Revista GPS Brasília 13

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INCENTIVO

O SONHO DE ÍCARO A IDEIA DE UMA OLIMPÍADA NO BRASIL COMEÇOU AQUI, EM SOLO CANDANGO. EM 1990, O EMPRESÁRIO PAULO OCTÁVIO HOMOLOGOU BRASÍLIA COMO CIDADE CANDIDATA AO ANO 2000. FATOS POLÍTICOS MUDARAM O CURSO DESSA OUSADIA, MAS INSERIU O PAÍS NA ROTA DOS JOGOS OLÍMPICOS POR ANDRESSA FURTADO « FOTO CELSO JUNIOR

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a década de 1990, um candango plantou uma sementinha: Brasília poderia sediar a edição dos Jogos Olímpicos de 2000. A candidatura foi feita, a cidade foi apresentada para o mundo, mas não vingou. E quem imaginaria que o sonho se concretizaria este ano? Não na Capital Federal, mas no Brasil. No dia 5 de agosto, o Rio de Janeiro receberá as comitivas mundiais, turistas e autoridades e será palco dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. Mas Brasília não ficará de fora. O Estádio Nacional Mané Garrincha também receberá jogos de futebol feminino e masculino. O candango citado é o empresário Paulo Octávio, que, apesar de não ter nascido aqui – é natural de Lavras, Minas Gerais –, chegou em Brasília ainda criança e sempre foi engajado na luta pelo desenvolvimento econômico da cidade. Ele não hesitou em apoiar jovens atletas que pediram sua ajuda na época. Eduardo Nascimento, Heleno Fonseca Lima, Augusto Henrique Rauber e Luiz Manzolillo deram o pontapé para o projeto Brasília Olímpica 2000.

Pensaram em Paulo Octávio porque sabiam que ele era um empresário e político bem-relacionado. Recém-eleito deputado federal à época, ele ficou com a missão de sensibilizar os políticos e provocar na imprensa a curiosidade para apoiar o audacioso projeto. “Eu não pensei duas vezes em ajudá-los. Sempre acreditei que Brasília tinha condições de receber um evento desse porte”, relembra o político, que é um grande fã de esportes e acompanha in loco as Olimpíadas desde Moscou, em 1980. O presidente da República, em 1990, era Fernando Collor de Mello. Ele foi o primeiro a aceitar o projeto, porém, com uma condição: o apoio era total, mas não haveria investimento de dinheiro público. Aliança feita, o segundo passo foi conquistar o apoio do Governo do Distrito Federal, na época, comandado por Wanderley Vallim. Daí em diante, mais entusiastas da ideia surgiram, como o camisa 10 do Flamengo, o icônico Zico, e autoridades, como o secretário de Cultura e Esportes do DF, Márcio Cotrim, e o presidente da Embratur, Ronaldo Monte Rosa. En-

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