A saga dos capelinos volume 06 jesus, o divino discípulo (albert paul dahoui)

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Yozheph fez uma visita a um dos mais ricos judeus do local, Ismael bar Canaan, e foi recebido na categoria de príncipe. Foram todos alojados numa grande mansão, e, naquela noite, após um demorado banho de piscina termal, os convivas estabeleceram-se em volta de uma mesa em que magníficos acepipes, vinhos finos, cervejas refrescantes, carneiros odorifumantes e carnes de gado haviam sido postos para o deleite de todos. Tiveram cordialíssima noite, na qual o principal da casa falou longamente sobre as condições do reino partho e das intrigas palacianas, com as intermináveis disputas fomentadas pelos descendentes e herdeiros de um dos últimos reis. Situação que já vinha sendo azedada por anos de assassinatos, traições e roubos. Yeshua ouviu tudo com grande atenção. Sentia que o poder em todos os lugares era semelhante. Cada local parecia copiar os modos dos outros. Bastava haver fortuna e poder envolvidos para que os homens se esquecessem de amizades, laços familiares e velhas juras de fraternidade e se tornassem ferozes inimigos. Mas o moço intuía que o mal não residia no poder, e sim, nos homens. O instrumento não é culpado pelo mau uso que se faz dele. Dois dias depois da chegada da enorme caravana, o grupo, composto por Ismael bar Canaan, Yozheph e sua comitiva, além de Yeshua, reuniu-se num encontro no salão nobre do rei dos parthos, Spalirizes, parente do grande Phraates, o quarto a usar este nome e aquele que esmagara o famoso general romano Marco Antônio, amante da lendária Cleópatra, numa terrível batalha, em 36 a.C.


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