Arranhando as Paredes (Cocktail #2)

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Ele me deu um abraço, apoiando a testa na minha. – Garota do Baby-Doll, a gente precisa comprar esta casa. – Ele gargalhou quando eu soltei um grito agudo. As minhas pernas literalmente se transformaram em gelatina. Tudo abaixo do meu umbigo se liquefez – não fosse o meu core fortalecido pelas muitas horas no estúdio de ioga, eu teria derretido no assoalho e pingado no carpete do primeiro andar. – Simon – eu comecei, uma sobrancelha lá em cima. – Caroline – ele respondeu, imitando debochadamente a minha sobrancelha. – Simon. Devagar. Quando você começou a fumar maconha? Ele gargalhou de novo, depois desapareceu em um dos closets. Eu o segui, tentando conter a histeria que ameaçava me tomar por dentro. – Me ouve um pouquinho. Sério. Você está chapado? Só pode estar, porque… Puta merda! – Parei, e a minha voz ecoou. Veja bem, ela ecoou porque o closet era do tamanho de um quarteirão. Eu imediatamente imaginei milhares e milhares de armários personalizados: gavetas, prateleiras, sapateiras. Deixei escapar um ganido. Simon, de frente para a janela (havia uma janela no closet, acredita?), gesticu-lava para a paisagem. – Será que tem uma janela no meu closet também? Engoli em seco. – Tem outro closet? – Voltei correndo ao quarto. Sim, tinha outro closet. Dois closets. Dessa vez, deixei escapar mais do que um ganido. Olhei para Simon, que, saindo do meu closet (o closet), caminhou até mim. Eu recuei em direção à parede a cada passo dele. – Não. Simon, não. – Vamos fazer isso! – Não, não vamos fazer isso. Não estou brincando. – Esta casa é incrível.


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