Manual Quadro Europeu

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QUADRO EUROPEU COMUM DE REFERÊNCIA PARA AS LÍNGUAS

A avaliação da proficiência, por outro lado, é a avaliação do que se pode fazer/ou do que se sabe em relação à aplicação do assunto ao mundo real. Corresponde a uma perspectiva do exterior. Os professores têm tendência a interessar-se principalmente pela avaliação dos resultados, de modo a obterem um feedback para a sua prática de ensino. Os empregadores, os agentes educativos e os aprendentes adultos tendem a interessar-se mais pela avaliação da proficiência: avaliação do produto, daquilo que a pessoa é capaz de fazer. A vantagem da avaliação dos resultados reside no facto de estar mais próxima da experiência do aprendente. A vantagem de uma avaliação da proficiência é permitir que cada um se posicione, visto os resultados serem transparentes. Na avaliação comunicativa em contexto de ensino/aprendizagem orientado para as necessidades, podemos argumentar que a distinção entre Conhecimento (orientado para o conteúdo do curso) e Proficiência (orientado para a utilização em situação real) deveria ser, idealmente, mínima. Na medida em que a avaliação dos resultados testa a utilização prática da língua em situações significativas e tende a apresentar uma imagem equilibrada da competência manifestada, tem também uma dimensão de proficiência. Na medida em que a avaliação da proficiência consiste em tarefas linguísticas e comunicativas baseadas num programa relevante e transparente que dá ao aprendente a oportunidade de mostrar aquilo que conseguiu atingir, esse teste tem uma dimensão dos resultados. As escalas de descritores exemplificativos dizem respeito à avaliação da proficiência: apresentam o contínuo da capacidade em situação real. A importância da avaliação do conhecimento para o reforço da aprendizagem é comentada no Capítulo 6. 9.3.2. Avaliação referente a normas/Avaliação referente a critérios

A avaliação referente a normas situa os aprendentes uns em relação aos outros. A avaliação referente a critérios consiste numa reacção contra a avaliação referente a normas: o aprendente é avaliado meramente em termos da sua capacidade no assunto, qualquer que seja a capacidade dos seus colegas. A avaliação referente a normas pode ser feita em função da turma (vocês são dezoito), ou no quadro de uma dada população (você é o número 21 567; você está nos primeiros 14%), ou de um grupo de aprendentes que pretendem fazer um teste. Neste último caso, podemos ajustar os resultados em bruto de um teste para apresentar um resultado ‘justo’, traçando a curva dos resultados em função da curva dos anos anteriores, a fim de manter um certo nível e assegurar que a mesma percentagem de aprendentes obtém todos os anos o mesmo nível superior, independentemente da dificuldade do teste ou da capacidade dos alunos. Utiliza-se 252


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