Gym Factory Instrutores Nº4 Inverno 2014

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treinadores MOVIMENTO HUMANO CONSCIENTE ATIVO OU INCONSCIENTE REATIVO…? “… Para resolver um problema nada melhor do que caminhar…. no meio do percurso a solução aparece…” Gregory Mcnamee (escritor contemporâneo) A multidireccionalidade do movimento sobre dois membros inferiores, é um ato de habilidade exímia, partindo do princípio, tal como a ciência designa o movimento e o seu resultado em “o acto de controlo constante de uma queda…depende da eficiência da reação em sentido oposto a ação iniciada”, podemos então afirmar que de forma inconsciente reagimos a uma instabilidade constante a qual apenas se torna consciente se essa mesma reação não for eficiente.

RUI ABRANTES CERTIFICADO EM CIÊNCIA FUNCIONAL APLICADA

MASTER TRAINER VIPR

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sucesso do Movimento humano consiste no resultado da integração de vários “microssistemas” dentro de um único sistema global… o Corpo Humano, deste modo é sensato definirmo-nos como um sistema neuro-mio-fáscia-esqueleto-próprio-vestibular, onde a cooperação da vasta rede fascial é determinante para o sucesso de qualquer ação desejada. Uma das mais recentes e inteligentes teorias dividiu o corpo humano em locomotor e passagei-

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ro, sendo a pélvis e membros inferiores os segmentos de locomoção e a cabeça tronco e membros superiores os segmentos transportados. (Perry e Burnfield 2010). Outra teoria defende que a contração alternada do músculo multifidus (musculo rotador e extensor da coluna vertebral) proporciona a rotação suficiente para nos propulsionar em qualquer direção (Gracovetsky) Contudo para James Earls (Bodyworker UK) ambas as teorias são válidas mas apresentam um raciocínio incompleto. Ao analisarmos todos os eventos em torno do universo no qual estamos inseridos constatamos que realidade usamos todo o corpo para nos movermos, onde a pélvis e os membros inferiores são assistidos pelo tronco e membros superiores, contribuindo para a estabilidade integrada, através da gestão de forças que incidem nos tecidos responsáveis pela contenção ativa do movimento.

Dentro destes tecidos destacamos os músculos e fáscia que transportam o esqueleto ósseo numa simbiose de forças que atravessam o corpo, como se tratasse de um rio onde a nascente se situa no complexo mecanismo do pé após o impacto no solo, levando o caudal energético a percorrer os diversos canais articulares até atingir o mar cervical. Numa reação perfeita no momento de impacto do calcâneo no solo, analisamos agora o contributo da musculatura anterior da perna, nomeadamente o musculo tibial anterior (Origem tubérculo de Gerdy, face externa da Tíbia e ligamento interósseo/ inserção 1º cuneiforme e 1º metatarso) que de forma consciente e ativa, ausente da força de reação do solo contribui para a dorsiflexão e inversão do pé, através do complexo articular do tornozelo, e durante a locomoção reage á interação do corpo com o solo prevenindo e controlando o abrandamento da rotação


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