Grande Consumo N.º 66

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conta com cerca de 230 fornecedores locais. Se se tem a visão para atender às necessidades do cliente, é preciso ouvir e ver o que este deseja e é por isso que adaptamos o modelo de negócio e que temos de adaptá-lo continuamente. De momento, o aspeto da proteção e segurança é o mais relevante, em Portugal. Para o futuro, a tendência de mais compras locais está a tornar-se mais importante. Assim como os produtos biológicos e estamos a investir nesta área, sendo que já contamos com cerca de 100 artigos. Se o cliente deseja algo que consideramos relevante para uma relação de longo prazo com ele, mudamos nosso modelo de negócio. Nunca ficamos parados e temos sempre que olhar para o futuro. GC - Como avalia a concorrência existente em Portugal, a nível do retalho? O mercado retalhista português é competitivo? O preço é o seu único "driver" de atividade, ou é uma análise redutora e pouco correta resumir o retalho nacional ao fator preço? AF – Não conheço nenhum país onde o negócio de retalho não seja competitivo. Penso que os retalhistas são sempre competitivos. Em Portugal, o preço tem uma relevância elevada. Com mais de 30% do volume de negócios impulsionado pela promoção, os portugueses têm uma relação particular com o preço. Mas, do nosso ponto de vista, o "driver" não é apenas o preço. Com a Covid-19, o fator de segurança é mais valorizado pelo cliente. Depois, são valorizados outros fatores, como a portugalidade e a sustentabilidade, quer ao nível do produto (se falamos de certificados), quer ao nível da imagem da marca (o que a marca faz em termos de sustentabilidade) e o que oferece em termos de ambiente de compra e experiência. O preço é importante, mas, com a nossa proposta de valor de ter a melhor qualidade ao melhor preço, as pessoas podem confiar que, se comprarem um carrinho de compras cheio numa das nossas lojas, terão a melhor relação entre preço e qualidade e não precisam de caçar promoções. Temos promoções, mas são uma cereja no topo do bolo. Se quer ter uma experiência "one-stop shopping", o cliente pode ter a certeza de que, no Lidl, obtém os melhores produtos pela melhor relação de preço. Essa é a nossa resposta e como lidamos com este mercado.

"Portugal está bem relacionado com a promoção, mas, se trabalharmos na credibilidade, os clientes sabem que não precisam esperar por uma promoção especial para fazer uma boa compra" promocional existente é algo benéfico para o normal desenrolar da atividade retalhista? Enquanto gestor, proveniente de outro país, como encara esta situação específica do mercado português? AF – Na Europa de Leste, o mercado terá uma participação das promoções ainda maior. Portugal está bem relacionado com a promoção, mas, se trabalharmos na credibilidade, os clientes sabem que não precisam de esperar por uma promoção especial para fazer uma boa compra. Esta é a mensagem que passamos aos clientes e esta é também a realidade que se encontra nas lojas Lidl. GC - A marca própria/exclusiva é um dos fatores competitivos e um dos principais argumentos diferenciadores do Lidl. Será viável pensar na gestão da oferta da marca, em Portugal, apenas com marcas próprias/exclusivas ou são as marcas de indústria que trazem os consumidores até às vossas lojas? Como se equilibra o marketing mix neste aspeto? AF – 70% do nosso sortido fixo são marcas próprias, portanto, são, claramente, o "core" do nosso modelo de negócios. Mas o nosso coração é português, falamos português, e o cliente português também

GC - É possível “desatar o nó” das promoções no nosso país? A profundidade

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