Grande Consumo - Suplemento #2

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GRANDE CONSUMO

SUPLEMENTO

PRECIFICAÇÃO DINÂMICA, SIM OU NÃO?

Texto: Cariina Rodrigues Foto: Shutterstock

As companhias aéreas e os hotéis há muito que o fazem. Feriados, estações do ano, época, níveis de ocupação servem de guia para saber quando o preço pode ser aumentado ou quando está na hora de conceder um desconto. A Amazon, por exemplo, também o faz. Aliás, há muito que é uma referência em precificação dinâmica no e-commerce, mudando o preço de milhões de artigos numa questão de minutos. De uma maneira simplificada, a precificação dinâmica assenta na utilização de algoritmos para gerir os preços. As vantagens desta prática não são exclusivas das companhias aéreas, do e-commerce e das aplicações de “ride sharing” e podem também beneficiar o retalho físico. Mas há vários aspetos a considerar e, de entre uma série de “sins” surgem também alguns “nãos”.

A

tualmente, uma das principais dificuldades do sector é ter uma política comercial bem fundamentada. É comum ver-se a oferta de descontos apenas para se obter um volume adicional de vendas, sem critérios claros bem definidos para a definição do preço. Vender mais não significa, necessariamente, ganhar mais, até porque existem produtos que acabam por ser comprados, estejam ou não em promoção. A estratégia de preço é, assim, um aspeto crucial do negócio, uma vez que afeta diretamente o inventário, as vendas e a rentabilidade. Se os preços estiverem muito elevados, os clientes poderão optar por comprar na concorrência, mas preços demasiado baixos também têm as suas implicações, nomeadamente, ao nível das receitas. Uma estratégia de precificação dinâmica aponta ao preço ótimo num dado momento. “As mudanças no preço podem basear-se na perceção de quanto um consumidor está disposto a pagar, num determinado momento, pelo produto, nos preços da concorrência e noutras variáveis”, descreve a Unleashed, empresa tecno-

lógica que oferece visibilidade e controlo sobre a cadeia de abastecimento até às vendas. No decurso do ano transato, com o confinamento, de modo a conter a propagação do vírus que causa a Covid-19, os consumidores viraram-se para o online para comprar de tudo, desde desinfetantes a alimentos, a equipamento desportivo, mobiliário e tecnologia. E foram relembrados do quão fácil é comparar os preços na Internet. “Com apenas alguns cliques, um shopper pode ficar a saber que retalhista vende um produto particular ao preço mais baixo. E porque a mudança para o e-commerce deverá continuar na era pós-pandemia, o preço tornou-se numa ferramenta cada vez mais importante para os retalhistas. Em particular, a precificação dinâmica deverá ser uma das principais capacidades que irá diferenciar os vencedores no cenário futuro do retalho”, nota, por sua vez, a McKinsey. Vantagens Ambas organizações consideram que a precificação dinâmica aporta vantagens aos retalhistas, sejam eles online ou com lojas físicas. A começar pelo


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