O anjo da cafeteria

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Suzanne Selfors – Coffeehouse Angel papel. “Não estou interessada.” Ele continua segurando o papel, mas ela simplesmente cruza seus braços e olha para ele, seu pescoço se esticando pra ficar na altura. Eu cruzo os braços e olho para ele também – uma frente unida contra sua invasão. Ele ergue as sobrancelhas, em seguida, enfia o papel no bolso. “Você vai mudar de ideia, de uma maneira ou de outra.” Depois que ele sai, vovó Anna volta para o que estava fazendo, mas ela não estava com disposição para conversar. “Vá lá para cima e faça sua lição de casa. Vou terminar aqui.” “Você tem certeza?” “Sim”. Ela volta para seu escritório. “Eu não posso imaginar o que aconteceu com Irmgaard. Ela nunca sai sem me dar um abraço de adeus.” Pego minha mochila e subo as escadas, amaldiçoando Heidi Darling a cada passo. Mais um segundo e eu poderia ter fugido com o copo de amostra. Pelo menos, eu sabia alguns dos ingredientes. Eu ainda precisava ligar para Vincent, para perguntar se ele assinaria os copos para o Festival do Solstício. E eu precisava ligar para Elizabeth. Ela desenharia um bonito logotipo para nossa versão da Mocha do Vincent. Usaríamos o dobro de creme e compraríamos canudos de hortelã do tamanho de presas de morsas! Ninguém atende ao telefone na casa de Vincent. Eu deixo uma mensagem. “Ei, parabéns. Eu não consegui falar com você hoje. Você é tão famoso. Posso ter seu autógrafo?” Sorri, tímida. “Estou realmente, realmente feliz por você. Você fez isso. A bolsa integral. Isso é ótimo. Realmente, realmente ótimo. Hm, eu tenho essa ideia e espero que você possa me ajudar. Então, me ligue.” Ninguém responde em Elizabeth também. Eu despejo o conteúdo da minha mochila na cama. Eu coloco na página de geometria, memorizo as partes de uma célula para Biologia, em seguida, olho para o papel em branco. O Sr. Williams quer que nós escrevamos uma história sobre uma boa ação, de três a cinco páginas, para sexta-feira. Se eu escrevesse sobre ter dado a Malcolm alguns bolos velhos, eu arriscaria parecer como uma arrogante. Oh, olhem para mim, eu ajudo as pessoas desabrigadas. Ou eu sairia como alguém sovina. Por que ela não lhe deu algo do dia? Eu decido escrever sobre a boa ação de Vincent. Eu escrevo um parágrafo, mas o incidente com Heidi continua se intrometendo. Eu fico vendo aquele olhar orgulhoso no rosto moldado por um abafador de ouvido. Eu, de pé lá, segurando a taça. Como todos os incidentes embaraçosos, este ganhou vida própria. “Relembre-me”, sussurrava, mais e mais. “Você está chegando em algum lugar com seu dever de casa? Bem, nós não podemos fazer isso, então é hora de me relembrar novamente”. Porque, porque, porque eu fiquei ali, observando Malcolm caminhar, e olhando para suas pernas como uma idiota? Se eu tivesse vindo direto para o café. Comunidade Orkut Traduções e Digitalizações - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


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