio da Crítica Internacional na XI Jornada Internacional do Filme de Curta-Metragem em Tours, França.

Viramundo

Geraldo Sarno | Brasil | 1965, 40’, DCP, digitalização 2K (Exposição Thomaz Farkas, todomundo)

A saga dos trabalhadores de origem rural nordestina ao chegarem ao grande centro industrial do país.

No encarte de apresentação do filme, Sarno narra: “Viramundo não é um. São muitos. Os livros de cordel consagram: Lasçamundo, Furamundo, Rompemundo e Batemundo. Chico Viramundo é o primeiro, o famanaz. O pai dos heróis migrantes, que, abandonando a terra onde se criou, se torna famoso com as proezas de trabalho e esforço de que é capaz. Em um só dia, abre imensas estradas, derruba mata virgem, bate-se com dragões, liberta princesas, vencendo sempre as forças do mal. Uma visão fantasiosa das provas a que se submetem os lavradores analfabetos quando iniciam a migração para os grandes centros. Não serão as máquinas, altos-fornos, edifícios e engrenagens os mesmos dragões ameaçadores e mortais?”

A década de 1960 foi marcada pela preocupação de “fundar e consolidar uma linguagem documentária na cinematografia brasileira”, preocupação presente em Viramundo, Viva Cariri e Eu carrego um sertão dentro de mim. Geraldo Sarno resume esse processo criativo num ensaio do final da década de 1970: “O que um documentário documenta com veracidade é minha maneira de documentar”, é “sua peculiar maneira de reagir às situações e questões concretas que surgem durante a realização” para “liberar a subjetividade e assimilar a invasão inesperada do real”. E conclui que, quando isso ocorre, o realizador é o primeiro a colher os resultados, “com a ampliação de seu espaço interior imagístico”.

Em 1965, Viramundo recebeu o prêmio de Melhor Documentário no I Festival de Cinema Independente da América, em Montevidéu, Uruguai, e Menção Honrosa na I Semana do Cinema Brasileiro, em Brasília. Em 1966, venceu o Grande Prêmio no IV Festival Internacional Évian, na França, e o Prêmio Simone Dubreuilh, em Manheim, Alemanha. Em 1967, levaria Melhor Documentário no II Festival Internacional de Cinema em Viña del Mar, Chile. E, no ano seguinte, participaria como Convidado do Governo da Venezuela no I Encontro Latino-Americano de Cinema Documentário, em Merida.

Esta cópia digital foi produzida especialmente para a exposição Thomaz Farkas, todomundo.

[Citações extraídas de tinyurl.com/viramundotf]

Erva bruxa

Paulo Gil Soares | Brasil | 1970, 20’, cópia 16 mm (Cinemateca Brasileira)

Erva bruxa é o nome popular pelo qual o tabaco também é conhecido. A plantação de fumo por pequenos agricultores em regime familiar na região do Recôncavo Baiano. O processamento do fumo. O trabalho sazonal que dura no máximo três meses. A classificação das folhas segundo definição do governo federal, trabalho inteiramente manual, que provoca alergias respiratórias e dermatoses nos trabalhadores.

Programa 4

Subterrâneos do futebol

Maurice Capovilla | Brasil | 1965, 32’, Arquivo digital (Sobrenada Filmes)

As práticas do futebol no Brasil e as questões que cercam o esporte. A imprensa, o jogador como mercadoria, a paixão popular, o treino nos campos de várzea. O filme conta com depoimentos de Luiz Carlos de Freitas, uma jovem promessa do Palmeiras, e do técnico Feola, além de uma entrevista com Pelé.

“Mostrando o futebol como espetáculo, a câmera mantém-se à superfície da realidade no início do filme”, comenta Capovilla no folheto de apresentação do curta. “Passa-se então para um panorama de várzea, onde se origina o gosto e a vocação pelo futebol. A partir daí, o filme procura levantar a problemática do jovem que vê no futebol a grande chance de ascensão social, enriquecimento rápido e fama.”

[Citação extraída de tinyurl.com/ subterraneosdofuteboltf]

Todomundo

Thomaz Farkas | Brasil | 1978/1980, 35’, DCP, digitalização 2K (Exposição Thomaz Farkas, todomundo)

O espetáculo do futebol, visto através das suas torcidas e suas participações nos jogos dos campeonatos brasileiros.

“O fascínio do homem pela bola remonta a pelo menos 4.500 anos; em todo o mundo, centenas de milhares de torcedores cultuam hoje o futebol: ritual misto de religião, arte e guerra, em suas arenas de concreto”, diz Farkas. “O filme investiga a participação dessa torcida em vários jogos do Campeonato Brasileiro: suas emoções, violências e críticas. O jogo propriamente dito é trazido como pontuação dessa torcida. São colocados todos os símbolos empregados na mística futebolística: bandeiras, gritos de guerra, canções, com as imagens, os gestos e a voz desse participante do ritual mais popular que é o futebol.”

Esta cópia digital foi produzida especialmente para a exposição Thomaz Farkas, todomundo.

[Citação extraída de: tinyurl.com/todomundotf]

Jaramataia

Paulo Gil Soares | Brasil | 1969/1970, 20’, Arquivo digital (Sobrenada Filmes)

A vida na fazenda Jaramataia, no interior da Paraíba, e as relações entre os vaqueiros e os donos da terra.

Beste

Sérgio Muniz | Brasil | 1970, 20’, DCP, digitalização 2K (Exposição Thomaz Farkas, todomundo)

É a forma pela qual a palavra “besta” (arma medieval) é pronunciada no norte da Bahia e que era encontrada ainda presente na memória cultural da região.

“Sua fabricação não difere dos produtos artesanais produzidos pela cultura popular nordestina. O que a distingue é sua permanência contemporânea ao homem que vai à lua”, aponta Sérgio Muniz na folha de apresentação do filme.

“Certamente muitas inferências etnossocioantropológicas podem ser feitas a partir do material que nos oferece a fabricação, hoje em dia, de uma besta. Sua técnica de produção, quem a fabrica, a imagem que tem da besta o homem que a fabrica. Mas até aí chegaria qualquer documentação gravada, fotografada ou escrita do nível de técnica primitiva de produção.”

“É justamente desse ponto de partida. Sem entrar em discussões, confrontamos a besta às mais avançadas conquistas técnicas. Não está em

jogo quem é o melhor ou pior, mas uma distância que só pode ser medida em termos econômicos, políticos e sociais.”

“O que pode uma besta valer, no momento em que os astronautas descem na lua? Mas também o que significa fabricar-se bestas num mundo que já se pretende pronto a conquistar outros?”

Beste foi vencedor do Prêmio JB, em 1972. É um dos primeiros de um conjunto de oito filmes que Sérgio Muniz fez com produção de Thomaz Farkas.

Esta cópia digital foi produzida especialmente para a exposição Thomaz Farkas, todomundo.

[O folheto de apresentação pode ser conferido na íntegra em: tinyurl.com/tfbeste]

Viva

Geraldo Sarno | Brasil | 1969/1970, 36’, Arquivo digital (Sobrenada Filmes)

Os confrontos e conflitos entre a cidade dos romeiros do Padre Cícero e as tentativas de desenvolvimento da região. “O filme”, declara Sarno, “mostra-nos essas etapas do esforço regional de desenvolvimento que nem sempre logra superar o mito, a fome e a morte.”

Em 1970, Viva Cariri foi vencedor do Troféu Candango e do Troféu Carmen Santos no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, e da Margarida de Prata, concedido pela Central Católica de Cinema do Brasil. Em 1972, venceu o Venezia Genti –Prêmio Especial Festival Internacional da Película Etnográfica e Sociológica, na Itália.

Cariri

Red Rocket

Sean Baker | EUA | 2021, 131’, DCP (Park Circus)

Por ocasião da estreia de Anora, em janeiro deste ano, o Cinema do IMS apresenta Red Rocket, um dos mais recentes filmes de Sean Baker, que não teve distribuição nos cinemas brasileiros. No filme, Mikey Saber é um astro pornô que retorna à sua pequena cidade natal no Texas. Mas não é como se alguém realmente o quisesse de volta.

“Conheci um punhado de homens como Mikey em Los Angeles nos últimos 10 anos, porque faço pesquisas para meus filmes e estava pesquisando sobre outro filme [Starlet, 2012] no mundo dos filmes adultos”, conta Baker em entrevista à Filmmaker Magazine. “O que percebi é que esse é essencialmente um arquétipo – você sabe, ‘suitcase pimp’, que é uma gíria real no mundo dos filmes adultos [o termo pelo qual Mikey é chamado ironicamente se refere ao companheiro desem-

pregado de uma atriz pornô que agencia sua vida pessoal e profissional]. Todos eles tinham algumas características semelhantes. Acho que é porque eles precisam delas para sobreviver nesse mundo: precisam atuar o tempo todo, precisam ser atraentes na superfície, precisam ser engraçados na superfície. Achei esses homens fascinantes, porque, sinceramente, fiquei perturbado com eles, mas também queria saber mais sobre eles. Há anos, eu sabia que acabaria fazendo um filme sobre um desses homens.”

“Entendo que ele é diferente de meus outros filmes. Entendo perfeitamente. Ainda assim, tentei mantê-lo fundamentado e humano, e acho que isso também contribui, talvez, para as reações conflitantes das pessoas em relação a ele. Como eu: estou confuso com esse cara. Então, era isso que eu estava tentando transmitir ao público, colocá-lo na mesma posição em que eu estava, mesmo que seja difícil de assistir.”

[Íntegra da entrevista, em inglês: bit.ly/redrocketsb]

Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).

Instituto Moreira Salles

Cinema

Curador

Kleber Mendonça Filho

Programadora

Marcia Vaz

Programador adjunto

Thiago Gallego

Produtora de programação

Quesia do Carmo

Assistente de programação

Lucas Gonçalves de Souza

Projeção

Ana Clara da Costa,

Adriano Brito e Pedro Rehem

Serviço de legendagem

eletrônica

Pilha Tradução

Revista de Cinema IMS

Produção de textos e edição

Thiago Gallego e Marcia Vaz

Diagramação

Marcela Souza e Taiane Brito

Revisão

Flávio Cintra do Amaral

Os filmes de março

A programação do mês tem apoio da Cinemateca Brasileira, da Sobrenada Filmes, das distribuidoras Cinema Brasil Digital, Embaúba Filmes, Gullane +, Imovision, Mares Filmes, Pandora Filmes, Synapse, Universal Pictures do Brasil, Vitrine Filmes e do projeto Sessão Vitrine Petrobras.

Agradecemos a Arthur Tibau, Bianca Mandarino, Cauê Guimarães, Elisa Ximenes, Gabryel Rodrigues, Guilherme Albani, Guilherme Farkas, Isabel Sanchez, Juliano Gomes, Marina Marchesan, Matt Smith, Nadja Santos Silva, Nilma Gomes, Sandra Escribano Orpez e Tom Farkas

Thomaz Farkas Filmes

Realização e produção: Cinema do IMS

Curadoria: Juliano Gomes

apoio

Venda de ingressos

Ingressos à venda pelo site ingresso.com e na bilheteria do centro cultural, a partir das 12h, para sessões do mesmo dia. No ingresso.com, a venda é mensal, e os ingressos são liberados no primeiro dia do mês. Ingressos e senhas sujeitos à lotação da sala.

Capacidade da sala: 145 lugares.

Meia-entrada

Com apresentação de documentos comprobatórios para professores da rede pública, estudantes, crianças de 3 a 12 anos, pessoas com deficiência, portadores de Identidade Jovem, maiores de 60 anos e titulares do cartão Itaú (crédito ou débito).

Devolução de ingressos

Em casos de cancelamento de sessões por problemas técnicos e por falta de energia elétrica, os ingressos serão devolvidos. A devolução de entradas adquiridas pelo ingresso.com será feita pelo site Programa sujeito a alterações. Eventuais mudanças serão informadas no site ims.com.br e no Instagram @imoreirasalles. Não é permitido o acesso com mochilas ou bolsas grandes, guarda-chuvas, bebidas ou alimentos. Use nosso guarda-volumes gratuito. Confira as classificações indicativas no site do IMS.

Trilha sonora para um golpe de Estado
(Soundtrack to a Coup d’Etat), de Johan Grimonprez

Terça a quinta, domingos e feriados sessões de cinema até as 20h; sextas e sábados, até as 22h.

Visitação, Biblioteca, Balaio IMS Café e Livraria da Travessa

Terça a domingo, inclusive feriados das 10h às 20h. Fechado às segundas.

Última admissão: 30 minutos antes do encerramento.

A entrada no IMS Paulista é gratuita.

Avenida Paulista 2424 CEP 01310-300

Bela Vista – São Paulo tel: (11) 2842-9120

imspaulista@ims.com.br ims.com.br

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