GUIA DOS BENS TOMBADOS IEPHA/MG – Volume 01

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GUIA DE BENS TOMBADOS IEPHA/MG

IGREJA MATRIZ DE SANT’ANA

Fig. 9 – Camarim do retábulo principal: Santíssima Trindade

Fig. 10 – Arco-cruzeiro e forro da capela-mor

Acervo IEPHA/MG

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Arquitetura Seu partido arquitetônico é tipicamente do século XVIII: planta retangular, átrio sob o coro, nave única e corredores laterais, capela-mor, capela do Santíssimo e sacristia. A nave, espaço dos fiéis, abre-se em três arcos aos corredores laterais e às três janelas, tão altos que teria recebido um segundo piso para as tribunas contíguo ao coro, o que não ocorreu. A capela-mor possui dois arcos laterais e pintura central em perspectiva e o arco-cruzeiro, que separa o altar do espaço do público, recebeu tarja dourada com dizeres dedicados à padroeira. A volumetria da igreja impõe-se por sua larga implantação em terreno em esplanada. Equilibrada pela proporção da geometria dos planos de fachada, pelas aberturas em diferentes níveis e enquadramentos, ganha movimento, no entanto, pelo jogo de planos da cobertura: planos alteados das torres em telhas de barro e forma piramidal coroadas por pináculo; duas grandes águas principais mais altas sobre o corpo da nave e outras duas correspondentes à capela-mor; planos das coberturas independentes nas capelas laterais atrás das torres e três águas independentes em pavimento térreo ao redor e destacando a posição da capela-mor. A fachada principal, composta dos largos planos da nave e da cobertura, é equilibrada pela posição das duas torres, com aberturas no nível dos sinos e parede cega abaixo, enquadrando o pano central da grande portada almofadada encimada pelas janelas rasgadas do coro com guarda corpo entalado de madeira recortada e óculos centrais, um em formato quadrilobular e outro circular acima dele, ambos com fechamento treliçado. A empena de pouca altura arremata delicadamente o conjunto pela estrutura em madeira e entelhamento em sobressalto da cobertura. Todas as fachadas apresentam poucas aberturas em número de três. Interessante o detalhe de iluminação interna dos pequenos vãos retangulares treliçados acima dos arcos, entre a cobertura das capelas laterais e a cobertura da nave, replicado pelos vãos circulares entre a cobertura da capela-mor e dos cômodos laterais. Possui púlpito móvel.

Fig. 11 – Implantação da Igreja em esplanada

Autoria: Maria Angela Pinheiro Colaboração: Angela Dolabela Canfora Setembro, 2011

INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS: ÁVILLA, Afonso (coord.): Minas Gerais Monumentos Historicos e Artisticos, Revista Barroco, Belo Horizonte, n. 16, Fundação João Pinheiro, 1995. (Série Circuito do Diamante). ÁVILLA, Afonso. Iniciação ao Barroco Mineiro: O Barroco No Brasil e a Particularidade Mineira. Belo Horizonte: Nobel, 1984. ALVES,Macedo Celio. Imaginária Religiosa em Minas Gerais: um estudo iconográfico, In: COELHO, Beatriz (Org.). Devoção e Arte. São Paulo: Ed.USP, 2005. IPHAN. Nova Contribuição ao Estudo da Pintura Mineira. Belo Horizonte: IPHAN, 1978. MACHADO FILHO, Aires da Mata. Arraial do Tijuco: Cidade de Diamantina. [Brasília]: Ministério da Educação e Saúde, 1944. VASCONCELLOS, Sylvio de. Arquitetura no Brasil: Pintura Mineira e outros temas. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1959. Visitas Pastorais de Dom Frei da Santíssima Trindade: 1821–1826. Belo Horizonte: IEPHA/MG; Fundação João Pinheiro, 1998.

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Na tese de Doutorado em Arquitetura e Urbanismo/FAU/USP – São Paulo, 2002: “A arquitetura da capela mineira no século XVII e XIX” Selma Miranda relata sobre as características arquitetônicas das capelas mineiras construídas nos séculos XVIII e XIX.


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