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Exposição “Ponte Medieval de D. Goimil: Dar um futuro à nossa História”

Esta exposição fotográfica apresenta este monumento e o seu contexto histórico, registando as várias fases do processo de reabilitação e restauro desta ponte de origem medieval localizada entre o lugar de Goimil (Leça do Balio) e de Esposade de Baixo (Custóias). Esta ponte que já tinha sido anteriormente desativada do uso rodoviário, encontrava-se em muito mau estado de conservação e a necessitar duma intervenção urgente de restauro. Esta intervenção, realizada pela Câmara Municipal de Matosinhos, foi precedida de diversos estudos técnicos realizados pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e ainda de sondagens arqueológicas, tendo sido concluída no início de 2015. O custo global do restauro foi de € 187.601,75, financiado em 85% pelo ON2 - FEDER e em 15% pela Câmara Municipal de Matosinhos. Esta exposição constitui ainda um interessante “caso de estudo” para a compreensão das técnicas construtivas da engenharia medieval e dos processos utilizados atualmente na reabilitação e restauro deste tipo de estruturas.

Enquadramento histórico do monumento A ponte de D. Goimil, entre Custóias a Leça do Balio, é uma estrutura de tabuleiro em cavalete, com um arco ogival. É construída em alvenaria de granito, na sua maior parte irregular e com as respectivas guardas aparelhadas em blocos graníticos. Apresenta uma tipologia construtiva característica da Idade Média. A importância patrimonial desta ponte, que se integrava numa antiga estrada regional, possivelmente de origem romana, que ligava o Porto a Vila do Conde é muito significativa. Esta estrada, que já em meados do século XIII aparece designada como Via Veteris ou “Estrada Velha” nas Inquirições de 1258. Iniciava-se junto do Rio Douro, no lugar da Arrábida, passava pela Igreja de Santiago de Custóias e dirigia-se para a foz do Rio Ave por Modivas, Aveleda e Vairão. De referir que esta via foi particularmente utilizada, ao longo dos seus vários séculos de existência, por numerosos peregrinos que demandavam o túmulo do Apóstolo Santiago na localidade de Compostela na Galiza. A sua designação indicia uma possível origem romana desta via, confirmada recentemente pelo aparecimento de estruturas portuárias romanas no início desta via, junto ao Rio Douro e pelo facto de passar junto a alguns dos principais sítios arqueológicos desta região. A sua construção data dum período compreendido entre os finais do século XIII e o século XIV. Localiza-se dentro do antigo território do Couto de Leça que, nessa época, estava sob a jurisdição


do Mosteiro de Leça do Balio da Ordem dos Cavaleiros Hospitalários de S. João de Jerusalém. Terá sido assim construída por iniciativa desta Ordem religiosa-militar. A sua localização numa via percorrida pelos peregrinos que iam a Santiago de Compostela, passando pela Igreja de Santiago de Custóias (cujo orago é Santiago Maior) não será certamente alheia às motivações para a sua construção.


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