Revista Aviação Agrícola - Edição 4 - junho/setembro 2019

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Uma das principais lideranças agrícolas no Congresso agora de casa nova no Parlamento Com uma trajetória de cinco mandatos seguidos na Câmara dos Deputados, o senador gaúcho LUÍS CARLOS HEINZE vem de pelo menos quatro gerações de agricultores e teve toda sua formação ligada ao campo, desde os bancos escolares até a política e conhecendo a aviação agrícola

E

ntre as poucas unanimidades no Congresso Nacional, uma delas é a de que o senador gaúcho Luís Carlos Heinze (PP), 68 anos, é uma das vozes mais atuantes do setor primário no parlamento federal. E não podia ser diferente. Nascido em Candelária, no centro do Estado, descendente de imigrantes alemães que chegaram no Brasil no século 19 – e de pelo menos quatro gerações de agricultores, Heinze teve formação agrícola desde o antigo curso ginasial (hoje o equivalente às séries finais do Ensino Fundamental), passando pela escola técnica e chegando à faculdade de Agronomia. Há 45 anos firmou-se como produtor e liderança rural na Campanha Oeste gaúcha, ainda antes de entrar para a política. Nos anos 80, participou de movimentos por melhores políticas de mercado e integrou a Comissão de Crédito da Federação da Agricultura do Estado (Farsul). Entre 1993 e 1996, foi prefeito de São Borja, época em que, em 1995, liderou uma comitiva de prefeitos gaúchos a Brasília para apoiar os parlamentares ruralistas.

O senhor vem de uma família com raízes no campo desde imigrantes alemães que chegaram na metade do século 19. Como foi o seu primeiro contato com a terra? Luís Carlos Heinze - A ligação com a terra é um legado herdado de meu trisavô, oriundo da Alemanha em 1853. A propósito: todas as gerações que me antecederam vieram do campo. Desde guri, senti essa mesma afeição. Na juventude, fiz o ginásio agrícola em Candelária, ingressei no colégio técnico de Alegrete e, anos mais tarde, me formei em Engenharia Agronômica em Santa Maria. Formado em Agronomia, o senhor foi trabalhar em São Borja, onde se tornou também liderança do agronegócio. O que aconteceu até essa fase e como foi essa

Em 1998, elegeu-se deputado federal pela primeira vez, cumprindo cinco mandatos, até o ano passado – o último deles como o mais votado no Estado. Como senador, também foi o mais votado em 2018, conquistando uma das duas vagas gaúchas para a casa. Assumiu este ano a vice-presidência pelo Senado da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) – que reúne 257 parlamentares das duas casas do Congresso Nacional. Heinze conhece a aviação agrícola desde os anos 70 e há mais de uma década tem dado voz ao setor em Brasília, tanto na busca por políticas que valorizem a ferramenta para a produtividade e sanidade das lavouras como pela sua precisão nas operações. Além do esforço para rebater estereótipos contra a aviação, tomou para si o papel de um dos principais interlocutores do setor aeroagrícola com órgãos federais – em demandas diversas, desde políticas para segurança operacional até incentivos para renovação da frota. Confira a entrevista:

Construí meu sustento fora da política. (...) Se estou na vida pública, é para servir ao desenvolvimento econômico e social

mudança? Luís Carlos Heinze - Depois de consolidar meu próprio escritório de planejamento e assessoria técnica, em São Borja, adquiri algumas glebas de terra e cabeças de gado em 1974. Além de técnico e líder classista junto a produtores, cooperativas e sindicatos, ali eu também me tornava um produtor rural. Eu, no entanto, construí meu sustento fora da política. E digo isso para mostrar que, se estou na vida pública, é para servir ao desenvolvimento econômico e social do nosso Estado e do País. Como foi seu ingresso e os primeiros passos na política? Quem lhe inspirou? Luís Carlos Heinze - Minha trajetória política iniciou, em 1989, pelas mãos do saudoso Juca Alvarez, então prefeito de São Junho a setembro de 2019 AvAg 25


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