Hoje Macau • 2011.01.24 #2295

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Quadrilha de contrabandistas desmantelada

segunda-feira 24.1.2011

As polícias alfandegárias de Hong Kong e Macau, em acção conjunta, conseguiram desmantelar uma quadrilha que se dedicava à venda de produtos falsificados na Internet, noticiou a rádio-televisão RTHK, de Hong Kong. Numa rusga efectuada dentro do território de Macau, os agentes apreenderam mais de 90 imitações de malas de marca, num valor total de mais de 600 mil patacas, depois de receber informações fornecidas pelos colegas de Hong Kong. Três suspeitos foram detidos. De acordo com os investigadores, mais de cinco mil transacções terão sido realizadas até à data através do site na Internet operado pelo bando, ascendendo a mais de seis milhões de patacas.

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Presidenciais | Problemas burocráticos afectam as eleições

Gonçalo Lobo Pinheiro glp@hojemacau.com.mo

Comparemos Macau com outra região em Portugal. Se todos os recenseados do território tivessem votado nestas eleições presidenciais teria o mesmo peso que toda a população da vila portuguesa de Idanha-a-Nova, ou seja, 11 mil habitantes, o número aproximado de recenseados no território e em Hong Kong. Ontem, no entanto, só 355 eleitores rumaram às urnas – a metade do número das últimas eleições que elegeram Cavaco Silva como presidente, em 2006. A realidade afigurou-se a mesma que na vila beirã ou pior. De acordo com os dados de 2006, o desinteresse popular pelas eleições foi notório. Nesse ano apenas votaram 798 pessoas dando, na altura, 523 votos a Cavaco Silva, 147 a Mário Soares e 58 a Manuel Alegre. Os restantes candidatos não chegaram às duas dezenas de votos, menos que os 22 votos em branco. A ajudar à festa durante

Macau como Idanha

o acto eleitoral de ontem ocorreram pequenos problemas relacionados com recenseamento e documentos recentes renovados em Portugal. “Houve pessoas que quiseram vir votar e verificaram que não estavam recenseadas por causa de questões relacionadas com

documentação emitida em Portugal”, revelou o cônsulgeral de Portugal em Macau e Hong Kong, Manuel Cansado de Carvalho. E contra esses problemas nada houve a fazer. “No dia das eleições não há nada que possa ser feito, pois é proibido mexer nos cadernos elei-

Conselho das Comunidades critica falta de AUTONOMIA

Orçamento comum não dá “Estamos no mesmo saco de outros organismos e instituições, o que não nos permite perceber claramente qual o dinheiro disponível para actuar”. É assim que Fernando Gomes, presidente do Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas, caracteriza o actual modo de funcionamento do orçamento disponibilizado para as Comunidades Portuguesas. Em declarações à Lusa, o responsável disse ser necessário criar um orçamento próprio e formas de financiamento bem definidas, de forma a que se possa “delinear as suas actividades e os propósitos para que foi criado”. O Conselho funciona com por direito específico e estipulado por lei e tem deter-

minadas responsabilidades, pelo que “têm que ser criadas as condições possíveis” para o seu bom funcionamento. Também a recusa do Governo português em incluir dois membros deste Conselho no Conselho Nacional da Educação foi criticada, já que, defende Fernando Gomes, “a educação é uma matéria que deve ser discutida por todos, dado que as políticas formuladas em Lisboa afectam as escolas nas comunidades do exterior”. Fernando Gomes partiu ontem para Lisboa, onde participa numa reunião do Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas de 26 a 28 de Janeiro, com vista a preparar os temas que serão discutidos em plenário.

MISSA DE 7º DIA

José Emílio Botelho dos Santos A família enlutada de José Emílio Botelho dos Santos cumpre o doloroso dever de anunciar que será rezada uma Missa de 7º Dia, por sua alma, na Sé Catedral, na segunda-feira dia 24 de Janeiro, pelas 18:00 horas. Antecipadamente agradece-se a todos quantos queiram associar-se ao piedoso acto.

torais.” De qualquer forma, Cansado de Carvalho voltou a relembrar que os cadernos eleitorais estão disponíveis para leitura e existe uma publicação online. “Temos os cadernos disponíveis aqui e no site do Ministério dos Negócios Estrangeiros. A seguir ao processo eleitoral convido todos os interessados a resolverem as suas questões relacionadas com o acto de votar”. Com cerca de 130 mil pessoas inscritas no consulado, incluindo a população portuguesa de Hong Kong, e maioritariamente de etnia chinesa, os actos eleitorais em Portugal não constituem grande motivo de participação cívica, talvez porque pub

a maioria dos cidadãos não fala a língua de Camões. Mas a abstenção não se vê só por Macau. O exemplo vem bem de cima. Em Portugal, a abstenção tem vindo a atingir números muito elevados se comparados com dados dos anos 70 e 80, onde a população votava com dever mas também com vontade. Freitas do Amaral disse, ao jornal Público, que boa parte da abstenção se deve à manutenção nos cadernos eleitorais de pessoas que já morreram - uma pecha no funcionamento do sistema numa altura em que a informática e a tecnologia são tão desenvolvidas. Mas quem são os portugueses que en-

tram nas contas da abstenção cada vez mais elevada? Estão mortos? Ou simplesmente não querem votar? Segundo o politólogo Manuel Meirinho, do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas de Lisboa, “a abstenção elevada, como nestas eleições, é um sintoma de que o sistema democrático não está bem, de que começa a ficar doente.” Os níveis de abstenção mostram que os portugueses hierarquizam as eleições consoante as que mais directamente interferem com o seu quotidiano, defendem todos os politólogos. Daí que nas europeias a ausência das urnas ande sempre acima dos 60% desde a década de 1990 e nas autárquicas ronde os 40%. Um coisa é certa. Cinco anos depois, os portugueses residentes em Macau continuam distantes do acto eleitoral. E os de Idanha-aNova?


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