Revista Grupo H Saúde Nº6 - Especial COVID-19

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“O fecho dentro de si próprio, torna-se sempre num lugar de solidão”

Idosos

Por último e falando dos idosos, sabemos desde o início que são a população mais sensível à doença, ou seja, é nos idosos que os efeitos da mesma são sentidos com maior dimensão e risco de vida. Motivo por si só suficiente para gerar agitação e medo, que necessita de ser atendido e acautelado. Porém, paralelamente e dependendo da estrutura mental de cada um, poderão também daqui decorrer outro tipo de dificuldades na protecção dos próprios. Já viveram uma vida, já escalaram muitas dificuldades e essa mesma experiência pode causar resistência aos cuidados agora exigidos, pois a sensação que já viveram muitas coisas pode colocá-los num nível falso de protecção.

A dificuldade de acompanhamento poderá residir na dubiedade dos sinais. Nesta faixa etária nem sempre são claros e objectivos, o que pode suscitar confusão em quem está perto. O diálogo, a presença, o respeito pela individualidade, a liberdade de expressão emocional são fundamentais para o bom desenrolar do processo.

que podem até agravar nas mais diversas formas, nomeadamente nas situações mais desestruturadas. É aqui que a busca de orientação pode também ela ser essencial, porque muitas vezes pode ser necessário um ajuste para se recuperar alguma normalidade, que pode por sua vez permitir baixar a ansiedade e seguir em frente.

Adultos

Se por qualquer razão fizer parte de algum grupo de maior risco, em termos de situação doméstica, económica, saúde ou qualquer outra situação, lembre-se de que há estruturas de apoio para intervir. O fecho dentro de si próprio, torna-se sempre num lugar de solidão. E se o encontro consigo próprio pode ser um passo fundamental na sua evolução pessoal, tal não é verdade quando existem riscos que podem colocar em causa a sua integridade global.

Já na idade adulta, a faixa etária que tem como função dar alguma protecção aos mais frágeis, os efeitos de tudo isto são essencialmente no peso geral dessa mesma função, ou seja, na gestão do quotidiano. De repente há crianças em casa para ensinar, pais e avós para proteger, empregos para manter, se tudo correr bem, ou para procurar, quando algo correu mal. Há famílias para gerir, com todos os problemas que já existiam antes e

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Para eles seguiremos as mesmas directrizes, embora adaptadas a uma fase da vida usualmente mais serena. O diálogo sobre as dúvidas que possam surgir, é importante. A manutenção da rotina, do exercício físico, do cuidado com a alimentação e com a saúde, recorrendo a ajuda profissional, sempre que necessário pois não deixaram de existir as patologias pré-existentes ao novo estado. Devem ainda gerir com cautela a informação diária que consultam. Sendo usualmente pessoas com mais tempo, é fácil assimilarem informação a toda a hora, o que se pode traduzir numa sobrecarga impossível de suportar, até nos que evidenciam uma estrutura mais segura. É por isso, muito importante que procurem outros interesses de ocupação, que podem ser os que já existiam antes ou, na impossibilidade de tal ocorrer, outros. Em todas as fases, aceite e acolha o seu processo interno.


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