Qual o texto Original do Novo Testamento?

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Dr. Wilbur Norman Pickering A HISTÓRIA DO TEXTO - Observações Finais

não se modificarão significativamente. Veja o estudo feito por Frederic Wisse. Ele colacionou e comparou 1.386 MSS em Lucas 1, 10 e 20, e descobriu só quatro unciais (de 34) e quatro cursivos (de 1.352) que apresentavam o tipo de texto Egípcio, mais dois outros de cada que tinham o tipo Egípcio em um dos três capítulos.348

Observações Finais No seu livro Aland discute a transmissão do texto do NT com o pressuposto forte de que o texto Bizantino tenha sido um desenvolvimento secundário que progressivamente contaminou o puro texto Egípcio (“Alexandrino”). Mas as principais testemunhas “Alexandrinas”, B, A (exceto e) e ℵ (The Text, pag. 107), têm constante e significativa discordância entre si; tanto assim que não existe maneira objetiva para reconstruir um arquétipo. 150 anos mais cedo o quadro é o mesmo; P45, P66 e P75 são bem diferentes e não refletem uma única tradição. No ano 200 DC “não havia um rei no [Egito]; cada um fazia o que era bem aos seus próprios olhos,” ou assim parece. Mas quê se aceitássemos a hipótese que a tradição Bizantina é a mais antiga e que os MSS “Ocidentais” e “Alexandrinos” representam perturbações variadas nas margens da correnteza de transmissão? Isto não faria sentido melhor das evidências sobreviventes? Nesse caso não teria havido nenhum arquétipo “Ocidental” nem “Alexandrino”, somente várias fontes de contaminação que agiram de modo tão sem nexo que cada MS “Ocidental” ou “Alexandrino” apresenta um ‘mosaico’ distinto. Em contraste, realmente haveria um arquétipo “Bizantino”, que representaria o original. De fato, exemplares virtualmente perfeitos existem em nossos tempos, como ilustrado por 1841 no corpo paulino e 424 nas epístolas gerais. Aland parece concordar que através dos séculos da história da igreja o texto Bizantino era considerado como “o texto da igreja”, e ele procura o começo deste estado de coisas com Luciano.349 Ele menciona repetidamente uma “escola de/em Antioquia” e da Ásia Menor. Tudo isto é bem interessante, porque no seu livro ele concorda com Adolfo Harnack que “cerca de 180 DC, a maior concentração de igrejas era na Ásia Menor e ao longo da costa do Mar Egeu na Grécia".350 Esta é a região onde grego era a língua materna e onde continuou a ser usada. Esta também é a região que começou com a maioria dos autógrafos. Mas Aland continua: “Mesmo até 325 DC a cena praticamente permanecia sem mudança. Ásia Menor continuou a ser a terra-coração da Igreja.” “A terra-coração da Igreja” — pois então, quem mais estaria em melhor posição para identificar o texto correto do Novo Testamento? Quem poderia ‘vender’ um texto ‘fabricado’ à Ásia Menor no começo do século IV? Eu afirmo que o texto Bizantino dominou a história da transmissão porque as igrejas da Ásia Menor o avalizaram. E assim fizeram desde o princípio, porque sabiam que era o texto verdadeiro, tendo recebido-o dos apóstolos. O Texto Majoritário é o que é exatamente porque sempre tem sido o Texto da Igreja.

348

The Profile Method for the Classification and Evaluation of Manuscript Evidence (Grand Rapids: Eerdmans, 1982).

349

K. Aland, "The Text of the Church?", Trinity Journal, 1987, 8NS:131-144 [realmente publicado em 1989], pags. 142-43.

350

The Text of the New Testament, pag. 53.


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