Metropolis #47

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MAISA INFANTE texto GUILBER HIDAKA fotos

O berço perde a grade para virar uma cama e o trocador vira escrivaninha riar móveis coloridos e divertidos, que transformam o quarto das crianças em um lugar lúdico, onde elas gostem de ficar e se sintam à vontade é o trabalho da arquiteta Marcella Accioly Hildebrand, uma carioca que largou o trabalho em um renomado escritório de arquitetura para trabalhar em uma loja de móveis planejados. Foi onde aprendeu tudo sobre marcenaria. Quando se mudou para São Paulo, há 6 anos, voltou a trabalhar em projetos corporativos mas nunca tirou da cabeça dois sonhos: desenhar móveis e trabalhar com crianças. E foi depois da mudança para Alphaville, há um ano, e da chegada do primeiro filho que ela abriu a loja, Desenho Infantil, que une os dois sonhos em um só lugar. A proposta de Marcela é oferecer aos pais a oportunidade de ter em casa um ambiente onde a criança se sinta à vontade. “Quando eu crio penso em um lugar feito para as crianças, e não para os pais”, explica. Assim, os móveis que ela desenha são coloridos, divertidos e, o melhor de tudo, adaptáveis a várias idades. Uma das regras usadas por Marcela é abusar das cores para fugir do estereótipo do quarto branco, onde somente os acessórios são coloridos e estampados. “É claro que dentro disso eu tento buscar um equilíbrio. Mas acho importante o espaço das crianças ter algo que elas gostem muito, como as cores”, diz.

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Outra preocupação da arquiteta é com a ergonomia do ambientes. Enquanto muita gente já pensa em fazer um quarto que vai durar para a vida inteira, ela acredita que é preciso ter um espaço com a cara da criança. Isso não significa que os pais terão de montar um quarto diferente a cada ano. O que Marcela faz é criar móveis que se transformam e podem ser usados tranquilamente por um período de 3 ou 4 anos. Assim, o berço do bebê pode virar uma cama pequena quando tem a grande retirada e o trocador vira uma escrivaninha, prateleiras ou penteadeira. Outra preocupação de Marcela é que o quarto seja facilmente usado pelas crianças, ou seja, que elas não precisem, por exemplo, ficar toda hora chamando os adultos para pegar os brinquedos. “As crianças têm que sentir que aquele mundo é dela. Por isso precisa ser um ambiente lúdico”, diz. Para isso, as caixas de brinquedos são colocadas em alturas mais baixas e a porta de um armário ou a cabeceira da cama podem ganhar tinta de lousa para as crianças desenharem. Em alguns casos, os próprios móveis parecem brinquedos. A mesa, por exemplo, pode vir com uma bobina de papel embutida para a criança desenhar à vontade; a cama pode ter o formato de um carro, o cabide de um semáforo e a prateleira de uma árvore. Nesses quartos, a única ordem é se divertir!

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