Planeamento em tempo de crise

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2.5. Quem? (#1) Quem envolver no processo de planeamento? Promoção A função de promoção consiste fundamentalmente no impulso inicial necessário a encaminhar o processo participativo. Quem desempenha este papel é geralmente a administração pública, enquanto para iniciar um processo inclusivo é normalmente necessária uma componente top-down que se manifesta em uma decisão política explícita. Todavia, como já foi possível demonstrar, muitas vezes são diretamente os cidadãos, associados e organizados, que manifestam a vontade de intervir em defesa de interesses específicos. Estes impulsos de tipo bottom-up dificilmente conseguem promover um processo complexo, enquanto faltam da coordenação necessária para abrir uma discussão com todas as partes interessadas. De facto, na maioria dos casos, acabam por dirigir-se contra uma questão particular, sem chegar a compreender o quadro completo, a enfrentar o problema à raiz. Aqui podem intervir operadores locais com experiência de campo, que apoiam a causa e estruturam a intervenção. Eles também ajudam a gerir a relação da sociedade civil com o poder político. Na verdade este é o centro da questão: é preciso encontrar a maneira de mediar entre os interesses dos cidadãos e as respostas da administração pública. A movimentação coletiva para um objetivo específico apenas ganhará credibilidade e vigor quando os interesses presentes serão partilhados e o processo bem estruturado. Em países como Inglaterra e Estados Unidos esta função intermédia de promoção muitas vezes é desempenhada por órgãos externos, instituições ativas em âmbito social, urbanístico, arquitectónico, ambiental, como por exemplo as organizações no profit, os centros de investigação e de defesa dos direitos civis, as plataformas para o desenvolvimento socioeconómico e urbano sustentável, os grupos políticos. De qualquer forma, a legitimação pela administração pública é quase sempre indispensável para garantir o êxito e a continuidade do processo.

Gestão I processi inclusivi non possono reggere se non sono sostenuti da una forte volontà politica.20 Quer dizer, é preciso um compromisso pelo poder político para iniciar um processo. No âmbito da gestão, a Autarquia tem que desempenhar este papel de garantia: presidiar a correta execução do processo, assegurar a máxima imparcialidade e avaliar os resultados à luz dos objetivos fixados. Ao lado do garante, é necessário um realizador, com função de leadrship, para guiar o processo diretamente, do interior. O leader é uma figura imparcial, para coordenar a interação entre os vários stekeholders. Pode ser ou não um político, o importante é que se demostre interessado ao conseguimento dos objetivos comuns. (20)  Luigi Bobbio (ed.), A più voci. Amministrazioni pubbliche, imprese, associazioni e cittadini nei processi decisionali inclusivi (Roma: Edizioni scientifiche italiane, 2004), 121. Tradução para português: Os processo inclusivos não podem subsistir se não são suportados por uma forte vontade política.

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