Entre o amor e a vingança

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O pequeno sorriso se abriu, e a expressão escancarou o nariz quebrado e cicatrizado de Temple, em três pontos diferentes. “Você não está honestamente sugerindo que seria capaz de me vencer em uma luta, está?” Bourne estava avaliando as condições da gravata em um espelho próximo. “Estou sugerindo exatamente isso.” “Posso convidá-lo para o ringue?” “A qualquer hora.” “Ninguém vai subir no ringue. Certamente não com Temple.” Bourne e Temple se voltaram na direção da voz, dita de trás de uma porta escondida na ponta da sala, onde Chase, o terceiro sócio do Anjo Caído, os observava. Temple riu e se virou para encarar Bourne. “Está vendo? Chase sabe o bastante para admitir que você não é páreo para mim.” Chase serviu um copo de uísque de uma garrafa sobre uma mesa lateral. “Não tem nada a ver com Bourne. Você parece uma fortaleza de pedras. Ninguém é páreo para você.” O tom se tornou irônico. “Ninguém além de mim, quero dizer.” Temple se recostou na cadeira. “Quando quiser me enfrentar no ringue, Chase, deixarei minha agenda livre.” Chase voltou-se para Bourne. “Você limpou Croix.” Ele percorreu o perímetro da sala. “Foi como tirar doce de uma criança.” “Cinco anos neste negócio, e eu ainda me surpreendo com esses homens e suas fraquezas.” “Não é fraqueza. É doença. O desejo de ganhar é uma febre.” Chase ergueu as sobrancelhas diante da metáfora. “Temple tem razão. Você é uma mulher.” Temple soltou uma gargalhada e levantou os dois metros de corpo da cadeira. “Preciso voltar ao salão.” Chase observou Temple atravessar a sala, a caminho da porta. “Ainda não teve sua briga da noite?” O outro sacudiu a cabeça. “Bourne a tirou de mim.” “Ainda há tempo.” “A esperança é a última que morre.” Temple deixou a sala, fechando a 15


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