200 Maiores 2016

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ARTIGO INDÚSTRIA

O caminho do desenvolvimento ROBSON BRAGA DE ANDRADE é presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI)

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ivemos um momento delicado, que muitos apontam como a pior recessão da nossa República, em grande parte condicionada pelo cenário político. Em 2016, teremos o segundo ano de profunda retração do Produto Interno Bruto (PIB), que já havia registrado estagnação em 2014 e queda de 3,8% em 2015. O setor industrial experimentou encolhimentos mais severos do que o restante da economia. A contração maior se deveu à forte pressão competitiva nos mercados globais e aos poucos avanços na melhoria de nossa competitividade. A indústria enfrenta um panorama muito ruim, com sérios prejuízos em todos os segmentos. Em 2015, o PIB industrial caiu 6,2%. A produção baixou 8,3%, o pior resultado em 12 anos. As dificuldades na economia também se explicam pela utilização, nos primeiros anos da década, de políticas que privilegiaram o estímulo ao consumo de curto prazo, em detrimento dos investimentos e da melhora do ambiente de negócios. Porém, alguns indicadores levam a crer que a economia parou de piorar. O setor externo mostra recuperação, na esteira da mudança cambial e da contração da demanda doméstica, com aumento do superávit comercial e redução do déficit em conta-corrente. A recuperação será lenta. O mais importante é saber do que precisamos para retomarmos o caminho do desenvolvimento. Temos dois desafios principais: estancar o desequilíbrio fiscal e

adotar medidas que melhorem, de maneira expressiva, o ambiente de negócios. Sempre disposta a colaborar na criação de um ambiente favorável ao desenvolvimento econômico e social, a CNI apresentou ao novo Governo a Agenda para o Brasil sair da crise – 2016-2018. O documento, que lista 36 medidas para enfrentar esse período de transição, é resultado do trabalho conjunto da CNI, das federações estaduais das indústrias e das associações setoriais participantes do Fórum Nacional da Indústria. Também entregamos ao Governo um documento intitulado 119 propostas para a competitividade com impacto fiscal nulo, uma iniciativa relevante num tempo de restrição fiscal. Apresentamos, ainda, cinco ações emergenciais para ajudar as indústrias a vencer a crise. Essas ações fundamentais são: a revisão do programa de refinanciamento de débitos fiscais, o Refis; a ampliação do prazo de recolhimento de tributos; a regularização das condições de crédito às empresas; a volta da alíquota de 3% do Reintegra; e o acesso amplo aos recursos de financiamento às exportações. Dar prioridade às exportações é extremamente importante num cenário de dificuldades no mercado interno. Há grande preocupação com a manutenção de um câmbio competitivo, que estimule as estratégias de comércio exterior das empresas. O ajuste da alíquota do Reintegra é indispensável. Esse programa é necessário para compensar as distorções do sistema tributário, enquanto não se ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016


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