A Beautiful Horizon: The Arts of Minas Gerais, Brazil

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primeira a receber uma concessão em 1910; em 1918, um capitalista americano, Percival Farquahar, assumiu a direção da companhia. A Itabira acabaria se tornando a Vale do Rio Doce, uma das maiores companhias de mineração do mundo. Em 1921, com capital da França, Bélgica e Luxemburgo, fundou-se a Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira em Sabará; foi o primeiro conglomerado da indústria pesada no Brasil. Durante a Segunda Guerra Mundial, o presidente brasileiro Getúlio Vargas aproveitou o interesse que o governo americano tinha no Brasil como aliado e negociou o financiamento para a construção da Companhia Siderúrgica Nacional; por motivos políticos a companhia foi sediada em Volta Redonda, Rio de Janeiro, mas dependia totalmente do ferro de Minas. Em 1938, o governo concedeu o status de centro industrial à cidade de Contagem, próximo a Belo Horizonte; os incentivos e vantagens que acompanhavam a concessão atraíram muitas empresas para a área e Belo Horizonte tornou-se o centro econômico de Minas Gerais.

O legado barroco de Minas Gerais Da exploração de recursos naturais a expressões artísticas e religiosas A área do estado de Minas Gerais, que é separada dos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro por uma cadeia de montanhas, permaneceu inexplorada durante muito tempo. Os bandeirantes, incentivados pela Coroa Portuguesa, foram os primeiros a chegar a Minas. Eles eram os organizadores das bandeiras, expedições particulares que exploravam as terras do interior do Brasil em busca de ouro durante o século XVII e início do século XVIII, e eram assim chamados devido às bandeiras que carregavam para se identificar. Essas expedições tiveram seu início em 1674, mas somente por volta de 1693 foram feitas as primeiras descobertas de ouro; Fernão Dias Pais foi o bandeirante que explorou a região com mais freqüência (hoje, em sua homenagem, a principal rodovia de Minas Gerais que conecta Belo Horizonte a São Paulo leva seu nome). De 1708 a 1710, violentas batalhas foram travadas entre os bandeirantes de São Paulo (os paulistas), que reivindicavam direitos sobre as reservas de ouro descobertas, e os portugueses e outros brasileiros (a quem os bandeirantes chamavam de “emboabas”), que desejavam seu quinhão do ouro; o episódio ficou conhecido como a Guerra dos Emboabas, e ao final os paulistas foram derrotados. De 1693 a 1720, a população de Minas Gerais cresceu muito rapidamente; em 1720, os portugueses declararam Vila Rica capital de Minas (hoje, a cidade é chamada de Ouro Preto). Os primeiros anos do século XVIII assistiram a uma corrida ao ouro de Minas Gerais. Populações de outras áreas do Brasil (particularmente Bahia e Rio de Janeiro) convergiram para as minas; o governo central em Lisboa teve de promulgar uma legislação para impedir a emigração de portugueses para o Brasil. Do século XVIII em diante, as minas ao redor de Ouro Preto transbordavam de ouro e pedras preciosas. O topázio imperial tornou-se a pedra emblemática do Brasil (ver boxe). Muitas cidades compartilharam da riqueza de Minas. Até o início do século XVIII, a cidade de Tiradentes era apenas um povoado chamado Ponta do Morro. Em 1702, João de Siqueira Ponte, juntamente com Tomé Portes, descobriram ouro nos riachos dos arredores. A corrida ao ouro daí resultante logo transformou o lugar em um núcleo mais importante. Pouco tempo depois, o nome do povoado

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