SuínoBrasil 3º Trimestre 2022

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porcinews.com EPIDEMIOLOGIA DO SENECAVÍRUSVALLEY(SVV) Profa. Dra. Masaio Mizuno Ishizuka p. 44 3º TRIMESTRE2022

A base para um programa eficiente de redução de antimicrobianos na suinocultura fi dos suínos no Brasil consomem Dysantic atualmente 35% mais de

Oprimeiro semestre de 2022 foi desafiador para a cadeia produtiva de suínos não só no Brasil, mas a nível mundial. Quando analisamos os números macro do Brasil, o agronegócio representa 27% do PIB, gerando 20% dos empregos, ou seja, segue cumprindo seu papel de gerador de riquezas e empregos. Um olhar para o mundo, fica evidente que vivenciamos hoje a relevância do agronegócio nas agendas de diversos países, isso porque passa pelo tema do agro a recuperação da economia pós-pandemia, crises sanitárias, conflito Rússia x Ucrânia, todos fatores relacionados direta ou indiretamente a inflação dos alimentos, consequentemente a segurança alimentar. Em relação a sanidade, tema de relevância mundial, destaco a Peste Suína Africana que está avançando em novos territórios, principalmente nos continentes asiático e europeu. São questões presentes nos debates técnicos, políticos e comercias a nível mundial e quando analisamos todas essas complexidades, nos deparamos com o agronegócio no centro desses debates e, por consequência, a suinocultura. Ao analisar o cenário nacional, questões como inflação dos custos de produção e sistema logístico continuam sendo importantes ofensores da produção animal que está concentrada nos estados do sul e a produção de grãos concentrada no centro-oeste, fator este que afeta, consideravelmente, toda essa cadeia. Outro fator que merece destaque é o consumo interno de carne suína, que está em desenvolvimento. E aqui destaco o #casedesucesso da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), a Semana Nacional da Carne Suína, que completou 10 anos e desde a criação da campanha em 2012, já impulsionou o aumento de 32% no consumo de carne suína no Brasil. O mercado da carne suína tem uma oportunidade ímpar, tendo em vista que outras proteínas tiveram o aumento dos custos e de preços significativos, que pode ser visto como uma abertura de espaço para a suinocultura que precisa ser ocupado de maneira contundente e definitiva, ocupando seu território e participação ativa em todas as refeições dos brasileiros, por ser uma proteína de baixo custo e de altíssima qualidade. Finalizo reforçando e conectando com os contextos aqui citados, o quanto é imperativo mostramos o agro como ele realmente é, para tanto, esse ano temos a volta do maior evento latino-americano do setor, o SIAVS (Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura), palco do maior congresso técnico do setor, com intensa programação. Além do peso político do evento que é outro diferencial. Ricardo Santin, Presidente da ABPA (Associação brasileira de proteína animal) comentou nesta edição que “o SIAVS abordará ao longo de sua programação reflexões em diversas áreas para avançarmos em questões de competitividade. O estudo de competitividade que apresentaremos e entregaremos ao Governo Federal na solenidade de abertura é uma diretriz que analisa, sob a perspectiva econômica, o que nos trava e o que nos coloca em vantagem no xadrez internacional, permitindo construir soluções mais assertivas para a manutenção de nossa posição como grandes produtores globais de alimentos”, avalia Santin. Bordin +55 (19) 9 8177-2521

E SUSTENTABILIDADE

SUINOCULTURA: CIÊNCIA, COMPETITIVIDADE

mktbr@grupoagrinews.comDIREÇÃOTÉCNICA José Antônio Ribas Jr. Fernanda Radicchi Campos Lobato de Almeida César Augusto Pospissil Garbossa COORDENAÇÃO TÉCNICA E REDAÇÃO Cândida P. F. Azevedo suinobrasil@grupoagrinews.comANALISTATÉCNICO Henrique Cancian ADMINISTRAÇÃOCOLABORADORES Inés Navarro Tel: suinobrasil@grupoagrinews.com+17866697313 www.porcinews.com Preço da assinatura anual: Brasil 30 $ Extranjero 90 $ Revista Trimestral Tarciso AssociaçãoTizzianiBrasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) Juliano Rangel Carlos Carrijo Profa. Dra. Masaio Mizuno Ishizuka Flávia Roppa Ines Andretta Ana Paula Mellagi Gema JorgeLauraAntonioChacónVelaLafozRobles José Antônio Ribas Júnior, Presidente SINDICARNE/SC e Diretor Técnico SuínoBrasil. 3 SuínoBrasil 3º Trimestre 2022

EDITOR AGRINEWS PUBLICIDADELLC Karla

Tanino, um antinutricional...fator será?0414 IPVS2022, um marco histórico para a suinocultura nacional 10 Tarciso Tizziani Zootecnista, MsC e DsC em Zootecnia Sabor de oferta?$? Suíno na certa!20 Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) 6ª FAVESU promove dois dias de EspíritoconhecimentomuitonoSanto24 Juliano Rangel Não se simplesmentetrata de reduzir os antimicrobianos, é preciso saber como fazer! 36 Eduardo Miotto Ternus Coordenador Técnico SuínosVetanco América Latina Carlos Carrijo Presidente da Abraves regional MS Pontos de atenção para o uso terapêutico injetável de antibióticos em suínos 28 Intestino, o maior órgão imune do organismo – PARTE II Cândida Azevedo1 ; Henrique Cancian2 ¹Zootecnista, MsC em Zootecnia e DsC em Ciência Animal e Pastagens ²Zootecnista. 2 suínoBrasil 3º Trimestre 2022

Epidemiologia do Seneca Valley Vírus (SVV)44 porcinews.com Profa. Dra. Masaio Mizuno Ishizuka Professora Titular Senior de Epidemiologia de Doenças Infecciosas/FMVZ-USP PORKEXPO2022 – 2022: O início de uma nova década de inovações para a Suinocultura 56 Salmonelose: O que há de novo?52 Equipe Técnica de SuínosBoehringer Ingelheim Flávia Roppa Presidente do 10º Congresso Internacional de Suinocultura (PorkEXPO) Alimentação de precisão na sonhoRealidadesuinocultura:oudistante? Ines Andretta Professora e Pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) 62 Nutrição Desafioscompromissosustentável,animalumrealdasíndrome do segundo parto em suínos Qualidade do ar e dinâmica da infecção em leitões desmamados Paulo Oliveira Diretor de Vendas (Latam), BIOCHEM Ana Paula Mellagi Setor de Suínos, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Gema Chacón¹, Antonio Vela², Laura Lafoz²y Jorge Robles³ ¹Exopol ²ThinkinpigS.L S.L. ³Granja Casaseca 847076 3 suínoBrasil 3º Trimestre 2022

O cenário da produção animal se atualiza constantemente em função da busca dos consumidores por alimentos saudáveis e seguros. A retirada ou a redução do uso de antibióticos promotores de crescimento é uma tendência crescente, exercendo pressão sobre os sistemas produtivos pela busca de moléculas alternativas e, principalmente,Entretanto,naturais.ouso racional de antibióticos passa não somente pela identificação de aditivos que consigam associar desempenho e saúde animal, mas também pela viabilidade econômica e produtiva em sua utilização. Tornar a cadeia produtiva sustentável é fundamental para que seja possível produzir de maneira eficiente sem danos ao meio ambiente e à saúde pública. um fator antinutricional...será?

4 nutrição SuínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Tanino,

TANINO, UM FATOR Tarciso Tizziani Zootecnista, MsC e DsC em Zootecnia ANTINUTRICIONAL... SERÁ?

Nematicida,Inseticida,Antiviral, AntibacterianaAntifúngica, e antioxidante.Atividade Trimestre 2022 | Tanino, um fator antinutricional...será?

5 nutrição SuínoBrasil 3º

Nesse sentido, os taninos têm despertado interesse por parte das empresas e produtores em função de ser um produto natural com diversas atividades biológicas que podem ser aplicadas na alimentação animal. Tal fato se deve às suas importantes propriedades como: Os taninos são definidos como um grupo heterogêneo de biomoléculas polifenólicas adstringentes, sendo, portanto, categorizados dentro da família dos polifenóis. Inúmeras plantas sintetizam esses compostos como metabólitos secundários e armazenam em flores, folhas, sementes, frutos, raízes e caules, constituindo papel no mecanismo de defesa contra insetos e herbívoros e auxiliando no crescimento das plantas. Historicamente, os taninos foram empregados em curtumes para transformação de pele em couro. Além de atuar como agente tanante, os taninos foram utilizados na medicina humana para acelerar a cicatrização de feridas entre outros benefícios. Ainda hoje produtos à base de taninos são utilizados em tratamentos medicamentosos como uma alternativa aos antibióticos. Contudo, por muitos anos na nutrição animal, os taninos foram condicionados a classificação de fatores antinutricionais, principalmente por estarem associados a redução da disponibilidade de alguns nutrientes, por meio da precipitação de proteínas, inibição de enzimas digestivas e redução da utilização de vitaminas e minerais. Esses compostos são encontrados em diversos alimentos utilizados em nutrição animal, como cereais, forragens, arbustos e plantas medicinais. Grãos como o sorgo, por exemplo, tiveram seu uso limitado em dietas devido à alta concentração de tanino, o que desencadeou, inclusive, a busca por cultivares com baixa concentração deste composto. Em virtude de seus grupos fenólicos e hidroxil, os taninos interagem de vários modos com outras moléculas presentes no alimento. Essas interações são baseadas na ligação hidrogênio ou interações hidrofóbicas, podendo também interagir com moléculas para formar ligações covalentes. Dessa forma, a presença de tanino em altas concentrações pode impactar o uso dos nutrientes da dieta.

Ac.DerivadosElagitaninosGalotaninosdeGálico Proantrocianidinas HidrosiláveisTaninos CondensadosTaninosTaninos Complexosdetaninos A

Tabela 1. Estruturas dos taninos hidrolisáveis (A) e condensados (B). (Raja et al., 2014) Figura 1. Classificação dos taninos Acácia Castanheira Quebracho condensadosTaninos(g/kg) 57 904 (g/kg) ND 755 ND B Brasil 2022 | Tanino, um fator antinutricional...será?

Como aditivo fitogênico, os principais taninos utilizados na produção animal podem ser divididos em dois grandes grupos, que diferem entre si pelas unidades monoméricas que os formam e pelo tamanho da molécula: Na natureza, outras formas também são encontradas como os complexos, porém de menor interesse para uso na alimentação animal. taninos hidrolisáveis (TH) ou taninos pirogalol e taninos condensados (TC) ou proantocianidinas.

hidrolisáveisTaninos *

Componente

As duas principais classes de TH são galotaninos (formados por unidades de ácido gálico) e elagitaninos (mais abundantes, formados de ácido elágico). Os derivados de ácido gálico simples podem ser considerados uma terceira subclasse de TH. Já os TC também conhecidos como nãohidrolisáveis, são mais difíceis de serem hidrolisados e consistem em polímeros e oligômeros de unidades de catequina. ND: não detectável; *Expresso como equivalente de ácido tânico

6 nutrição Suíno

Como característica, os TH podem ser hidrolisados pela ação do calor ou de enzimas produzidas por microrganismos no trato gastrointestinal.

3º Trimestre

As principais fontes encontradas atualmente com produção em escala que possibilita seu uso são os taninos extraídos de árvores como a castanheira portuguesa (Castanea sativa Mill.) fonte de TH, acácia negra (Acacia mearnsii) e quebracho (Schinopsis spp.), fontes de TC, entre outras. Outros taninos são aplicados devido a sua atividade antioxidante, como os de extrato de semente de uva.

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Figura 2. Estruturas dos taninos hidrolisáveis (A) e condensados (B). (Raja et al., 2014)

Asdesmame.principais pesquisas têm foco na avaliação do controle de diarreias pós-desmame, um dos momentos mais críticos na vida produtiva do suíno. Como já é de conhecimento e amplamente difundido, o desmame provoca alterações repentinas na alimentação, no ambiente e na interação entre indivíduos, expondo os animais à diversos agentes patogênicos. 2022 | Tanino, um fator antinutricional...será?

Os principais mecanismos de ação descritos na literatura demonstram que os taninos atuam em vários processos biológicos dos microrganismos tais como: Inibição do crescimento bacteriano pela desestabilização e permeabilização da membrana citoplasmática; Inibição da síntese da membrana celular; pela inibição de enzimas microbianas pelaextracelulares;açãodireta contra o metabolismo nomicrobiano;sequestro de substratos exigidos para o crescimento microbiano, quelatando minerais macronutrientes, como ferro, necessário para o crescimento de patógenos.

432112345 7 nutrição SuínoBrasil 3º Trimestre

Os patógenos são capazes de causar distúrbios intestinais e, consequentemente, disbiose, tornando frequentes os casos de diarreia pós-

Na produção animal, os taninos despertam interesse principalmente pela ação antibacteriana. Essas moléculas podem afetar o crescimento bacteriano tanto de microrganismos Gram positivos como de Gram negativos. Outros meios de ação dos taninos são através da redução de fatores de virulência, que compreendem em: Ação IInibiçãoanti-biofilme;dosistema Quorum-sensing; Inibição da motilidade e adesão Inibiçãobacteriana;da síntese de toxinas (Farha et al., 2020; Girard et al., 2020; Caprarulo et al., 2021). Por meio dessas várias ações entende-se que a aplicação dos taninos na produção de suínos pode ter amplo uso no decorrer da vida produtiva. Contudo, devido ao seu uso recente em nutrição animal, são poucas as informações acerca dos taninos e seus efeitos frente aos desafios encontrados na produção animal.

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Como efeito, o desempenho produtivo é prejudicado, causando alta morbidade e taxa de crescimento reduzida, o que onera os gastos com medicamentos, resultando em perdas econômicas significativas aos produtores.

Um dos principais agentes etiológicos de interesse nessa fase é a Escherichia coli enterotoxigênica (ETEC) (Girard et al., 2018).

Recentemente a União Europeia iniciou a restrição do uso de óxido de zinco, uma das moléculas mais difundidas para controle de diarreia pós-desmame em leitões. minerais para seu crescimento, inibindo a formação de biofilme e a adesão bacteriana no epitélio intestinal. Seu uso é promissor como um possível substituto do óxido de zinco (Liu et al., 2020) bem como em programas que fazem uso racional de antimicrobianos. | Tanino, um fator antinutricional...será?

Outros patógenos também têm demonstrado sensibilidade aos taninos como Clostridium perfringens (Elizondo et al., 2010), um gram positivo que acomete os suínos em diferentes Adicionalmente,fases. os taninos também têm sido estudados para auxiliar no controle de Salmonella spp.

Como modo de combate desse patógeno, é comum o uso indiscriminado de moléculas antimicrobianas, as quais por sua vez são associadas a quadros de resistência Aantimicrobiana.ETECcoloniza o trato gastrointestinal pela ligação na porção apical dos enterócitos através da adesão das fímbrias da bactéria aos receptores da parede intestinal. Uma vez ligada aos receptores a bactéria secreta as enterotoxinas, toxina termolábil e toxinas estáveis ao calor (Girard et al. 2020). Essas toxinas por sua vez causam uma cascata de sinalização intracelular que resulta na hipersecreção de eletrólitos e água no lúmen intestinal, causando a diarreia aquosa. Costabile et al. (2011) e Reyes et al. (2017) avaliaram in vitro e verificaram a efetividade de várias fontes de taninos na supressão de Salmonella typhimurium. Um dos possíveis mecanismos é por meio da inibição do sistema de comunicação através de sinais químicos, chamado quorum-sensing (Sivasankar et al., 2020).

complementando

A alta capacidade antioxidante por exemplo tem sido estudada com potencial uso desses polifenóis como substituto parcial da vitamina E (Gulçin et al., 2010), tendo inclusive impacto positivo na qualidade da carne dos animais (Tomazin et al., 2020) e na capacidade dos animais resistirem ao estresse por calor (Dong et al., 2015).

CONCLUSÃO 9 nutrição

Tanino, um antinutricional...será?fator BAIXAR EM PDF

SuínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Tanino, um fator antinutricional...será?

Vale ressaltar que outras ações dos taninos devem ser levadas em consideração, como a modulação da microbiota e do sistema imune, o efeito antimicrobiano dos taninos em desafios entéricos.

Vale ressaltar que há muito a ser explorado sobre o uso de taninos em desafios causados por outros microrganismos de interesse bem como a aplicação dos diferentes produtos comerciais (tipos de taninos) e dosagens. Com o avanço dos estudos in vivo será possível esclarecer os meios de ação e o impacto produtivo do uso dessas moléculas na criação de suínos. Por fim, o uso racional de antibióticos passa não só pela identificação de aditivos que consigam associar desempenho com saúde animal, mas também por viabilidade econômica e produtiva. Nesse sentido, os taninos estão longe de serem fatores antinutricionais e na verdade aparecem como moléculas promissoras a serem utilizados na produção de suínos.

Nesse sentido, os taninos podem ser aplicados como estratégia uma vez que esse patógeno não cria resistência (Hassan et al. 2020), e possui capacidade de suprimir o crescimento e os efeitos deletérios desse microrganismo.

Além disso, em particular, seu potencial antioxidante (Molino et al. 2018) e efeito antiinflamatório (Reggi et al. 2020) em leitões são interessantes para auxiliar os animais no controle da diarreia pós-desmame, por meio da melhora da saúde intestinal, auxiliando na estrutura e função de barreira Intestinal (Yu et al., 2020).

IPVS2022, UM MARCO HISTÓRICO PARA A SUINOCULTURA NACIONAL

10 IPVS2022 SuínoBrasil 3º

Omaior evento científico da suinocultura mundial, o International Pig Veterinary Society (IPVS) retornou ao Brasil, após 34 anos. Com o tema “Novas perspectivas da suinocultura: biossegurança, produtividade e inovação” o IPVS2022, que anteriormente estava previsto para ocorrer no período de 3 a 6 de novembro de 2020, levou grandes profissionais da suinocultura mundial para o RioCentro, Rio de Janeiro. Trimestre 2022 | IPVS2022, um marco histórico para a suinocultura nacional

Durante os quatro dias do evento, que ocorreu no período de 21 a 24 de junho, houve uma maratona de 30 horas de conteúdo técnico. E, além disso, o evento registrou:2127Congressistas;55países;45expositores;49palestrantes;26sessõesparalelas;455Resumos(Pôster)

Congressistas212726sessõesparalelas Resumos455(Pôster) apresentações124orais países55 expositores45 palestrantes49 IPVS2022 Brasil 3º Trimestre 2022 | IPVS2022, um marco histórico para a suinocultura nacional

e 124 apresentações orais. “O sucesso desse evento é um presente para nós, mas não é uma surpresa. Digo isso pois, desde a ideia inicial até a concretização desse projeto, foram 12 anos de trabalho sério e de comprometimento de todo o comitê que compôs a área científica e organizacional do IPVS2022”, ressaltou a presidente do evento, a Professora Dra. Fernanda Almeida

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Suíno

Para o Diretor de Relações Institucionais do IPVS2022, diretor Executivo de Agropecuária e Sustentabilidade da JBS/ Seara e Presidente do Sindicarne-SC, José Antônio Ribas Jr., o IPVS2022 foi um sucesso. De acordo com Ribas, o IPVS2022 mostrou que o Brasil está integrado em todos os seus conceitos para a gestão de uma suinocultura que vai atender o quesito que foi amplamente debatido no Rio de Janeiro: mudança de relação das pessoas com o alimento e do alimento com o planeta. “Fizemos muitas inovações no evento e uma delas foi a realização do bloco de agronegócio dentro de um evento com uma característica bastante técnica e científica. São mundos completamente conectados. A ciência precisa de produção e a produção precisa da ciência e trouxemos estes dois mundos para o mesmo meio ambiente. Isso foi muito saudável e um grande aprendizado” acrescentou. “Conseguimos mostrar que estamos preparados para essa transformação. O IPVS2022 foi um sucesso de público, de discussão, de debates e de abordagem e será um divisor de águas para a suinocultura brasileira”, acrescentou. “Apresentamos para o mundo que o Brasil faz uma suinocultura com muita competência, responsabilidade, qualidade e sustentabilidade. Isso ficou demonstrado na organização do evento, na quantidade de trabalhos inscritos e mostramos que implementamos muita ciência em nossa atividade”, destaca Ribas. IPVS2022, um marco histórico para a suinocultura nacional

12 IPVS2022 SuínoBrasil 3º Trimestre 2022 |

A Professora Fernanda Almeida ressaltou todo o empenho do Comitê Organizador para a realização desse evento histórico. Durante a cerimônia de encerramento, o Professor Johannes Kauffold, da Universidade de Leipzig (Alemanha) e Presidente da 27ª edição do IPVS2024, convidou os congressistas para a edição que ocorrerá de 4 a 7 de junho de 2024, no Congress Center Leipzig, Alemanha. Gostaria de agradecer a todos os meus colegas do Comitê Organizador, que junto comigo persistiram para que esse momento histórico e marcante para suinocultura nacional acontecesse. Saímos todos com a sensação de dever cumprido, pois entregamos o nosso melhor, conclui Fernanda Almeida. “O evento foi construído com grande compromisso e dedicação da equipe que deu o ‘sangue com muita raça’. Fomos apoiados desde o início pelo board internacional da IPVS com uma ação conjunta, com ‘várias mãos’ unidas em torno de um mesmo ideal: fazer o melhor evento para ficar na história da suinocultura. Atingimos, assim, nosso objetivo, que foi o de promover uma troca de conhecimento, atualização e muito networking”, destacou.

COMITÊ IPVS2024ORGANIZADOR

PDF 13 IPVS2022 SuínoBrasil 3º Trimestre 2022

O Professor Kauffold ressaltou que de forma inédita o IPVS ocorrerá em conjunto com a 15ª edição do European Symposium of Porcine Health Management. IPVS2022, um marco histórico para a suinocultura nacional BAIXAR EM | IPVS2022, um marco histórico para a suinocultura nacional

Na parte I do artigo acerca do sistema imunológico associado à mucosa intestinal foram abordadas a barreira epitelial, bem como o sistema GALT (gut-associated lymphoid tissue). Nesta segunda parte serão abordadas células dendríticas, linfócitos T e B e citocinas inflamatórias.

As células dendríticas e os macrófagos são células sentinelas e processadoras de antígenos, como resultado, o processamento antigênico pode ser iniciado, simultaneamente, à eliminação do invasor pelas defesas inatas.

INTESTINO, O MAIOR ÓRGÃO IMUNE DO ORGANISMO – PARTE II

Aestrutura intestinal é crucial para a saúde e desempenho dos suínos. Além das funções digestivas do trato gastrintestinal (TGI), as células imunes e estruturas linfoides presentes no TGI constituem o maior órgão imune do organismo.

14 intestinalsaúde suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Intestino, o maior órgão imune do organismo – Parte II Cândida Azevedo¹ e Henrique Cancian². ¹Zootecnista, MsC em Zootecnia e DsC em Ciência Animal e Pastagens ²Zootecnista.

Esses linfócitos são heterogêneos, majoritariamente (80%) de fenótipo CD8, com abundantes grânulos citoplasmáticos contendo moléculas citotóxicas, capacidade de produzir diversas citocinas (como IFN-γ, IL-2, IL-4 ou IL-17) e podem se dividir em populações celulares que expressam na superfície o receptor de antígenos (TCR/T cell receptor) constituído de cadeias do tipo αβ ou γδ (Gonçalves et al., 2016).

15 intestinalsaúde suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Intestino, o maior órgão imune do organismo – Parte II Após a fagocitose, os microrganismos invasores serão intracelularmenteprocessadosefragmentados

FAGOCITOSE Ligação absorçãoeFormação fagossomasde Lise Fagossomo e lisossomo para formar um fagolisossomo Liberaçãoprodutosde

em peptídeos menores, que serão acoplados aos receptores especializados de apresentação de antígeno, denominados moléculas do complexo de histocompatibilidade principal (MHC), sendo posteriormente transportados até a superfície da célula, de modo que o desencadeamento da imunidade adaptativa se dá quando estes peptídeos ligados ao MHC são reconhecidos por receptores específicos de linfócitos (Tizard, 2008) As extensões citoplasmáticas de algumas células dendríticas são interdigitadas entre as células epiteliais, possibilitando a captura, processamento e apresentação de antígenos diretamente a partir do lúmen aos linfócitos intraepiteliais e para as células T de folículos linfoides subjacentes.

Há também linfócitos T e B efetores (linfócitos T CD4 auxiliares, linfócitos T CD8 citotóxicos e plasmócitos secretores de IgA) ativados/diferenciadospreviamentenosGALT ou linfonodos drenantes (Gonçalves et al., 2016). Determinadas populações de linfócitos T estão especificamente localizadas acima da lâmina própria e da membrana basal do epitélio intestinal, situadas entre as células epiteliais de revestimento e exibem características diferentes de outros linfócitos T encontrados na região periférica.

suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Intestino, o maior órgão imune do organismo – Parte II Os linfócitos T intraepiteliais dominantes correspondem aos CD8αβ+/TCRαβ+, que penetra no epitélio intestinal por meio do aumento da expressão de integrinas específicas e receptores de quimiocinas após sua ativação em órgãos linfoides secundários (Gonçalves et al., 2016). Os linfócitos T intraepiteliais naturais TCRγδ+ possuem funções primordiais na mucosa intestinal, incluindo: Manutenção da função da barreira epitelial (controle do crescimento das células epiteliais, secreção de TGF-β), Homeostase do tecido e Proteção contra patógenos intestinais (produção de citocinas inflamatórias, citotoxicidade) (Gonçalves et al., 2016) Além dos linfócitos T intraepiteliais, a mucosa intestinal contém ainda outras populações de linfócitos T, localizados no interior dos GALT, ou de forma difusa ao longo da lâmina própria do intestino.

Para que a resposta imune adaptativa contra antígenos entéricos ocorra é necessário que os linfócitos T virgens (naive) intravasculares dirijam-se ao GALT e aos linfonodos mesentéricos drenantes, onde serão ativados, com expansão clonal, polarização/diferenciação em células efetoras do tipo Th1 e/ou Th17 após interação inicial com a célula apresentadora de antígenos.

16 intestinalsaúde

Os linfócitos T são essencialmente CD4+ ou CD8+ (ambos TCRαβ+), exibem um fenótipo de memória (CD45RD) e se associam à mucosa intestinal por meio da expressão de integrinas específicas (α4β7) e receptores de quimiocinas (CCR9) que direcionam esses linfócitos após sua ativação e diferenciação em células efetoras (Gonçalves et al., 2016) Em seguida, os linfócitos T efetores saem do tecido linfoide via vasos linfáticos eferentes, caem na circulação sanguínea sistêmica e retornam novamente para o intestino onde auxiliarão na eliminação de determinado antígeno (Gonçalves et al., 2016).

AlémLinfócitosMacrófagos,B,dascélulas

Cada citocina tem uma função específica na coordenação da resposta imune desencadeada.

dendríticas.

A IL-2 estimula o crescimento e a proliferação de linfócitos-T e células-B, além de induzir a produção de outras citocinas, como, por exemplo, IFN-γ e TNF-β, o que resulta na ativação de monócitos, neutrófilos e células natural killer (Oliveira et al., 2011) Os linfócitos B possuem papel central na resposta imune de mucosas por meio da produção de anticorpos. Essas células são ativadas nos linfonodos mesentéricos, nos folículos linfoides isolados da mucosa intestinal e também nas placas de Peyer, havendo citocina TGF-β e se diferenciam em células produtoras de anticorpos do isotipo IgA na sua forma dimérica (IgA secretória/SIgA) ou multimérica.

O IFN-γ estimula as células apresentadoras de antígenos a produzirem IL-12 e especificamente macrófagos ativa a produção de outras citocinas inflamatórias como IL-1, IL-6, IL-8 IL-18 e TNF-α, como também espécies reativas de oxigênio e nitrogênio (Gonçalves et al., 2016).

17 intestinalsaúde suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Intestino, o maior órgão imune do organismo – Parte II Ao retornarem ao intestino, processo este denominado de homing, linfócitos T efetores são novamente expostos aos antígenos que desencadearam a resposta imune, que por sua vez, já está amplificada e conta com uma população mais diversa de células apresentadoras de antígenos tais como:

Nesse novo contato com o antígeno (promovido por células apresentadoras de antígenos), os linfócitos T efetores respondem de modo mais rápido e vigoroso, secretando citocinas como IFN-γ, IL-17, TNF-α, linfotoxina-α ou IL-2, dependendo do perfil da célula T efetora (Th1 ou Th17).

Diante do exposto, torna-se evidente que o intestino, além de ser um órgão responsável pelos processos de digestão e absorção de nutrientes, desempenha função primordial na defesa e resposta imune do organismo. Sendo assim, a manutenção da saúde intestinal refletirá na saúde e no desempenho produtivo dos animais. Intestino, o maior órgão imune do organismo – Parte II BAIXAR EM PDF Referências sob consulta dos autores.

18 intestinalsaúde suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Intestino, o maior órgão imune do organismo – Parte II A IgA desempenha um papel importante na proteção do epitélio da mucosa contra patógenos invasores, na modulação da composição da microbiota intestinal e na manutenção da homeostase contra antígenos comensais e antígenos alimentares (Gonçalves et al., 2016) As S-IgAs se ligam às bactérias comensais no lúmen intestinal e permitem o transporte delas para a mucosa a partir da ligação do complexo S-IgA/antígeno a receptores específicos expressos nas células M intestinais. Em seguida, células dendríticas de fenótipo de tolerância na mucosa são estimuladas a produzir IL-10 e induzir a produção de IgA por linfócitos B nas placas de Peyer. Esse processo de amostragem de microrganismos comensais às células do sistema imune em um microambiente regulador (anti-inflamatório) permite a manutenção da tolerância à microbiota intestinal (Gonçalves et al., 2016).

SABOR DE OFERTA?$? SUÍNO NA CERTA Associação Brasileira dos Criadores de Suínos 20 SNCS suínoBrasil 2º trimestre 2022 | Sabor de oferta?$? Suíno na certa

A SNCS conta com o apoio de 27 bandeiras do varejo que estão com as gôndolas repletas de carne suína e times preparados para impulsionar as vendas da proteína em todo o Brasil. A Diretora de Marketing e Projetos da ABCS, Lívia Machado, frisou também que este é o momento de renovar as esperanças dos produtores brasileiros e ressaltou o empenho em antecipar a edição deste ano. “Adiantamos a Semana e não mudamos a estratégia, pois o nosso produto é percebido como a forma que ele é comunicado. É a comunicação que gera a ação, a gente ensina de fato quem se comunica com o consumidor. Nós vamos vencer essa crise e vamos vencer com trabalho!” de oferta?$? Suíno na certa

O #casedesucesso está de volta, completando uma década, para enfrentar a crise histórica que a cadeia está passando, ao lado do suinocultor. Durante o lançamento da SNCS, o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, destacou o momento histórico que os suinocultores estão enfrentando. Vivemos um momento muito triste para os produtores, mas vamos transformar a dificuldade em oportunidade. Saímos das nossas granjas para chegar aos consumidores através de vocês, representantes do varejo nacional. Contamos com vocês para trazer tempos melhores para os produtores. A Semana Nacional nasceu de uma crise que enfrentamos em 2012, e hoje decidimos que nós produtores vamos mudar esse quadro, nós produtores vamos fazer a diferença. Tudo o que vemos hoje é a concretização de um sonho, contamos muito com vocês!, finalizou.

Criada com o objetivo de ajudar a superar a crise que a suinocultura nacional enfrentava em 2012, a Semana Nacional da Carne Suína impulsionou o aumento de 32% no consumo de carne suína no Brasil, no período de 2013 a 2021, e este ano promete elevar ainda mais essa marca.

21 SNCS suínoBrasil 2º trimestre 2022 | Sabor

superNortepresençaestadoslojasbrasileirosexpressivadeaSuldopaisehipermercados maioresbandeirasredes2022SNCS 527221.7529 22 SNCS suínoBrasil 2º trimestre 2022 | Sabor

Sabor de oferta?$? Suíno na certa BAIXAR EM PDF Com histórico de resultados positivos em vendas a cada edição, a SNCS ressalta os atributos da proteína suína e conquista consumidores pela sua comunicação 360ª on e off-line, como lojas físicas, e-commerce e redes sociais, além de metodologia estratégica exclusiva que aposta na capacitação de açougueiros e colaboradores para serem embaixadores da proteína, sanar dúvidas e incentivar sua compra.

A 10ª edição da SNCS já está presente nas lojas de norte a sul do país, com campanhas 360°, e mais de 31 mil comunicações em PDV. Somando o alcance nas redes sociais a SNCS poderá impactar mais de 145 milhões de brasileiros no período de 1 a 17 de junho. de varejos de oferta?$? Suíno na certa

números EDIÇÃO grupos

Probióticos registrados na Comunidade Europeia. inteligentesProbióticos suinocultura.paraSolução natural para leitões e fêmeas lactantes Vamos criar um mundo BioPlusNaturalmente.melhor.®2B

24 FAVESU6ª SuínoBrasil 3º Trimestre 2022

ESPÍRITO SANTO

6ª FAVESU PROMOVE DOIS DIAS DE CONHECIMENTOMUITONO

Texto: Juliano Rangel / Fotos: Marlon Max e Sidney Dalvi Acidade de Venda Nova do Imigrante - ES se tornou o ponto de encontro das cadeias avícola e suinícola do Espírito Santo, nos dias 08 e 09 de junho, com a realização da 6ª Feira de Avicultura e Suinocultura Capixaba (FAVESU). Promovido em conjunto pela Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (AVES) e a Associação de Suinocultores do Espírito Santo (ASES), o evento recebeu mais de duas mil visitas. | 6ª FAVESU Promove dois dias de muito conhecimento no Espírito Santo

No primeiro dia do evento, a antibioticoterapia na suinocultura foi abordada pela diretora técnica da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Charli Ludtke, em conjunto com a pesquisadora da Embrapa Aves e Suínos, Jalusa Deon. Promove dois dias de muito conhecimento no Espírito Santo

“A ABCS tem desenvolvido materiais técnicos e promovido muitas palestras e treinamentos para os produtores, veterinários e colaboradores das granjas, principalmente para destacar as medidas que podem ser trabalhadas como prevenção antes da utilização dos antibióticos”, reiterou Charli

CONTROLE “O Brasil, que é um grande produtor de alimentos, já tem o seu plano nacional para o controle da resistência, que busca repensar o uso de antimicrobianos na produção animal”, reiterou Jalusa

““

ePrincipaisdeBenefíciosantibioticoterapiafiscaiserestituiçãocréditostributárioscausasdecondenaçõesformasdeprevenção

Ao longo de dois dias de evento, foram mais de 20 horas de palestras técnicas, a feira também colocou em debate temáticas da suinocultura nacional, tais como: O uso da

FAVESU6ª

25 SuínoBrasil 3º Trimestre 2022 | 6ª FAVESU

PREVENÇÃO PERSPECTIVAS INTERAÇÃO, No segundo dia da feira, as principais causas e as formas de prevenção das condenações de carcaça, desde a granja até o abatedouro, foram abordadas pelo Fiscal Estadual Agropecuário do Idaf/ ES, Agostinho Sergio Scofano “Muitas vezes, as falhasacontecemcondenaçõespornomanejo e no jejum dos suínos que são enviados aos destacoufrigoríficos”, Agostinho “ FAVESU Homenagens EspaçoEspaçoaviculturapersonalidadesparadaesuinoculturaCientíficoGourmet A feira também promoveu mais uma edição da Reunião Conjuntural com as participações dos presidentes da ABCS e ABPA, Marcelo Lopes e Ricardo Santin, respectivamente, e do Superintende da Sugof/Conab, Allan Silveira era esperado para cinco. Agora nós épeloprincipalmenteprecisamoscomeçandomercadointerno,queonossograndefoco”, Marcelo Lopes FAVESU6ª

ANOTEDIVERSIFICADONAAGENDA

6ª FAVESU Promove dois dias de muito conhecimento no Espírito Santo BAIXAR EM PDF PALESTRA MAGNA PÚBLICO

AGRADECIMENTOS Coordenador institucional da feira, Nélio Hand, fez um balanço de todo o trabalho. “Foi bastante desafiador organizar, reorganizar, refazer planilhas de custos, não desistir e persistir. Mas como em qualquer desafio, que a propósito foram constantes nos últimos tempos, estamos saindo fortalecidos, com a certeza de que estamos cumprindo o nosso papel, e contribuindo com a avicultura e suinocultura”, frisou Nélio. Segundo dados divulgados pela organização da feira, a 6ª FAVESU contou com mais de duas mil participações de pessoas de vários municípios capixabas, das regiões da Zona da Mata Mineira, do Norte Fluminense e de Estados das Regiões Centro-Oeste e Nordeste, essa última com visitantes provenientes da Bahia, Ceará e Pernambuco. O evento também recebeu mais de 300 representantes de indústrias do Espírito Santo e de produtores locais. No Espaço Gourmet, mais de 150 pessoas acompanharam a iniciativa que ocorreu em três momentos, enquanto que o Espaço Científico apresentou estudos de pesquisadores e estudantes de universidades e faculdades do Espírito Santo, da região Norte Fluminense e do Estado de Minas Gerais. A sétima edição da FAVESU já está confirmada para o ano de 2024! 27 FAVESU Promove dois dias de muito conhecimento no Espírito Santo Arthur Igreja destacou em sua apresentação o cenário de retomada para os setores avícola e suinícola “Os próximos meses tendem a ser de uma equalização. Cada crise cria setores que são vencedores e outros que são mais atacados.”, pontuou Arthur.

SuínoBrasil 3º Trimestre 2022 | 6ª

FAVESU6ª

28 SuínoBrasil 3º Trimestre 2022 | |

PONTOS DE ATENÇÃO PARA O USO INJETÁVELTERAPÊUTICO DE ANTIBIÓTICOS EM SUÍNOS

Essas e outras excelentes conquistas da suinocultura brasileira são motivadas, dentre outros, por avanços nas áreas de genética, nutrição, sanidade, instalações e equipamentos, manejo, gestão e pessoas. Sustentar essas conquistas e enfrentar os desafios vindouros estão no radar de toda a cadeia suinícola brasileira e, neste sentido,

Em 2021 a Suinocultura Brasileira alcançou inúmeros recordes. Conforme relatório anual da Associação Brasileira de Proteína Animal de 2022 (ABPA), a produção nacional de carne suína alcançou 4,7 milhões de toneladas sendo que 24,19% dessa produção, ou seja 1,137 milhão de toneladas, destinada à exportação para 86 países. O consumo interno foi de 16,7Kg/ habitante/ano e, também, foi o recorde de toda série histórica. Em paralelo a eficiência produtiva dos planteis brasileiros, quando expressa em desmamado/ matriz/ano, chegou ao número de 29,41 desmamados/fêmea/ano em 2021 conforme relatório da 14ª edição dos melhores da suinocultura da Agriness o que evidencia um crescimento anual de aproximadamente 0,35 Desmamado / fêmea / ano.

INTRODUÇÃO intensificar o uso prudente promoçãoantimicrobianos,deadobem-estardosanimais e a consolidação das pautas ESG tem ganhado ênfase.

Carlos Carrijo Presidente da Abraves regional MS scec1000@outlook.com Pontos de atenção para o uso terapêutico injetável de antibióticos em suínos.

antimicrobianos

USO TERAPÊUTICO INJETÁVEL DE ANTIBIÓTICOS EM SUíNOS O uso terapêutico injetável de antibióticos em suínos é uma prática recorrente e tem ganhado importância, dentre outros motivos, pela restrição progressiva no uso profilático e como promotor de crescimento dessas moléculas. O estabelecimento de adequados protocolos terapêuticos injetáveis constitui-se em uma ação importante da rotina do médico veterinário no campo e os tópicos a seguir apresentarão etapas importantes para a implementação e execução desses protocolos. Previamente à implantação e execução dos protocolos terapêuticos injetáveis, considerouse o correto diagnóstico das enfermidades a partirPréviade: Avaliçãoanamnese,deíndices zootécnicos, Avalição clínica dos animais, Realização de necropsias para avaliação de lesões macroscópicas e Coleta e remessa de material para exames laboratoriais incluindo sensibilidade antimicrobiana, bem como a adequada escolha do princípio ativo a ser utilizado. Pontos de atenção para o uso terapêutico injetável de antibióticos em suínos.

antimicrobianos

O presente artigo objetiva, dentre outros, não esgotar e sim colaborar com algumas considerações e reflexões sobre o uso terapêutico injetável de antibióticos em suínos em crechários, embora a forma de uso terapêutica injetável também seja utilizada em unidades de terminação (UT) e unidades produtoras de desmamados (UPD).

29 SuínoBrasil 3º Trimestre 2022 | |

Com relação ao uso racional de antimicrobianos, ações envolvendo diversos órgãos estão implementadas e podemos exemplificar aqui o Plano de Ação Nacional de Prevenção e Controle da Resistencia aos Antimicrobianos no Âmbito da Agropecuária, o PAN-BR AGRO. Bem como a importantíssima e recente publicação da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) da obra Uso Prudente e Eficaz de Antibióticos na Suinocultura – Uma abordagem integrada.

A operacionalização do uso racional de antibióticos nos sistemas de produção de suínos é um importante tarefa médico-veterinária, constituindo-se em dos principais pontos de atenção na atuação profissional.

Gráfico

Pesodoseseprincípiosdosativossuasrespectivasemmg/kgVivo Fonte:

sempre associados com o antibiótico espectomicina. 10 10 5 8 5 10 4 10 10 15 15 2.52.5 4 12 20 Tiamulina TilosinaLincomicina1EnrooxacinaMarbooxacina Ceftiofur CefalexinaGentamicinaKanamicinaEspectinomicina2 FlorfenicolAmoxicilinaTulatromicinaTildipirosinaSulfadoxinaOxitetraciclina 1015202550 Dosagem do antibiótico em mg/kg de Peso Vivo VIA DE ADMINISTRAÇÃO mg/kg de peso vivo 30 SuínoBrasil 3º Trimestre 2022 | | Pontos de atenção para o uso terapêutico injetável de antibióticos em suínos. antimicrobianos

1

VOLUME DE APLICAÇÃO

A via de administração intramuscular é a predominante na aplicação de antibióticos terapêuticos injetáveis. Um ponto de atenção importante para a correta adoção dessa via de administração refere-se a adequada contenção dos animais, bem como a utilização de agulhas conforme o peso vivo dos animais. Agulhas 10 x 10, 15 x 12 e 20 x 12 são recomendadas em função do tamanho dos animais na creche ou semanas pós desmame. Embora o volume de aplicação esteja expresso em ml do produto por um determinado Kg de Peso Vivo (PV) dos animais (p.ex: 1ml/Kg de PV), a compreensão na determinação desse volume por parte dos envolvidos com o planejamento e execução faz-se necessária. Sendo assim, três pontos são fundamentais para a capacitação de equipes visando o uso prudente dos antibióticos injetáveis, quais sejam: O Gráfico 1 ilustra as diferentes doses de diferentes princípios ativos frequentemente disponíveis em farmácias em sistemas de produção de suínos. É sempre importante lembrar que o médico veterinário poderá ajustar com embasamento técnico, as doses apresentadas. Cabe destacar que outro princípio ativo frequentemente disponível são as benzilpenicilinas, apresentando dosagens variando entre 8.500 até 25.000 UI / Kg de peso vivo. As benzilpenicilinas estão frequentemente associadas a dihidroestreptomicina e/ou antiinflamatórios. 1 –Relação Extraído da bula de diferentes produtos disponíveis nas farmácias em diferentes sistemas de produção de suínos. Os produtos à base de lincomicina estavam

antimicrobianos

Concentração (%) dos produtos disponíveis Com relação à concentração dos diferentes princípios ativos disponíveis em diferentes produtos, as mesmas apresentaram valores mínimos de 4% (40mg/ml) e máximo de 40% (400mg/ml). A Tabela 1 ilustra a concentração dos diferentes princípios ativos disponíveis nas farmácias das unidades de produção de suínos.

Concentraçãodoproduto(%) CURVA DE CRESCIMENTO SEMANAL DO LEITÕES (Kg / Leitão) 7 9 12 15 18 10% 0,56 0,72 0,96 1,20 1,44 16% 0,35 0,45 0,60 0,75 0,90 20% 0,28 0,36 0,48 0,60 0,72 31 Pontos de atenção para o uso terapêutico injetável de antibióticos em suínos.

Tabela 1 – Concentração dos diferentes princípios ativos em produtos disponíveis em farmácias em unidades produtoras de suínos Princípio Ativo Concentração (%) Florfenicol 30 e 40 Marbofloxacina 10, 16 e 20 Tiamulina 20 Tilosina 15 e 20 Lincomicina + Espectinomicina 5 e 10; 5 e 12 Amoxicilina 15 Ceftiofur 5 e 10 Cefalexina 15 Enrofloxacina 10 Oxitetraciclina 20 Gentamicina 4 Kanamicina 25 Tulatromicina 10 Tildipirosina 4 Definição do Peso Vivo dos animais Para a definição do peso vivo dos animais a serem tratados a utilização de curva semanal de desempenho dos leitões em creche é frequentemente adotada, tendo cada unidade de produção sua curva de desempenho estabelecida e atualizada. Conhecendo os três indicadores anteriores (dose do antibiótico em mg/kg de PV x concentração do produto a ser utilizado em % ou mg/ml x peso dos animais a serem tratados em Kg), procede-se a definição do volume em ml / animal do produto elegido. O Quadro 1 ilustra a interação entre os três parâmetros, bem como sinaliza a necessidade de adequações técnicas para a aplicação do volume a ser injetado considerando as ferramentas disponíveis. Quadro 1 – Influência do PV, da concentração do produto (em %) e da dose recomendada (8 mg/kg de PV) sobre o volume de aplicação1 de um medicamento. 1O volume de aplicação, em função das variáveis envolvidas, poderá gerar números quebrados e impossíveis de aplicação em função dos equipamentos disponíveis. O ajuste adequado do volume a critério do médico veterinário e a utilização de equipamentos adequados para a aplicação são fundamentais para o uso prudente dos antimicrobianos.

SuínoBrasil 3º Trimestre 2022 | |

O Quadro 2 ilustra diferentes situações de rendimento do frasco durante a checagem da implantação de programas terapêuticos injetáveis. O quadro acima evidencia a necessidade de revisão nos procedimentos nas granjas B e D, desde o adequado funcionamento dos equipamentos disponíveis até a capacitação da mão de obra envolvida. Os impactos técnicoeconômicos das diferentes situações ilustradas devem ser extrapolados e tratados juntamente com as equipes envolvidas.

Programas que contemplam desde dose única, sem intervalo entre aplicações, até programas que indicam até 3-5 aplicações com intervalo de 24 horas entre elas são descritos e encontrados em condições de campo.

SITUAÇÃO

Fonte: Carrijo (2019) Quadro 2 – Diferentes taxas de rendimento do frasco (Número de animais tratados com frasco de 100ml) de medicamento alcançadas em checagens em diferentes granjas. Rendimentoesperado Rendimentoalcançado Rendimentoalcançado(%) A 200 202 101% 2 B 200 167 83,5% 33 C 200 200 100% 0 D 200 223 111,5% 23

32 SuínoBrasil 3º Trimestre 2022 | |

O Quadro 3 ilustra o possível impacto da frequência de aplicação sobre a utilização da mão de obra e sinaliza a necessidade de conhecermos o rendimento dos colaboradores para a adequada implantação de programas terapêuticos. Após a definição do volume de aplicação e durante a operacionalização da medicação terapêutica injetável, um indicador prático que pode sinalizar o adequado uso do medicamento é a taxa de rendimento do frasco (número de animais tratados com um frasco de medicamento).

Diferença

antimicrobianos

FREQUÊNCIA E INTERVALO ENTRE APLICAÇÕES A frequência e o intervalo de aplicação dos diferentes antimicrobianos é fundamental para o êxito dos programas terapêuticos injetáveis, além de poder impactar na utilização da mão de obra disponível e no custo dos tratamentos. Em avaliações do rendimento dos colaboradores em condições práticas e considerando os manejos de avaliação dos animais, identificação dos doentes, transferência dos doentes para baias hospitais e posterior medicação, resultados interessantes estão sendo compilados e sendo considerados antes da adoção de programas terapêuticos. Pontos de atenção para o uso terapêutico injetável de antibióticos em suínos.

1 Intramuscular; 2 Em todos os protocolos adotados a identificação e/ou separação dos animais enfermos para baias hospitais foi uma prática de manejo recorrente.

3 A maior quantidade de injeções pode ser favorecida pelo custo do tratamento (R$ / animal), bem como pela taxa de recuperação dos animais tratados. Frequênciaaplicaçãode

Quadro 4 – Taxa de recuperação de animais em creche com sintomatologia respiratória e submetidos ao tratamento com diferentes antimicrobianos e protocolos de uso.

As taxas de recuperação de leitões submetidos a diferentes protocolos é um indicador importante do sucesso dos programas terapêuticos e devem sempre ser geradas para a tomada, revisão ou manutenção das decisões.

O Quadro 4 exemplifica os resultados alcançados com diferentes programas e destaca-se que não houve recidivas em nenhum animal de nenhum tratamento utilizado. A associação da taxa de recuperação com outros indicadores, tais como uso da mão de obra, valor do tratamento / leitão e outros indicadores constitui-se em importante análise em sistemas de produção de suínos.

Via aplicaçãode aplicaçõesIntervaloentre(h)2 Número injeções/100deleitões3 Única (1 aplicação) IM1 100 2 IM 48 200 3 IM 24 300 5 IM 24 500 ANTIMICROBIANO deNúmeroanimaistratados Frequência / intervalo de aplicação (h) recuperadosdeNúmeroanimais Taxa recuperaçãode(%) A 36 Dose Única 36 100,00% B 36 2 doses / 48 h 35 97,20% C 36 3 doses / 24h 35 97,20% 33 SuínoBrasil 3º Trimestre 2022 | | Pontos de atenção para o uso terapêutico injetável de antibióticos em suínos. antimicrobianos

Fonte: Carlos Carrijo (2021) Quadro 3 – Número de injeções necessárias em função da frequência e intervalo de aplicação do antimicrobiano, conforme diferentes protocolos.

de

Pontos de atenção para o uso terapêutico injetável de antibióticos em suínos BAIXAR EM PDF

em

antimicrobianos

Princípio

Florfenicol 8 – 21 Marbofloxacina 4 – 9 Tiamulina 11 – 14 Tilosina 14 – 21 Lincomicina + Espectinomicina 8 – 14 Amoxicilina 8 – 30 Bennzilpenicilinas Dihidroespreptomicina+ 28 – 30 Ceftiofur 0 – 14 Cefalexina 4 Enrofloxacina 5 – 9 Oxitetraciclina 16 – 28 Gentamicina 40 Kanamicina 22 Tulatromicina 5 Tildipirosina 9 34 SuínoBrasil 3º Trimestre 2022 | | Pontos de

De maneira geral as orientações dos fabricantes é armazená-los em ambientes limpos, protegidos da luz e em temperaturas que variavam entre 4°C e 30°C a depender do produto. É sempre importante atentar para as orientações de conservação descritas nos diferentes produtos. O tempo de utilização do produto refere-se ao período para uso do mesmo (em dias) após a abertura do frasco e conservado em condições adequadas. Os números variam muito de um produto para o outro e, aqui também, deve-se atentar para a orientação do fabricante. A implantação e execução de protocolos terapêuticos injetáveis para suínos em crechários pode-se constituir em importante ação na intensificação do uso racional de antibióticos. Mesmo demandando mais mão de obra, novos produtos, novas ferramentas / equipamentos disponíveis, novas abordagens e outros favorecedores, sinalizam para essa necessidade. Estudos e avaliações devem ser frequentemente realizados em condições de campo na busca pelo sucesso desses protocolos terapêuticos. Nesse sentido o Quadro 5 traz um compilado extraído de diferentes produtos disponíveis em farmácias nas granjas de suínos.

para

PERÍODO DE CARÊNCIA CONSERVAÇÃO E PERÍODO DE UTILIZAÇÃO DO PRODUTO CONSIDERAÇÕES FINAIS

É fundamental que todos os envolvidos com o planejamento e execução de programas terapêuticos injetáveis conheçam os diferentes períodos de carência dos diferentes produtos / princípios ativos disponíveis.

injetável de

Quadro 5 – Período de carência dos diferentes princípios ativos disponíveis em farmácias em unidades produtoras de suínos Ativo Período(dias)carência atenção o uso terapêutico antibióticos suínos.

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Autor: Eduardo Miotto Ternus Coordenador Técnico Suínos - Vetanco América Latina NÃO SE TRATA SIMPLESMENTEDEREDUZIR OS ANTIMICROBIANOS, É PRECISO SABER COMO FAZER! Os antimicrobianos têm sido utilizados na produção animal para tratamento, prevenção de doenças e como promotor do crescimento por mais de 50 anos e o impacto disso sobre o tratamento de doenças em humanos está sendo amplamente debatido, pois a crescente conscientização dos possíveis efeitos negativos dos antibióticos promotores de crescimento (APC) resultou em um interesse crescente em produzir suínos sem o uso destes medicamentos. 36 antimicrobianos SuínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Não se trata simplesmente de reduzir os antimicrobianos, é preciso saber como fazer!

Nos últimos anos, o Brasil vem trabalhando em linha com as diretrizes da OMS sobre o uso de antimicrobianos de importância médica em animais destinados a produção de alimentos, realizando diversas proibições de uso de algumas moléculas, medida criada para prevenir e controlar a resistência aos antimicrobianos, o que, atualmente, está entre os Tendo em vista estes dados, a OMS recomenda a restrição completa ao uso de todas as classes de antimicrobianos de importância na medicina humana como promotor de crescimento em animais de produção.

37

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em alguns países aproximadamente 80% do uso total de medicamentos de importância na medicina humana, ocorre no setor animal, comoprincipalmentepromotor de crescimento.

antimicrobianos | Não se trata simplesmente de reduzir os antimicrobianos, é preciso saber como fazer!

SuínoBrasil 3º Trimestre 2022

Ademais de todo problema de resistência antimicrobiana, outro ponto fundamental que merece ser mencionado é a falta de seletividade que os antibióticos possuem. Eles cumprem o papel para o qual foram concebidos, é dizer que um princípio ativo que tem ação antimicrobiana sobre as bactérias Gram + vai eliminar todas as bactérias Gram +, sejam elas patogênicas ou bactérias benéficas, justo pelo que comentamos, por sua falta de seletividade.

Por estes problemas supracitados em função do uso dos antimicrobianos é que a pressão sobre a redução no seu uso, principalmente nos animais de produção, tem se baseado. Porém, não se trata somente de simplesmente retirar ou reduzir o uso dos antimicrobianos, infelizmente não é tão fácil assim.

Somado a todos estes problemas, ainda, temos na outra ponta da cadeia os consumidores, que vem aumentando a demanda por proteína animal produzida sem ou com o uso restrito de antibióticos. A pressão para reduzir o uso APC na pecuária é um processo crescente e irreversível, e vários países estão aderindo às restrições e proibição do uso dos mesmos. The Lancet Planetary Health mostrou que as intervenções restringindo o uso de antibióticos em animais de produção reduziram as bactérias resistentes a antibióticos em até 39%

Muito importante lembrar que muitas das bactérias que compõem a flora benéfica são bactérias Gram + como os Lactobacillus, Lactococcus e Bifidobacterium. Isso nos leva a um dos principais efeitos colaterais no uso dos antimicrobianos que é a disbiose. E este desequilíbrio pode vir a ser tão prejudicial quanto o próprio desafio que se está combatendo.

. Lactococcus

Bifidobacterium Lactobacillus 38 antimicrobianos SuínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Não se trata simplesmente de reduzir os antimicrobianos, é preciso saber como fazer!

O processo de redução/retirada realizado abruptamente sem nenhum trabalho prévio fatalmente está fadado ao erro, no que tange principalmente as perdas que serão geradas aos sistemas, podendo inviabilizar o processo de redução dos antimicrobianos, acabando com toda a boa intenção que tínhamos de trabalhar com menos antibióticos.

Segundo Liu et al (2018), retirando os APC das dietas as doenças podem aumentar exponencialmente e o desempenho, consequentemente, será reduzido. Somente para compreendermos um pouco da extensão e complexidade do problema, no trabalho realizado por Cardinal et al. (2019) a retirada dos APC no período total de criação resultaria em perdas no Brasil na casa dos US$ 79.258.694 por ano, corroborando exatamente com que o acabamos de mencionar, que a retirada dos APC das dietas reduz o desempenho de suínos e resulta em perdas econômicas significativas quando realizado da forma incorreta. De onde são originadas estas perdas? Da nossa interdependência dos antimicrobianos. São eles que vem cobrindo ou encobrindo as nossas falhas de manejo nas granjas, conforme mencionamos anteriormente. É fato dizer, então, que ao remover ou reduzir os antimicrobianos das nossas granjas estamos removendo o band-aid que cobre as nossas feridas, ou seja, estamos deixando expostas todas as nossas vulnerabilidades, ocasionando nas perdas supracitadas e é por isso que temos tanto medo ou tanto receio no processo de redução dos antimicrobianos, porque sabemos que vamos ficar à mercê de nossas próprias decisões diárias na granja sem nenhuma forma de proteção a não ser nosso próprio manejo, ambiência, sanidade, etc. se trata simplesmente de reduzir os antimicrobianos, é preciso saber como fazer!

O erro mais comum ao qual podemos incorrer é crer que o processo de retirada e/ ou redução dos antimicrobianos é uma tarefa simples, que se trata somente de remover da curva de medicação, algumas fases ou alguns princípios ativos específicos ou ainda, quem sabe, trabalhar na redução da concentração utilizada das drogas.

Temos utilizado, por muitos e muitos anos, antimicrobianos em nossos sistemas de produção, os quais vem mascarando muitos dos reais problemas em nossas granjas e, desta forma, inevitavelmente irão ocorrer problemas quando da sua retirada.

39 antimicrobianos SuínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Não

É como se faz no plantio de qualquer cultura, primeiro se prepara e aduba o solo e, ao final, se realiza o plantio, no processo de redução dos antimicrobianos é igual, primeiro se “ajeita a casa” e, ao final, se inicia a substituição dos antimicrobianos pelos produtos naturais.

Prevention Program nada mais é que uma visão holística da cadeia, que nos permite compreender de forma abrangente o que está acontecendo no sistema para, a partir de então, propor soluções mais assertivas para cada problema em sua distinta fase. Se trata de entender na minúcia o que está em que fase, quais são os agentes patogênicos envolvidos, quais os possíveis fatores predisponentes, quais possíveis falhas de manejo podem estar contribuindo com o problema em questão. Desta maneira, começamos a resolver o problema da maneira certa, passo a passo, construindo um plano de ação robusto, envolvendo todos os setores da granja, desde a recepção da leitoa até o animal ao abate, todos os elos trabalhando juntos para que ao final do processo consigamos realizar os processos de redução de forma gradual, setor a setor, fase a fase, visando mitigar o máximo de perdas durante este processo.

SuínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Não se trata simplesmente de reduzir os antimicrobianos, é preciso saber como fazer!

Previsão

antimicrobianos

É baseado nestas cinco virtudes que está alicerçado o Prevention Program, trabalhando de forma coesa e preventiva, analisando a granja/sistema como um todo para que somente ao final de todo este trabalho de investigação e melhoria nos processos, se inicie o trabalho de redução dos antimicrobianos e uso dos aditivos naturais como: Neste contexto nasce o Prevention Program Vetanco, o qual conta com um portifólio completo de serviços e soluções estratégicas, desenvolvidos para a alta performance e auxílio neste processo de redução e/ou substituição dos antimicrobianos.O

Precaução ÁcidosProbióticos;Prebióticos;Fitogênicos;orgânicos, entre outros. 40

PaciênciaPersistênciaParcimônia

Para o sucesso no processo de redução ou substituição dos antimicrobianos são necessários os 5P’s:

acontecendo,

Os produtos naturais trabalham de forma distinta aos antimicrobianos, necessitam de tempo e condições mínimas para seu funcionamento eficaz. Muitos foram os equívocos cometidos num passado não muito distante, onde, simplesmente, na ânsia de se reduzir o uso dos antibióticos, simplesmente substituía-se o antimicrobiano por um alternativo, sem entendimento prévio nenhum do sistema, incorrendo no insucesso do tratamento, gerando inseguranças e descontentamento de ambos os lados. Trimestre 2022 | Não se trata simplesmente de reduzir os antimicrobianos, é preciso saber como fazer!

Não se trata simplesmente de reduzir os antimicrobianos, é preciso saber como fazer! BAIXAR EM PDF

41 antimicrobianos SuínoBrasil 3º

Mas por que só ao final do processo entram os aditivos? Porque eles são a cereja do bolo e não a salvação da lavoura. E esse ponto é muito importante que seja dito e entendido:

Quando são utilizados da forma incorreta, na maioria dos casos temos resultados insatisfatórios e é por isso que muito se comenta sobre os resultados inconsistentes no uso dos alternativos aos antimicrobianos.

Por estes motivos é que o Prevention Program vem a cada ano se consolidando como uma ferramenta robusta para o auxílio do produtor neste árduo processo de redução dos antimicrobianos, o qual mais cedo ou mais trade vai chegar a todos os Visãosuinocultores.holística da cadeia, pacote inteligente de serviços e produtos, soluções certas no momento certo, saúde intestinal de ponta a ponta, maximizando resultados e mitigando perdas, este é o Prevention Program Vetanco.

SINSUI 2022 FOI UM SUCESSO! A14ª edição do Simpósio Internacional de Suinocultura (SINSUI) foi realizado entre os dias 17 e 19 de maio de 2022, no Centro de Eventos da PUCRS, em Porto Alegre/RS. O evento atendeu as expectativas através de muito conteúdo científico e importantes nomes da suinocultura brasileira e internacional, mantendo o padrão de qualidade técnica. 42 2022SINSUI SuínoBrasil 3º Trimestre 2022 | SINSUI 2022 foi um sucesso!

O Coordenador do SINSUI 2022, Professor Fernando Bortolozzo, relembrou o grande desafio para realização desta edição. 2022 foi um sucesso!

Outras inovações desta edição foram as salas com apresentações simultâneas, além do formato híbrido, com transmissão online e tradução simultânea para o português e espanhol. lounges para networking, foram mais de 60 apresentações orais, mais de 50 pôsteres de trabalhos científicos, sendo 22 deles selecionados para apresentação oral e quatro intervalos de learning empresariais ao longo do evento.

SINSUI em números 43 2022SINSUI SuínoBrasil 3º Trimestre 2022 | SINSUI 2022 foi um sucesso! SINSUI

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Além disso, mantendo a tradição inovadora do evento, uma das novidades do XIV SINSUI foi o espaço empresarial que ocorreu durante os três dias do evento, promovendo o networking entre os congressistas.

44 patologia suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Epidemiologia do Seneca Valley vírus (SVV )

Doença causada pelo Seneca vírus é caracterizada pela formação de úlceras, erosões e vesículas na pele, coroa dos cascos, focinho, lábios e na cavidade oral de suínos de natureza aguda acompanhado de letargia, claudicação e anorexia e, à medida que a doença evolui, surgem profundas úlceras multifocais e erosão/abrasão cutânea que evoluem com formação de crostas e é auto-limitante.Suaimportância reside no fato de ser clinicamente indistinguível de outras doenças vesiculares.

EPIDEMIOLOGIA DO SENECA VALLEY VÍRUS (SVV)

CONCEITUAÇÃO

Profa. Dra. Masaio Mizuno Ishizuka Professora Titular Senior de Epidemiologia de Doenças Infecciosas/FMVZ-USP

Senecavírus causa doença aguda vesicular auto limitante em suínos que se localizam no focinho, lábios e/ou cascos especificamente na região da coroa e interdigital. Outros sinais presentes são: ClaudicaçãoLetargia, e anorexia e, À medida que a doença evolui, surgem profundas úlceras multifocais e erosão/abrasão cutânea que evoluem com formação de crostas.

HISTÓRICO E OCORRÊNCIA

Histórico O Seneca Valley Vírus (SVV) foi incidentalmente isolado nos USA, no estado de Maryland em 2002, em células de cultivo celular de retinoblasto fetal, provavelmente contaminado com tripsina de suíno (Hales et al. 2008; Knowles et al. 2006). A SVV é uma infecção generalizada, cursando essencialmente com sinais de diarreia e alta mortalidade em leitões, além do aparecimento de lesões vesiculares no focinho e banda coronária dos cascos de suínos adultos. O quadro clínico na granja é de aparecimento súbito e transiente com duração de uma a duas

45 patologia suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Epidemiologia do Seneca Valley vírus (SVV ) Embora não conste como doença de comunicação compulsória ao Serviço Veterinário Oficial (SVO) (BRASIL, 2013), relativamente aos suínos há a seguinte observação:

Inúmeros casos de doença não debilitante com manifestações clinicas de erosão e vesículas nas narinas, cavidade oral, pele e coroa dos cascos foram ocasionalmente descritos por muitos anos sem a identificação do agente etiológico incluído na síndrome vesicular idiopática dos suínos (Cameron, 2006). A evidência da associação entre Seneca Valley Vírus e doença vesicular ocorreu em 2008 no Canadá e em 2012 nos USA em decorrência da detecção de RNA viral pela prova de RT-PCR (Pasma, 2008; Singh et al, 2012) a partir de material obtido de suínos assintomáticos (USA, 2012) A doença foi experimentalmentereproduzidaem1987 (Montgomery et al, 1987a).

“Independentementesemanas. da relação de doenças (Encefalomielite por vírus Nipah, Doença vesicular suína, Gastroenterite transmissível, Peste suína africana e Síndrome reprodutiva e respiratória suína/ PRRS), a notificação obrigatória e imediata inclui qualquer doença animal nunca registrada no País”.

1982 2007 1987 2010 1988 201620112007 2014

Estudos de retrospectivainvestigaçãoparaavaliar eventual presença do vírus anteriormente a 2015 no Brasil, foram conduzidos adotando como ponto de corte o ano de 2015 e compararam 247 amostras de soros obtidas de 19 estabelecimentos de produção entre 2017 e 2013 (antes do surto) e 247 amostras de soro sanguíneo obtidas de 4 estabelecimentos de produção entre 2014 e 2016 (depois do surto). A prova utilizada foi a de Soroneutralização (SN) e os resultados revelaram ausência de soropositivos antes de 2014 e presença depois de 2014 principalmente naqueles animais com sinais clínicos (Saporti et al, 2017). Reino Unido (Isid, 2007) ; Itália (Sensi et al, 2010); Canadá com isolamento a partir de cérebro de suínos (Alexandersen, 2019); Brasil, entre final de 2014 e início de 2015 ocorreram inúmeros focos de doença vesicular em leitões desmamados e em adultos de diferentes regiões. Simultaneamente foram observadas altas taxas de mortalidade em leitões neonatos de 1 a 4 dias de idade.

46 patologia suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Epidemiologia do Seneca Valley vírus (SVV ) (datasOcorrênciasdepublicação)

Nova Zelândia (Montgomery, et al, 1987b); Austrália (Munday & Ryan, 1982); USA. Identificado em 1988 e, a partir desta data foi isolado de suínos de pelo menos 10 estados (Califórnia, Illinois, Iowa, Kansas, Louisiana, Minnesota, New Jersey, North Carolina, Ohio e South Dakota). A partir de então, a incidência vem aumentando comprovada por isolamento viral (Baker et al. 2017); USA. Nos casos mencionados (1988), não foram realizadas investigações para identificar possíveis causas de entrada do vírus, porém, em 2007 o rastreamento indicou serem oriundos de Manitoba/ Canadá, onde o vírus fora detectado em 150/187 (80%) suínos transportados deste país para os USA que apresentavam lesões vesiculares indistinguíveis da febre aftosa, estomatite vesicular e doença vesicular dos suínos, porém positivos somente para RNA do Seneca vírus (Pasma et al, 2008);

47 patologia suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Epidemiologia do Seneca Valley vírus (SVV ) Em função da forma de sua apresentação, essa infecção foi inicialmente denominada como “Perdas Neonatais Epidêmicas Transientes” (PNET). A denominação Seneca Valley Virus ocorreu posteriormente à caracterização viral. Trata-se do 1º relato além das fronteiras dos USA (Saporiti et al, 2017). Leitões manifestaram sinais de letargia, hiperemia cutânea, diarreia, sinais neurológicos e/ou morte súbita (Leme et al, 2015a; Vannuci et al, 2015). Diagnóstico laboratorial conduzido pelo MAPA/ Brasil resultaram negativo para febre aftosa, peste suína clássica e diarreia epidêmica suína (Leme et al, 2015a; BRASIL, 2015) e o Seneca vírus foi isolado a partir de leitões com lesões vesiculares (Leme et al, 2015a; Vannuci, 2015; Leme et al, 2015b; Camargo et al, 2016). As lesões observadas por Leme et al (2017), no Brasil, estão abaixo ilustradas (Figura 1). Nos estados de Minas Gerais, Santa Catarina, Goiás e Rio Grande do Sul foram estudadas 625 amostras de soro sanguíneo pelas provas de SN e de RTPCR e obtiveram 24,5% de positividade. O sequenciamento genético revelou elevada distância genética entre isolados do Brasil comparativamente a de outros países, porém indicação de mesma origem entre os isolados no Brasil (Laguardia-Nascimento et al, 2017).

Figura 1. Lesões associadas à doença pelo Seneca vírus. (A) vesículas, no focinho de uma reprodutora, contendo linfa: (B) ulceras no casco e leitão de 3 dias de idade (esquerda) e gengivite diftérica em leitão de 1 dia de idade (Direita), ambos positivos para Seneca vírus. Fonte: Leme et al, 2017. A despeito dos dois relatos de detecção do Senecavírus nos USA, estudos sorológicos retrospectivos realizados entre 1988 e 2008 em soros de suínos assintomáticos, resultou na observação de ampla distribuição espacial e temporal do Senecavírus indicando circulação silenciosa do vírus por longo tempo (Hales et al, 2008).

BA

20152015

Desde 2014, SVV tem sido relatado em suínos de Goiás, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina (Laguardia-Nascimento et al. 2017; Leme et al. 2015a, 2016b; Vannuci et al. 2015). Canadá e Tailândia (ISID, 2016; SAENGCHUTO, 2017) (Figura 2)

Figura 2. Distribuição espacial e temporal dos surtos no Brasil, Canadá, China e Tailândia, de 1988 até início de 2017 destacando a 1ª onda no Brasil.

48 patologia suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Epidemiologia do Seneca Valley vírus (SVV )

MORBIDADE E MORTALIDADE As taxas de morbidade e mortalidade da doença variam segundo a categoria do plantel.

Figura 3. 2ª Onda de Seneca Virus no Brasil (ALFIERI, 2019) 2016 Até Durante/depois2014 de 2015 até o início de 2017 Estados brasileiros afetados pela infecção por senecavírus em suínos

Todos os isolados do Brasil pertencem ao mesmo clade sugerindo origem genética comum e estudo de distância genética permite inferir que o vírus está presente no Brasil desde antes de 2015. Clinicamente foi pioneiramente descrito por Leme et al. (2015a) e Vannuci et al. (2015). Segundo Laguardia-Nascimento et al (2017), as sequências genéticas do vírus foram semelhantes àquelas identificadas nos USA em 2005, mas agrupados em diferente clade e mais semelhantes àquelas identificada no Canadá em 2011 do que à identificada nos USA de 1988 a 1997. República Popular da China, na Tailândia e na Colômbia (Qian et al. 2016; Wu et al. 2016, 2017; SaengChuto et al. 2018; SUN et al. 2017). USA. Observado aumento do número de surtos (Joshi et al, 2016a) e pela 1ª vez no pais foi observada mortalidade neonatal especialmente em planteis com ocorrência de doença vesicular em reprodutoras (Canning et al, 2016; Gimenezlirola, 2016)

Morbidade em leitões desmamados varia de 0,5-5,0% e em terminados e reprodutores oscila entre 5,0-30,0% Importância em Saúde Pública: não apresenta importância por se tratar de uma doença não transmissível ao homem.

Taxas mais observadaselevadaemreprodutoras foram de 70,0-90,0% embora a morbidade usual seja baixa (< 0,2%), recuperação ocorrendo entre 10-15 dias (Baker et al, 2017) e entre 5,0-30,0% em terminados variando de acordo com a região geográfica e origem dos leitões (Leme et al, 2015b; Gimenez-Lirola et al, 2016).

HOSPEDEIROS Suídeos são os únicos suscetíveis

Morbidade em leitões de 1-4 dias de idade atinge 70% e mortalidade entre 15-30%. A manifestação clínica em leitões perdura por 2-3 semanas.

49 patologia suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Epidemiologia do Seneca Valley vírus (SVV ) Naqueles afetados pela 1ª vez, a morbidade pode variar de 4-70% dependendo da idade dos suínos.

Importância em saúde animal: Segundo ALEXANDERSEN et al. (2019), a significância maior do SVV é o fato de ser clinicamente indistinguível das doenças vesiculares como Febre Aftosa (FA), doença vesicular dos suínos (DVS) e exantema vesicular dos suínos (EVS).

ETIOLOGIA Segundo Knowles et al. (2012), pertencem à família Picornaviridae 5 ordens (Picornavirales) que reúnem 35 gêneros (Picornaviridae), 8 dos quais infectam suínos e que são: Aphthovirus (virus da Febre Aftosa), Enterovirus (Enterovirus Gc/ enterovirus suíno B), Sapelovirus (Sapelovirus O suíno d), Senecavirus (Senecavirus A/Seneca Valley virus), e Teschovirus (Teschovirus A/ teschovirus suíno). Senecavirus A (SVV), também denominado Seneca Valley Vírus (SVV), é um picornavírus, pequeno e não envelopado (Knowles et al. 2012; Ehrenfeld et al. 2010). Todos os isolados pertencem ao único sorotipo SVV1 constituindo uma só linhagem genética que permite aceitar a hipótese de única origem (Knowles et al. 2016). Estudos sorológicos retrospectivos revelaram que o vírus já circulava silenciosamente na população de suínos dos USA desde 1988 (Shis, 2015).

Singh et al (2017) recomenda hipoclorito de sódio de uso domissanitário/hipoclorito de sódio (3,25%), derivados do fenol (p-amino fenol terciário a 4,0%), o-benzilp-clorofenol (10,0%), o-fenilfenol (12,0%), compostos derivados da amônia quaternária (cloreto de alkil dimetil benzil amônia a 26,0%), glutaraldeido (7,0%).

Epidemiologia do Seneca Valley vírus (SVV ) BAIXAR EM PDF Não se tem, ainda, conhecimentos sobre as características de importância epidemiológica do SVV como infectividade, patogenicidade, virulência, resistência e persistência. Sabe-se apenas que a resistência do SVV no ambiente é alta, à semelhança de outros picornavírus exceto algumas citações sobre morbidade e mortalidade.

Os melhores resultados foram obtidos com hipoclorito de sódio de uso domissanitário/hipoclorito de sódio a 1:20 a qualquer temperatura. Os desinfetantes fenólicos não foram eficazes contra o SVV a qualquer temperatura. Desinfetantes derivados da amônia quaternária ou aldeído apresentaram resultados de eficácia entre o hipoclorito de sódio e derivados do fenol.

50 patologia

A primeira parte do artigo “Epidemiologia do seneca valley vírus (SVV)” foi apresentado o histórico, morbidade e mortalidade e etiologia da doença. E na segunda parte do artigo será a explorado: Os requisitos para entender a epidemiologia da doença, Diagnóstico clínico, Diagnóstico diferencial, Diagnóstico anatomopatológico, Diagnóstico Epidemiologialaboratorial,eprofilaxia.

SENSIBILIDADE AOS DESINFETANTES São escassos os trabalhos que mencionam eficácia de desinfetantes. Em caso de dúvida, utilizar desinfetantes recomendados para a febre aftosa como hidróxido de sódio (2,0%), carbonato de sódio (4,0%), ácido cítrico (0,2%), ácido acético (2,0%), hipoclorito de sódio (3,0%), peroximonossulfato de potássio/cloreto de sódio (1,0%) e dióxido de cloro (Oie, 2019).

suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Epidemiologia do Seneca Valley vírus (SVV ) Embora seja referido como Senecavírus A ou Seneca Valley Vírus, mas segundo recentes publicações a denominação tem sido “Seneca Valley Virus” (SVV).

Pelas descrições de Joshi et al (2016c) e de Montiel et al (2016) pode-se inferir que a patogenicidade é alta em leitões de maternidade e baixa em reprodutoras e leitões de terminação.

Estes desinfetantes foram testados a diferentes temperaturas (4º C e 25º C) em 5 diferentes superfícies incluindo cimento, borracha, plástico, aço inoxidável e alumínio.

As infecções por Salmonella são prevalentes em populações de suínos há décadas. Quase todos os rebanhos suínos estão infectados com pelo menos um dos mais de 2.500 sorotipos diferentes de Salmonella. No campo, encontramos desde animais com infecção subclínica até aqueles com reduções significativas de desempenho, além de impacto na mortalidade. Outra preocupação são os desafios com a contaminação de carcaças no frigorífico. 50%60%30%40%10%20%0% 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017deisoladosdePorcentagem Salmonella Bsorogrupodo Ano Salmonella Typhimurium Salmonella 4,[5],12:i:Serogroup B Salmonella, non-Typhimurium, non-4,[5],12:i:-

52 patologia suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Salmonelose: o que há de novo? SALMONELOSE: O QUE HÁ DE NOVO?

Equipe técnica de suínos Boehringer Ingelheim

Apesar de ser um patógeno muito conhecido na suinocultura, o seu controle ainda é um grande desafio. Em parte, isso se deve a maior incidência de um sorotipo específico, a Salmonella typhimurium monofásica (I4,[5],12:i:-), o qual aumentou consideravelmente nos últimos anos (Figura 1). Figura 1: Percentual de Salmonella typhimurium e 4,[5],12:i:- nos isolados do sorogrupo B de Salmonella, identificados de casos clínicos de suínos no Iowa State Veterinary Diagnostic Laboratory de 2008 a 2017 (Naberhaus et al., 2019).

2008

53 patologia suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Salmonelose: o que há de novo?

5060304010200

Figura 2: Estudos realizados no Brasil mostrando a prevalência de Salmonella do rebanho suíno. (Adaptado de Kich, 2022) Ao observarmos a alta prevalência de Salmonella encontrada nos planteis brasileiros (Figura 2) e as metas de monitoramento nos frigoríficos imposta pela IN 60, faz-se necessário que se adote novas medidas para o controle deste agente a campo.

A Salmonella monofásica é uma variante de Salmonella typhimurium que emergiu como o sorovar predominante nos isolados de casos clínicos na população suína dos EUA. Esse sorotipo vem atraindo a atenção de todo o mundo, não apenas pela sua prevalência em suínos, mas também por ser uma ameaça à saúde pública e resistência a antimicrobianos.

(%)positivossuínosdePercentual Kich et al., 2005 Silva et al., 2006 Schwarz et al., 2006 Schwarz et al., 2009 Kich et al., 2005 Reichen et al., 2018

Entre as principais medidas de controle para a salmonelose, a melhora da saúde intestinal, a redução da carga contaminante e vacinação possuem destaque. A Boehringer Ingelheim está constantemente fazendo pesquisas para determinar as melhores formas dos seus produtores combaterem as ameaças emergentes. Neste sentido, a empresa realizou recentemente um estudo para determinar se a vacina Enterisol Salmonella T/C® confere proteção contra isolados de Salmonella sorovar monofásica. 75.6 76.9 78.6 88.42 92 95 100708090

A Salmonella é um dos principais agentes causadores de doenças transmitidas por alimentos em humanos, sendo o sorovar monofásica um dos principais sorotipos associados às salmoneloses. No Brasil, a IN 60 de 2018 estabeleceu padrões biológicos, bem como o plano de amostragem e periodicidade das análises nos frigoríficos, visando o controle da salmonelose.

Os animais foram desafiados quatro semanas após a vacinação (com 7 semanas de idade) com uma dose de 2x109 S. I 4,[5],12:i:-. Os suínos foram monitorados quanto a: Sinais Lesõesclínicos,entéricas e Avaliados quanto ao ganho de peso, por 14 dias após o desafio. Os resultados mostraram que os suínos do grupo vacinado tiveram significativamente (P<0,05) maior ganho de peso diário (GPD) quando comparados aos suínos desafiados não vacinados (Figura 3) Além disso, os suínos vacinados tiveram uma redução significativa (P<0,05) na incidência de diarreia em comparação com o grupo desafiado não vacinado.

O uso de vacina viva aplicada pela via oral para o controle e prevenção da Salmonelose em suínos não é recente. A ciência e as experiências práticas de campo já demonstraram que a vacinação reduz a excreção da bactéria e os sinais clínicos levando a uma melhora no desempenho zootécnico desses animais.

O estudo avaliou suínos na creche (26 dias de vida, por 42 dias) em três grupos de tratamento diferentes:

54 patologia suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Salmonelose: o que há de novo? Não vacinados e desafiados; Não vacinados, não desafiados; Vacinados com Enterisol Salmonella T/C® e desafiados.

Figura 3: Diferença no ganho de peso de animais vacinados ou não com Enterisol Salmonella T/C® e desafiados com de Salmonella sorovar monofásica. (Leite et al., 2021). a b

7008005006003004001002000(g)GPD GPD (g) Não vacinado Vacinado

Além disso, o uso de vacinas vivas para o controle e prevenção da salmonelose em suínos apresenta dois objetivos principais: A redução de sinais clínicos (diarreia e septicemia) e mortalidade à campo, levando a uma melhora no desempenho zootécnico dos animais. A redução de animais positivos para a Salmonella que apesar de assintomáticos, albergam a Salmonella em seus linfonodos. Pois estes quando sofrem um estresse como o carregamento e transporte para o frigorífico, voltam a excretar o agente pelas fezes contaminando o ambiente e aumentando o risco de carcaças se tornarem positivas para esse agente. A Enterisol Salmonella T/C® é uma vacina viva atenuada de dose única, que é aplicada pela via oral a partir de 14 dias de vida. Contém em sua formulação a Salmonella choleraesuis e a Salmonella typhimurium, que é atualmente uma das subespécies mais importantes na saúde pública e com maior prevalência nos frigoríficos de suínos. Vários estudos demonstraram que a vacina além de prevenir os sinais clínicos causados pelo agente, reduz também o porcentual de suínos positivos para Salmonella ao abate. Com isso o risco de contaminação da carcaça é Considerando-sereduzido.arelevância da Salmonella como agente de saúde pública, com destaque para o sorovar monofásica, o qual vem aumentado nos isolados não apenas a campo, mas também em frigoríficos, torna-se fundamental que se priorize ações preventivas para esse agente. Uma forma efetiva e segura é o uso da vacina vida, aplicada por via oral, com foco não apenas em reduzir casos clínicos, mas também a contaminação em frigoríficos.

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55 patologia suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Salmonelose: o que há de novo?

Referências sob consulta dos autores Salmonelose: o que há de novo?

APork Expo 2022 & Congresso Internacional de Suinocultura chega à sua 10ª edição, nos dias 26 e 27 de outubro deste ano. Após nove encontros memoráveis, desde 2002, promovendo o encontro da cadeia suinícola nacional e global.

A Pork retorna com uma programação ainda mais moderna, inovadora e com foco na segurança alimentar do consumidor. Com uma programação composta por aproximadamente 45 palestras nacionais e internacionais, que são referência no setor agropecuário, indústria alimentícia, suinocultura. Tudo isso sempre pensando em transformar a PorkExpo no maior encontro de suinocultores do planeta.

PORK2022EXPO

56 2022PorkExpo suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Pork Expo 2022

A SuínoBrasil conversou com a Presidente do 10º Congresso Internacional de Suinocultura, Flávia Roppa. 2022 - O início de uma nova década de inovações para a Suinocultura

57 2022PorkExpo suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Pork Expo 2022 Após o adiamento do evento devido às restrições da pandemia da Covid-19, a Pork Expo retorna em um momento histórico para a suinocultura nacional. A suinocultura brasileira enfrenta uma crise histórica, em que os custos de produção com alimentação (que representam mais de 70% dos gastos da atividade) aumentaram 44% no último ano. Diante desse cenário, o que a organização do evento preparou para os congressistas? Conhecimento, networking, experiências de sabor, negócios. Jogar luz sobre os caminhos que a Suinocultura internacional precisa trilhar para levar saúde e alimentação para a população mundial. Além disso, quais temas serão abordados durante os dias 26 e 27 de outubro? A programação técnica, encontros e workshops da PorkExpo 2022 tem um objetivo muito claro: Esse é o norte da PorkExpo. Levar informação de qualidade, ciência, novas tecnologias e tendências a todos os atores da cadeia. Independentemente dos desafios que enfrentamos. “ “ Levar aos profissionais do segmento as informações necessárias para que a sua granja e a sua empresa entreguem ao novo consumidor exatamente o que ele deseja e necessita. Existe uma tradição na cadeia produtiva de carne suína, no Brasil e no mundo. De trabalho árduo e muita energia diante dos desafios, que são constantes. As granjas e as indústrias convivem com os ciclos de alta e baixa nos negócios há décadas. Mas permanecemos colocando alimento de qualidade na mesa da população mundial. Nossa tarefa é atender o consumidor, bem como o produtor, em cada canto do mundo. E para efetivar esse compromisso o evento vai colocar cada profissional do setor em contato com o que há de mais moderno, eficiente e tecnológico na produção de carne.

A PorkExpo traz, como sempre, o ‘Festival de Carne Suína’, momento tradicional, onde os convidados deliciam-se com pratos exclusivos e saborosos, num ambiente descontraído, com música ao vivo, forte relacionamento. Mas queremos mais! A carne suína sempre foi reconhecida como segura, saudável, acessível e de qualidade. Não é à toa que ainda é uma das proteínas de origem animal mais consumida no mundo.Nutrição, Sanidade, Ambiência, Genética, Bem-Estar Animal, Equipamentos, Manejo, Mercado, Rastreabilidade, Marketing e Consumo.

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suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Pork Expo 2022 Nosso cliente final quer comer um alimento saudável, saboroso, que garanta saúde e satisfação a ele e à sua família. E, além disso, que tenha um preço justo, promova momentos de confraternização e ajude o seu organismo a combater enfermidades ao longo da vida. Para isso, oferecemos apresentações com os maiores especialistas internacionais em cada tema, que trazem as últimas descobertas e soluções tecnológicas em: Serão 45 palestras, de pesquisadores nacionais e internacionais, que são referência no Agronegócio, na Indústria Alimentícia e Suinocultura. A Pork Expo está preparando uma experiência inédita aos congressistas, a ‘Pork Experience’. Comente sobre essa novidade. Nosso evento sempre se preocupou em criar uma experiência de consumo verdadeiramente diferenciada e de alto nível. Totalmente transversal, que una todas as áreas da cadeia.

A produção, com classificação de qualidade, programas de raças definidas, práticas de produção aprimoradas, animal alimentado com nutrição de altíssima qualidade, com marcadores de qualidade pelos quais os consumidores estão dispostos a pagar mais. A indústria, operando para oferecer aos pontos de venda e aos consumidores o que funciona melhor para os clientes.

E a experiência das pessoas em preparar e saborear pratos diferentes, saudáveis, requintado ou simples, reunindo a família, os amigos, os colegas de trabalho. Um momento que precisa ser uma experiência verdadeiramente transcendente. Como os consumidores agora estão muito mais interessados em como seus alimentos são produzidos é a hora certa de envolvê-los ainda mais nessa jornada de qualidade. A PorkExpo é isto. Mostrar a nutrição ultra moderna que o suíno consome, as porções feitas para cada interesse do Atacado e Varejo, oferecer exatamente o que o consumidor quer levar para casa, enaltecer cada valor da carne que ele vai preparar. Nossa fronteira é inspirar restaurantes, a mesa de refeições das famílias, gôndolas de supermercados, balcões de bares e lanchonetes, cozinhas de escolas e empresas, carrinhos de lanches, churrasqueiras, fogões, panelas, delivery´s. Além da feira e palestras o evento conta com uma apresentação de trabalhos científicos. Comente sobre os prazos, as áreas de pesquisa e a premiação. Essa iniciativa é uma ação muito prazerosa para a PorkExpo, desde 2002, porque une: A busca incessante pelo OconhecimentocultoàCiência como mola propulsora do desenvolvimento do ser humano Os novos profissionais que vão movimentar a cadeia produtiva nas

2022PorkExpo

60 2022PorkExpo suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Pork Expo 2022 E o interesse de estudantes e pesquisadores de vários países para participarem da Mostra é crescente. É importante relembrar que os trabalhos não podem ter sido apresentados em outros congressos e devem ser entregues via e-mail, podendo ser redigidos em Português, Inglês ou Espanhol. Como é a experiência de acompanhar a evolução da suinocultura nacional ao longo desses 20 anos de PorkExpo?

Todas as informações referentes às inscrições e normas de redação constam do site oficial do evento: www.porkexpo.com.br, no alto da home, no item Trabalhos Científicos. Ali, estão todas as normas e um modelo de trabalho científico em pdf para o interessado fazer o download. Acesse o site oficial do evento Para este ano, a premiação traz novidades, com a premiação dos três melhores trabalhos científicos unindo todas as categorias. Ao todo, serão distribuídos R$ 6.000,00 em prêmios, sendo R$ 2.000,00 para cada ganhador.

Aprendo demais com todos eles e, assim, posso fazer um trabalho de Comunicação e Marketing que ajude as populações do Brasil e do planeta inteiro a recompensarem e usufruírem desse trabalho da cadeia produtiva de carne suína. Ao mesmo tempo, comendo alimento saboroso, saudável e de qualidade. Acompanhar essa evolução me fez crescer bastante, também. Como profissional, mulher e mãe. “Os candidatos têm até o dia 30 de julho deste ano para fazer a inscrição de seus trabalhos científicos e participar da mostra oficial da 10ª edição da ‘PORKEXPO & IX Congresso Internacional de Suinocultura’.

É tudo absolutamente compensador e muito rico. Conheci profissionais de altíssimo gabarito, do mundo inteiro, ao longo desses 20 anos. E permaneço conhecendo. Gente que dedica a vida para melhorar a eficiência e a qualidade do que é produzido. Nas granjas, indústrias, universidades, associações, em laboratórios e centros de pesquisa.

Qual mensagem você gostaria de deixar ao público (e também para quem ainda não se inscreveu) para a 10ª edição da Pork Expo 2022? A pandemia da Covid-19 cristalizou uma realidade que hoje é obrigatória em cada canto do planeta, para todos os profissionais, criadores, empresários e pesquisadores do mundo inteiro. Não importa a área. A tecnologia e a precisão é quem determina a eficiência, o aumento da produtividade, a sustentabilidade, a rastreabilidade e a qualidade dos produtos. Isso tudo só é conseguido quando os atores de uma cadeia produtiva têm acesso a soluções modernas, inovadoras, produtivas. E trabalha com equipes qualificadas, proativas, abertas para novas e infindáveis informações. Participar de um evento como a PorkExpo é interagir com esse exército de competências. Aprender, conhecer e aprimorar, saber dos novos caminhos, produzir mais e melhor com menos, interagir com profissionais altamente capacitados, desfrutar de momentos que só são possíveis com a proximidade de um evento mundial. Venha para a PorkExpo, desfrute da capacidade e alegria de participar de uma cadeia que produz saúde e vida longeva para milhões de habitantes, há séculos. Espero você em Foz do Iguaçu, nos dias 26 e 27 de outubro. Pork Expo 2022 BAIXAR EM PDF

61 2022PorkExpo suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Pork Expo 2022

62 nutrição suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Alimentação de precisão na suinocultura: realidade ou sonho distante? ALIMENTAÇÃO DE PRECISÃO NA SUINOCULTURA: REALIDADE OU SONHO DISTANTE? Ines Andretta Professora e Pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Apalavra ‘precisão’ pode ser definida de várias maneiras. Por exemplo, podemos usar esse conceito para descrever uma ‘medida tomada de maneira exata’ ou para descrever algo que é ‘realizado com excelência’ Ambas as definições são válidas quando tratamos de agricultura de precisão, pecuária de precisão ou alimentação de precisão. Esses termos têm se tornado mais comuns nas últimas décadas e englobam uma série de ações que tem potencial para tornar os sistemas de produção de alimentos mais modernos, bem gerenciados e eficientes no uso de recursos.

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A suinocultura é uma cadeia longa e complexa e a variabilidade é uma característica intrínseca nesses sistemas. Existe variação entre as granjas, entre os animais, ou entre os lotes de um determinado ingrediente ou ração. Todas essas variações são difíceis de considerar, mas mesmo os pequenos passos já são importantes para a melhoria do sistema.

63 nutrição suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Alimentação de precisão na suinocultura: realidade ou sonho distante?

Neste texto, apenas alguns desses itens serão abordados, focando naqueles mais alinhados aos conceitos de alimentação de precisão. Mas é importante mencionar que muitos outros aspectos poderiam ser trabalhados com o objetivo de tornar os sistemas mais precisos.

De todos os termos mencionados, o primeiro a surgir foi ‘agricultura de precisão’. Esse conceito vem sendo utilizado desde a década de 80, bastante impulsionado pelas ações de mecanização agrícola. O uso das técnicas de precisão na produção animal é mais recente e seu advento é igualmente associado a disponibilidade de equipamentos e sensores. Na era da informação, é preciso considerar que as granjas que produzem animais também produzem dados constantemente. Muitas vezes esses dados não são coletados ou estruturados facilmente para análise. Mesmo assim, os dados guardam um potencial enorme de entendimento e melhoria para o sistema. Na prática, os equipamentos que permitem a aplicação de técnicas de precisão permitem que os dados sejam mais bem utilizados (muitas vezes em tempo real) para otimizar manejos e decisões. também permitem que os componentes de variabilidade sejam considerados.

Trabalhar com populações heterogêneas é um dos maiores desafios da alimentação animal.

64 nutrição suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Alimentação de precisão na suinocultura: realidade ou sonho distante?

Variação entre granjas e lotes A padronização dos sistemas é umas das vantagens da produção de suínos nos modelos de integração. Muitos manejos são uniformizados entre as granjas e algumas recomendações em termos de equipamentos e instalações também são geralmente fornecidas. Da mesma forma, a genética e a alimentação são comparáveis nesses sistemas produtivos. Apesar disso, o desempenho obtido pelos diferentes produtores contemporâneos de uma mesma empresa irá variar. Da mesma forma, o desempenho de lotes consecutivos em uma mesma granja também difere com frequência. O desempenho dos animais é multifatorial, ou seja, é resultado da interação entre vários fatores. A variabilidade dentro dos rebanhos resulta de fatores intrínsecos ou extrínsecos. O sexo, a idade e o potencial genético são exemplos de fatores de variabilidade intrínseca. Mesmo que parte destes fatores seja controlado, ainda teremos variabilidade entre os lotes e entre os animais. Neste contexto, é possível inferir que as exigências nutricionais também variam nestes diferentes contextos produtivos, o que implica na necessidade (nem sempre viável) de ajustes nos programas de alimentação e nutrição.

Variação entre animais Apesar de serem alojados em grandes grupos (lotes ou baias), cada indivíduo possui características únicas de comportamento, crescimento e eficiência. O fato de cada animal da população possuir características únicas confere uma trajetória de exigências nutricionais diferente para cada indivíduo do grupo. Porém, os sistemas convencionais de alimentação desconsideram esta variabilidade quando propõe que todos os animais sejam alimentados com a mesma dieta.

Já os fatores extrínsecos são aqueles relacionados com o ambiente físico e social ao qual o animal é exposto. Como fatores extrínsecos podem ser citados: A disponibilidade de alimento e água, A temperatura ambiental e também A exposição aos agentes patogênicos.

Outro componente importante de variação nos sistemas de produção animal é relativo à composição nutricional dos ingredientes. É comum que a preocupação com a variabilidade seja maior em subprodutos ou ingredientes alternativos. Por incluírem etapas adicionais nos processos de fabricação, esses ingredientes realmente são fonte importante de variabilidade. Entre os ingredientes mais importantes neste cenário, podemos citar o DDGS e as farinhas de origem animal Entretanto, é importante ressaltar que a variabilidade pode ser encontrada também nos ingredientes mais convencionalmente utilizados nas rações para aves e suínos.

Neste contexto, uma das premissas fundamentais para a alimentação de precisão é de que estes aspectos de variabilidade sejam considerados na elaboração dos programas alimentares. Um enfoque diferenciado seria necessário para estimar as exigências nutricionais de animais no contexto de populações. Nesta abordagem, a definição dos programas alimentares deve iniciar pela avaliação da variabilidade no grupo a ser alimentado. É importante observar, por exemplo, que a ‘resposta média da população’ e a ‘resposta do animal médio da população’ são conceitos distintos e que a diferença entre as abordagens é resultado da variabilidade entre os animais. Quando a tecnologia é utilizada para aprimorar essa gestão individual, os sistemas se tornam mais sensíveis a heterogeneidade e os aprimoramentos tendem a melhorar a eficiência geral do sistema de produção.

65 nutrição suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Alimentação de precisão na suinocultura: realidade ou sonho distante?

Variação entre ingredientes e rações

Considerar totalmente essa variabilidade exigiria processos complexos de amostragem e análise na fábrica de ração, além de sistemas de armazenamento segregado e atualização constante das fórmulas de ração. Na prática, estas tarefas são praticamente impossíveis de serem aplicadas na maior parte dos cenários produtivos. Entretanto, existem iniciativas importantes para considerar, mesmo que parcialmente, essa variabilidade nos ingredientes.

A composição do milho e dos farelos de soja variam conforme o clima, a safra, as práticas agrícolas e até mesmo com algumas particularidades do processo de colheita e armazenamento.

66 nutrição suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Alimentação de precisão na suinocultura: realidade ou sonho distante?

Quebrar paradigmas é, sem dúvida, uma tarefa importante para o crescimento da suinocultura. Mas, enquanto os paradigmas permanecem, pequenas ações para considerar (mesmo que parcialmente) as variações na composição dos ingredientes já podem fazer a diferença. Um protocolo adequado de análises de sãoaequaçõesdasatualizaçõesingredientes,maisfrequentesfórmulasderaçãoeusodeacuradasparaestimardisponibilidadedosnutrientesalgumasdestasatitudes.

O uso de aparelhos de NIR acoplados nos sistemas de transporte dos ingredientes na fábrica permite, por exemplo, obter composições dos ingredientes em intervalos curtos (a cada 5 minutos, por exemplo). Esse sistema, acoplado a programas específicos permitem que a fórmula seja atualizada periodicamente considerando a variação no ingrediente que chega para a próxima batida de ração. Tecnologias disruptivas podem parecer complexas demais para uma adoção imediata, mas é importante ressaltar que muitas das ferramentas que são usadas no cotidiano da nutrição dos suínos atuais já foram vistas desta mesma maneira alguns anos atrás.

Esta estratégia baseia-se no fornecimento de uma série de dietas, a fim de prover alimentos que atendam às exigências nutricionais dos animais de acordo com sua evolução no tempo. Em cada fase, todos os animais do grupo são alimentados com a mesma ração. Embora amplamente utilizada, esta técnica desconsidera que os animais do mesmo rebanho apresentam diferentes taxas de crescimento e, portanto, requerem diferentes quantidades de nutrientes entre si e ao longo do tempo. A mesma analogia pode ser feita para outras fases da produção. As fêmeas gestantes, por exemplo, recebem o programa alimentar, mesmo gestando leitegadas com tamanhos diferentes. Um melhor ajuste entre o fornecimento e as exigências nutricionais poderia ser atingido com o aumento do número de fases/dietas durante o período de crescimento dos suínos. Porém, na medida em que são acrescidas fases alimentares, também aumentam os custos envolvidos na preparação, no transporte e no armazenamento dos alimentos.

Esse sistema de diluição exige equipamentos específicos na granja, mas alguns dos equipamentos já existem no mercado. Robôs alimentadores e sistemas de alimentação líquida, por exemplo permitem que esse formato seja implementado no campo. No caso das matrizes gestantes, os sistemas eletrônicos de alimentação são ferramentas já presentes em muitas granjas.

Alimentação convencional Na prática, a adequação completa da formulação das dietas de acordo com as exigências nutricionais dos animais é uma tarefa complexa, principalmente em função da variabilidade entre os indivíduos e na composição da ração, como mencionado acima. Além disso, há outros fatores importantes a serem considerados, como a variação que acontece ao longo do tempo (por exemplo, dentro do mesmo lote).

O impacto econômico e logístico do aumento no número de fases alimentares pode tornar esta técnica inviável para os sistemas produtivos convencionais. A alimentação por fases é a técnica mais utilizada no período de crescimento e terminação dos suínos. Uma alternativa ao problema seria a oferta de dietas misturadas em proporções estabelecidas conforme a curva de crescimento dos animais. Neste sistema, duas rações são formuladas para atender as exigências do início e do final da fase. Essas rações são então fornecidas em misturas que serão alteradas em sua proporção de maneira dinâmica ao longo da fase de produção.

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Pré-inicial I e II Inicial Crescimento Terminação

Outras condições que podem alterar as exigências dos animais ao longo do seu crescimento são os desafios sanitários. Animais cuja saúde está comprometida apresentam exigências nutricionais diferentes dos animais em homeostase.

A alimentação de precisão é uma ferramenta promissora para a suinocultura. Alimentar os suínos individualmente com dietas formuladas em tempo real com base em seus próprios padrões de consumo de ração e de desempenho representa uma importante mudança de paradigma na nutrição animal. Em programas convencionais, as exigências nutricionais são consideradas como uma característica estática da população. Propostas desta natureza nos convidam a ver as exigências nutricionais “com outros olhos”, considerando as diferenças entre os indivíduos das populações e a evolução dinâmica das suas exigências nutricionais. Essas definitivamente não são tarefas fáceis, mas com certeza guardam muitas oportunidades para que a suinocultura do futuro seja ainda mais eficiente e sustentável. Os avanços na tecnologia de automação e na engenharia de processos permitiram que os sistemas de criação animal evoluíssem muito em termos de gerenciamento integrado da produção. Os efeitos dos desafios sanitários nas exigências nutricionais são tema de muitas pesquisas recentes e mais informações ainda não necessárias nessa área. Atualmente, a indústria de equipamentos para alimentação, monitoramento de animais e controle ambiental oferece muitas opções de produtos para a suinocultura, permitindo que grande parte das atividades de rotina seja automatizada nas granjas. Neste contexto de modernização dos meios de produção, a zootecnia de precisão foi apresentada como uma estratégia de gestão inteligente com diversas vantagens sobre os sistemas convencionais.

68 nutrição suínoBrasil 3º Trimestre 2022 |

Alimentação de precisão na suinocultura: realidade ou sonho distante?

O ajuste da oferta de nutrientes nas dietas de maneira a atender as exigências dos animais com a máxima exatidão possível depende fundamentalmente da correta estimação das exigências nutricionais dos suínos e das melhores práticas de fabricação da ração. Alimentação de precisão na suinocultura: realidade ou sonho distante? BAIXAR EM PDF

Essas mudanças são consequências das alterações metabólicas necessárias para combater a doença, assim como das alterações no crescimento e no consumo de ração. Existe ainda um fator de variação individual na resposta ao desafio. Consequentemente, nem todos os animais reagem da mesma forma ao desafio e nem todos os desafios interferem nos animais da mesma maneira.

Alimentação de precisão

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NUTRIÇÃO

Com o objetivo de promover a união entre Ciência e Produção, Agronegócio, Sucessão familiar, ESG foram debatidos, de forma inédita durante a 26ª edição do International Pig Veterinary Society (IPVS2022). O foco em nesse movimento existe para entregar ao consumidor uma proteína de altíssima qualidade, com saudabilidade, sanidade e competitividade. E tudo isso só é possível com a soma dos esforços em todas as áreas do conhecimento. Alinhada a esse movimento da cadeia produtiva, a Biochem, comprometida com o crescimento sustentável, como tem feito há 30 anos com grande sucesso, na figura do Diretor de Vendas (Latam), Paulo Oliveira, conversou com a SuínoBrasil, durante o IPVS2022. ANIMAL SUSTENTÁVEL,REAL animal sustentável, um compromisso real

UM COMPROMISSO

70 entrevista SuínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Nutrição

Como acontece o desenvolvimento desses conceitos com os produtores?

SuínoBrasil 3º Trimestre 2022 |

Empresa alemã fundada em 1986, a Biochem é uma empresa familiar e que evoluiu para atender às demandas do mercado de nutrição animal. A empresa iniciou suas atividades como distribuidora de matériasprimas, evoluiu para uma empresa que cobre toda a cadeia de produção, desde a seleção dos aditivos mais adequados para a saúde e nutrição animal, até sua Alémcomercialização.disso, a empresa vem crescendo bastante, tanto geograficamente, quanto em termos de portfólio. “Esse processo não é rápido, é uma construção constante. Nós que estamos no campo oferecendo e trabalhando junto com o produtor, muitas vezes levamos mais tempo para perceber, mas percebemos aumento na organização, processos mais claros e melhora no atendimento dos clientes, isso consolida a empresa no mercado por promover maior segurança à cadeia Aprodutiva.empresa é como um organismo vivo que se mantêm aonde melhoramos os KPI’s, promovemos e geramos riqueza e conhecimento para a própria empresa e para a sociedade e acredito que esse seja o ponto principal”, reitera Paulo. A ampliação geográfica faz com que a empresa desenvolva soluções específicas para cada uma das regiões que atua com novos produtos ou fazendo ajustes em produtos já existentes, atendendo às necessidades dos produtores e isso promove amadurecimento e crescimento da corporação como um todo. Essa evolução é constante e faz com que a empresa e as pessoas envolvidas neste processo cresçam junto. entrevista Nutrição animal sustentável, um compromisso real

Na sessão Agronegócio do IPVS2022, um dos temas abordados, que também engloba projetos da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), é a sucessão familiar. E a Biochem também é uma empresa de sucessão familiar. Você poderia compartilhar a história da Biochem?

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Outro ponto debatido foi, geração de riqueza e cuidado, sinônimo de sustentabilidade! E um dos temas explorado na sessão Agronegócio foi a segurança alimentar, que é um dos pilares da Biochem. Sim, na verdade a Biochem possui três pilares, que são os alicerces da empresa.

132 72 entrevista SuínoBrasil 3º Trimestre 2022 |

É o ESG presente na Biochem! O ESG que vem sendo bastante comentado atualmente já está presente na Biochem há muito anos, certo Paulo? “O ESG está no DNA da empresa! Essa é uma notável preocupação da empresa, que procura se adaptar às necessidades da globalização e trazer essa expertise presente nas demais unidades do mundo para o mercado brasileiro, com o pensamento “O que podemos oferecer a mais?” e não simplesmente entrar no mercado com a visão comercial. E esse é o nosso diferencial, uma visão global com ações locais. Sendo assim, a Biochem é baseada nesse trabalho de assegurar a viabilidade econômica (pelo seu forte envolvimento com a sociedade) e de preocupação com a utilização dos recursos naturais e com a preservação do meio ambiente através do manejo e tratamento dos dejetos. “Não adianta o desenvolvimento de tecnologias, onde você tem um aumento e consumo de recursos naturais que são finitos e nós, cada vez mais, prezamos pelo bom uso desses recursos.” Nutrição animal sustentável, um compromisso real

A empresa não acredita que ela possa oferecer uma tecnologia para a cadeia e essa tecnologia, economicamente, não gere riqueza, desde o fornecedor até o consumidor final. Além disso, acreditamos muito na importância da qualidade ou do auxílio para que tenham um bom uso dos recursos naturais. E, por fim, a Biochem preza pelo manejo e tratamento dos dejetos e o impacto que isso traz ao meio ambiente.

Você comentou de uma cadeia que gera valor, a cadeia de proteína animal, e acaba falando de sustentabilidade e de segurança alimentar. Gostaria que você nos falasse mais sobre as tecnologias da Biochem que estão disponíveis no mercado. Um portfólio centrado em oferecer soluções para que o animal possa expressar todo o potencial genético que ele possui. 73 entrevista Brasil 3º Trimestre 2022 | Nutrição animal sustentável, um compromisso real

Suíno

“Comoqualidade.vamos avançar com a produção animal no Brasil? O que vamos deixar de bom?”

Atualmente a Biochem tem trabalhado com algumas tecnologias como:

ÓleosMineraisProbióticosorgânicos,essenciaiscom foco no sistema Produtosrespiratório,que auxiliam animais jovens a se desenvolverem e com foco em saúde intestinal e prevenção a problemas respiratórios. Paulo você vem falando de toda essa construção, de toda essa tecnologia que a Biochem está trazendo para o Brasil e estamos no IPVS2022, um evento global com os olhos de representantes de diversos países voltados para o nosso país. Gostaria que você comentasse dessa magnitude da Biochem. Bom, a Biochem hoje está presente em mais de 70 países. Ela trabalha muito com parcerias, tanto comerciais quanto técnicas, entendendo localmente os processos dos produtores, podemos citar aqui o Brasil que é um grande produtor de proteína animal e sem ele a “conta não fecha” e a empresa pensa em: Nesse contexto, a Biochem vem investindo em soluções naturais, soluções seguras para produção de proteína animal, seja aves, suínos, ruminantes ou peixes e onde for necessário estamos atuando! Claro, entendendo a necessidade de cada região. Falando em Brasil, é impossível não considerar o potencial que nós temos de produção, de competitividade financeira e de

Inclusive, o que se discutiu no IPVS2022 em relação a utilização de recursos naturais, pode ser ilustrado pela quantidade de área que utilizamos e o quanto de área preservada (66%, sendo maior que qualquer outro país desenvolvido), em conjunto com a qualidade e saudabilidade da proteína animal, que oferecemos tanto para o mercado interno quanto para o mercado externo.

Além disso, ressalto uma das iniciativas que a Biochem trouxe para o Brasil, que foi o desenvolvimento de informações, a partir de convênios com as Universidades, Centros de Pesquisas, fazendas, técnicos, justamente para compreensão de como os produtos da Biochem serão melhor utilizados na realidade brasileira. Então antes de sair oferecendo no campo, a empresa realizou estudos profundos, sendo este um diferencial bastante importante da Biochem!

A Biochem procura utilizar isso buscando sempre a homeostase, isto é, o equilíbrio para que o animal possa desempenhar seu potencial com sucesso. “Nós acreditamos muito que este equilíbrio é o caminho correto, o qual você pode sempre ir ajustando. É um trabalho de um produto veterinário, de uma solução (como um probiótico), junto com o trabalho de campo, de manejo, de acompanhamento do produtor, treinamento e capacitação, sempre ensinando e aprendendo”, destaca Paulo. Nutrição animal sustentável, um compromisso real BAIXAR EM PDF | Nutrição animal sustentável, um compromisso real

74 entrevista SuínoBrasil 3º Trimestre 2022

“A Biochem está iniciando seus trabalhos no Brasil, e traz consigo toda a expertise do mercado internacional! Tem muito a oferecer e tem muito para aprender. Acredito que este processo vai levar bastante tempo, vamos seguir nessa linha de soluções naturais, de alimentos seguros e estaremos sempre olhando a cadeia como um todo!”, conclui Paulo!

INTRODUÇÃO

DESAFIOS DA SÍNDROME DO SEGUNDO PARTO EM SUÍNOS

Ana Paula Gonçalves Mellagi1*; Gabriela Piovesan Zanin1; Dalila Mabel Schmidt Tomm1 ; Rafael da Rosa Ulguim1; Fernando Pandolfo Bortolozzo1 1Setor de Suínos, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil. *Autor de correspondente: ana.mellagi@ufrgs.br

Nas últimas décadas, a produção de suínos se desenvolveu grandemente, atingindo altos níveis de produção. Neste sentido, as novas linhagens genéticas tiveram grande contribuição para o aumento na produção dos suínos, gerando fêmeas hiperprolíficas e consequente aumento no número final de animais destinados para o consumo. Em contrapartida, com esses avanços, têmse o reaparecimento de alguns problemas reprodutivos nas fêmeas, como por exemplo, a síndrome do segundo parto

76 reprodução suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Desafios

O tamanho da leitegada é composto por: Número de ovulações; Taxa de fecundação, e Capacidade uterina e placentária. O número de ovulações estabelece o potencial máximo do tamanho da leitegada. da síndrome do segundo parto em suínos

Uma maneira alternativa de medir o desempenho das fêmeas no segundo parto é somar o número de nascidos no primeiro e segundo parto. Além disso, vale salientar que não somente o tamanho da leitegada pode estar comprometido em fêmeas de segundo ciclo, mas também o primeiro intervalo desmame-estro (IDE) e a taxa de parto 77 reprodução Brasil 3º Trimestre 2022 | Desafios da síndrome do segundo parto em suínos

suíno

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COMO DEFINIR A SÍNDROME DO SEGUNDO PARTO E QUAL A SUA OCORRÊNCIA NAS FÊMEAS E NAS GRANJAS?

Considerando taxas de fecundação de 95-100%, as capacidades uterinas e placentárias tornam-se fatores limitantes, quando o número de ovulações é alto. Tanto a capacidade uterina, quanto placentárias, influenciam na sobrevivência embrionária e fetal. De uma maneira geral, o tamanho da leitegada aumenta do 1º ao 5º parto. Isso porque há uma expectativa de maior número de ovulações, mas também de maior capacidade uterina.

Entretanto, algumas fêmeas apresentam menor número de nascidos no segundo em relação ao primeiro parto, caracterizando a síndrome do segundo parto.

Esta definição pode ser considerada um indicador relativo, podendo não indicar com precisão fêmeas ou granjas que tem desempenho abaixo do ideal. Por exemplo, uma fêmea que tenha 16 e 15 leitões no primeiro e segundo parto, respectivamente, é classificada como uma fêmea com síndrome do segundo parto, embora tenha 31 leitões nascidos em dois partos. A síndrome do segundo parto ocorre quando o número de leitões nascidos é igual ou menor no segundo parto, quando comparado ao primeiro.

SÍNDROME

FATORES

78 reprodução suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Desafios da síndrome do

em suínos Ao

Essa manifestação da síndrome do segundo parto varia entre as granjas. No estudo conduzido por Boulot et al. (2013), em nível de rebanho, a menor fertilidade em fêmeas de segundo ciclo foi considerada quando: A granja apresentava taxa de parto Redução<85%;de nascidos totais ≥ 0,2 leitão e IDE >7 dias DE RISCOS ASSOCIADOS À DO SEGUNDO PARTO

No caso da síndrome do segundo parto, os fatores podem estar relacionados à má condição corporal da fêmea ao desmame, principalmente após o seu primeiro parto, baixo consumo de ração, e o ambiente no qual ela está inserida, podendo ser fatores diferentes entre as granjas. Assim, em granjas que enfrentam esse problema, é importante identificar quais fatores estão presentes. Condição corporal da fêmea na primeira inseminação e ao primeiro parto O manejo da condição corporal da leitoa deve visar a faixa de peso à cobertura recomendado pela empresa de genética, mas também o seu crescimento corporal durante a gestação. Os componentes do tamanho da leitegada identificados anteriormente (número de ovulações, taxa de fecundação, capacidade uterina e placentária) podem ser influenciados por: Fatores genéticos; EnfermidadesNutrição;Manejo; e Ambiente. Ao menos, 80% das granjas apresentaram um dos problemas, 40% apresentaram pelo menos dois dos problemas, enquanto <10% das granjas possuíam a síndrome completa. segundo parto menos dois problemasSíndromecompletaAo menos um problema

A fêmea deve chegar ao primeiro parto com reservas corporais suficientes para o desafio da primeira lactação. Assim, muitas empresas de genéticas recomendam peso à inseminação entre 130 a 150 kg e ganho de peso de 35-40 kg na primeira gestação. Dessa forma, o peso da fêmea ao parto (medido após o parto), deve ser em torno de 170-190 kg

suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Desafios da síndrome do segundo parto em suínos Peso na inseminaçãoGanho de peso na primeira gestação 35-40 kg Peso após o parto 170 -190 kg 130 - 150 kg Para cada leitão nascido vivo na OP1, aumenta-se em 1,71 a chance de uma diminuição na leitegada da OP2 Primeiro(OP1)parto Segundo(OP2)parto

79 reprodução

Tamanho da primeira leitegada O tamanho da leitegada é uma característica com alta repetibilidade. Em estudo conduzido por Lesskiu et al. (2015) observou-se que a leitegada pequena no 1º parto foi associada à baixa produtividade no 2º parto (<11 leitões), indicando fêmeas de baixa prolificidade. No entanto, quando se analisa a síndrome do segundo parto, fêmeas com leitegadas grandes no primeiro parto parecem ser mais propensas a terem leitegadas menores no segundo parto. Leitegadas superiores a 12 leitões apresentaram mais chances quando comparada com leitegadas com menos de 9 leitões. Correa et al. (2013) observaram que, a cada leitão nascido vivo aumentou-se em 1,71 vezes a chance, de uma diminuição do tamanho da leitegada no segundo parto.

Duração da lactação de primíparas Como consenso, sabe-se que lactações reduzidas comprometem o desempenho reprodutivo subsequente. A involução uterina é necessária para completa regeneração do endométrio, garantindo a ligação embriomaternal, reduzindo a mortalidade embrionária.

O manejo da condição corporal do rebanho de fêmeas é fundamental para assegurar o desempenho reprodutivo e a longevidade das fêmeas no plantel, devendo ser trabalhado desde a fase de leitoas.

80 reprodução suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Desafios

Catabolismo lactacional de primíparas Muitos trabalhos têm relacionado o baixo desempenho reprodutivo no segundo ciclo ao catabolismo corporal durante a primeira lactação. As demandas metabólicas para mantença e lactação se tornaram maiores, devido ao maior número de leitões presentes. No entanto, o consumo de ração durante a lactação muitas vezes não é suficiente para suprir as demandas energéticas, sendo necessária a mobilização de reservas corporais de gordura e proteína, resultando em perda de peso da fêmea. As fêmeas primíparas são consideradas mais sensíveis aos efeitos negativos que podem surgir decorrente da perda excessiva de peso, por possuírem uma reserva corporal limitada e necessitam de energia para completar o seu desenvolvimento corporal. Além disso, a capacidade de consumo alimentar voluntário é inferior em fêmeas primíparas, quando comparado às pluríparas. da síndrome do segundo parto em suínos

Entretanto, o efeito da duração da lactação sobre a síndrome do segundo parto é controverso. Morrow et al. (1992) relataram que as porcas de primeiro parto com lactação mais longa produziram maiores leitegadas em seu segundo parto. Koketsu et al. (1996) mostraram que para cada dia adicional na lactação, a leitegada subsequente aumentou em 0,1 leitão. Ao passo que, Correa et al. (2013) não encontraram efeito significativo da duração da lactação ou idade das fêmeas ao primeiro desmame sobre a ocorrência de síndrome do segundo parto. Em um estudo com banco de dados de granjas brasileiras, Carregaro et al. (2006) observaram que o efeito da duração da lactação no desempenho reprodutivo subsequente é diferente quando se compara pluríparas e primíparas. Enquanto as fêmeas mais velhas foram mais resistentes a lactações curtas (≤ 17 dias), as primíparas necessitaram de 20 dias de lactação para apresentarem índices satisfatórios de IDE, taxa de parto e tamanho da leitegada subsequente.

Isso porque este período curto de IDE pode não ser o suficiente para que as fêmeas se recuperem da perda de peso durante a lactação, podendo afetar diretamente o desenvolvimento folicular e oocitário, comprometendo a sobrevivência embrionária, e reduzindo a taxa de parto e o número de leitões nascidos no parto subsequente, pois os folículos se desenvolveram em um período de balanço energético negativo. Intervalo desmame-estro (IDE)

Assim, as fêmeas podem demonstrar o estro dentro de 4 a 5 dias, mas com comprometimento da taxa de parto ou tamanho da leitegada.

Vale ressaltar que, em fêmeas modernas, o catabolismo lactacional nem sempre é acompanhado de atraso na ciclicidade pós-desmame.

Na suinocultura atual, as fêmeas demonstram o estro entre 3-5 dias após o desmame, e este intervalo pode influenciar na taxa de parto e no tamanho da leitegada. O efeito do IDE parece diferir entre primíparas e pluríparas. Em fêmeas OP1, o menor tamanho da leitegada subsequente foi observado em IDE 6-12 dias, enquanto em OP>1, leitegadas menores foram observadas em IDE de 0-2 dias e 6-8 dias. Porém, quando se analisa a redução de desempenho do segundo parto em relação ao primeiro, períodos de IDE curtos parecem ser mais prejudiciais. Primíparas com IDE mais curtos (≤11) tiveram maiores chances de diminuir o tamanho da leitegada no segundo parto, quando comparado com porcas de IDE mais longo (> 11 dias). O IDE mais longo afetou positivamente a leitegada subsequente, diminuindo as chances de uma redução do número de nascidos. Fica evidente que, a redução de produtividade no segundo ciclo pode ocorrer, caso a fêmea tenha IDE curto para uma possível recuperação do estado metabólico. Brasil Trimestre 2022 | Desafios da síndrome do segundo parto em suínos

81 reprodução suíno

Portanto, o manejo da condição corporal do plantel reprodutivo garante que as fêmeas cheguem ao parto com boas reservas corporais, mas sem apresentarem sobrepeso. Neste sentido, também devemos priorizar a disponibilidade à vontade de ração e água, e ambiência adequada às fêmeas lactantes.

O momento da lactação é um desafio, pois as fêmeas devem ser estimuladas a aumentar o consumo alimentar voluntário, minimizando a mobilização de reservas proteicas e de gorduras.

Fêmeas com alto consumo na gestação, ou com sobrepeso ao parto, reduzem o consumo alimentar na lactação.

Inseminar leitoas dentro da faixa ideal de peso pode trazer benefícios de produtividade e retenção no plantel reprodutivo. Além disso, garantir que a fêmea obtenha um adequado ganho de peso durante a primeira gestação para o seu crescimento, também está relacionado à formação de reservas corporais para a primeira lactação.

Referências sob consulta dos autores. Artigo extraído dos anais SINSUI 2022.

COMO E QUANDO PODEMOS CONTROLAR?

Desafios da síndrome do segundo parto em suínos BAIXAR EM PDF As reservas corporais da fêmea ao parto são de suma importância para evitar que o consumo insuficiente de ração na lactação impacte de forma negativa sobre o desempenho reprodutivo subsequente. Como primíparas apresentam uma menor capacidade de consumo alimentar e reservas corporais quando comparadas às multíparas, o manejo da condição corporal deve ser iniciado já no plantel das leitoas de reposição. Visto que a síndrome do parto pode ser observada em algumas granjas, sob ação de diferentes fatores, alguns manejos gerais podem ser recomendados. da síndrome do segundo parto em suínos

82 reprodução suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Desafios

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DINÂMICAQUALIDADELEITÕESDESMAMADOSINFECÇÃOAR

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Condições inadequadas de temperatura, umidade ou concentração de gases representam um fator de risco que leva ao aumento da morbidade, da gravidade dos sintomas associados a uma doença e da mortalidade, comprometendo, notadamente, as taxas de produção como a Conversão Alimentar (CA) ou o Ganho Diário de Peso (GDP). Nesse contexto, o monitoramento ambiental entra em cena para: Gema Chacón1, Antonio Vela2, Laura Lafoz2 y Jorge Robles3 1Exopol S.L 2Thinkinpig S.L. 3Granja Casaseca No presente estudo, as condições ambientais e a presença de patógenos no ar foram monitoradas durante o período de transição de uma suinocultura

DO DA EM E

No sistema de criação intensiva, as condições ambientais são um ponto crítico para a saúde dos animais, juntamente com o fato do ar ser uma importante via de transmissão de diversos agentes infecciosos.

84 patologia suínoBrasil 3º Trimestre 2022

comercial.Avaliara eficiência dos sistemas de controle ambiental. Avaliar a presença de agentes infecciosos. Aplicar medidas preventivas e corretivas que são necessárias.3 | Qualidade do ar e dinâmica da infecção em leitões desmamados

Um plantel de 950 matrizes (mestiças comerciais Landrace x Large White) foi selecionado, com sistema de manejo em bandas em três semanas. Todos os leitões do desmame são transferidos para um galpão de transição localizado a 500 metros dagranja de produção. A edificação é do tipo vagão de trem e possui 10 salas (8 blocos/sala), com capacidade para 300 leitões em cada sala (Figura 1). As baias foram separadas por divisórias de 1,2 m de altura para que leitões de diferentes baias não possam entrar em contato direto.

ANIMAIS INSTALAÇÕESE No ano anterior ao estudo havia 4-5% de baixas associadas à PRRS durante a transição, então decidiu-se realizar o vazio sanitário desta fase e o monitoramento ambiental após o repovoamento.

Figura 1. Projeto de instalação do estudo. Para o estudo foi selecionada uma sala contendo 298 leitões de fêmeas com diferentes números de paridade. 15 leitões de diferentes baias da sala, foram escolhidos aleatoriamente. Os leitões estavam saudáveis no momento da seleção, e seu peso representou o peso médio do referido lote ao desmame. Três amostragens separadas foram estabelecidas em intervalos de 10 dias (início, meio e final do período de transição). ÍNDICES PRODUTIVOS E SANITÁRIOS Os leitões foram pesados no momento do desmame e em cada uma das três coletas, sendo a unidade de estudo representada pelo bloco. A partir daqui, o GDP dos leitões foi mensurado para avaliar seu desempenho.

suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Qualidade do ar e dinâmica da infecção em leitões desmamados

Corredor central Piso compacto + aquecimentoComedouroBebedouroripadoPiso Os resultados obtidos foram contrastados com os dados produtivos e a incidência de processos clínicos durante o período experimental.

EXPERIMENTALDELINEAMENTO

DispneiaTosseFebre Desmame saudáveisLeitões clinicamenteLeitõesafetados Uma vez por semana, o estado de saúde dos leitões foi classificado individualmente como clinicamente afetado ou não afetado. 85 patologia

Os principais pontos críticos a serem monitorados são o estresse térmico e a Oventilação.estresse térmico é consequência da combinação de temperatura (T) e umidade relativa (UR).

O ar ambiente aspirado é introduzido em alta velocidade em um cone coletor contendo uma solução. O efeito centrífugo gerado permite que as partículas presentes no ar se fixem nas paredes do cone para serem recolhidas na solução.

Tabela 1. Critérios para classificação do estado de saúde dos leitões. Saudável Clinicamente afetado Normal0: 1: (semMédiofebre) 1: (T>40°C)Média 2: Moderado 3: Severo sintomasSem SemrespiratóriosSintomaslevesdispneiaSemfebre SemrespiratóriosSintomaslevesdispneiaT>40°C

respiratóriosSintomasmoderadosDispneiamoderadaLevedepressãoInflamaçãodealgumaarticulaçãoClaudicação respiratóriosSintomasgravesDispneiaIntensaRespiraçãoofeganteDepressãoSintomasnervosos:nistagmos,pedalar Saudável Inflamação de mais de articulaçõesduas Para isso, foram estabelecidos escores com base na temperatura corporal e na gravidade dos sintomas respiratórios (Tabela 1). 86 patologia suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Qualidade do ar e dinâmica da infecção em leitões desmamados

Um aparelho portátil (Coriolis Micro-Biological, Bertin Instruments) baseado em tecnologia ciclônica foi utilizado para a coleta das amostras de ar (AM) (Figura 2).

VENTILAÇÃO Para avaliar se o regime de ventilação era adequado, avaliou-se a concentração de CO2, que deve variar entre 1.500 e 2.000 ppm, influenciando sua concentração nadensidade e atividade dos leitões.

Para avaliar a carga de patógenos no ar, foram utilizados dispositivos que captam um determinado volume de ar que é colocado em contato com uma matriz que retém as partículas que podem conter patógenos.

Líquido Ar Partículas EntradadearTubo ConeEquipamentoFigura2.Coleta de amostra de ar baseada em efeito ciclônico.

CONTROLE DE PATÓGENOS NO AR Valores acima de 2.000 ppm indicam ventilação insuficiente e abaixo de 1.500, ventilação excessiva. A concentração de CO2 foi medida a cada coleta de amostra, realizando-se quatro mensurações em diferentes pontos da sala na altura dos animais (Herter AZ 77535).

MONITORAMENTO E CONDIÇÕES AMBIENTAIS TÉRMICOESTRESSE

O conforto térmico varia com a idade, sendo que durante a transição considera-se adequado a temperatura de 28°C na recepção dos leitões com uma redução de 2°C a cada semana até o final da fase de creche. A outra parte da equação é a umidade relativa. Quanto maior a UR, menor a T necessária para evitar o estresse térmico, como pode ser visto na fórmula: THI=UR/T Ao longo do período experimental o monitoramento da T e UR foi realizado, de forma contínua, com o uso de um “DataLogger” (Elitech RC-51H).

broncoalveolar (BL) foram retiradas dos 15 animais através de sonda laríngea até a bifurcação brônquica e, posterior inoculação e aspiração de 20 ml de soro fisiológico estéril (Fotografia 2) ANÁLISES DE AMOSTRAS

ORAISFLUIDOS

A técnica diagnóstica escolhida para a análise das amostras foi a PCR em tempo real (qPCR) devido à sua alta sensibilidade e especificidade. Foi testado um painel respiratório completo que incluiu os principais agentes primários e secundários do complexo respiratório suíno (Tabela 2).

COLETA DE BIOLÓGICASAMOSTRAS

Tabel a 2. Determinações de vírus e batérias realizadas aplicando a técnica de qPCR. Vírus Bactérias PrimáriosAgentes PrimáriosAgentes SecundáriosAgentes InfluenzaPRRS A Circovirus tipo 2 pleuropneumoniaehyopneumoniaeMycoplasmaActinobacillus ActinobacillusStreptococcusMycoplasmaPasteurellamultocidahyorhinisGlaesserellaparasuissuisBordetellabronchisepticasuis patologia 2022 | Qualidade do ar e dinâmica da infecção em leitões desmamados

Foto 1. Coleta de amostra de ar. Uma amostra de ar foi coletada em cada uma das três coletas. O equipamento estava localizado no corredor central do galpão entre as baias (Foto 1) e foi realizado um ciclo de 10 minutos a uma taxa de absorção de 300 AmostrasL/min.delavagem

Para a obtenção das amostras de fluido oral (FO), dois fios de algodão foram colocados em dois blocos da sala por 15-20 minutos no acesso dos leitões e, posteriormente, deles foi extraído o fluido oral.

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BRONCOALVEOLARLAVAGEM

Foto 2. Coleta de amostra de lavagem broncoalveolar.

3 . Dados de temperatura e umidade durante as quatro semanas (S) do período de transição em estudo. Tabela 3 . Mensuração de CO 2 durante o período experimental Em relação à ventilação, os valores de CO2 foram ligeiramente superiores aos recomendados

(Tabela 3), embora não sejam concentrações que impliquem um comprometimento para a saúde dos animais. MensuraçãoCO2(ppm) Mensuração 1 Mensuração 2 Mensuração3 Nº observaçõesde 4 4 4 Mínimo 1.980 2.120 2.210 Máximo 2.200 2.340 2.320 Variação 220 220 110 Média 2.090 2.200 2.260 Tabela 4: Pesos médios e GDP dos leitões durante a fase de transição em estudo. Estatística PesoM1(Kg) PesoM2(Kg) PesoM3(Kg) GDPM1(g) GDPM2(g) GDPM3(g) GDPF2(g) Nº de blocos 10 10 10 10 10 10 10 Mínimo 5,92 7,20 14,89 158 128 385 299 Máximo 8,10 10,40 19,88 236 240 509 403 Variação 2,18 3,20 4,99 78 112 124 104 1º Quartil 7,30 9,03 18,25 207 173 458 365 Mediana 7,40 9,35 18,72 211 185 472 377 3º Quartil 7,60 9,65 19,36 218 190 483 391 Média 7,36 9,21 18,52 209 185 466 372 padrãoDesvio(n) 0,54 0,81 1,35 19 31 32 28 Coeficiente de variação (n) 7% 9% 7% 9% 17% 7% 8% 88 patologia suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Qualidade do ar e dinâmica da infecção em leitões desmamados

RESULTADOS E DISCUSSÃO CONDIÇÕES AMBIENTAIS ÍNDICES PRODUTIVOS E SANITÁRIOS A temperatura e a umidade relativa do ar foram consideradas adequadas durante o período estudado (Figura 3) Graças ao sistema de climatização dentro das salas de transição, as condições ambientais ideais foram mantidas. As taxas de crescimento (Tabela 4) foram ligeiramente superiores aos lotes anteriores da mesma granja, mas um pouco abaixo do esperado com base na genética dos animais (Landrace x Large White, finalizado com Duroc). 21,023,025,027,029,0 43,052,762,572,282,0 S1 S2 S3 S4 Preto (UR%) Verde(ºC)Figura

Tabela 5. Morbidade e mortalidade durante as quatro semanas (S) do período experimental. O diagnóstico clínico é apresentado na Tabela 6. Três dos 13 leitões com sintomas nervosos e/ ou articulares morreram, o que representou 60% do total de baixas, e uma letalidade desse processo de 13%. Infectados 4 15 13 6 38 Morbidade (%) 1 5 5 2 13% Mortalidade (%) 0 0,671 0,676 0,340 1,65% Diagnóstico clínico Morbidade Processo nervoso 6/38 (2,0%) Articular 9/38 (3,3%) Nervoso e articular 2/38 (0,7%) Hérnia umbilical ou escrotal 4/38 (1,3%) ANÁLISES DE AGENTES INFECCIOSOS MEDIANTE qPCR A Tabela 7 mostra os resultados da análise de qPCR das amostras de fluido oral, amostras de ar e lavagens broncoalveolares, deve-se notar que ao final da transição não foi possível coletar amostras de lavagem broncoalveolar. amostra1º amostra2º amostra3º FO AA LB FO AA LB FO AA PRRS + + Influenza tipo A + + Circovirus tipo 2 + + + hyopneumoniaeMycoplasmaMycoplasmahyorhinis + + + + + + + pleuropneumoniaeActinobacillus + + + Glaesserellaparasuis + + + + + + + + Streptococcus suis + + + + + + + + Pasteurellamultocida + + + + + + bronchisepticaBordetella + Actinobacillus suis Tabela 7. Agentes etiológicos do complexo respiratório suíno analisados em amostras de fluido oral (FO), amostras de ar (AA) e lavagem broncoalveolar (LB). Amostras coletadas em 3 vezes com intervalo de duas semanas entre elas (início, meio e fim do período de transição). 89 patologia suínoBrasil 3º Trimestre 2022 | Qualidade do ar e dinâmica da infecção em leitões desmamados

A detecção de Streptococcus suis e Glaesserella parasuis em todas as amostras analisadas durante o período de estudo é notável. A detecção desses agentes justifica a presença da patologia nervosa e articular observada durante o estudo. Vale destacar a detecção de bactérias no ar, como S. suis e G. parasuis, cuja principal transmissão se dá pelo contato direto entre animais. Isso reforça a importância da ventilação, pois a separação dos animais em blocos dentro da mesma instalação não é suficiente para evitar o contágio.

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Qualidade do ar e dinâmica de infecção em leitões desmamados BAIXAR EM PDF O fluido oral acabou sendo a amostra mais sensível para monitorar a recirculação de agentes infecciosos. A maior sensibilidade em relação à lavagem broncoalveolar pode ser devido ao número de animais testados com cordas (60 leitões) em relação aos 15 leitões amostrados pelo lavagem broncoalveolar.

A amostra de ar apresentou sensibilidade muito semelhante à lavagem broncoalveolar, sendo inferior aos fluidos orais, o que pode ser devido a um cenário com ausência de processos clínicos respiratórios e um possível excesso de velocidade de fluxo na amostragem de ar (300 LPM). Recentemente, velocidades de no máximo 200 LPM têm sido recomendadas para preservar a viabilidade dos vírus de RNA, sendo necessários mais estudos com essas novas condições. Apesar da ausência de processos respiratórios graves, foi confirmada a recirculação de agentes envolvidos na PCR, tanto virais quanto bacterianos. CONCLUSÕES O monitoramento das condições ambientais e dos agentes infecciosos permite a aplicação de medidas corretivas para reduzir a incidência de processos clínicos e melhorar os índices de produção.

Amostras de ar e fluido oral são úteis no monitoramento da circulação de agentes infecciosos transmitidos pelo ar e permitem avaliar o risco de processos infecciosos. A amostra de fluido oral parece ser mais sensível que a amostra de ar, pelo menos em situações sem sintomas clínicos aparentes. Amostras de lavagem broncoalveolar são muito úteis para amostragem direcionada de animais vivos com sintomas, sendo menos apropriadas no caso de monitoramento. | Qualidade do ar e dinâmica da infecção em leitões desmamados

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