Revista iMasters #09 - Fevereiro

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“Aposto no indivíduo coletivo porque olhar o tempo todo para o nosso umbigo complica a vida e torce a noção de indivíduo”

Para onde estão migrando os insatisfeitos? Para os blogs, onde o indivíduo acrescenta pelo que pode somar ou dividir com o outro, não pelo que ele faz e o que tem a mostrar. A frase é bonita, mas atente para o fato em si, porque é para os blogs que o foco do mercado irá se voltar (ou retornar) nos próximos anos. Não é segredo que os blogs criaram modelos de negócios sólidos e se monetizaram, cresceram a ponto de dar cria – as lojinhas virtuais – e sustentam não apenas seus donos, mas às vezes toda uma equipe. Os blogs têm voz e personalidade únicas. E uma vontade enorme de falar com você. Troca, descoberta, prazer. Há quanto tempo não encontramos estes itens nas mídias sociais? As redes são um grande tecido, mas quando o todo passa a ter mais importância que o indivíduo, é hora de parar para pensar. Em que momento esquecemos que, aos gritos, abafamos as vozes de cada um? O relacionamento se faz ponto a ponto, a partir da visão de nossas diferenças, da sensação de estranheza do outro, da curiosidade. O comportamento de manada das mídias sociais, como está hoje, só pede repetição, o fazer igual. Opinião diferente é vítima de bullying. O que se procura é o pior que há da adolescência: ser aceito. O blog vem na contramão. Ele é o segmentado, o nicho, o ‘temos o que você procura’. Enquanto na rede você é uma agulha em um palheiro, no blog você encontra sua turma, seus pares. Não importa se o tema é parkour ou renda portuguesa, dane-se o que os outros acham. Ali


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