Expressão 8 setembro 2015

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ano 22/número 8 setembro/2015

jornalismo universitário levado a sério

jornal laboratório do 4º ano de jornalismo

usjt

Nicolas Tomé

Cultura Geek “Que a força esteja com você” especial | pág. 4 e 5


#hashtag

ano 22 |no8 | setembro/2015

#Caro Leitor,

No imaginário da cultura geek

Uma nova edição do jornal-laboratório Expressão para você!! Finalmente o mês de agosto terminou e a primavera quase começa a sorrir para nós. No intervalo das loucuras do segundo semestre, sempre tão atribulado e cheio de trabalhos, convidamos você para dar uma pausa na correria e mergulhar nas páginas do nosso jornal. A reportagem especial é uma grande aventura pelo mundo geek, esse que encanta gente em todos os cantos do mundo. Percorremos um pouco da história desse grupo (será que podemos defini-los como um grupo?), que ganhou visibilidade e notoriedade nas sociedade pós-moderna e urbana. A cultura geek pode ser encontrada nos mais diversos elementos como literatura, cinema, HQs, vestuário, alimentação etc. Quer conhecer mais sobre esse universo? Venha conosco para essa galáxia muito, muito, muito distante!! Além disso, o Expressão preparou outras reportagens que trazem informações e histórias sobre assuntos relevantes. Que tal conhecer um pouco sobre a Língua Brasileira de Sinais e seu uso nas escolas? E, você sabia que o LinkedIn vai passar a oferecer plataformas educativas para que profissionais façam cursos online de aprimoramento? Pode ser uma boa oportunidade. No mundo das artes, trazemos para o leitor uma experiência transformadora e igualmente criativa. Nossa reportagem foi conhecer o grupo Arte na Lata que utiliza tambores de lixo, cabos de vassoura e muita inspiração para produzir música. E, para fechar em grande estilo, sugerimos um passeio revigorante e estonteante no Parque da Cantareira. Um lugar especial para desfrutarmos do melhor da natureza, aqui mesmo na nossa metrópole. O Expressão segue com a sua missão de oferecer aos nossos leitores possibilidades de leituras e experiências para sair do senso comum; para fugir do óbvio. Vamos lá?

#fração de segundo fotolegenda

O universo do Street Dance no Brasil

“A dança de rua, além de ser cultural, é uma importância social”, Marcelo Cirino - coreógrafo e idealizadordo grupo Dança de Rua do Brasil. Foto: B- girl Ariane Ferreira. Por Lais Souza

Letícia, Profa Iêda Santos e Profa Jaqueline Lemos

#protagonista

#fica a dica

Batismo de Sangue guerrilha e morte de Carlos Mariguella Natália Barbarino| natalia_barbarino@hotmail.com

Arquivo pessoal

a menina que sonha alto

Laura Mariana | lauramariana.jo@outlook.com Disciplina e perseverança. Estas são as palavras que definem Letícia Souza, 22. Nascida em Itapetininga, interior de São Paulo, filha de Benedito Souza, agente penitenciário e de Shirley Souza, merendeira, é de onde vem o maior incentivo na escolha da estudante pela tão sonhada faculdade de medicina, que decidiu fazer, com seus 16 anos. Sua decisão lhe causou muito choro por pensar que aquilo estava muito longe da sua realidade. Trabalhava, não tinha ensino de qualidade e de família humilde, achava que seu sonho estavadistante. Mas sua irmã Thaís foi a primeira a lhe dizer que ela era capaz sim. Desde então, não teve um dia que não sonhasse em cursar medicina.Pensava no vestibular todos os dias, mas sabia que primeiro precisava aprender a aprender e muito. Como já era acostumada a estudar em casa, organizou bem os horários e deu inicio a sua jornada de estudos durante cinco anos. Em 2010, traba-

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lhava como jovem aprendiz na Sabesp e à noite fazia um semi-extensivo. Em 2011, passou em primeiro lugar no concurso de bolsas para o cursinho pré-vestibular do Objetivo e conseguiu 80% de desconto.Se dedicou muito, mas ainda estava aprendendo a aprender. No ano seguinte trabalhou em uma empresa de telemarketing durante meio período, depois estudava em casa sozinha e contava com as aulas de redação da professora Angelina. No quarto ano, só estudou e também ajudava nas tarefas de casa. Em 2014 sua vida era divida em blocos. Estudava pela manhã, trabalhava na parte da tarde como telefonista em um ambulatório médico. Para lá levava também seu material de estudo no trabalho e sempre que podia estava resolvendo uma questão ou outra de seus estudos. Chegava à noite em casa e voltava estudar, essa rotina era de segunda a sexta e no sábado estudava na parte da tarde até o

Diagramação: Profa Iêda Santos

começo da noite e depois descansava. Nos domingos curtia a família, o namorado, os amigos e fazia trabalho voluntário. Durante os anos de preparação, Letícia gostava de assistir filmes em casa,sair,fazer caminhadas com sua amiga Amanda, ir à igreja e aos domingos adorava ir brincar com as crianças do Semeia(Guia de Assistência Social de Itapetininga), casa onde moram crianças sob a proteção do Conselho Tutelar. O maior impulso que teve foi ter sido chamada em 2014 na lista de espera na PUC pelo Prouni. Levou sua documentação para São Paulo, mas havia duas pessoas na sua frente foram e eram apenas duas vagas. A influência maior que teve pela medicina foi indireta, diante da forma que os médicos tratavam seu pai, que teve leucemia e foi muito bem cuidado. A partir dessa experiência, a filha queria fazer igual. O interesse pelo trabalho dos Médicos Sem Fronteiras também lhe motivou muito, a partir de uma propagan-

da de TV. Pesquisando como funcionava, se encantou pelos objetivos da organização epelas histórias que os médicos contavam nos “diários de bordo”, onde eram contadas suas experiências nas missões. Conheceu a coordenadora da ONG, Mônica Guarnieri, e esse contato foi o que fez a querer ainda mais continuar. Depois de tanto esforço, finalmente a boa notícia. Foi aprovada para os cursos de medicina da UEMS (Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul), através do Sisu e FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), e PUC (Pontifícia Universidade Católica), pelo Prouni. Sua escolha foi pela faculdade de Medicina do ABC em Santo André. “Ser aprovada foi uma das maiores emoções da minha vida, um sentimento pleno de que realmente quem acredita sempre alcança e principalmente de gratidão a Deus, por não me deixar desistir. foi uma grande festa! Quem não acreditava, viu que sonhos se realizam sim”, conta Letícia.

“Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil”, este é um trecho da obra do livro Batismo de Sangue, do autor Frei Batto, lançado em 1983 com 14 edições já publicadas. O livro é indicado pela professora Alerte Taboada, jornalista e mestre em Comunicação e Semiótica e Especialista em Jornalismo com foco em Multimeios e Roteiro em Áudio e Audiovisual. O livro fala sobre a ditadura militar pós-golpe de 1964. “É um livro emocionante e envolvente, que mostra o pensamento e forma de agir não só da esquerda política que acreditava lutar por um país melhor, mas também dos torturadores militares”, diz a professora. Para quem pede a volta do regime militar, esse é um bom livro para repensar nos conceitos da ditadura, afinal estão lá os frades dominicanos, o líder Carlos Marighella, o delegado Fleury e muitos outros personagens que vieram à tona, terminado esse período trágico do Brasil. Ainda segundo a professora o livro consegue despertar no leitor ódio pelos torturadores que brincavam com os corpos e mentes de quem prendiam. A obra provoca lágrimas ao narrar como a doçura e suavidade que Frei Tito tinha perante a vida foram destruídas, quando o regime militar transformou-o em vítima, causando-lhe problemas mentais em decorrência das torturas e levando-o ao suicídio, anos depois, na França.

“Impossível não se emocionar ao ler que Frei Tito, no exílio, fazendo tratamento psiquiátrico, não conseguia pronunciar a palavra flor, em francês, porque o som de fleur lhe remetia ao seu torturador. Para fugir dele, enforcou-se”, complementou. Batismo de Sangue virou filme em 2007, dirigido pelo cineasta Helvécio Ratton. Atores nacionalmente conhecidos como Caio Blat, Daniel de Oliveira, Cássio Gabus Mendes e Murilo Grossi compõem o elenco. Apesar de a ditadura militar ser bem conhecida através dos documentos oficiais, documentários e livros, o filme tem uma narrativa relevadora, pois conta com encenações que tratam com fidelidade as torturas causadas pelos militares.

expediente Diretor da Faculdade de LACCE Prof. Rosário Antonio D’Agostino Jornalistas Responsáveis Profª Iêda Santos (MTB 31.113) Profª Jaqueline Lemos (MTB 657/GO)

Coordenador de Jornalismo Prof. Anderson Fazoli (MTB 15.161) Redação Alunos do 4º ACSNJO - D1 Diagramação Capa Profª Iêda Santos

Revisão Prof. Juca Rodrigues Projeto Gráfico e Supervisão Profª Iêda Santos

Impressão Folha Gráfica (11) 3224.7667

As matérias assinadas não representam, necessariamente, a opinião da Universidade.

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Educação

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oto: A na Vi tória

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A ARTE de aprender com as mãos

Pinto

A língua de sinais, assim como a língua oral, é a representação da cultura Ana Vitória Pinto | vittoria.ana@hotmail.com

A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) é uma linguagem utilizada por deficientes auditivos em todo o mundo. Não são gestos aleatórios, utilizados pelos surdos para facilitar a comunicação. É uma língua com estruturas gramaticais próprias e é classificada como língua porque elas também são compostas pelos níveis linguísticos: o fonológico, o morfológico, o sintático e o semântico. Portanto não é apenas uma combinação qualquer e sim um idioma, aprendido com as mãos, expressões faciais e corporais. O curso de LIBRAS não é direcionado apenas para aqueles com problemas de audição e sim para toda a população. Os deficientes auditivos ainda enfrentam preconceitos dentro e fora da escola, a linguagem de sinais utilizada por eles não é compreendida pela maioria das

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pessoas, dessa forma, percebe-se uma real necessidade em conscientizar a sociedade sobre a importância do conhecimento da língua desde o ensino fundamental até a graduação e licenciatura, desta forma que a inclusão se processa. Já existe uma determinação prevista em lei desde 22 de dezembro de 2005, sobre a inserção de Libras nos cursos de licenciatura, que instituiu a inclusão da Língua de Sinais como disciplina curricular em todos os cursos de licenciatura em diferentes áreas do conhecimento, cursos de formação de professores e profissionais da educação para o exercício do magistério. “Acredito que esta disciplina deveria ser grade curricular desde a educação infantil, mesmo porque, Libras é a segunda língua oficial do País, por isso

deveria ser sim obrigatório como instrumento de inclusão e aceitação, não somente nas universidades particulares e sim na educação base de todo o Brasil”, diz Leiliane Rocha, professora do Curso de Língua Brasileira de Sinais. Alguns alunos interessados em conhecer mais e aprender sobre a língua buscam em suas universidades como atividade complementar o curso qualificar o seu currículo. “Eu tinha muito interesse em conhecer e aprender libras, só na faculdade pude ter esta oportunidade. A sala de aula era lotada, mesmo aos sábados, porque todos tinham muito interesse. Claro, são poucas horas pra aprender todo o idioma, mas pelo menos terminei minha graduação com mais uma língua aprendida”, comenta Ligia Carolina Pinto.

Letra V em Libras

ursos EAD permitem ao aluno flexibilidade e autonomia nos estudos Ana Ferreira

Educação a distância melhora qualificação profissional

É importante ter disciplina e organização para manter o foco

Ana Ferreira | ana_ferreira01@hotmail.com Estudantes que desejam melhorar o currículo e complementar a graduação possuem um leque de opções de cursos online gratuitos nas mais diversas áreas como: Estratégia de Negócios (20 horas – Fundação Bradesco), Filosofia (30 horas – FGV Online), Lei de Acesso à informação (12 horas – Senado Federal), Introdução à Psicologia (18 horas – Veduca), entre outros. “Para que seja possível a transição, da modalidade presencial para a online, os professores podem criar uma comunidade virtual de aprendizagem, uma plataforma de interação em que os alunos possam construir seus conhecimentos como complemento do que aprendem de forma presencial,” ressalta o professor de Filosofia Paulo Inácio.

O site Veduca começou em março de 2012 com um acervo de 5 mil aulas das melhores universidades como Harvard, Stanford e USP. Aos poucos os vídeos em inglês começaram a ganhar legendas para o português e sete meses depois o site já tinha registrado mais de 1 milhão de visitas. A plataforma gratuita conta com cursos livres, de extensão e até MBAs. A estudante de Ciências Contábeis da Universidade São Judas Julia Costa fez um curso de Análise de Balanço na Fundação Bradesco e conta um pouco sobre sua experiência “É um curso de linguagem simples com vários exemplos que ajudam na compreensão, porém é importante ter auto disciplina, pois cursos online só funcionam para quem consegue manter o máximo de atenção. Não me

adapto bem porque perco a concentração com facilidade, mas por ser um curso relativamente curto me programei para fazê-lo por etapas,além de adquirir conhecimento me ajudou na faculdade e no trabalho.” O cursos EAD permitem ao aluno ter flexibilidade, ele pode adaptar o curso a sua rotina e estudar quando tiver disponibilidade e também contam com uma vasta variedade de assuntos que podem ser encontrados nas mais diversas áreas. De acordo com o professor de Jornalismo da Universidade São Judas, Clóvis Furlanetto, “é importante que o estudante crie uma rotina de estudos, na qual possa cumprir suas tarefas de aprendizado como se estivesse em uma sala de aula e não deixar que distrações o atrapalhem. A internet deve ser uma ferramenta

para complementar as aulas, as redes sociais servem apenas para pesquisa e material de apoio. É preciso estar focado no que deseja, não se distanciar do objetivo e mergulhar de cabeça na aula.” Professores também fazem uso dessa modalidade de ensino, esse é o caso da professora de Biologia Renata Balbino: “Em 2013 fiz um curso gratuito de extensão oferecido pelo Instituto de Biociências da USP – ‘Redescobrindo a Biologia Celular’, curso de excelente qualidade que possibilitou um outro olhar ao conhecimento e ao ensino da Biologia Celular. Como não tenho tempo suficiente para estar em sala de aula é uma ótima alternativa que me permite avançar profissionalmente, em instituições de ensino de ótima qualidade, adequando meu tempo às minhas necessidades.”

Escolas se adaptam aos novos modelos de FAMÍLIA

Ana Claudia Dutra

Instituições de ensino encontram uma nova forma de superar o preconceito Ana Claudia Dutra| aanaclaudiadutra@gmail.com

Finalmente bilhetes como ‘mamãe, favor ajudar nosso gatinho com o dever’, estão com os dias contados. Os novos modelos de família estão cada vez maiores, e algumas escolas resolveram se adequar a isso. As famílias hoje são compostas por casais homossexuais, avós e tias, e não somente de pai e mãe. Isso precisa ficar claro não apenas para as famílias e as crianças, mas principalmente para professores e instituições de ensino. Pensando nisso, algumas escolas optaram por mudar o famoso bilhete de recados que os pais recebiam nas agendas. Ao invés de direcionar o recado às mães, o destinatário agora é a família como um todo. Ao se deparar com crianças que perderam a mãe ou o pai, a direção do Colégio Gênios do Futuro, na zona leste de São Paulo, resolveu mudar o estilo de comunicação. Para Maria da Graça Ferraz, diretora do Colégio, a iniciativa diminui o preconceito e aproxima os familiares da escola. “Algumas crianças moram apenas com a mãe, outras com casais homossexuais ou com as avós, por isso resolvemos endereçar os recados à família como um todo. Além disso, explicamos para as crianças que embora nem todos tenham pais ou mães, todos tem uma família”, explica. Os familiares de crianças que frequentam essas escolas mostraram-se muito satisfeitos com a mudança. É o caso da supervisora Aline Anastácio, casada há pouco mais de um ano com Thamires Teixeira, mãe de Miguel, de cinco anos. Aline frequenta as festas e reuniões escolares com a companheira. “Acredito que algumas escolas já estão se abrindo sim, porém não da forma que deveria ser. Acho muito complicado ter festinha do dia das mães e dia dos pais, porque hoje essa não é mais a realidade. Acredito que o dia da família fosse o mais adequado, porque se fosse a vó da criança estaria tudo bem, se fosse o tio, também estaria tudo bem, mas quando se fixa um ente pai ou mãe, se um deles não comparecer, gera um desconforto na criança”, diz. Percebendo os questionamentos dos alunos, professores e diretores mudaram a postura, e agora se preocupam em enfatizar todas as formações familiares, evitando o constrangimento de pais e alunos. “A direção da escola do Miguel desde o princípio se mostrou compreensiva e de forma alguma surgiu algum tipo de preconceito conosco. Eles ouvem o Miguel falando que tem duas mães e em nenhum momento contestam essas afirmações, e isso nos deixa bem tranquilas em saber que no ambiente do nosso filho ele tem essa liberdade de falar da família dele”, comenta Thamires.

Cresce o número de famílias fora do padrão tradicional

Diagramação e Revisão da página: Ana Claudia Dutra, Ana Ferreira, Ana Vitória Pinto, Mariana Emygdio

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especial

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CULTURA GEEK

muito tempo atrás em uma

Nicolas Tomé

SUPER HERÓIS, o imaginário do mundo geek como representação de um ideal

galáxia muito, muito distante ... Marcos Vinicius Fernandes | mviniciusmfernandes@gmail.com

… vários

jovens sofriam com a reclusão social e eram chamados de esquisitões (nerds) e um termo surgiu daí: o geek. A palavra usada de forma pejorativamente é derivado do freek, que em inglês significa aberração, mas também pode ser usado como bobo e deslocado. Mas o estranho se tornou popular e tem sido sinônimo de pessoas apaixonadas por tecnologia, grandes estudiosos, habilidosos com cálculos e estão fazem sucesso nessa nova onda de start ups e são admiradas pelo público em geral. Com ajuda dos meios de comunicação essa tribo começou a ganhar o gosto do público em geral gerando certa moda. O que era uma cultura específica ganho adeptos e se tornou mais um

fenômeno da indústria cultural, ajudando a outros setores a lucrarem mais. O sociólogo Daniel Nascimento assegura que a crise do modelo capitalista ajudou na construção do geek moderno. Ele relata que com o pós-guerra o Japão e outros países entraram em recessão e buscavam uma forma de reanimar suas economias, sendo que o incentivo ao consumo foi a saída encontrada. Produtos com vida útil menor começaram a invadir o mercado e alimentavam esse ciclo de trocas. “Vendo que a cultura nerd era consumista buscaram nos meios eletrônicos uma forma de manter ativa a busca por novas mercadorias e lucrarem com essa cultura”.

Mas foi só nos anos 1990 com a democratização da internet o Geek se transformou em cool, começando a aparecer nos meios de comunicação de forma intensa. No começo foi uma forma cômica de apresentar esse grupo social, mas com o passar dos anos esse esteriótipo passou a ser mudado alçando personagens com esse esteriótipo à protagonistas em seriados estadunidenses de televisão, por exemplo, The Big Bang Theory. Símbolos do estilo nerd ressurgiram, como o Star Wars e X-men. Ampliou-se o consumo de hq's e mangas. “O pejorativo se transformou em algo cultuado e apareceu o cara legal apaixonado por tecnologia”, relata Nascimento. O sociólogo afirma também que uma certa superficialidade

invadiu os costumes geeks, fazendo com quem realmente se identifica com essa tribo social fique a margem de toda essa onda cool moderna. Porém o estudante de comunicação Demyan Dimitrov acredita que “as pessoas antes eram marginalizadas, mas com essa maior exposição as pessoas estão percebendo que quem fazer parte dessa grupo social não são só pessoas que ficam trancadas em seus quartos e que vive 24 horas de tecnologia”. Mas Demyan aponta que o mercado se aproveita da venda de artigos ligados aos geeks, “como qualquer tendência de mercado os produtos ficam mais valorizados e com preços que não condizem com a realidade”.

Eventos

Opinião HQ

O que já ocorreu?

O que ainda vai ocorrer?

Bruno Camanho | bruno.csj15@gmail.com

Bruno Camanho | bruno.csj15@gmail.com

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Anime Friends: aconteceu em São Paulo, de 10 a 19 de julho deste ano no Campo de Marte. Campus Party: em 2015 aconteceu dos dias 23 a 26 de julho no Centro de Convenções de Pernambuco em Recife - Pernambuco. Brasil Geek Prime 2015, no Estádio Nacional Mané Garrincha, nos dias 22, 23 e 24 de maio, em Brasília - DF.

Luana Souza luanamss_5@hotmail.com

“Os quadrinhos de super-heróis são especialmente atraentes por reunirem vários gêneros simultaneamente no mesmo cenário, como espionagem, ficção científica e magia”, conta Moisés Brignoni, ilustrador.

Brasil Game Show: de 09 a 12 de outubro de 2015 na Expo Center Norte em São Paul Comic Con: dos dias 03 a 06 de dezembro de 2015 na Expo - Centro de Exposições Imigrantes. Campus Party 2016: acontece dos dias 28 a 03 de fevereiro de 2016, no Parque de Exposições Anhembi, em São Paulo.

De Star

Trek a Game

of Thrones - a evolução Do clássico ao contemporâneo: a transformação de uma tribo a partir de mudanças tecnológicas, sociais, psicológicas e na definição dos novos nerds do século XXI

A

lexandre Abrão, do canal no youtube “Pena Q Não” fala ao jornal Expressão sobre origens, referências, aparatos, livros, histórias em quadrinhos e os principais aspectos do que é ser cool. Expressão - Existe alguma definição sobre “o que é ser geek”? Alexandre Abrão - Dos anos 1970 aos 1990, nos Estados Unidos, houve um “boom” nos videogames, quadrinhos e computadores. Muitas pessoas passavam dias consumindo esse universo novo – quadrinhos, Star Wars e Star Trek, Atari – e a vida se resumia em um “casulo”. Ser geek não significa não ter amigos, não gostar de esportes, ou ser alguém que não sabe como lidar com as

Pâmela Ayumi | pam.ayumi@yahoo.com.br mulheres. É uma pessoa que tem conhecimento a mais de cinema, séries, desenhos, livros e cultura pop. Expressão - A cultura geek é uma derivação dos nerds? Pode-se utilizá-la como um sinônimo?

Alexandre - Sim e não. Elas são semelhantes. Mas, o geek tem alguns prós do nerd sem ter os contras, não precisa sempre ser a pessoa mais inteligente do lugar, mas também não precisa ser a pessoa mais antissocial. Expressão - Quais os principais hábitos e costumes? Como é o ambiente onde se encontra a cultura geek e quais são os principais aparatos que a caracterizam? Alexandre - O geek sempre quer ser o primeiro a sa-

ber sobre as novidades dos seus assuntos favoritos, e as redes sociais, para ele, têm essa finalidade. Passam a maior parte do tempo no quarto, que costuma ter um ou mais consoles de videogames, computador, action figures, bonecos, brinquedos, quadrinhos, filmes, games, séries entre outras coisas do gênero, ou no seu escritório/ local de trabalho. Expressão - Quais são os principais aspectos que marcam a transição do universo nerd ao universo geek? Alexandre - O seriado Big Bang Theory, apresentado pela Warner Bros no Brasil, que tenta passar a mensagem “é legal ser estranho”, transformando o geek/nerd em cool. Muitos deles não suportam o modo como

Vestuário criativo Quadrinhos compõem o look adotado pelos jovens Lorraine Brito| lorraine.britoargollo@gmail.com A moda é uma tendência que está relacionada a roupas e acessórios. No universo Geek não é diferente, este público é especialmente alternativo, no que se diz respeito a estilo procura se caracterizar de modo que demostre seus gostos e preferências, que estão geralmente ligados a roupas com referências a quadrinhos, filmes e livros. Há quem diga que os moletons com estampas dos desenhos da produtora Marvel seja indispensável nesta tribo, estes são fortes ícones nas vestimentas destes grupos. Para isso milhares de peças são confeccionadas e desenhadas para agradar os compradores, muitas vezes baseadas em personagens de HQs, ou seja, para entender esta moda, é preciso conhecer a sua origem. De acordo com a estilista Isabela Almeida estes consumidores buscam estampas alegres, coloridas e que procuram relatar o que eles mais gostam, no caso seriados e gibis. “É um público que possui um estilo bem juvenil e curte óculos, moletons e tênis de desenhos animados e super-heróis. No dia a dia também usam peças tradicionais com listras, blazers e outras. É como um vestuário juvenil adulto”, explica. Para complementar ainda mais o armário, há também as roupas íntimas que completam o look deste público. Sim! É possível encontrar sutiãs, calcinhas e cuecas compostas por símbolos e desenhos da mulher maravilha, homem aranha e outros personagens. Os sites e lojas próprias disponibilizam um leque com diversos utensílios para amantes de ilustrações. “Sou muito consumista, uso praticamente tudo voltado a essas representações animadas, acessórios e vestimentas com essas estampas. Acredito que é impossível ser Geek sem ter estas características, porque elas descrevem nossas paixões e automaticamente isso reflete no modo de se vestir” André Doni, estudante.

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Para acompanhar as roupas, nada melhor que acessórios totalmente inspirados na cultura. Brincos Tetris ou no formato dos cogumelos do Mario, colares com controles de videogames ou retratando cartuchos, anéis referentes ao anel de Sauron e boné dos Transformers, que realmente vira um robô quando aberto, fazem parte do variado estilo criativo desse universo. Diagramação e Revisão da página: Luana Souza, Lorraine Brito, Bruno Camanho, Marcos Vinicius Fernandes, Pamela Ayumi

são representados pela série, mas o fato é que sentar para uma partida de futebol virtual e assistir filmes de

super-heróis, além do próprio seriado foram motivos cruciais para a “aceitação” cada vez maior deste grupo.

Expressão - Quais são as principais referências para os geeks? Alexandre - Uma seleção básica para TV: Doctor Who, Game of Thrones, Stanley Kubrick, Universo Tolkien (O Hobbit e Senhor dos Anéis), Quentin Tarantino. Nos quadrinhos: Mark Millar, Frank Miller, Grant Morrison, Marvel em geral. Nos videogames: Halo, BioShock, Rock Band, The Legend of Zelda, mas acima de todos Batman e Star Wars.


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especial

CULTURA GEEK

A influência intergaláctica de Douglas Adams Obra do escritor britânico motiva tatuagens, datas comemorativas e até a escolha do nome de asteróides

O que as garotas gostam... Nathália Henrique nathaliarrh93@gmail.com Karen Hirakawa

David Pereira

Idade: 25 anos Profissão: Designer Jogo: Nintendo Série: Breaking Bad Filme: Star Wars Livro: Game of Thrones Quadrinhos: Universo Marvel “Garotas geeks geralmente preferem trocar algumas programações como, por exemplo, ir ao shopping fazer compras ou em baladas, a ficar em casa assistindo series ou jogando com seus amigos”.

A primeira edição do Guia do Mochileiro das Galáxias foi lançada em 1978 Ilustração: Daniela Amado

David Pereira | david.pj22@hotmail.com Viagens intergalácticas, poesia vogon, um gerador de improbabilidade infinita, toalhas, muitas doses de dinamite pangaláctica, um robô depressivo e a resposta para a vida, o Universo e tudo mais: 42. Se você não faz idéia do que acabou de ler, fique calmo e, mais importante ainda, NÃO ENTRE EM PÂNICO! Tudo isso faz parte da obra mais famosa do escritor britânico Douglas Adams (19522001), “O Guia do Mochileiro das Galáxias”, uma série de cinco livros que influenciou milhões de jovens geeks ao redor do mundo. Tudo começou em 1978 quando, junto com John Lloyde, Adams produziu uma série radiofônica sobre ficção científica.

Os episódios do “Guia” fizeram tanto sucesso que renderam outra série no rádio. A partir de então, as adaptações não pararam. Os livros, por exemplo, foram lançados de 1978 a 1992 como uma versão estendida da produção original, tendo mais de 12 milhões de cópias vendidas. A história ainda foi adaptada para a televisão, virou filme e jogo de vídeo-game, entre outras adaptações em diversas mídias. A importância de Douglas Adams na comunidade geek não para por aí! Ele também escreveu esquetes para o grupo humorístico Monty Pynthon e criou episódios para a série televisiva Doctor Who. “Gosto da forma como Adams consegue envolver o leitor na história, tra-

zendo coisas surreais e ao mesmo tempo gerar situações que se encaixam perfeitamente em nosso dia a dia”, explica a fã Juliana Lopes. Outras características do autor são mencionadas pela leitora Lívia Carvalho: “Gosto muito do humor e da facilidade que o Douglas tinha para criar situações e personagens malucos e improváveis”. A influência do escritor é tamanha que já ultrapassou a barreira do espaço. Adams teve dois asteróides nomeados em sua homenagem, 18610 Arthurdent, referência ao personagem principal do “Guia”, e o 25924 Douglasadams. O dia de sua morte, 25 de maio, rendeu outra homenagem, o Dia da Toalha.

Na data, comemorada internacionalmente, os fãs vão às ruas como em um dia normal, porém, usando uma toalha como acessório (segundo o livro, a toalha é o elemento mais importante para os mochileiros das galáxias). “Sempre participo no dia da toalha. Saio pra trabalhar com a toalha no ombro”, diz Paulo Vitor Cusim, que em outra referência ao trabalho de Adams deu aos seus gatos os nomes de Marvin e Colin, dois personagens do “Guia”. As tatuagens também são comuns entre os fãs da obra. “Tenho o número 42 tatuado, que é formado por informações do livro, como rato, baleia, vaso de petúnia, toalha e outros elementos”, co-

menta Larissa Moreira.

Bar na Vila Mariana tem gibis,

games e bonecos de personagens Espaço exibe filmes, séries televisivas e desenhos animados e reúne centenas de histórias em quadrinhos Pierre Yves

Marina Val Idade: 29 anos Profissão: Publicitária Jogo: Game of Thrones Série: Twilight Zone Filme: Back to the Future Livro: The Lord of the Rings Quadrinhos: Sandman “Os geeks são um grupo amplo, com diversas influências culturais, econômicas e geográficas. É um grupo diferente entre si como qualquer outro, só que, por acaso, tem alguns gostos em comum”. Ilustração: Daniela Amado

Que a força esteja na cozinha

Além de apetitosas, as receitas se transformam em personagens dos mais famosos filmes e games Tribo cria pratos lúdicos e inova na cozinha

Nicolas Tomé

Estabelicimento recebe mensalmente cerca de mil clientes e oferece diversas porções, drinks temáticos e 50 rótulos de cerveja Letícia Polydoro | evaristopolydoro@gmail.com O número 364 da Rua Major Maragliano, no bairro da Vila Mariana, zona sul de São Paulo, não passa despercebido por quem circula no local. No endereço, o que parece ser um quarto de um adolescente funciona, na verdade, o bar mais temático da cidade. O espaço Gibi Cultura Geek, com 92 m2, abriga mais de mil exemplares de histórias em quadrinhos, quase mil bonecos dos mais variados personagens e 12 videogames dos anos 80 e 90, clássicos como Atari, Mega Drive, Super Nintendo e Telejogo, entre outros. “Sempre fui nerd de carteirinha e queria trabalhar perto desse

público, percebi que faltava um lugar para nos reunirmos. Então, surgiu a ideia de abrir o bar. Decorei o ambiente com toda a coleção que fiz ao longo desses anos e também com a ajuda de amigos e clientes que sempre colaboram com doações,” explica Tiago Almeida, empresário. Segundo Tiago o investimento inicial para tirar o projeto do papel foi de 700 mil reais. O local, que tem capacidade para atender oitenta pessoas, recebe mensalmente cerca de mil clientes e tem um faturamento mensal de 50 mil reais. “Nosso carro chefe é o hot dog, mas também oferecemos

diversas porções, temos drinks temáticos e cerca de 50 rótulos de cervejas. Frequentemente mudamos o cardápio porque recebemos um público curioso que gosta de novidades,” conta Tiago. O espaço recebe palestras de artistas de história em

quadrinhos, desenvolvedores de games e animadores. Além de oficinas, wokshops e eventos, o bar transmite séries, filmes e desenhos animado. “Frequento o Gibi há cerca de um ano e meio, o diferencial deles é um mix de várias coisas, o ambiente parece o meu quarto cheio de bonecos

e quadrinhos e as bebidas... conheci várias cervejas diferentes e de qualidade através dos proprietários que entendem muito do assunto. Não troco o Gibi por nenhum outro bar, resumindo, eu moraria lá,” brinca Jaum Godoy Rocha, videomaker. “Gosto do bar porque tem uma ótima temática, além de ser um ambiente relativamente calmo. Os preços são um pouco acima da média, mas compreensivos pelo design do local”, conta Yuri Salgado, analista de processos. O Gibi funciona de quarta a sábado das 17h às 23h30 e aos domingos das 16h às 22h. Site: gibiculturageek.com.

Nicolas Tomé | tome.nicolas@gmail.com “Comecei a jogar Final Fantasy quando tinha 12 anos, a história do jogo e os efeitos dos personagens me chamavam a atenção apesar da plataforma não ter gráficos tão realistas como as de hoje”, conta o estudante Pedro Barros.

“Com o avanço da tecnologia para os vídeo games os efeitos deixam os jogos mais atrativos e chamam mais a atenção de quem está acostumados com games como God f War e Final Fantasy”, diz o professor de inglês de 22 anos, Evandro Canato. Ilustração: Pedro Barros

Diagramação e Revisão da página: David Pereira, Nathália Henrique, Letícia Polydoro e Nicolas Tomé

Ingrid Tanii | ingrid.tanii@gmail.com Comidas geeks não se resumem apenas a diversos salgadinhos e refrigerantes. Assim como essa cultura cresceu no Brasil evoluíram também as comidas. Em vez de Cheetos, muitos procuram inovar na cozinha e apostar em receitas para lá de diferentes, deixando cada uma delas com a cara de seus personagens favoritos. As criações, além de divertidas, são nutritivas, elas vão desde uma torrada com o personagem Darth Vander até um prato de salada com o formato do rosto do Mário Bros. Foi criado até um livro de receitas pelo cozinheiro Jeff Potter, Cozinha Geek, que possui diferentes receitas com vários experimentos contendo reações maillarts, reação química entre um aminoácido

ou proteína e um carboidrato redutor, obtendo-se produtos que dão sabor e cor aos alimentos, para deixar ainda mais atraentes as receitas.

“Eu nunca fui muito de ficar na cozinha, mas com a ajuda do Youtube comecei a fazer as re-

ceitas geeks que são deliciosas. Além de ficarem supergeeks, elas são saborosas e eu acabo comendo coisas que eu nunca imaginaria comer”, disse Mariana Calamari, fã de Game of Thrones. Não são apenas livros de culinária que contém receitas geeks, mas também existem os canais no Youtube que ensinam passo a passo, e também os blogs que sempre estão dando diversas dicas de culinárias. Maddu Magalhães é uma das youtubers que se destacou pelas suas experiências geeks na cozinha. “Uma das receitas em que adorei o resultado foi a bala de metanfetamina, que é a replica da bala usada em uma das séries que eu sou apaixonada, o BreakingBad”, relata a geek Fernanda Ruiz.

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vida digital

ano 22 |no8 | setembro/2015

Rede LinkedIn planeja oferecer aprimoramento

Denys Prykhodov

Nova aquisição da empresa permitirá que usuários tenham acesso a cursos online Beatriz Santos | beatrizsantos.silva@bol.com.br

O LinkedIn conecta empresas e profissionais do mundo todo. Conta com mais de 350 milhões de usuários e possui escritórios em vários países. Com o objetivo de criar oportunidades econômicas e aprimorar a experiências de seus usuários, a rede social anunciou a aquisição do lynda. com. A empresa é líder em aprendizagem on-line e oferece cursos de negócios, tecnologia e design. A fusão está avaliada em US$ 1,5 bilhão, podendo este valor ainda ser ajustado. Os valores serão pagos em uma combinação de 52% em efetivos e 48% em ações. A nova ferramenta funcionará da seguinte maneira: por meio de uma assinatura individual de serviço do lynda.com, os usuários e organizações poderão ter acesso a uma ampla lista de curso que serão ministrados por especialista, nos idiomas inglês, alemão, francês e japonês. Uma outra opção serão as assinaturas corporativas, de governo e de organizações

educacionais por meio das plataformas lyndaEnterprise, lyndaPro, lyndaCampus, lyndaLibrary e lyndaKiosk. O CEO do LinkedIn Jeff Weiner disse em comunicado à imprensa que a missão da rede social e do lynda.com são altamente alinhadas e que ambas as empresas têm o objetivo de auxiliar os profissionais a serem os melhores no que fazem. Para ele, a extensa biblioteca do lynda.com de conteúdo de vídeo ajuda a capacitar as pessoas a desenvolver as habilidades necessárias para acelerar suas carreiras e afirma ainda que as plataformas integradas irão juntar centenas de milhões de usuários e milhões de empregos, podendo alterar a maneira como as pessoas se conectam com as oportunidades de emprego. A co-fundadora e presidente-executivo do conselho do lynda.com Lynda Weinman diz, também em informe à imprensa, que este é um momento bastante emocionante na

história de 20 anos da empresa e completa afirmando que não poderia imaginar uma sociedade melhor. Já o CEO do lynda.com Eric Robison, em informe ao mercado, diz que encontraram no LinkedIn um parceiro que partilha da mesma visão e paixão que eles, quando ambos têm o propósito de capacitar as pessoas ao redor do mundo para fazer uma mudança real em suas vidas por meio do acesso à informação, aprendizagem e desenvolvimento profissional. A assistente de trade marketing Mariana Oliveira tem um perfil no LinkedIn diz que os cursos teóricos voltados para negócios e administração podem ser viáveis, mas acredita que as aulas de design não, pois “precisam de alguém para orientar a prática”. Para ela, outro fator determinante na nova plataforma é a questão da gratuidade. “Se forem gratuitos, serão super indicados. Mas, se forem pagos, eu prefiro pagar o curso em uma escola reconhecida”, afirma.

MÍDIAS SOCIAIS

COLABORAM COM O RENDIMENTO DO FUNCIONÁRIO

Saiba como usar as ferramentas dentro da empresa a favor da produtividade

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Michelle Camila | michellecamila16@hotmail.com

uncionários que têm acesso às redes sociais dentro do ambiente de trabalho, já é algo bem comum no mundo corporativo. Algumas empresas, porém , resistem à ideia, pois acreditam que esse tipo de mídia afeta a produtividade. Mas, você sabia que é possível aliar as plataformas sociais com o bom rendimento do trabalhador? De acordo com uma pesquisa realizada por Joe Nandhakumar, professor de sistemas da informação do Reino Unido, o aumento da produtividade através do uso de redes como Facebook, Twitter, LinkedIn e Skype, está associado a um fenômeno conhecido como teoria da copresença virtual, onde os empregados podem se comunicar com clientes onde quer que estes estejam e lhes dar um retorno mais rápido. O estilista Gustavo Carvalho, mais conhecido como GuuhGreen – proprietário da GuuhGrenn Clothing, diz que divulga o seu trabalho e conquista novos públicos por meio das plataformas digitais. “Para fazer o marketing da empresa, utilizo somente as redes sociais. Principalmente o Instagram, que permite o compartilhamento instantâneo de imagens”, comenta. “Estas mídias permitem a troca mais ágil de informações entre os funcionários e seus clientes, fontes e fornecedores. E isso pode ser usado em benefício das empresas”, explica

Carla Santos, especialista em estratégias de marketing para redes sociais. O estudo afirma ainda que essa conectividade digital precisa ser vista como uma mudança de mentalidade do mercado de trabalho e necessita fazer parte da rotina das empresas. “Muitas organizações ainda estão se adaptando à essa nova era digital. A questão, porém, não é apenas se a empresa está ciente da importância do uso das redes sociais para melhorar a produtividade e o desempenho da sua equipe, o funcionário deve ter em mente isso também”, aconselha Carla. Para isso, a especialista aconselha que as corporações desenvolvam um manual de uso das mídias digitais, especificando o que é permitido ou não, treinar os colaboradores para o uso adequado destas plataformas e desenvolver estratégias de divulgação dos produtos e serviços através da internet. Já os funcionários devem focar nas metas, avaliar de que forma as redes sociais podem ajudar no desempenho das atividades, determinar horários para acessar as redes sociais para uso pessoal e, caso perceba que o acesso às redes sociais está prejudicando o desempenho, deixar de acessá-los no ambiente corporativo.

Caroline Castro

Foto: Reprodução

As extremidades da Deep Web Segredos e lendas que rondam o lado secreto da internet

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Caroline de Castro | carolinedecastrojo@gmail.com

iferente de navegar pela internet normal, Além de atividades ilegais, o beco sujo da é acessar a Deep Web, conhecida como o Deep Web também é rondado por crackers, local ‘secreto’ para sites desconhecidos os famosos hackers com intenções criminais, e até mesmo impróprios, que ficam muito além da que esperam por novos e descuidados usuários superfície a que temos acesso no mundo digital. para poderem controlar seus computadores Mesmo com o Google como principal mecanismo a distância e roubar dados como senhas e de busca da atualidade, a “internet profunda” ainda transações bancárias, por exemplo. pode esconder propositalmente endereços que Antônio Morais, especialista em segurança levam a atividades ilícitas como a venda ilegal de da informação, explica o que realmente é a armas, pornografia infantil e até contratação de Deep Web. “É como um oceano. A superfície é assassinos de aluguel. comparada aos sites comuns onde Não é qualquer a maioria das pessoas navegam e a A Deep Web foi criada nos anos 1990 por dois matemáticos um que deve entrar Deep Web é o fundo do mar. Não é da Marinha norte-americana com o lá. As cenas que as qualquer um que deve entrar lá. As intuito de proteger as comunicações pessoas podem ver são cenas que as pessoas podem ver são da inteligência do país. A ideia de reais, não se trata de um filme e isso esconder informações confidenciais de reais, não se trata de pode chocar”, contou. grandes empresas e do governo acabou um filme e isso pode No ano de 2013, os fraudadores atraindo todo tipo de atividade ilegal, chocar” saíram ganhando após receberem o que deu origem ao setor sombrio e os dados de aproximadamente 40 assustador chamado Darknet. milhões de cartões de créditos que Paulo Henrique da Silva, professor e foram roubados e vendidos pela Deep Web após desenvolvedor de jogos independente, conta que a tradicional data de ofertas dos Estados Unidos, acabou encontrando os dois extremos da Deep Web. conhecida como Black Friday. “Eu vi o uso benéfico de cientistas para divulgarem Como tudo fica no anonimato, muitos dos suas pesquisas e grupos escolares debatendo questões criadores e usuários das atividades da Darknet no anonimato. Também encontrei o lado ruim, como acabam não sendo presos, pois não há um meio sites que promovem a pedofilia, venda de armas e de a polícia ou o governo tirar do ar, pois não drogas e até discussões de terroristas”, disse. existem registros ou documentações.

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Diagramação e Revisão da página:

Michelle Camila, Beatriz Santos, Carolina Castro, Sara Oliveira, Wesley Damiani


artes

ano 22 |no8 | setembro/2015

Arte na Lata transforma os sonhos em realidade

Amanda Pascoal

Tambor de lixo, botijão de gás, cabo de vassoura e um mestre pra lá de especial fazem parte do dia a dia de alunos Amanda Pascoal | amandapascoal94@gmail.com

“Já sofri, já passei tanta humilhação! Mais consciente sempre firme com os pés no chão. Pobre, negro, então me diz o que será... Mais um prato cheio quando o sistema nos pegar. Não me entreguei, não me abati, não me deixei levar, mais um soldado do meu povo pronto pra lutar”. Esse é o trecho da música “Nos bairros pobres das comu-

nidades”, letra essa que faz parte da realidade de crianças que moram nas periferias de São Paulo, assim como o Maestro Jotta Ribeiro, da ONG Meninos da Lata. Inspirado pelo grupo Bate-Lata, de Campinas, um dos primeiros a utilizar sucata para fazer música, Jotta ficou deslumbrado e decidiu que iria levar a

arte musical para as crianças da sua comunidade. Ajudando os pequenos escrever sua história. “Cabe a nós conscientiza-las de tudo o que fazem da vivência e parte social para que elas não façam coisas erradas”, afirma o músico Jotta. O maestro descobriu que objetos considerados lixo poderiam ser transformados em Amanda Pascoal

Grupo Arte na Lata, acolhe crianças carentes de 5 a 16 anos, na comunidade de Carapicuíba, zona Oeste de São Paulo

batidas, ou seja, o botijão de gás torna-se bateria, tambor aberto imitava sons de surdo, dentre outros. Com o lema: bater na lata para não apanhar da vida, o grupo produz música através de percussão e cantos. As letras conscientizam os jovens sobre gravidez na adolescência, retratam a vida nas comunidades e transmitem a felicidade em tocar na lata. O grupo Arte na Lata utiliza objetos reciclados para os instrumentos musicais, confecção de roupas, bambolês, cabos de vassouras, CD’s, copos plásticos dentre outros utensílios. As apresentações são realizadas em escolas, empresas, eventos e hospitais. O projeto começou nas escolas públicas de Osasco, São Paulo, onde reuniu crianças com idade entre 5 e 16 anos visando estimular a educação e transmitir valores ambientais. Atualmente, a ONG encontra-se também em Carapicuíba, onde os ensaios acontecem no “quintal cultural”, espaço invadido para fins artísticos da comunidade, onde além da Arte na Lata, funcionam outras oficinas, como por exemplo, o de teatro. Crianças encontram refúgio na música e a todo tempo demonstram sua admiração e respeito pelo músico Jotta Ribeiro. “Eu amo o Jotta, ele é divertido e carinhoso com a gente, antes

Maestro Jotta Ribeiro, fundador da ONG Meninos da Lata durante um ensaio do grupo eu não fazia nada em casa e agora tenho uma atividade, tenho mais amigos e para mim tudo o que eu vivo é uma verdadeira arte cultural”, afirma Geovana Pigosso, 11 anos. A ONG Meninos da Lata não recebe ajuda de nenhum órgão público, mas conta com doações. “É um trabalho lindo que mudou a vida dos meus filhos. Eles melhoraram na escola e principalmente saiu das ruas, por isso

ajudo a ONG com o maior prazer, cozinho, faço roupas e tudo o que eles precisarem”, comenta Adriana Rocha, mãe de Thiago e Adrielly. Desde a fundação da entidade, a cada dia tornam-se mais conhecidos, por artistas, empresas. Em 2008 tiveram sua história contata pela UNESCO no livro Dias de Paz e atualmente está concorrendo ao 14º Prêmio Marketing Best Sustentabilidade.

Quer visitar a ONG Meninos da Lata? Horário: Aos sábados das 9h às 12h Endereço: Rua Araguari, 64 - Carapicuíba/SP (Quintal Cultural) Telefone: 99522-9150 vivo | 7775-9780 nextel Site: www.artenalata.org.br

Cemitério da Consolação:

Taynara Duarte

retratos da história brasileira

Sem assombração, o local resgata aspectos fundamentais da sociedade brasileira Taynara Duarte | taynara.jorn@outlook.com - Diga-me uma Avenida famosa na cidade de São Paulo que tenha nome de uma pessoa, questiona Francisvaldo Gomes, mais conhecido como Popó, que é responsável pelas visitas guiadas no Cemitério da Consolação, em São Paulo. - Alcântara Machado, avenida que cruza boa parte da zona leste da capital, respondo. - Antônio de Alcântara Machado faleceu com 34 anos de idade, ele era escritor e escreveu “Brás, Bexiga e Barra Funda”. O artista está enterrado aqui. Rua 7, terreno 10, fala sem titubear. Fundado em agosto de 1858, o Cemitério da Consolação abriga personagens do mundo da arte, da literatura, da política e da luta de classes que. É uma aula de história e de valorização à própria vida. As primeiras pessoas enterradas no local eram os escravos. “Na época, havia apenas placas de madeira, a fim de identifica-los. Essa tradição mudou quando os senhores, donos de escravos, começaram a falecer. Surge então a preocu-

pação em contratar os melhores escultures do mundo”, afirma Popó. O único ex-escravo que ainda se encontra enterrado é Luís Gama, ícone abolicionista, ex-jornalista e poeta. É impossível visitar ao Cemitério e não se surpreender com a sua riqueza arquitetônica. Diversos artistas que marcaram o movimento modernista no Brasil estão enterrados no local, tais como os escritores Oswald de Andrade e Mário de Andrade e a pintora Tarsila do Amaral. O trio marcou a transformação da arte na época. O local é um museu a céu aberto. O mausoléu da família Siniscalchi, por exemplo, é uma réplica miniaturizada de uma catedral gótica e é datado em 1913. O Grande Anjo, do famoso escultor italiano Victor Brecheret que está sobre o túmulo da família Botti é um dos pontos mais procurados pelos visitantes. Com 25 metros de altura, o mausoléu da família Matarazzo, grande empresário da história do Brasil, é um dos maiores da América Latina.

Ao lado dele está o jazigo de Campos Salles, ex-presidente do Brasil. “É diferente, existe uma harmonia capaz de nos levar a um bem-estar que também nos faz refletir sobre a vida”, afirma Paulo Sérgio, gráfico e admirador da arte tumular. Visitas Guiadas Endereço: Rua da Consolação, 1660 - Consolação - São Paulo. Horário: Terças e sextas-feiras, às 9h ou 14h, com duração de 1h30 por visita. Contato para agendamento: assessoriaimprensa@prefeitura. sp.gov.br Obs.: Para fotografar nas dependências do cemitério é necessário autorização prévia. Para mais informações: (11) 3396-3800 Entrada Gratuita;

Mausoléu da família Sinisclachi, de 1913. Está localizada à Rua 37, terreno 1 e 2. Foi construído pela Marmoraria J. Savoia e tem 12 metros de altura

‘Teatro Mágico’ transmite magia em seus shows

Kátia Ramos

Grupo usa artes cênicas para difundir críticas sociais, comove e leva diversão Kátia Ramos | kaka.ramos@terra.com.br

Para quem não conhece a trupe e espera apenas um show, “é de ficar de boca aberta”. No palco cortinas escuras dão um ar de mistério. E uma voz impactante e pulsante chama a atenção do público para o início do espetáculo: “Respeitável público pagão, bem vindo ao Teatro Mágico”. Ao abrir as cortinas, à visão é fascinante, pois as misturas de elementos artísticos os quais mesclam circo, poesia, teatro, literatura e política, encantam todas as faixas etárias. A banda se apresenta com vestes teatrais, o vocalista poeta tem uma dinâmica musical que mistura linguagem verbal e gestual, o qual faz com que os fãs vão ao delírio.

Fernanda Nascimento costureira, fã incondicional do grupo, menciona que os acompanha há dez anos. ”O primeiro encontro com a banda foi quando passeava pelo parque de Santo Andre, vi o show é fiquei deslumbrada, paralisada.” Ela ainda relata que a Ideologia deles é focar sempre no princípio do amor e do bem. ”Quero essa influencia para minha filha Nicolle, a semente que se planta hoje se colhe no futuro e, ela será uma cidadã melhor.” O show promovido pelo Circuito São Paulo de Cultura, e que ocorreu do lado de fora do Centro Cultural da Juventude (CCJ), foi o maior público reunido neste local, cerca de 5.000 pessoas. O cantor Antonelli ressaltou a im-

portância de haver mais shows gratuitos, pois a população precisa de mais entretenimento, “que possam surgir mais iniciativas por parte do governo”. Milton Leite, estudante, que também esteve no show do Teatro Mágico, disse que conheceu o grupo por acaso, há mais ou menos um ano, em uma apresentação na Virada Cultural. Ele já havia ouvido falar da trupe, mas nunca tinha visto o espetáculo pessoalmente. “É algo que impressiona, as letras mexem comigo, pois faz com que eu reflita sobre tudo, cotidiano, realidade e sonhos, pena que são poucos os shows gratuitos, pois nem sempre tenho possibilidade de pagar.”

Apresentação da banda ‘O Teatro Mágico”, no Centro Cultural da Juventude localizado na zona norte de São Paulo A banda tem como princípio a cultura livre, e incentiva a disseminação de seus CDs por meio do Movimento MPB – “Música

Para Baixar”. O grupo é contra a cultura industrial, optou por não se vincular a nenhuma gravadora e se recusa a pagar jabás para

Diagramação e Revisão da página: Amanda Pascoal, Caroline Cestari, Kátia Ramos, Laura Mariana, Natália Barbarino, Taynara Duarte

tocar nas rádios. Apesar disso os espetáculos estão sempre lotados e eles têm mais de 500 mil álbuns vendidos.

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esporte & lazer

ano 22 |no8 | setembro/2015 Patricia Batista

Uma mata Atlântica dentro da metrópole Aberto aos sábados, domingos e feriados, o Parque da Cantareira oferece trilhas e uma vista panorâmica da cidade

Parque Estadual da Cantareira/ Núcleo Pedra Grande

Patrícia Batista | batista.patricia07@gmail.com Com a área com mais de 7 mil hectares, que abrange os municípios de Guarulhos, São Paulo, Caieiras e Mairiporã, o Parque Estadual da Cantareira é dividido em quatro núcleos: Núcleo Pedra Grande, Águas Claras, Engordador e o Cabuçu. O Núcleo Pedra Grande tem três trilhas: Figueiras (1.200m), Bica (1.500m) e a da Pedra Grande (9.500m), onde é possível ter uma vista panorâmica de São Paulo. “É bom estar em contato com a natureza, o ar é purificante. É um lugar que não

costumamos ver em nossa rotina, não parece que você está dentro de uma das maiores cidades do mundo. A paisagem é maravilhosa, isto engrandece a experiência da trilha”, comenta Lucas Bezerra, 21 anos. O Núcleo Engordador também tem três trilhas, da Cachoeira (6.500m), a do Macuco (700m), e a de Mountain Bike (1.400m), com um percurso entre leve e íngreme e é destinada para a prática do esporte. No Núcleo Cabuçu, as trilhas são: Tapiti (250 m), Jagua-

tirica (1.000m), Sagui (730m) e Cachoeira (5.220m). “Fiz a trilha que leva até a Lagoa das Carpas. Achei uma experiência enriquecedora. Recomendo a todos que queiram fazer um programa diferenciado e tranquilo em São Paulo”, diz Danilo de Souza, 20 anos. O Parque da Cantareira também conta com atrativos históricos como a Barragem do Cabuçu, Clarificador, Recanto do Bugio. “É uma atração para todas as idades. Você pode apenas caminhar tranquilamente

e observar a paisagem ou pode optar por um esporte radical. Além disso, quem prefere um passeio mais instrutivo pode visitar os atrativos culturais do Parque”, comenta Caroline Passos, 32 anos. Declarado Reserva da Biosfera do Cinturão Verde pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) em 1994, o parque é um fragmento da Mata Atlântica e abriga de espécies de fauna e flora, como bugio, preguiça, serelepe, qua-

ti, jararaca, suçuarana, macaco prego, macaco sauá. Entre as espécies de flora estão: samambaiaçu, figueira, jacarandá, embaúba, tapiá mirim, palmito, cedro rosa, incluindo alguns que estão na lista de espécies ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo. O Parque Estadual da Cantareira é vizinho do Parque Horto Florestal, e sua sede fica localizada na Rua Horto, 1799, em São Paulo. O Parque funciona aos sábados, domingos e feriados, das 8h às 17h. Possui área

para piquenique, entretanto é necessário que os visitantes levem lanche, já que o não existe lanchonete no local. O preço do estacionamento entre R$ 6,00 para carros e R$ 4,00 para motos. O valor do ingresso é de R$ 12,00, estudantes com carteirinha pagam meia entrada. Menores de 12 anos e maiores de 60 tem entrada franca. . Para mais informações, ligue (11) 2203-3266, (11) 2401-6217 e (11) 2995-3254 ou acesse www.ambiente.sp.gov. br/parque-da-cantareira.

sobre 4 rodinhas: São Paulo de tirar o folêgo Esporte Saiba onde andar de skate na capital Além da correria, as paisagens vistas de cima podem te deixar de boca aberta

Amanda Esteves

A marquise do Parque Ibirapuera, a Praça Roosevelt e o Parque da Juventude são alguns dos locais mais populares tanto para amadores quanto para profissionais Eduardo Silva

Vista do prédio do Banespa

Rafael Gama no Parque da Juventude

Amanda Esteves | amandaec_hotmail.com Você já parou para imaginar como deve ser a imensidão da cidade de São Paulo vista por um ângulo muito mais favorável do que suas próprias ruas? Na correria do dia a dia, nos habituamos a passar por imensos prédios do solo, sem nos dar conta de que, apesar deles ocultarem uma visão mais ampla, neles nós temos vistas privilegiadas. Quando falamos de clássicos, não podemos deixar de citar um dos prédios mais famosos de São Paulo: o edifício Altino Arantes, mais conhecido como Banespão. Dele, podemos ver o Mercado Municipal, a Catedral da Sé e até mesmo a Serra do Mar. Além da paisagem, o prédio também possui um museu com toda a sua história. Outro marco da cidade é o Copan, edifício com cerca de 115 metros de altura, foi projetado por Oscar Niemeyer na década de 60, lembrado por sua

forma em “s”. A partir dele podemos ver a Rua da Consolação, todo o centro de São Paulo e os bairros que o cercam. Luís Felipe é guia de passeios turísticos há 5 anos e fala sobre a diversidade de pontos da cidade dando, inclusive, uma dica bem interessante. “Quando você se propõe a andar por uma cidade como São Paulo, você deve se dispor a olhar para cada detalhe possível. Mas você não precisa ir tão alto, basta dar uma paradinha de 5 minutos alí no Viaduto do Chá, por exemplo, e observar a sua volta e até onde sua visão pode chegar. É um certo alívio em meio ao caos, é quase uma outra vida”, explica ele. Se você gosta de algo mais natural, o Pico do Jaraguá é um dos pontos mais bonitos para se ver a cidade de cima. Por ele, é possível enxergar o Memorial da América Latina, o prédio do

Correio, a Avenida Paulista e outros pontos diversos. Mas se você quiser mesmo aproveitar a natureza, faça uma trilha com cerca de três quilômetros no Parque da Cantareira e você chegará à Pedra Grande, de onde podemos ver a cidade a partir da zona norte e presenciar um pôr-do-sol incrível. Elizabeth Ferreira da Silva, 46, já visitou mirantes e fez trilhas em parques por toda a capital e, para ela, não há jeito melhor de ver a cidade de outro modo. “Fiz secretariado e passei a vida toda em escritórios, praticamente. Achar uma trilha em São Paulo, poder entrar em contato com a natureza, chegar lá em cima e ver aquela loucura imensa de um modo tranquilo, pelo menos por algumas horas, é algo que muda toda a sua concepção a respeito da cidade”, afirma a secretária.

Eduardo Silva | eduardo_x2@hotmail.com São Paulo tem uma grande quantidade de locais para se andar de skate. A urbanização da cidade, completamente composta por asfalto e cimento, oferece diferentes opções para a prática do esporte, seja em espaços próprios ou em locais públicos. A Avenida Paulista, por exemplo, é uma boa opção para andar de skate à noite, quando não há mais movimento intenso de pedestres. A marquise Parque Ibirapuera é liberada para o skate de segunda a sábado dentro das áreas marcadas e aos domingos e feriados até às 12h e após as 18h. É comum ver os skatistas dividindo o espaço com quem anda de patins ou de bicicleta. A prática do longboard, por sua vez, deve ser feita em locais reservados como a ladeira do Bosque das Araucárias e a Alameda do Lago.

Como chegar? • O Banespão é na Rua João Brícola, 24, no Centro de São Paulo. A melhor forma de chegar até ele é pelo Metrô São Bento. As visitas acontecem de segunda à sexta, das 10h às 15h, são monitoradas e gratuitas.

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“Eu frequentava uma pista de Itaquera, onde foi realizado o DC King (evento internacional), mas ela foi demolida, então para compensar isso, podemos dizer que reformaram a Praça Roosevelt. Mas para mim, o melhor lugar de São Paulo é o Mogi Skate Park, em Mogi das Cruzes. É um espaço bem amplo com três tipos de pista para vertical, street e quarters”, comenta Rafael Gama, skatista. A Praça Roosevelt, principalmente após a reforma da pista feita pela Prefeitura de São Paulo em 2014, tornou-se um point para os skatistas. O espaço tem solo liso, bancos, bordas, escadas e corrimãos disponibilizados para a prática do skate. Além disso, possui policiamento e fácil acesso ao Metrô.

Outro local bastante popular é o Parque da Juventude. Suas pistas foram construídas para a prática das modalidades street e vertical e, principalmente aos finais de semana, são visitadas por jovens e adultos, amadores ou iniciantes. Já para a prática do downhill, o local ideal é o Parque da Independência que atrai skatistas devido às suas longas ladeiras. A ladeira principal é liberada das 5h às 12h e após as 17h. “O Parque da Juventude é um espaço agradável porque, além de andar de skate, você também pode trazer sua família para cá. Eu gosto pistas onde eu me sinto mais à vontade, diferente dos skatistas mais jovens, que estão sempre querendo conhecer pistas novas”, afirma Rodrigo Costa, de 40 anos, que pratica o esporte desde os 15 anos.

Os “points” do skate em Sampa • O Copan é na Avenida Ipiranga, 200, Bloco S e a melhor forma de chegar até ele é pelo Metrô República. As visitas são gratuitas e acontecem de segunda à sexta em dois horários: das 10h às 10h30 e das 15h às 15h30. É necessário chegar com 10 minutos de antecedência e grupos com mais 10 pessoas devem agendar a visita por telefone.

• O Pico do Jaraguá é na Rua Antônio Cardoso Nogueira, 539, Vila Chica Luisa. Pode-se chegar até lá por uma via asfaltada (Estrada Turística do Jaraguá) e através da Trilha do Pai Zé (1450 metros de extensão).

Diagramação e Revisão da página: Eduardo Silva, Amanda Esteves, Thais Noleto, Patricia Batista, Lais Souza

• Parque Ibirapuera: Av. Pedro Álvares Cabral, s/n – Vila Mariana. Metrô mais próximo: Estação Ana Rosa ou Estação Brigadeiro. • Mogi Skate Park: Av. Professor Ismael Alves dos Santos, 560 – Mogi das Cruzes. Fácil acesso pela estação Estudantes da CPTM. • Parque da Juventude: Av. Cruzeiro do Sul, 2630 – Santana. Ao lado do Metrô Carandiru.

• Praça Roosevelt: Praça Franklin Roosevelt, s/n – Consolação. Fácil acesso pelo Metrô República ou Metrô Anhangabaú. • Parque da Independência: Avenida Nazareth, s/n – Ipiranga. Metrô mais próximo: Estação Alto do Ipiranga.


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