Mitos da Gestão: Descubra por que quase tudo que você ouviu sobre gestão é mito

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décadas atrás. Eles desenvolveram a proposta de “liderança situacional” – uma maneira mais adaptável e flexível de considerar a tarefa dos líderes e dos gestores. As pessoas no trabalho precisam de orientação e de apoio, com diferentes intensidades. Hersey e Blanchard argumentaram que, dependendo das pessoas com quem você trabalhava, e de outras condições, aplicavam-se pelo menos quatro padrões diferentes de comportamentos ligeiramente distintos. De início, ao começar uma tarefa ou um projeto, a equipe talvez precise de muita orientação – esse é o estilo “comando” (telling). À medida que a natureza e as demandas do trabalho ficam mais claras, precisase de um pouco mais de apoio e um pouco menos de orientação. A comunicação é mais de mão dupla – esse é o estilo “venda” (selling). Depois que o trabalho toma rumo e ganha velocidade, as decisões são compartilhadas e as equipes atuam quase que com autonomia – com ainda menos orientação e ainda mais apoio – esse é o estilo de “participação” (participating). E quando a equipe assume integralmente a execução do trabalho, quase que não precisa de orientação e necessita apenas de apoio solidário, mas à parte – esse é o estilo “delegação” (delegating). O psicólogo Rob Davies, não muito a sério, comparou essa proposta com uma descrição reducionista de como jogar golfe (conversa com autores). O golfista tem apenas quatro maneiras diferentes de dar a tacada: lançar a bola longe, lançar a bola perto, bater na bola sobre piso de grama, bater na bola sobre piso de areia. (Amadores ansiosos podem contestar que a experiência deles envolve maior variedade de alternativas e menor velocidade de progresso no manejo do taco e da bola e em suas desventuras sobre a grama e a areia.) O ponto principal, porém, é o mesmo. Um estilo de gestão ou de liderança não será adequado em todas as situações. Essa é uma das razões de Rob Goffee e Gareth Jones, autores do essencial Why Should Anyone Be Led by You? What It Takes to Be an Authentic Leader, 2006 (ed. bras. Quem disse que você pode liderar pessoas?, trad. Alessandra Mussi Araújo, 2006), sustentam que a instrução simples de “ser você mesmo” é inadequada para qualquer aspirante a chefe. Eles acrescentam o qualificativo “com competência”. Você precisa do que eles denominam “habilidades de percepção da situação” para julgar como (e quanto) você precisa intervir em qualquer situação (ver também Mito 28, sobre autenticidade). 18


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