Revista Macrocosmo #21

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A “Maratona Jatobá”, idealizada pelo CAsB (Clube de Astronomia de Brasília), aproveitou-se de um fimde-semana (duas noites), durante o 2º Encontro do CAsB, em Agosto de 2004. Nesse evento foram observados visualmente quase 60 dos 112 objetos constantes do catálogo. A seqüência total de observação de objetos foi completada em 6 noites ao longo de um ano. Destacamos que as imagens apresentadas neste texto são meras ilustrações e visam alertar o leitor para relevantes objetos do programa, uma vez que todas as observações foram feitas visualmente, não sendo registradas quaisquer imagens fotográficas - essa idéia será alvo de um futuro projeto. Nas sessões observacionais foram utilizados três telescópios: um telescópio newtoniano de 0,20m (f8), sem motorização; um SCT Celestron-11’’ (0,28m, f10) e outro SCT Meade-8’’ (0,20m, f10), motorizados. A procura era feita visualmente por meio de buscadora. Algumas vezes foi utilizada a visão direta pelo binóculo, para objetos mais difusos e de grande tamanho angular, como a Pequena e Grande Nuvens de Magalhães (J3 e J16 respectivamente). Outra ferramenta de auxílio às buscas foram as cartas celestes SKY2000 ® e Millenium Atlas®, ambas de publicação norteamericana. Além, é claro, da conferência de campos estelares muito tênues com um microcomputador do tipo Laptop. A experiência indica que um telescópio de abertura mínima de 150 mm é ideal para visualizar satisfatoriamente todos os objetos do catálogo Jatobá. A maratona observacional do CAsB ocorreu em duas noites em Agosto de 2004, duas em Março de 2005 e duas em Julho do mesmo ano. Isso era necessário, uma vez que nem todo o catálogo estava visível no céu numa mesma época do ano. Propositadamente, foi buscada uma defasagem no tempo para obter as janelas ideais de observação. A seqüência foi iniciada de forma mais simples possível. Como o catálogo está organizado em ordem crescente de Ascensão Reta (AR), partiu-se das posições mais a oeste. Assim,

J47, a Nebulosa Eta Carinae revista macroCOSMO.com | agosto de 2005

Jatobá

encontravam-se à disposição os objetos Jatobá a partir de J71 (Caixa de jóias), no Cruzeiro. As observações seguiram em seqüência, de acordo com a numeração do catálogo: J72, J73, J74, etc.. Os primeiros objetos estavam entre 12h e 13h (AR) e vão do J70 ao J80. Não foram focados aqueles objetos que se encontram nas constelações Com (Cabeleira de Berenice) e CVn (Cães de Caça), pois estavam escondidos a oeste por detrás das árvores. Dos 5 objetos observados inicialmente, três eram galáxias, das quais destaca-se Centaurus-A, com seu forte brilho. Surge aí o impressionante Ômega Centauri (J76), considerado o monstro dos aglomerados celestes. Na primeira noite de observação uma lista com dez aglomerados globulares foi surgindo entre as constelações de Ofíuco e Escorpião, dentre os quais destacamos os maiores: J80 (M5) e J81 (M4). Neste momento, os observadores se depararam com o objeto considerado o mais desafiante da noite: a nebulosa planetária Bug Nebula (Nebulosa do Inseto - Pk-349), ou J87, cuja busca levou quase vinte minutos. Com seu diminuto tamanho (1,5’x0,5’) e fraquíssimo brilho (m1=9,6), foi um prêmio econtrar este tênue objeto. A Nebulosa do Inseto está localizada em uma das mais ricas regiões do céu: o centro da Via-Láctea, nas imediações de Sagitário, Escorpião, Coroa Austral e Ara. Diversidade de objetos não falta neste local: aglomerados

© J. Morse (U. CO), K. Davidson (U.MN) e NASA

Artigo de Capa

Maratona

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