Revista Espirito Livre 012

Page 56

ENTREVISTA · ENTREVISTA COM ADRIANA RODRIGUES

efervescência do jornalismo cada vez mais visual. Quando a infografia migra para Web, ela potencialmente agrega as características do ambiente: é multimídia, interativa, tem atualização contínua,etc. A infografia na Web comporta toda a multimidialidade que a impressa não comporta, devido a característica do suporte. Esta é a principal mudança. Mas também é preciso que o infografista saiba operar toda essa multimidialidade.

Figura 1 - Adriana Rodrigues

Revista Espírito Livre: Você argumenta que os infográficos datam das primeiras pinturas rupestres, mas as novas tecnologias e a Internet potencializaram a sua utilização, principalmente nos jornais. Quais as principais mudanças que você destacaria deste processo? Adriana Rodrigues: As pinturas rupestres, dentro da literatura infográfica, simbolizam os primeiros indícios da comunicação visual como um todo. A necessidade de comunicar-se, independentemente do suporte, é algo inerente ao ser humano, seja através de gestos, gritos, gravuras, etc. Trata-se de um ponto de partida para pensar na evolução dos infográficos ao longo do tempo, onde as imagens sempre fizeram-se presente, de uma forma ou de outra. O desenvolvimento tecnológico, com softwares voltados para conferir qualidade e tratamento da imagem gráfica foi muito importante para que a infografia chegasse a este formato hoje. A década de 1980, por exemplo, vai assinalar como a consolidação da infografia mundial, difundida pelo jornal americano USA Today, onde houve o destaque da imagem gráfica enquanto discurso jornalístico. Daí, tem-se, na imprensa, a grande Revista Espírito Livre | Março 2010 | http://revista.espiritolivre.org

Concordo com o Andrew DeVigal, editor de Multimídia do NYTimes, quando ele afirma que um bom infográfico depende de uma boa história, mas que senão souber utilizar o ferramental tecnológico, não adianta produzi-lo. Penso que uma coisa está intimamente ligada a outra. São intercambiáveis. É evidente o conteúdo do infográfico - e aqui me refiro ao infográfico jornalístico - tem de estar coerente com os aspectos inerentes do jornalismo para constituir-se como tal, porém, não há dúvidas que o aparato tecnológico alavancou para a sua consolidação. REL: Qual a definição de jornalismo de base de dados (ou banco de dados) e a sua relação com os infográficos? AR: Suzana Barbosa, membro do GJOL e atual professora da UFF, define assim o conceito de Jornalismo Digital em Base de dados como aquele que tem como padrão as bases de dados para a estruturação, edição,apresentação do material jornalístico como todo, além do o enquadrá-lo como na transição da terceira para a quarta geração dentro do jornalismo digital. Ou seja, as bases de dados instauram um novo paradigma, por suas especificidades e potencialidades, o que provoca a criação de produtos jornalísticos digitais dinâmicos.

|56


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.