Hoje Macau • 2010.11.24 #2257

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Julião, para o ano vem cá o Gilberto Gil.

a fechar

Uau! Macau vai virar o Sítio do Pica-pau...

!!!

Dívida Juros ibéricos sobem com especulação Depois da Grécia ter recebido ajuda internacional, seguiu-se a Irlanda, com Dublin a pedir ajuda financeira. Os mercados estão agora a especular em torno de Portugal, que tem sido apontado como o próximo alvo, e em torno de Espanha. E essa especulação está a reflectirse nos juros da dívida dos dois países. Em Portugal, a taxa de juro das obrigações a 10 anos sobe 15,9 pontos base para 6,880%, o que corresponde a um prémio de 430 pontos base face às “bunds”, numa altura em que as taxas de juro das obrigações alemãs estão a descer 7,5 pontos base para 2,575%, segundo os preços genéricos da Bloomberg. Já a “yield” das obrigações a 10 anos de Espanha estão a subir 14,8 pontos base para 4,886%, uma evolução que se acentuado nos prazos mais curtos, de acordo com os preços genéricos da Bloomberg. Na dívida a cinco anos a subida é de 16,6 pontos base para 4,248% e o juro da dívida a dois anos aumenta 27,0 pontos base para 3,257%.

SIDA Portugal tem mais pessoas infectadas

Em Portugal estima-se que vivam 42 mil pessoas com o vírus da imunodeficiência humana (VIH), responsável pela SIDA. Um valor que coloca o país como o terceiro com maior taxa de prevalência da infecção em adultos na Europa Ocidental e Central, logo depois da Estónia e da Letónia. Os dados fazem parte do Relatório Global da ONUSIDA - Epidemia da sida, divulgado ontem, e que neste campo volta a confirmar que o país está em contracorrente com a tendência mundial: pela primeira vez, desde 1999, o número de novos doentes a nível mundial diminuiu 19%, passando de 3,1 milhões de pessoas para 2,6 milhões em 2009. Em Portugal, pelo contrário, o número total de infecções (prevalência) subiu de 31 mil pessoas para 42 mil (35%), das quais 13 mil são mulheres, indica o documento. Aliás, a diferença entre homens e mulheres está também espelhada no risco de contrair VIH, que nos homens é de 25% e nas mulheres baixa para dez.

Papa Homossexualidade contra vontade de Deus

A homossexualidade é injusta, opõe-se à vontade de Deus e é inconciliável com a vocação sacerdotal, estima o Papa Bento XVI em seu livro-entrevista apresentado ontem à imprensa, "Luz do Mundo". "Enquanto seres humanos (os homossexuais) merecem respeito (...) não devem ser rejeitados por causa disso. O respeito ao ser humano é fundamental e decisivo", afirma ele. "Mas isto não significa que a homossexualidade seja justa. Ela permanece como qualquer coisa que se opõe à essência mesma do que Deus quis na origem", precisa ele. Bento XVI exprime-se de forma mais específica no livro, considerando que a "homossexualidade não é conciliável com a vocação sacerdotal". Senão, "correríamos um grande risco de fazer do celibato uma espécie de pretexto para fazer entrar no sacerdócio pessoas que não podem se casar", acrescentou. A uma pergunta sobre a existência de uma homossexualidade nos "mosteiros, entre os religiosos", que talvez não seja vivenciada ou praticada", o papa respondeu: "as pessoas em questão devem, pelo menos tentar activamente não se dominar por esta tendência, a fim de permanecerem fiéis à missão inerente a seu ministério".

... amarelo quarta-feira 24.11.2010

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Não há consenso, não há democracia, nem é o momento para uma reforma

Reforma não é oportuna Kahon Chan Vanessa Amaro

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A sessão de pergunta-e-resposta com Florinda Chan na Assembleia Legislativa começou ontem com o democrata Au Kam San a bater na mesma tecla desde 2004: a reforma política. O deputado questionou a secretária para a Administração e Justiça sobre os planos para se levar a cabo uma grande auscultação pública para que se saiba, de uma vez por todas, se a população quer a implementação do sufrágio universal. “Os governantes incompetentes escondem-se por detrás da falta de consenso para não fazerem nada. Queremos a democratização o quanto antes”, argumentou o deputado no pontapé de saída de discussão das Linhas de Acção Governativa para 2011. Ao retorquir, Florinda Chan não quis alongar-se no tema, tampouco apresentar resultados concretos, como o Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, havia informado há duas semanas. “Quanto à reforma política temos de continuar a ouvir mais opiniões para reunir consenso social e se avançar com um novo passo”, disse a responsável pela pasta da Administração e Justiça. As respostas vagas, segundo Florinda, devem-se ao facto do “momento não ser oportuno” para apresentar uma solução. “Há também necessidade de se realizar o trabalho gradualmente”, acrescentou a secretária, salientando que o Governo está a dar prioridade ao “interesse geral e qualidade de vida da população” e que o “consenso social aponta para a concretização” das políticas anunciadas pelo Governo. Sem especificar como o Executivo tem recolhido opiniões sobre a matéria, Florinda Chan alertou que Macau não pode importar a experiência de Hong Kong, que viu este ano aprovada uma reforma política para 2012, embora o sufrágio universal não esteja previsto antes de 2017. “Académicos, especialistas, políticos manifestaram opiniões, algumas apontam para a necessidade de se avançar com um grande passo nesta matéria, como aconteceu em Hong Kong, mas será que temos de seguir o exemplo de Hong Kong?”, questionou a secretária.

AdeputadaAngela Leong concordou com a secretária e apontou que Macau só deve avançar apenas após consenso. “Se não há apoio da população, não haverá um desenvolvimento sustentável do novo sistema político”, mencionou, a pedir ponderação para que a mudança fosse feita passo a passo. Florinda Chan alertou que a transição de Hong Kong para a China aconteceu “dois anos antes do que Macau [em 1997] e a Lei Básica de Macau, quanto à constituição da Assembleia Legislativa, é diferente da de Hong Kong” ao considerar que a mini-constituição “está concebida de acordo com a realidade do território”. Au Kam San, que já na segunda-feira tinha referido que se o Governo promoveu uma eleição para os nomes dos pandas também deveria fazer o mesmo com os altos cargos políticos, não ficou satisfeito com a resposta que ouviu. O deputado frisou que “o consenso não cai do céu e necessita de trabalho do Governo”. Em declarações ao Hoje Macau, o democrata mostrou-se céptico sobre a vontade de se avançar para a democratização. “Tenho receios de que se o Executivo seguir as recomendações feitas pelos conselhos eleitorais nem um único passo em frente será dado”, apontou. Kwan Tsui Hang não planeava abordar o tema “democracia” na sua intervenção de ontem, mas não resistiu em fazê-lo ao ouvir as respostas da secretária às questões levantadas por Au Kam San. “Passados 11 anos, chegou o momento de avaliarmos o nosso sistema político. Podemos perder aqui o tempo que for a falar do tema, mas é chegada a hora de deixar a população pronunciarse”, afirmou. A deputada criticou a falta de

mais informações como os prós e os contras de todos os tipos de sistemas eleitorais. “Quando a informação está disponível, mais pessoas podem debater de forma racional e com base nas circunstâncias realistas de Macau. O Governo pode fazer mais nesse sentido”, disse Kwan. O democrata Ng Kuok Cheong, que fechou a reunião de ontem com momentos divertidos (ver texto da página 4), também considerou que o território precisa pub

estar melhor informado sobre a reforma política para permitir a expressão livre de pontos de vista. “De outra maneira, o Governo irá apenas ouvir uma objecção de democracia.” Florinda Chan reconheceu que o Governo é o responsável pela promoção da reforma política. “É nosso dever fomentar um intercâmbio com todos os lados e com a juventude. As novas tecnologias e a Internet vão ser adoptadas para encorajar uma discussão racional sobre o tema”, referiu, sem nunca mencionar uma calendarização ou planos concretos para a recolha de opinião. Outros deputados, como Angela Leong, Ho Sio Kam e Tsui Wai Kwan defenderam a necessidade de o Executivo apostar no reforço da educação cívica para contrariar a fraca participação política dos residentes de Macau e reunir consenso social para, “passo a passo”, aplicar uma reforma política.


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