Livro 2 Ressignificar - Corpo, Trabalho e Educação

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Corpo, Trabalho e Educação

corporais e artísticos das diversas culturas, tendo como objetivo ampliar o potencial de compreensão e produção textual e discursiva, da sensibilidade estética e dos conhecimentos relacionados à cultura corporal de todos os alunos. Compreender a Educação Física como um componente da área de Linguagens sugere-se que sejam trabalhadas atividades didáticas que propiciem aos estudantes a ler e produzir as manifestações culturais e corporais, elaboradas como textos e contextos idealizadas pela linguagem corporal. No entanto, Arroyo (2016, p. 21) faz alguns questionamentos e traz algumas reflexões sobre a Educação Física na Base Nacional como: Educação Física na BNC e nas práticas das escolas conseguirá educar as outras áreas, os currículos, a prática pedagógica escolar para reconhecer e trabalhar a plural riqueza de linguagens dos corpos? Nessa direção teríamos de rever que linguagens dos corpos destaca a BNC e as práticas da Educação Física, que visão destacam dos corpos dos educandos. Os aspectos esportivos, competitivos, os movimentos não são as linguagens corpóreas que esgotam o que os corpos de crianças, adolescentes repõem a uma pedagogia que se pauta por manter os seus corpos imóveis, silenciosos, disciplinados. Corpos ideais para pedagogias de ensino, de transmissão de conteúdos para corpos que se quer passivos, atentos ao mestre que ensina.

O mesmo autor também cita que a ênfase no Comum, no Nacional pode induzir ao pensamento de que só há uma única linguagem corpórea, comum, nacional a ser trabalhada. E, nessa visão seletiva de linguagens corpóreas como comuns, nacionais poderia ser entendida como uma volta aos tempos de práticas únicas impostas, militarizadas. (ARROYO, 2016, p. 21) Para Neira e Souza Júnior (2016, p. 198) a BNCC vem propor a compreensão sócio-histórica e política das diversas manifestações da cultura corporal de movimento, por meio de objetivos de aprendizagem que visam conquistar a participação crítica na esfera pública por todos os grupos da sociedade, de modo que a BNCC defende não técnicas melhores ou piores de aprendizagem, e que não se quer determinar um único modelo a ser seguido, visto que essa postura não estaria de acordo com uma sociedade multicultural e democrática como a nossa atual sociedade. De acordo com Moreira et al. (2016, p. 68),

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