O LIVRO N EGRO DO AÇÚCAR

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e 1991 originários de 37 países espalhados pela Europa, Estados Unidos, América Latina e até Oceania. Só não foram incluídas publicações de difícil tradução. Os trabalhos foram analisados como um todo e abordados os seguintes temas: a) recomendações relativas ao consumo de açúcar; b) sobre alimentos industrializados açucarados; c) sobre o tipo de açúcar a ser reduzido; d) sobre quantidade e freqüência de consumo de açúcar; e) sobre substitutos do açúcar e doenças crônicas relacionadas ao consumo de açúcares. Entre os objetivos da pesquisa, verificar a relação entre o consumo de açúcares e o advento de doenças crônicas e pinçar recomendações sobre níveis seguros de consumo que possam integrar a política nacional de alimentação e nutrição. Por açúcares extrínsecos devemos entender o açúcar adicionado aos alimentos. Em geral é a famigerada sacarose em forma de cristais, derretida ou invertida. Na literatura científica ela sempre aparece mimetizada entre outros açúcares : o objetivo desse expediente é ocultar a presença ditatorial da sacarose na dieta moderna. Quanto às recomendações sobre o consumo o documento constatou que a grande maioria das publicações concorda que deve haver redução no consumo de açúcares. Dos 116 trabalhos analisados nada menos que 98 recomendam redução do consumo desses açúcares extrínsecos. E nossos autores, que têm conhecimento de outros trabalhos não incluídos nesses 116 e que ascendem a 150, afirmam: Esta conclusão é confirmada por todos os trabalhos anteriores relatados pelo Senado dos Estados Unidos, Turner, Mc Nutt, Truswelle, O Connor e Campbell, Cannon, e pela OMS . Trata-se de uma tendência: a grande maioria da comunidade científica internacional concorda que o consumo de açúcares tem que ser reduzido. E, voltando aos nossos pesquisadores, sendo que nenhuma publicação aconselha aumento de consumo desses produtos - o que, aliás, seria deveras engraçado... Eles lembram também que apenas quatro publicações propõem a exclusão dos açúcares e são chamadas de radicais . Se tivessem citado declinaria aqui o nome desses heróis. Quanto aos alimentos açucarados industrializados, o resultado é muito semelhante ao item anterior. De fato, não faria sentido recomendar redução de açúcar do açucareiro e transigir com porcarias açucaradas de fábrica Quanto ao tipo de açúcar a ser reduzido a pesquisa notou que os termos variam desde os mais genéricos, como carboidratos simples , aos mais precisos como sacarose , glicose e outros. O único açúcar que impregna e confere natureza patogênica à dieta humana chamase sacarose refinada, mas a indústria da doença usa e abusa da floresta de açucares para ocultar esse fato. Mas o reinado, ou melhor, o império do açúcar está chegando ao começo do fim. Dos 98 trabalhos analisados, em 32 a sacarose aparece como o único açúcar a ser reduzido . Quanto à quantidade e freqüência, segundo nossos pesquisadores, entre aquela grande maioria favorável à redução no consumo de açúcares , a maior parte aceita propor uma quantidade segura de consumo diário compatível com a boa saúde. Antes de 1977 nenhuma meta para o consumo de açúcares extrínsecos foi observada . A recomendação mais freqüente é 10% do total de calorias, patamar estabelecido pela própria Organização Mundial de Saúde. Nas palavras de nossos pesquisadores, a adoção desse limite demonstra coerência com a evidência científica que relaciona o consumo de açúcares a doenças humanas , mas eles acham que melhor que a adoção de um percentual das calorias totais


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