Revista Lindenberg - Edição 45

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arte

Existe vida depois

da tecnologia

Com uma instalação que usa 120 mil peças de teclado, a artista americana questiona nossa necessidade de comunicação nos dias de hoje Por Marianne Piemonte

F

oi longe de qualquer conexão cibernética ou tecnologia que a artista plástica americana Sarah Frost, de 43 anos, teve a ideia de sua mais famosa escultura. Ela passava férias na casa de campo de seus avós, no Lago Erie (norte de Ohio, nos EUA), quando tentou vislumbrar a quantidade de lixo e material descartado quando um banco, por exemplo, quebra ou fecha as portas nos Estados Unidos.

Inspirada por esse questionamento, ela começou a colecionar cabos e mouses. O que parecia sem sentido, começou a se materializar em suas primeiras esculturas sobre o tema. A ideia era criar impacto com objetos que tivessem importância histórica, elaborando peças que falassem mais de arte do que do artista.

A obra consiste em cerca de 120 mil letras de teclados de diferentes de computadores que cobrem uma imensa parede. Foi com QWERTY que o lobby de um hotel nova-iorquino, o The James, recebeu seus hóspedes, durante um período de ocupação artística. A obra impressiona pela simplicidade e, sem dúvida, pela sacada. Por isso, Sarah vem sendo chamada por críticos de “smart artist”, termo que define uma nova geração de artistas que usam menos técnicas e mais boas ideias em sua obra.

O lobby do hotel The James, em Nova York, ganhou uma parede-teclado durante a exposição de Sarah Frost

fotos divulgação

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Fez sucesso, mas foi com QWERTY que seu nome ganhou repercussão internacional e seu trabalho invadiu galerias por todo os Estados Unidos.


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