Healthcare Brazil 11ª Edição

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Como a SBIS enxerga a participação das empresas internacionais de TI em nosso mercado de Saúde? As grandes empresas de TI, como Microsoft, Oracle e Cisco, possuem uma ação na Saúde muito tímida. E isso não é só no Brasil. Em geral, elas não possuem a especialização necessária para atuar nesse mercado. No Brasil, temos apenas duas empresas internacionais que são e atuam especificamente no setor de TI em saúde. Você vê o interesse da comunidade médica com a tecnologia? O interesse é muito baixo! Como já ouvi: “é coisa para técnicos”. Por outro lado, cabe aos especialistas em Informática em Saúde mudar isso. Médicos que, como eu, acreditam e trabalham para tornar a Informática em Saúde cada vez mais importante e reconhecida como um meio, um mecanismo, uma forma de melhorar a qualidade do atendimento na Saúde. Tenho certeza que com o passar dos anos e inclusão digital cada vez maior dos profissionais de saúde, a TI se tornará indispensável e, mais do que isso, instrumento fundamental para garantir a sustentabilidade da saúde, tanto nos aspectos clínicos quanto econômicos. Por que os profissionais de saúde, sobretudo os mé-

dicos, resistem tanto ao prontuário eletrônico? Muitos dos argumentos, feitos há uma década, como a segurança da informação do paciente, ainda são justificados visto que a própria evolução tecnológica superou essas barreiras? A resistência é sobretudo cultural. O médico é acostumado a registrar livremente a informação no prontuário em papel. Quando é necessário então registrar o atendimento do paciente num sistema informatizado (prontuário eletrônico), no qual há a necessidade de organização da informação, aí temos a grande dificuldade. O médico precisa ser treinado, tornando-se capaz de utilizar com destreza o prontuário eletrônico, assim como faz um cirurgião com seu bisturi. Por outro lado, a resistência ao uso é muitas vezes provocada por um sistema de má qualidade, com péssima usabilidade, com uma implantação que só piora e dificulta a vida do médico. Nesse cenário, não há como enfrentar a oposição do médico. Temos que encontrar a medida certa para que a implantação de um Prontuário Eletrônico realmente traga benefícios ao paciente e aos profissionais que o utilizam. O Senado tem avançado na discussão no PLS 474/08, que prevê o uso obrigatório do prontuário eletrônico para pacientes do SUS e exige a criação 19

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