Hoje Macau 5 NOV 2013 #2967

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CHINA

hoje macau terça-feira 5.11.2013

PEQUIM EXIGE EXPLICAÇÕES AOS EUA SOBRE ESPIONAGEM

Cinco olhos A China exigiu explicações dos Estados Unidos depois do jornal Sydney Morning Herald ter denunciado a possível colaboração da Austrália com os EUA para reunir informações de inteligência de países asiáticos. Citando documentos de Edward Snowden e de uma ex-autoridade ligada à espionagem australiana, o jornal denunciou que as instalações dentro de embaixadas australianas na Ásia estariam a ser usadas para interceptar ligações telefónicas e de dados, em cooperação com os EUA. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China incentivou outros governos estrangeiros a não utilizarem as suas instalações diplomáticas a fim de não prejudicar a segurança nacional do país. “A China está extremamente

preocupada com este relatório, já fez representações contra os EUA e exigiu que o país norte-americano esclareça os factos”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying. O porta-voz exigiu ainda que as embaixadas estrangeiras na China respeitem a Convenção de Viena e outros tratados e “não se envolvam em quaisquer actividades que não estejam de acordo com o seu estatuto ou que prejudiquem a segurança e os interesses da China”. Segundo o jornal, as embaixadas da Austrália envolvidas na espionagem estariam em Jacarta, Banguecoque, Hanoi, Pequim e Dili, em Timor Leste, e também em Kuala Lumpur e Port Moresby, na Papua Nova-Guiné. As embaixadas dos Estados Unidos, Reino Unido, Austrália,

Acabaram transplantes de órgãos de prisioneiros executados

A

Nova Zelândia e Canadá abrigariam secretamente equipamentos de vigilância para colectar comunicações electrónicas. Estes países teriam um acordo de partilha de informações de segurança conhecido como “Five Eyes” (cinco olhos, em tradução livre). Na Indonésia, o embaixador australiano Greg

XINJIANG CHEFE MILITAR AFASTADO DO PARTIDO

Vítima do atentado O Partido Comunista chinês afastou das suas fileiras o comandante militar de Xinjiang depois de um atentado em Pequim oficialmente atribuído a habitantes desta região de maioria muçulmana do noroeste da China, informou domingo a imprensa local. Peng Yong, que foi nomeado em Julho de 2011 como comandante militar da região do Xinjiang, foi demitido das suas funções de membro do Comité Permanente do Partido Comunista chinês desta região, informou o Diário do Xinjiang. O jornal oficial não precisa a razão do afastamento de Peng, mas ele surge menos de uma semana depois de um atentado ocorrido na praça Tiananmen, em Pequim. Depois de perder a sua posição no Partido Comunista do Xinjiang, o general Peng deverá ser afastado das suas responsabilidades militares na região. Segundo a polícia chinesa, três

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uigures do Xinjiang conduziram na segunda-feira da semana passada um veículo carregado com botijas de gás contra a entrada da Cidade Proibida, num ataque que causou a morte a duas pessoas, bem como aos três ocupantes do veículo, e 40 feridos. Mais de 50 pessoas foram detidas no Xinjiang, segundo um grupo de defesa dos uigures citado pela agência AFP. Xinjiang, que confina com o Afeganistão, Paquistão e três ex-repúblicas muçulmanas da Ásia Central, tem sido palco de confrontos violentos, que causaram dezenas de mortos em Abril, Junho e Agosto e que as autoridades atribuem normalmente a “terroristas” ou “separatistas”. Algumas organizações que advogam a “jihad” no Xinjiang estão ligadas à Al-Qaeda e os seus membros receberam treino militar no vizinho Afeganistão, afirmam as autoridades chinesas.

Explosão em fábrica de pirotecnia causou 11 mortos

A polícia chinesa deteve duas pessoas na sequência de uma explosão ocorrida na sexta-feira numa fábrica de fogo-de-artifício na província chinesa de Guangxi que causou 11 mortos e 17 feridos, informou a agência oficial Xinhua. O gerente e representante legal da fábrica foram detidos, indicou a Xinhua, sem precisar a causa da explosão.

Moriarty disse, numa nota, que tomou conhecimento da situação e vai apresentar um relatório em Camberra, capital da Austrália. O Departamento de Relações Exteriores e Comércio recusou-se a comentar as alegações, enquanto o primeiro-ministro australiano, Tony Abbot, disse que o governo não infringiu nenhuma lei.

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China, o único país que ainda retira sistematicamente órgãos de prisioneiros executados para operações de transplante, planeia acabar com esta prática polémica prática até meio do próximo ano, afirmou este sábado uma autoridade responsável. Até meados de 2014, todos os hospitais licenciados para transplantes terão que interromper a utilização de órgãos de pessoas executadas e utilizar apenas os que forem doados voluntariamente e registados no sistema nacional, afirmou Huang Jiefu, ex-vice-ministro da Saúde, que actualmente coordena a reforma no sistema de transplantes. A oferta de órgãos é escassa na China, em parte por crenças tradicionais de que o corpo deve ser cremado e enterrado intacto. Cerca de 300 mil pacientes entram todos os anos na fila de espera para transplantes, e apenas

um em cada 30 consegue realizar a cirurgia. A escassez alimentou o tráfico de órgãos, e em 2007 o governo proibiu doações de pessoas vivas, excepto cônjuges e parentes de sangue ou integrantes adoptados na família. Huang, um cirurgião de transplantes formado na Austrália, admitiu que o problema do mercado negro de órgãos não será fácil de ser resolvido na China. “O comércio ilegal de órgãos será inevitável na sociedade chinesa ainda durante muitos anos. A grande procura é uma das causas. Enquanto houver uma diferença entre a oferta e a procura, o tráfico ilegal de órgãos não vai desaparecer, mas o governo continuará a combatê-lo”, afirmou.


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