Hoje Macau 08 AGO 2011 #2427

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6 Virginia Leung

virginia.leung@hojemacau.com.mo

O

novo sistema de funcionamento da rede pública de autocarros ainda não está a andar sobre rodas. A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) procedeu a uma vistoria na paragem de autocarros da Praça de Ferreira do Amaral para ver como estava a correr a coisa. E descobriu que dois dos itinerários – 3 e 11 – não estavam a ser servidos com a frequência definida. Uma das soluções poderá passar pela limitação do número de veículos particulares a circular. “Sob o novo modo de operações, actualmente as carreiras 3 e 11 ainda não estão a alcançar os padrões”, admitiu Wong Wan, director da DSAT, deixando a garantia de que o novo operador, responsável por essas rotas, estava comprometido em pôr cobro à situação. “A Reolian vai melhorar na próxima semana”, avançou o responsável, indicando que, da parte da DSAT, já tinham sido dado instruções à Reolian para que aumentasse o número total de autocarros a operarem os dois itinerários em causa, de forma a cumprir o plano de frequência definido. “Para os restantes percursos, a optimização irá prosseguir, com a DSAT a tentar melhorar os horários dos autocarros e a planear frequências especiais para transportar mais passageiros em horas de ponta”, avançou Wong Wan. “A DSAT está actualmente a avaliar a implementação de diversas medidas da Rua do Campo à Avenida do Infante D. Henrique”, acrescentou, referindo ainda que as estimativas eram para ir ajustando gradualmente os percursos de autocarros ao longo de um ano, de acordo com a situação no momento. “A DSAT irá tentar desviar os autocarros para percursos exteriores, ao mesmo tempo em que cuida da conveniência da população, de forma a aliviar a pressão do trânsito na Zona Central.”

SOCIEDADE DSAT estuda limitação do trânsito a carros privados

Autocarros abaixo do esperado VIRGINIA LEUNG

SEGUNDA-FEIRA 8.8.2011

OS CARROS PRIVADOS É QUE PAGAM

De acordo com Wong Wan, a DSAT está a começar a estudar limitações para o aumento do número de carros particulares e espera conseguir sensibilizar a sociedade para chegar a um consenso. “Para o novo modo de operação dos transportes públicos, a frequência dos autocarros aumentou cerca de 20%, estando ainda por alcançar o objectivo dos 40%”, afirmou

o responsável, lembrando que os engarrafamentos deviam ser combatidos passo a passo, com o controlo gradual do tráfego a veículos privados. “As medidas concretas incluem a cobrança de taxas e outras medidas para restringir o acesso a zonas movimentadas e o aumento

do imposto automóvel e outros custos, etc...” O director da DSAT sublinhou ainda que o organismo iria tentar obter consenso para que no próximo ano, através de vários métodos, possa ser restringido o aumento de veículos a circular, além de coordenar com o Metro para acelerar o processo para

ajudar a resolver os problemas de trânsito em Macau.

SORRISO AMARELO COMO OS TÁXIS

Entretanto, Wong Wan também se referiu à situação dos táxis amarelos, que prestam o serviço de rádio-táxi, lembrando que o contrato de con-

cessão estava no fim. “Embora os padrões do serviço tenham vindo a aumentar, ainda não há consenso. O Governo gostaria de reforçar o serviço para cidadãos idosos e pessoas deficientes, por isso foi sugerido ao Governo que assinasse um contrato de curto prazo, que se espera venha a ser aprovado em breve”. Wong referiu ainda que seria discutido continuamente com a Companhia Vang Iek Rádio-táxi a optimização do serviço; e que, se o serviço continuasse abaixo dos padrões consensuais, a DSAT deveria avançar para o acompanhamento através dos meios judiciais necessários, de forma a garantir que os serviços de táxi não seriam influenciados. A respeito dos táxis amarelos, a deputada da Assembleia Legislativa (AL) Kwan Tsui Hang lembra que, em geral, os residentes não estão satisfeitos com o serviço prestado pelos rádio-táxis, ou seja, é difícil conseguir chamar um táxi por telefone. Criticando a Vang Iek Rádio-táxi por não conseguir prestar o serviço de acordo com os requisitos do contrato, a parlamentar defendeu que o Governo não poderia rejeitar a renovação do contrato e que renovar o vínculo com acordos de franquia de curto prazo não era solução. De forma a mudar a má atitude verificada na prestação de um serviço medíocre pela empresa em causa, o Governo deveria abrir o mercado dos “rádio-táxis” e importar concorrência, defendeu Kwan. A deputada recordou que a Vang Iek estava a operar como uma empresa, sem se preocupar com os interesses da população, pelo que o Governo deveria aprender a lição e tratar de ter tudo bem definido, com requisitos e obrigações bem claros, ao estabelecer o novo contrato. Entretanto, outro deputado, o pró-democrata Au Kam San, apresentou uma interpelação escrita na sexta-feira passada, relativamente à falta de motoristas para as companhias de autocarros. O representante da Associação Novo Macau Democrático criticou o novo operador por não estar a trabalhar bem. A Reolian, referiu, não está a cumprir com o contrato estabelecido por não ter conseguido contratar recursos humanos suficientes. Mas, para Au, a desculpa não chega, e a empresa foi irresponsável ao candidatar-se ao serviço público antes de ter um conhecimento abrangente do mercado.


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