Grande Consumo N.º 47-2017

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ARROZ

Arroz Tal como as massas, também a categoria do arroz apresenta um ligeiro decréscimo de 4% nas vendas em volume, o que equivale a uma quantidade vendida de 58,9 milhões de quilogramas. Já em valor, foi a única categoria do universo a impulsionar o sector, com uma evolução positiva. Com um crescimento das vendas de 51,6 milhões de euros, representa um aumento de 1%, de acordo com os dados da Nielsen a terminar na semana 36 de 2017. André Coelho, da direção de marketing da Novarroz, afirma ter notado uma ligeira quebra no consumo, que já vem sendo tendência nos últimos anos. “Toda a fileira está empenhada em fazer um trabalho de diferenciação dos diferentes tipos de arroz, sendo o principal objetivo valorizar as variedades nacionais. A realidade é que a maioria dos consumidores vê o arroz como um produto indiferenciado, mas notamos que as especialidades já têm os seus próprios nichos de consumidores que valorizam as suas características diferenciadoras”, sustenta. De acordo com o responsável da Novarroz, tratando-se de um produto de cesta básica, em termos absolutos, o consumo de arroz não aumenta pela via de promoções. O impacto dessas promoções está ao nível da escolha da marca ou até da variedade de arroz. A oferta de soluções mais convenientes tem sido uma resposta para o recrutamento de novos consumidores para um segmento que, à semelhança das massas, tem já uma alta penetração nos lares portugueses. “Tal como acontece com as categorias de produtos considerados básicos, o arroz tem uma forte presença nos lares. Nos primeiros seis meses, 89% dos lares portugueses compraram a categoria e, em média, cada lar consumiu cerca de 12 quilogramas de arroz. No entanto, tal como acontece nas restantes categorias de componentes básicos de refeição, como por exemplo a massa, as soluções de conveniência têm ganho espaço. O arroz pronto a cozinhar (não estamos a considerar o arroz refrigerado pronto a comer), apesar de ainda ter uma expressão reduzida na categoria, cresce a dois dígitos (20%). A oferta de soluções de conveniência é uma tendência, não só da categoria, mas também do mercado de bens de grande consumo”, explica Tiago Rodrigues, Sales Consultant Senior da Nielsen. A pesquisa da Kantar Worldpanel conclui que são os jovens os compradores menos desenvolvidos e os que mais reduziram a

compra desta categoria. No final de 2016, o arroz Basmati resistia à tendência. Em geral, devido a uma cesta mais reduzida e compra menos regular, os lares compram menos arroz, mas aumentaram a procura de produtos mais sofisticados. “Existe, de facto, um nicho de mercado para produtos de conveniência, nomeadamente nos consumidores mais jovens, mas que no caso do arroz ainda não é significativo. No entanto, e seguindo a nossa estratégia de inovação, desenvolvemos uma gama de refeições de arroz précozinhadas – EASY RICE – para este segmento”, diz André Coelho, da Novarroz. Contudo, o consumo de arroz em Portugal, segundo a Nielsen, ainda é muito concentrado nas variedades Carolino e Agulha. Estes dois tipos de arroz representam 80% das vendas em volume da categoria de arroz standard e decresceram 5%. Para Jorge Parreira, diretor comercial da Orizvárzea, é importante tentar valorizar o arroz nacional, mas não de uma forma mais simplista, ou seja “o que é português é bom”. A valorização deve, sim, ser feita pelas “características distintas face aos arrozes importados e pela sua produção, onde a maior parte é produzido sob normas amigas do ambiente e da saúde. Mas também pelas

MASSA

denominações de origem. Já há arroz português com denominação IGP, mas apenas um é comercializado em embalagem com esta denominação, que é o arroz Carolino das Lezírias Ribatejanas, em concreto o Bom Sucesso. Outra das oportunidades é a gastronomia portuguesa, que cada vez é mais reconhecida e valorizada, por isso, os produtos podem e devem acompanhar esta valorização”. O porta-voz da Nielsen comenta ainda que “para além do arroz Basmati e vaporizado, que representam a outra grande fatia do mercado (17% das vendas em volume da categoria de arroz standard), é importante referir o crescimento dos arrozes étnicos (sushi, thaie, risotto), que, não obstante terem um peso reduzido na categoria (1% do total das vendas de arroz standard), contrariam a tendência negativa e crescem 11%”. Massas e arroz, duas categorias presentes na esmagadora maioria dos lares portugueses e que se têm vindo a valorizar via inovação e novas opções de consumo, numa equação onde se tem ainda que ter em conta com o fator da oferta de um preço justo. Massas “saudáveis” crescem 26% As massas estão presentes em 95% dos lares portugueses e as designadas massas “saudáveis” já chegam a 12% dos lares, segundo a Nielsen. Luísa Lourenço, Client Consultant Senior da Nielsen, destaca o crescimento de 26% em volume das massas “saudáveis”, sendo as integrais as que mais contribuem para este crescimento. Esta subcategoria também se caracteriza por um menor número de vendas em promoção (31% versus 37% do total massas) e um preço mais elevado (2,71 euros/kg versus 1,31 euros/kg em total massas). Para os consumidores, a inovação também é um fator importante. No que se refere às massas saudáveis, a inovação contribui para 15% do seu crescimento em volume. O fator inovação passa pela introdução de novos formatos e capacidades, mas também pela oferta de novos sabores.


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