JornalORL33

Page 1


Maria Sequeira Mestre:

Págs. 8/13

Págs. 14/17

J. Marques dos Santos faz a antevisão do 72.º Congresso

Luísa Monteiro e Pedro Escada lideram listas concorrentes aos Órgãos Sociais da SPORL

Para os Órgãos Sociais da SPORL-CCP no mandato 2025-2028

Duas listas disputam eleição

Luísa Monteiro, do Hospital Lusíadas Lisboa, e Pedro escada, da ULS de Lisboa Ocidental, lideram as listas que se apresentam a um ato eleitoral invulgarmente concorrido. a aG eleitoral de 10 de maio confirmará o nome do próximo presidente da SPORL-CCP.

Lista a Lista b

DiREçãO

Presidente: Luísa Monteiro

Vice-presidente (norte):

Carla Pinto-Moura

Vice-presidente (centro):

Luísa Azevedo

Secretário-geral: Herédio de Sousa

Tesoureira: Joana Ximenes Araújo

Vogais: Fernando Mendonça

José Carlos Neves

Miguel Breda

Vítor Oliveira

Suplentes: Ilídio Gonçalves

António Larroudé

Rogério Fernandes

MANDATáRiO

João Marta Pimentel

MESA DA ASSEMbLEiA-GERAL

Presidente: Luís Antunes

Secretários: Luís Quintino

Dulce Nunes

Suplente: Luís Freitas

CONSELHO FiSCAL

Presidente: José Ezequiel Barros

Vogais: José Saraiva

Rui Xavier

Suplente: Carlos Macor

Jornal ORL

Diretor: José Alberto Soares Redação: Miguel Anes Soares, Raquel Braz Oliveira Fotografia: Tomás Domingues Publicidade: Diogo Varela Diretor de Produção Gráfica: José Manuel Soares

Diretor de Multimédia: Luís Soares Morada: Alameda dos Oceanos, Nº 25, E 3, 1990-196 Lisboa Jornal ORL é uma publicação da Just News, em formato digital (e-paper) de periodicidade quadrimestral, dirigida a profissionais de saúde. Notas: 1. A reprodução total ou parcial de textos ou fotografias é possível, desde que devidamente autorizada e com referência à Just News 2. Qualquer texto de origem comercial estará identificado como “Informação”.

geral@justnews.pt agenda@justnews.pt

Tel. 21 893 80 30 www.justnews.pt

DiREçãO

Presidente: Pedro Escada

Vice-presidente (norte):

Vítor Correia da Silva

Vice-presidente (centro): João Elói

Secretário-geral: Paulo Vera-Cruz

Tesoureira: Sandra Alves

Vogais: Cristina Caroça Tiago Órfão

Vânia Henriques

Cátia Azevedo

Suplentes: Maria José Dias

Diana Cunha Ribeiro

Nelson Gilberto

MANDATáRiO

Jorge Spratley

MESA DA ASSEMbLEiA-GERAL

Presidente: J. Marques dos Santos

Secretários: Delfim Duarte

Assunção O´Neill

Suplente: Miguel Furtado

CONSELHO FiSCAL

Presidente: Jorge Spratley

Vogais: Ana Paula Branco

Helena Silveira

Suplente: Joaquim Amaral

Publicações

COORDENAÇÃO

Sandra Alves noticiassporl@gmail.com

José Marques dos Santos faz a antevisão do 72.º Congresso Nacional

“Para os mais jovens usufruírem dos serviços, e do saber de hoje, houve alguém que lutou

a História da ORL em Portugal servirá de ponto de partida para mais um Congresso Nacional da SPORL-CCP, que ficará marcado pelo final do mandato da atual Direção, presidida por josé Marques dos Santos. este 72.º Congresso Nacional da SPORL-CCP, que será também o XX Congresso Luso-espanhol de ORL, acontecerá entre 9 e 11 de maio, no Montebelo Viseu Congress Hotel, em Viseu.

A realização de congressos em articulação com outras sociedades é já uma tradição de longa data da SPORL-CCP, que tem estabelecido esse compromisso com as sociedades espanhola, galaica e brasileira de Otorrinolaringologia.

Para José Marques dos Santos, presidente da SPORL-CCP, “a troca de conhecimentos e de contactos diretos e o convívio gerados nestes encontros são uma mais-valia, por isso, estas relações devem ser preservadas”. Este ano, será a vez de a comunidade da ORL portuguesa se reunir com a espanhola, após, o ano passado, ter recebido os colegas da Galiza e, em 2023, do Brasil.

Ao longo de três dias de trabalhos, haverá conferências realizadas por colegas portugueses e espanhóis, e mesas-redondas mistas, onde se poderá “apresentar e debater o que de melhor se faz em cada um dos países”. Seguindo uma tradi-

ção já antiga, o Programa Científico apresentado resulta de uma seleção de temáticas propostas pelos serviços de ORL de norte a sul do país, e ainda de Espanha.

“Todos aqueles que sugeriram temas viram pelo menos um deles aceite para ser debatido numa conferência”, garante o médico, que coordena o Serviço de ORL do Hospital CUF Viseu.

José Marques dos Santos: “A cidade de Viseu foi colocada no mapa da ORL nacional.”

Este será o sexto evento da SPORL-CCP a realizar-se em Viseu em que José Marques dos Santos está envolvido, considerando que, desta

forma, “a cidade foi colocada no mapa da ORL nacional”. O presidente da SPORL-CCP reconhece que a Comissão Organizadora deste 72.º Congresso “trabalhou para o sucesso e para o reconhecimento não só da nossa área de saber mas também da cidade de Viseu”. De referir que o Congresso Nacio-

nal da SPORL-CCP recebe acreditação da UEMS pelo 5.º ano consecutivo.

Relembrar e agradecer pelo trabalho realizado

No âmbito da cerimónia de abertura, durante a sessão magistral, Luís

Nacional da SPORL-CCP | XX Congresso Luso-Espanhol de ORL

serviços, da tecnologia lutou por isso antes”

Carvalho, especialista em Saúde Pública e antigo presidente do Conselho de Administração do Hospital de São Teotónio, usará da palavra para abordar a História da ORL em Portugal.

“Iremos ouvir falar sobre como e onde tudo começou e a forma como se foi estendendo a todo o

SPORL-CCP e Câmara Municipal de Viseu preparam programa de apoio e entretenimento dirigido a acompanhantes

A pensar nos acompanhantes dos congressistas, a SPORL-CCP e a Câmara Municipal de Viseu estão a trabalhar em conjunto no sentido de delinear um programa de apoio e entretenimento, com a visita a atrações turísticas e a disponibilização de um comboio turístico que lhes permita desfrutar da cidade.

país, até aos dias de hoje. Serão recordados muitos dos nomes da ORL nacional do passado, como o Prof. Carlos Migueis ou o Prof. Carlos Larroudé, que terão os seus descendentes do saber na audiência, pelo que será bastante interessante”, refere. De referir que, em outubro de 2019, Luís Carvalho editou o livro História do Hospital de Viseu 1988-1996

“Viseu é uma cidade maravilhosa, que oferece uma gastronomia invejável, uma grande sensação de segurança e um conjunto de monumentos fantásticos para visitar”, refere José Marques dos Santos, lançando o convite: Venham, que serão acolhidos de braços abertos!”

O presidente da SPORL-CCP sublinha como “é importante não esquecer as origens e a ideia de que, para os mais jovens usufruírem dos serviços, da tecnologia e do saber de hoje houve alguém

(Continua na pág. 6)

A CO do 72.º Congresso integra elementos da Direção da SPORL da Zona Centro e é formada por António Carlos Miguéis, Luísa Azevedo, J. Marques dos Santos e João Elói Moura

javier

Gavilán bouzas e artur Condé serão alvo de distinção

Na sua reunião magna de 2025, a SPORL-CCP atribuirá o título de sócio honorário a Javier Gavilán Bouzas, diretor do Serviço de ORL do Hospital Universitário La Paz, em Madrid, e professor catedrático de ORL na Universidade Autónoma de Madrid, “como forma de reconhecimento pela sua carreira profissional, pessoal e académica, e pelo seu valor para a ORL”. Paralelamente, será ainda “uma forma de agradecimento pela gentileza que tem demonstrado em acolher, ao longo dos anos, muitos dos internos e especialistas de ORL portugueses para estágios e cursos”.

O nosso entrevistado teve, ele próprio, a oportunidade de ser acolhido pelo Serviço de ORL do Hospital Universitário La Paz, no âmbito do desenvolvimento do seu doutoramento, tendo tido Javier Gavilán Bouzas como seu orientador de tese. A distinção será atribuída a este especialista espanhol durante a cerimónia de abertura. Entretanto, Artur Condé, que dirigiu o Serviço de ORL do então Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho durante largos anos, será o presidente de Honra do evento. Por considerar o seu par “uma figura de elevado prestígio nacional”, José Marques dos Santos fica “extremamente honrado pelo facto de esta homenagem acontecer em Viseu”, a sua cidade.

(Continuação da pág. 5)

que lutou por isso antes. Esta é uma forma de relembrar muitos dos nossos colegas de outros tempos e agradecer-lhes pelo esforço e trabalho que desenvolveram”.

José Marques dos Santos adianta que será recordada a inauguração da Rua Dr. Nascimento Ferreira, nome do antigo diretor do Serviço de ORL do Hospital de São Teotónio e seu “principal mestre”. Tal aconteceu em 2012, quando a Câmara Municipal de Viseu atribuiu o

seu nome a uma das ruas da cidade, a título póstumo. No final do segundo dia do 72.º Congresso, após a Assembleia-Geral Eleitoral, será conhecida a próxima Direção da SPORL-CCP, que terá 45 dias para tomar posse.

Órgãos

2022-2025

DiREçãO

Presidente: José Marques dos Santos ➊

Vice-presidente (sul): Pedro Escada ➋

Vice-presidente (norte): Vítor Correia da Silva ➌

Secretário-geral: João Elói Moura ➍

Tesoureiro: Paulo Vera-Cruz ➎

Vogais: Sandra Alves ➏

Luísa Azevedo ➐

Tiago Órfão ➑

António Carlos Miguéis ➒

Suplentes: Ilídio Gonçalves Carlos Macor

Esteves Marcos

MESA DA ASSEMbLEiA-GERAL

Presidente: Jorge Spratley

Secretários: Luís Antunes

João Martins

Suplente: Miguel Furtado

CONSELHO FiSCAL

Presidente: Ezequiel Barros

Vogais: Delfim Duarte

Luís Dias

Suplente: José Saraiva

Jornal ORL Jornal ORL

Notícias

Acústica Médica agora é informação

Maior rede de Centros Auditivos a nível nacional

Fernando Ferreira, diretor-geral da Audika em Portugal:

“Nesta fase inicial, o principal objetivo é assumir e incorporar todo o legado da

“adotando a marca global do Grupo DeMaNT para a área de Hearing Care, vamos continuar a missão que sempre nos tem orientado: ajUDaR MaiS PeSSOaS a OUViR MeLHOR”, garante Fernando Ferreira, diretor-geral da audika em Portugal.

– A marca Acústica Médica, com 30 anos no mercado, decidiu agora mudar para Audika. O que motivou esta alteração de marca?

– A Acústica Médica, enquanto empresa integrada no Grupo DEMANT, decidiu recentemente adotar a marca global do Grupo para a área de Hearing Care. Até aqui, a integração já era total, ao nível do modelo operacional, da proposta de valor, da oferta de produtos e serviços, do protocolo audiológico e dos valores transversais a todos os nossos profissionais. No entanto, agora, com a adopção da marca global Audika, reforçamos o nosso sentimento de pertença e o orgulho em fazer parte de uma das maiores cadeias mundiais de Cuidados Auditivos (mais de 3500 Centros, em 25 países).

– Quais são as principais metas que a nova marca pretende alcançar no mercado?

– Nesta fase inicial, o principal objetivo para a marca Audika é assumir e incorporar todo o legado da marca Acústica Médica, continuando a missão que sempre nos tem

orientado: AJUDAR MAIS PESSOAS

A OUVIR MELHOR. Os 30 anos de existência da Acústica Médica, a permanente posição de destaque no mercado, a qualificação e especialização dos nossos profissionais, a dimensão da rede de Centros Auditivos e o permanente acesso às mais modernas inovações tecnológicas em soluções auditivas são os pilares sobre os quais assentará o crescimento da nova marca.

– Qual é a visão da Audika para o futuro em relação ao serviço ao Cliente e à tecnologia em saúde auditiva?

– A nossa proposta de valor exprime bem a visão Audika: profissionais especializados, soluções auditivas de última geração, cuidados personalizados e um acompanhamento permanente, nos cuidados pós-venda, durante toda a jornada do Cliente. Só sabemos fazer as coisas desta forma, e este é o legado que herdámos da Acústica Médica. O desafio permanente é sermos capazes de manter e de transmitir esta nossa proposta de valor aos Clientes de uma forma sustentada e consistente.

Claro que este caminho não se faz de uma forma solitária. A Audika tem como filosofia a interligação entre todos os diferentes stakeholders do sector, principalmente a classe médica, porque só em conjunto se consegue estabelecer uma cadeia de valor completa, onde cada um dos profissionais acrescenta valor e enriquece a solução final.

– Qual é a mensagem que a nova marca deseja transmitir aos consumidores em termos de qualidade e inovação?

– Na Audika contamos com centenas de profissionais especializados em Cuidados Auditivos, cujo principal objetivo é MUDAR A VIDA DAS PESSOAS, ajudando-as a ouvir melhor, nos mais diversos ambientes e situações. Não acreditamos em

para a audika da acústica Médica”

soluções rápidas e universais para todas as pessoas: acreditamos em cuidados personalizados para cada Cliente, porque a audição de cada pessoa é única e individual. A tecnologia continuará a dar enormes passos, proporcionando extraordinárias experiências a quem sofre de algum tipo de perda auditiva. Mas as pessoas continuarão a fazer a diferença! O acompanhamento permanente e personalizado ao Cliente irá continuar a ser a parte fundamental da solução auditiva global. E é por isso que a Audika mantém um investimento contínuo na formação dos seus profissionais e um esforço permanente no cumprimento dos protocolos do seu modelo operacional.

– Que inovações ou tendências acredita que marcarão o setor da Audiologia nos próximos anos?

– Nos próximos anos, os serviços de Audiologia evoluirão com recurso a tecnologias mais avançadas e com uma ainda maior personalização:

O CLIENTE NO CENTRO DA SOLUÇÃO AUDITIVA. Os aparelhos auditivos contarão, cada vez mais, com inteligência artificial, conectividade e integração com todo um conjunto alargado de smartphones e dispositivos domésticos, e com um design ainda mais discreto. Os serviços de assistência remota irão permitir ajudar ainda mais pessoas, oferecendo-lhes ajustes

remotos e facilitando o acesso de todos aos Cuidados Auditivos.

Muito em breve, o uso alargado de IA permitirá traçar perfis auditivos altamente personalizados, bem como nos trará imensos contributos para desacelerar a evolução da perda auditiva.

Não podemos dizer que o futuro será a saúde digital. Esta já é o presente e, no campo da Audiologia, a digitalização possibilitará o acompanhamento permanente via apps e uma interação directa entre pacientes e

Na Audika, enquanto empresa do Grupo Oticon, sentimos que estamos a dar os passos certos no sentido de enfrentar, e até influenciar, muitas das tendências futuras no sector dos Cuidados Auditivos, mantendo o Cliente no centro de todas as nossas acções.

– De que modo a Audika vê o futuro dos Cuidados Auditivos?

– UMA EQUIPA MULTIDISCIPLINAR É FUNDAMENTAL para garantir um processo de reabilitação

UMA EQUiPA MULTiDiSCiPLiNAR É FUNDAMENTAL para garantir um processo de reabilitação auditiva completo e eficaz aos pacientes com perda auditiva.

profissionais de Cuidados Auditivos. Obviamente que a sustentabilidade também será um dos focos desta indústria, com a crescente utilização de materiais recicláveis e biomateriais inovadores.

auditiva completo e eficaz às pessoas com perda auditiva. A integração de diferentes profissionais, como otorrinolaringologistas, audiologistas e psicólogos, entre outros, permite que o paciente

receba cuidados que abrangem todas as áreas necessárias para a sua reabilitação auditiva e adaptação social, proporcionando uma melhoria significativa da sua qualidade de vida.

janeiro-abril 2025 • jornal ORL iii

Proposta de Valor

“A proposta de valor está no centro da nossa estratégia global e é o farol que orienta as ações estratégicas, que tomamos para reforçar a nossa posição e diferenciação nos mercados.

Baseia-se no que os consumidores pretendem quando procuram uma solução de cuidados auditivos e, em última análise, é o que nos permite ajudar mais pessoas a ouvir melhor.

No entanto, uma proposta de valor só é eficaz se for comunicada e implementada corretamente em toda a organização. Por conseguinte, temos de garantir que todos os nossos profissionais, desde as equipas de gestão até às equipas de profissionais de reabilitação auditiva, compreendem e adotam a nossa proposta de valor e alinham as suas ações e comportamentos com ela.”

“A nossa proposta de valor

É a combinação do que fazemos de melhor, a maneira como potenciamos os nossos pontos fortes e as crenças que fundamentam a razão pela qual fazemos o que fazemos, desta forma.

“Qual é a nossa proposta de valor?

Para compreender a nossa proposta de valor, é importante compreender a posição que define a nossa marca: prestar cuidados auditivos que mudam a vida das pessoas, através de uma abordagem personalizada, para as ajudar a ouvir melhor.

A nossa proposta de valor é o alicerce isto permite-nos prestar cuidados auditivos que mudam a vida das pessoas

A
proposta de valor

Ajudar mais pessoas a ouvir

Cuidados auditivos que mudam a vida

Porquê: Ajudar mais pessoas a ouvir melhor

audika: excelência em Saúde auditiva

a audika é uma referência no setor da saúde auditiva, oferecendo soluções inovadoras para quem procura melhorar a qualidade da audição e, consequentemente, a qualidade de vida. Com uma abordagem centrada no cliente, a audika disponibiliza um atendimento especializado e equipamentos de última geração para diagnóstico e reabilitação auditiva.

Exames Realizados na Audika

A precisão no diagnóstico é fundamental para uma adaptação eficaz. Por isso, a Audika realiza uma ampla gama de exames audiológicos que permitem uma avaliação completa da audição. Entre eles, destacam-se:

• Audiograma Tonal Simples com Limiares de Desconforto: Avalia a sensibilidade auditiva do paciente em diferentes frequências e identifica os níveis de desconforto sonoro.

• Audiograma Vocal: Mede a capacidade de compreensão da fala em diferentes intensidades, auxiliando na adaptação de próteses auditivas.

• Impedanciometria: Examina a integridade do ouvido médio, avaliando a mobilidade do tímpano e a funcionalidade dos ossículos.

• Acufenometria: Específico para pacientes com zumbido, este exame determina a frequência e intensidade do sintoma, contribuindo para a definição do tratamento.

• Ganho Protésico: Analisa a efetividade do aparelho auditivo, comparando a audição do paciente com e sem o dispositivo. Pode ser feito com tons puros ou utilizando como estímulo palavras foneticamente equilibradas.

• Real Ear Measurement (REM): Mede a resposta do aparelho auditivo dentro do canal auditivo do paciente, garantindo uma adaptação personalizada e eficaz.

• O Audible Contrast Threshold (ACT™) foi desenvolvido pela interacoustics Research Unit (iRU), em colaboração com cientistas e universidades de renome mundial, incluindo colegas da Oticon e do Eriksholm Research Centre.

Este teste inovador visa quantificar de forma rápida e precisa a capacidade de uma pessoa em compreender a fala em ambientes ruidosos, abordando a principal queixa de indivíduos com perda auditiva: a dificuldade de entender conversas em locais com ruído de fundo. O ACT™ é um teste independente de linguagem que pode ser realizado em aproximadamente dois minutos, utilizando o mesmo equipamento das audiometrias tradicionais.

O ACT™ pode ser usado para otimizar configurações de processamento de som nas próteses auditivas Oticon, garantindo que os utilizadores consigam perceber melhor as variações de fala em ambientes ruidosos.

Com profissionais altamente capacitados e tecnologia de ponta, a audika destaca-se na personalização do serviço prestado, proporcionando aos seus clientes as melhores soluções para uma audição saudável e plena.

audika Kids: Cuidamos da audição infantil com Tecnologia e

Dedicação

a audição desempenha um papel essencial no desenvolvimento infantil, influenciando diretamente a comunicação, a aprendizagem e a socialização. Pensando nisso, a audika Kids foi criada para oferecer um atendimento especializado às crianças, garantindo um diagnóstico preciso e soluções personalizadas para cada um dos nossos pequenos clientes.

Exames Especializados para Crianças

Para garantir um diagnóstico completo e preciso, a Audika Kids oferece uma ampla gama de exames audiológicos, sempre realizados de forma lúdica e confortável para os nossos pequenos clientes:

• Audiometria Tonal e Vocal Infantil: Avalia a capacidade auditiva da criança, identificando possíveis perdas auditivas e dificuldades na perceção da fala.

• Impedanciometria: Examina o funcionamento do ouvido médio, ajudando no diagnóstico de infeções ou disfunções tubárias.

• Otoemissões Acústicas (OEAs): Teste rápido e não invasivo que avalia a resposta das células ciliadas da cóclea, sendo fundamental para a triagem auditiva neonatal.

• Acufenometria Infantil: Indicado para crianças que relatam zumbidos, auxiliando na identificação e no manejo do sintoma.

• Ganho Protésico e Real Ear Measurement (REM): Avaliam a adaptação dos aparelhos auditivos, garantindo que as próteses infantis estejam ajustadas corretamente para cada necessidade.

Compromisso com a Saúde Auditiva infantil

A infância é um período crucial para o desenvolvimento da linguagem e das habilidades cognitivas, tornando a deteção precoce de qualquer alteração auditiva um fator determinante para o futuro da criança. Na Audika Kids, a equipa de especialistas está preparada para identificar e tratar perdas auditivas em crianças (a partir dos 3 anos) e adolescentes, utilizando tecnologia de ponta e métodos adaptados ao público infantil.

Aparelhos Auditivos infantis: Tecnologia para um Futuro Melhor

Na Audika Kids, a adaptação de aparelhos auditivos infantis é feita com um acompanhamento contínuo, garantindo que os dispositivos estejam sempre ajustados ao crescimento e às necessidades auditivas da criança. Além disso, a Audika conta com modelos modernos e discretos, equipados com tecnologia de conectividade e recursos que facilitam a aprendizagem e a interação social.

Atendimento Humanizado e Personalizado

O ambiente da Audika Kids é pensado para proporcionar conforto e segurança, tornando a experiência auditiva da criança mais positiva e envolvente. A equipa é treinada para atender com paciência e carinho, criando um vínculo de confiança com os pequenos e suas famílias.

Com a audika Kids, cada criança tem a oportunidade de explorar o mundo dos sons com clareza e confiança, garantindo um desenvolvimento pleno e uma melhor qualidade de vida. afinal, ouvir bem é essencial para crescer feliz!

Maria

Sequeira Mestre, presidente de Honra da Reunião do Núcleo

“a ORL é das especialidades mais bonitas,

Trocou a engenharia pela Medicina e logo numa fase precoce percebeu que queria ser otorrinolaringologista. Para si, “o nariz, o ouvido e a garganta são órgãos complexos de condução de estímulos e de informações, que vão dar origem ao pensamento e à comunicação e que, em última análise, determinaram a nossa evolução enquanto espécie humana”. ao longo da sua carreira, Maria Sequeira Mestre dedicou-se maioritariamente à surdez infantil e à ORL pediátrica. O seu nome é indissociável do renascimento do Serviço de ORL do Hospital do espírito Santo de Évora, para o qual muito contribuiu enquanto sua diretora, num período que caracteriza como “o mais intenso e desafiante, mas mais apaixonante também”, da sua vida profissional. esta entrevista foi realizada em Évora, no final de novembro de 2025, no primeiro dia da Reunião do Núcleo Sul da Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço / Reunião do interno ORl, de que Maria Sequeira Mestre foi presidente de Honra, tendo-lhe sido prestada a homenagem devida.

just News (JN) – Em que altura é que equacionou ser médica?

Maria Sequeira Mestre (MSM) – Não foi a minha primeira escolha… De início, segui Engenharia, eventualmente influenciada pelo meu marido, que era já engenheiro, sendo que eu gostava muito de Matemática e de Ciências! Quando ele foi mobilizado para Angola, para cumprir o Serviço Militar Obrigatório, eu interrompi a minha formação para acompanhá-lo. Acabámos por ter lá a nossa primeira filha e, dois anos depois, quando regressámos, em 1975, já não retomei o curso. Acabei por frequentar apenas dois anos de Engenharia.

JN – O que a levou a mudar de ideias?

MSM – A experiência vivida em Angola foi muito marcante. E o contacto com uma realidade diferente, que eu desconhecia, fez-me perceber que me revia mais numa atividade profissional ligada à Saúde, em detrimento da Engenharia.

JN – ingressou em Medicina ainda em 1975?

MSM – Exatamente. Uma vez que eu já tinha feito o exame de admissão à Universidade, o ingresso em Medicina era uma opção. Fiz o curso na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e rapidamente percebi que queria ser otorrinolaringologista.

JN – Como aconteceu essa tomada de decisão?

MSM – Nessa altura, o otorrinolaringologista Dr. António Pinho e Melo tinha um projeto de intervenção a nível da surdez, para o qual teve de equipar a instituição onde trabalhava, a Santa Casa da Misericórdia de Alhos Vedros, com material audiológico, câmaras audiométricas e audiómetros. Acontece que o colega precisava de reforçar a sua equipa e eu, que estava no 2.º ano de Medicina, candidatei-me e fui aceite. Durante muito tempo, trabalhei com ele e com a sua esposa, Dr.ª Maria Luísa Pinho e Melo, que era audiologista, e foi com ambos que desenvolvi a aproximação à ORL e, particularmente, o gosto pela surdez infantil.

O Dr. António Pinho e Melo, um ser humano extraordinário, anos-luz

à frente do seu tempo, tinha acabado de estabelecer um protocolo com o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação para proceder ao despiste da surdez infantil a nível nacional. Todas as crianças sinalizadas com suspeita de perda auditiva do Continente e Ilhas

Núcleo Sul / Reunião do interno ORL 2024:

bonitas, absorventes e surpreendentes”

deslocavam-se a Alhos Vedros para fazer a avaliação, o diagnóstico e a orientação reabilitativa. Desenvolvemos um trabalho incrível!

A partir daí, iniciou-se uma forma diferente de encarar a surdez, sobretudo a surdez infantil, que até aí estava condenada, na grande

maioria dos casos, à linguagem gestual. Graças ao diagnóstico precoce, à reabilitação igualmente precoce, com próteses auditivas, terapia da fala e ensino especial, as crianças passaram a dispor também da hipótese da oralidade como forma de comunicação. No-

te-se que antes havia mesmo crianças a serem institucionalizadas para fazerem um percurso escolar e aprenderem a língua gestual… Se injustamente o legado do Dr. António Pinho e Melo se tem desvanecido da memória coletiva da História da ORL portuguesa, o

Sagitário ou escorpião?

Apesar de, legalmente, Maria Sequeira Mestre só existir desde 28 de novembro de 1951, a verdade é que, nessa data, já contava com quase um mês de vida. O primeiro de novembro foi verdadeiramente aquele em que nasceu e que celebra ano após ano. É assim, por natureza, escorpiana!

As suas raízes estão no Algarve, em Alte, mas aí viveu muito pouco tempo, só até ao primeiro ano de idade.

Casou e teve duas filhas, sendo que a primeira seguiu a via da docência, na área da Biologia, enquanto a mais nova é estilista. Da sua primeira filha tem já dois netos... que adora!

Atualmente, já reformada, Maria Sequeira Mestre continua a desenvolver atividade privada em dois consultórios. No restante tempo livre, gosta muito de viajar e privilegia a leitura, o cinema e o restauro de antiguidades.

mesmo não aconteceu por parte dos doentes que ele tratou. Eu sou testemunha do reconhecimento e da gratidão sentidos pelos seus doentes, que continuam a honrar a sua memória.

(Continua na pág. 10)

(Continuação da pág. 9)

JN – Então, quando terminou o curso, não tinha dúvidas de que queria ser otorrinolaringologista? MSM – Precisamente!

“Graças ao diagnóstico e reabilitação precoces, as crianças passaram a dispor também da hipótese da oralidade como forma de comunicação.”

JN – Onde realizou o internato da especialidade?

MSM – No Hospital Egas Moniz. Na altura, embora já houvesse algumas colegas, a presença de mulheres na especialidade ainda era escassa. Se eu disser que fiz parte da primeira dezena de mulheres na ORL, porventura, já estarei a ser generosa...

Naquele hospital, já estavam a Prof.ª Assunção O´Neill, ainda como interna, claro, e a Dr.ª Margarida Vargas. Havia um ambiente muito acolhedor, recetivo e cúmplice, que fará sempre parte das minhas boas memórias! Acabei por me manter lá enquanto especialista durante mais dois anos. Entretanto, com a abertura do Serviço de ORL do Hospital Fernando Fonseca, o Dr. Gabão Veiga convidou-me a integrar a equipa, algo que acabou por acontecer, e onde me mantive até transitar para o Hospital do Espírito Santo de Évo-

ra. Recordo com saudade o meu percurso nesse hospital, que mostrou ser uma escola maravilhosa, onde aprendi e trabalhei bastante, e criei elos de amizade para o resto da vida.

“VEJO COM ORGULHO O CAMiNHO PERCORRiDO, OS ObSTáCULOS ULTRAPASSADOS, AS CONQUiSTAS E OS SONHOS REALiZADOS”

JN – Como se deu, em 2007, a sua transição para o Hospital do Espírito Santo de Évora?

MSM – Eu fui para Évora com a

missão de dirigir e de reerguer o Serviço de ORL, que havia implodido. Em tempos, já tinha existido uma equipa, mas naquela altura só havia um médico, que estava praticamente ausente, e um audiologista. A acompanhar-me, vieram também do Hospital Fernando Fonseca as colegas Dr.ª Teresa Queiroz e Dr.ª Dulce Nunes, e vivemos uma experiência intensa e inesquecível. Excetuando o nicho da intervenção precoce na deficiência auditiva, que estava bem estruturada, resultado do trabalho que tinha sido desenvolvido pelo Prof. Paulo Vera-Cruz e pela pediatra Dr.ª Cristina

“No

Hospital do Espírito Santo de Évora, vivemos uma experiência intensa e inesquecível.”

Miranda, deparámo-nos com “um terreno por desbravar”. Autenticamente!

Havia o compromisso da nossa parte de reerguer o Serviço e devo dizer que todos nos empenhámos bastante nessa missão.

JN – Era uma cidade e um hospital que já conhecia?

MSM – Sim, em certa medida, porque na altura em que concluí a formação em Medicina fazia-se o Serviço Médico à Periferia e foi-me atribuído o Hospital do Espírito Santo de Évora.

JN – Que aprendizagens trouxe das instituições onde já havia trabalhado, o Hospital Egas Moniz e posteriormente o Hospital Fernando Fonseca?

MSM – Eu iniciei a Consulta de Surdez Infantil no Hospital Fernando Fonseca e lá deixei, sem dúvida, uma parte de mim. Também era responsável pelo Departamento de Audiologia. Na altura, havia três audiologistas, tão entusiastas quanto eu, pelo que fizemos uma trajetória de crescimento relativamente ao tipo de exames, com a realização de exames audiológicos mais complexos e inovadores, como a eletrococleografia, os potenciais evocados auditivos precoces e semiprecoces e, na otoneurologia, com a videonistagmografia. Destes dois hospitais, que foram verdadeiras escolas para mim, eu “bebi” as bases do projeto futuro que seria o Serviço de ORL do HESE. A perceção que tinha era a de que, sobretudo num Serviço pequeno como o do HESE, tínhamos de nos diferenciar em determinada área para podermos adquirir competências. Muito embora a Consulta de ORL Geral fosse comum a todas, havia uma área de dedicação e responsabilidade maior. Nesse sentido, avançámos logo para essa diferenciação: eu fiquei responsável pelas consultas de Surdez Infantil e de ORL Pediátrica, a Dr.ª Teresa Queiroz pela Consulta da Voz e a Dr.ª Dulce Nunes pela

área de ORL Oncológica. Alguns meses depois, a Dr.ª Marta Monteiro integrou a nossa equipa e, dado o seu interesse pela otoneurologia, ficou responsável por essa consulta.

JN – Que vantagens trazia esse tipo de organização?

MSM – Permitia-nos não só ter informação mais atualizada e estabelecer contactos privilegiados nas esferas que trabalhávamos como também ser um apoio mais

“Provavelmente, há muito poucos hospitais tão bem equipados em termos audiológicos como o HESE.”

abalizado às colegas das outras áreas de atuação. Todas nós mantínhamos uma articulação muito boa com os outros serviços do hospital, nomeadamente, com a Pediatria, a Pneumologia, a Oncologia e a Medicina Interna. Foi um trabalho verdadeiramente gratificante.

JN – Que realidade encontrou em Évora?

MSM – Deparei-me com doentes muito carenciados em termos de cuidados de saúde, fruto também do parco investimento colocado no Serviço de ORL pela própria equipa que por lá tinha passado. Na altura, havia o propósito de o hospital evoluir para hospital central e, para tal, a existência da valência de ORL era fundamental. Por sua vez, nós viemos com disponibilidade e vontade de desenvolver outro tipo de atuação além da

atividade habitual, e sempre sentimos da parte da Administração uma abertura e um apoio muito grandes.

O Conselho de Administração cedeu-nos os equipamentos e os materiais que pedimos e a verdade é que, neste momento, o Serviço continua ainda muitíssimo bem equipado. Provavelmente, há muito poucos hospitais tão bem equipados em termos audiológicos como o HESE. O microscópio cirúrgico do nosso Serviço é um dos melhores do país. Os três gabinetes estão servidos com torres de endoscopia, por exemplo, e a otoneurologia e audiometria estão completamente equipadas. É dos poucos serviços de um hospital público onde se realizam estudos do processamento auditivo central.

(Continua na pág. 12)

2017)

(Continuação da pág. 11)

De facto, o Hospital apostou em nós e permitiu-nos transformar um Serviço inexistente e amorfo num Serviço dinâmico, bem apetrechado, moderno, interventivo e virado para o futuro, que angariou o respeito dos seus pares.

“Transformámos um Serviço inexistente e amorfo num Serviço dinâmico, bem apetrechado, moderno, interventivo e virado para o futuro.”

JN – Como avalia a experiência que viveu enquanto diretora de um Serviço de ORL?

MSM – Esse foi o período da minha vida profissional mais intenso e desafiante, mas mais apaixonante também! Estarei eternamente grata pelo privilégio de o ter podido viver. Olho para trás e vejo com orgulho o caminho percorrido, os obstáculos ultrapassados, muitas vezes sobre interesses instalados, as conquistas e os sonhos quase todos realizados. Tudo isso foi possível apenas porque houve uma convergência e sinergia de toda a equipa médica, de enfermagem, terapia da fala e audiologia que tive a sorte de dirigir.

JN – Durante o período em que dirigiu o Serviço, promoveu alguns encontros direcionados à MGF?

MSM – Sim, dinamizei algumas reuniões ORL para clínicos gerais.

Posteriormente, o Dr. Ilídio Gonçalves, que dirigia o CHU do Algarve, também fez o mesmo, pelo que sugeriu avançarmos para uma reunião conjunta, que aconteceu agora mais recentemente, já sob a direção da Dr.ª Teresa Queiroz.

JN – Logisticamente, como fazia quando trabalhava em Évora?

Veio viver para cá?

MSM – Não, eu tinha um horário condensado em três dias, portanto, vinha à 4.ª feira para Évora e regressava à 6.ª feira. Esses três dias eram muito intensos!...

JN – Em que altura se aposentou?

MSM – 1 de abril de 2021 marcou o meu último dia de trabalho no hospital. Já há muito tinha passado a idade para a aposentação e era o momento de entregar a responsabilidade a outra colega, neste caso, à Dr.ª Dulce Rocha Nunes.

JN – Após essa data, continuou a visitar Évora?

MSM – Sim, uma vez que mantenho cá uma consulta semanal, na Clínica Affidea.

“A ORL FOi VERDADEiRAMENTE UMA PAiXãO”

JN – Em que altura da sua vida teve contacto com a SPORL-CCP?

MSM – Muito cedo, ainda enquanto interna, e sempre tive uma participação regular. Claro que a partir do momento em que assumi a responsabilidade de dirigir um serviço essa participação passou a ser ainda mais ativa.

JN – Qual é a importância de haver uma Sociedade como a SPORL-CCP?

MSM – Penso que a existência da SPORL-CCP enquanto elemento de

ligação entre todos os profissionais associados à ORL é fundamental. A partilha de conhecimentos pessoais e profissionais, promovida pela SPORL-CCP, é extremamente importante.

JN – Como vê a especialidade de ORL e qual é o balanço que faz do seu percurso enquanto otorrinolaringologista?

“A existência da SPORL-CCP enquanto elemento de ligação entre todos os profissionais associados

à ORL é

fundamental.”

MSM – Para mim, a ORL foi verdadeiramente uma paixão. Se calhar outros colegas dirão o mesmo relativamente à sua especialidade, mas, do meu ponto de vista, a ORL é uma das mais bonitas, absorventes e surpreendentes. Até porque o nariz, o ouvido e a garganta são órgãos complexos de condução de estímulos e de informações, que depois vão dar origem ao pensamento e à comunicação e que, em última análise, determinaram a

nossa evolução enquanto espécie humana. Acho que não há nenhuma outra especialidade a ter uma abrangência tão grande e a tocar em tantas outras áreas como a ORL.

JN – E, na realidade, nunca chegou a equacionar seguir qualquer outra especialidade?

MSM – Nunca! Tive, precocemente, um contacto privilegiado com a Otorrinolaringologia e uma real noção da importância da audição, da linguagem e da comunicação.

JN – Entretanto, as mulheres conquistaram o seu espaço nesta especialidade!

MSM – É verdade! E eu vi o universo das mulheres na ORL crescer exponencialmente. No estrangeiro, sempre existiu uma maior abertura, pelo que este salto foi mais visível aqui no nosso país. Quan-

“Não há nenhuma outra especialidade a ter uma abrangência tão grande e a tocar em tantas outras áreas como a ORL.”

do participava em congressos no estrangeiro, via que havia um equilíbrio, enquanto aqui éramos realmente muito poucas mulheres, num universo essencialmente masculino.

JN – Como encarou esta homenagem que a SPORL-CCP resolveu fazer-lhe?

MSM – Eu soube desta intenção da Sociedade em abril, primeiramente pelo Prof. Paulo Vera-Cruz e depois pelo Prof. José Marques dos Santos, e aceitei, com muito gosto! Penso que é extremamente importante manter viva a imagem das pessoas que passaram pela especialidade e que de alguma forma

“Eu vi o universo das mulheres na ORL crescer exponencialmente.”

tiveram um papel importante e deram o melhor de si. É saudável que essas referências e esses exemplos se mantenham. Sinto-me honrada por ter sido distinguida com esta homenagem. Por muito pequeno que tenha sido o meu papel, é bom sentir que também contribuí para o desenvolvimento da ORL em Portugal.

Foto de
arquivo (outubro 2017)

Realizada em conjunto com a Reunião do interno ORL 2024, dias

Reunião do Núcleo Sul da SPORL marcada pela homenagem a Maria Sequeira Mestre

O Hotel M’ar de ar Muralhas foi o local escolhido para a realização em Évora de mais uma Reunião do Núcleo Sul da SPORL-CCP, cidade que já tinha acolhido este evento em novembro de 2017. ao contrário do que sucedia nessa altura, em que a Reunião do interno ORL ainda era autónoma (batalha, setembro de 2017), a edição de 2025 foi conjunta. De destacar a homenagem prestada a Maria Sequeira Mestre, que foi diretora do Serviço de ORL do Hospital do espírito Santo de Évora, instituição atualmente integrada na ULS do alentejo Central.

A cerimónia de abertura, que decorreu ao início da manhã do primeiro dia de trabalhos, foi conduzida por José Marques dos Santos, presidente da SPORL-CCP, que fez a intervenção inicial, começando por cumprimentar a assistência e apresentar os elementos da mesa.

Esta era constituída por Nuno Trigueiros, presidente do Colégio da Especialidade de Otorrinolaringologia da Ordem dos Médicos; Teresa Queiroz, diretora do Serviço de ORL da ULS do Alentejo Central e que ali se encontrava também em representação do presidente do CA da ULS do Alentejo Central, Vítor Fialho; Pedro Escada, da Comissão Organizadora da Reunião; Pedro Alexandre, presidente da Comissão do Internato de Formação Específica da SPORL; e Maria Sequeira

Mestre, presidente de Honra da Reunião.

José Marques dos Santos agradeceu a Teresa Queiroz o facto de ter “aceite a nossa proposta para que esta Reunião acontecesse aqui em Évora” e enalteceu também o empenho de Pedro Escada, vice-presidente sul da SPORL, e de Paulo Vera-Cruz,

tesoureiro, na organização daquele que é o segundo evento anual mais importante da Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço. O presidente da SPORL fez questão de recordar que a ideia de promover as reuniões de Núcleo – que vão rodando, como se sabe, pelo

norte, centro e sul do país – surgiu com o objetivo de responder a “um certo isolamento dos hospitais do interior”, servindo para “partilhar conhecimento” mas acabando também por ser “um momento belíssimo de confraternização”. Não deixou igualmente de sublinhar que quando a Reunião do Interno ORL deixou de ter o patrocínio que viabilizava a sua existên-

23 e 24 de novembro de 2024, em Évora

marcada Mestre

cia de forma autónoma imediatamente a Direção da SPORL tomou a decisão de a agregar à Reunião de Núcleo, tornando assim financeiramente viável a sua realização.

Pedro Alexandre: “A vida melhora depois do internato...”

Aliás, José Marques dos Santos passaria logo de seguida a palavra

a Pedro Alexandre que, entretanto, já é especialista desde o início de 2024 e que em breve terminará o seu mandato de 3 anos como presidente da Comissão do Internato de Formação Específica da SPORL. Tal acontecerá aquando da tomada de posse da nova Direção da Sociedade, alguns dias após o próximo Congresso Nacional, durante o qual, como se sabe, ocorrerá uma

Assembleia-Geral Eleitoral. Agradecendo “todo o incentivo que nos foi dado, durante estes 3 anos, para organizarmos a nossa Reunião”, Pedro Alexandre quis enaltecer toda a colaboração prestada pelos organizadores das últimas

três reuniões de Núcleo: Pedro Escada, Paulo Vera-Cruz, Vítor Correia da Silva, Tiago Órfão, João Elói Moura, Sandra Alves e Luísa Azevedo.

(Continua na pág. 16)

Pedro Escada, José Marques dos Santos, Paulo Vera-Cruz e Pedro Alexandre

(Continuação da pág. 15)

Destacando os seus colegas Tiago Chantre e Davide Lourenço Marques, vogais da Comissão do Internato, admitiu que “as reuniões têm corrido bem”. No seu entender, “o principal objetivo a que nos propusemos, que era proporcionar mesas-redondas com qualidade científica, tem-se vindo a cumprir”. E dirigiu-se especificamente aos internos presentes na sala dizendo: “Quero deixar-vos uma palavra de esperança porque, de facto, o internato é assim um período um bocadinho caótico, mas são cinco anos que passam muito rápido e a verdade é que a vida depois melhora. Por isso, não desesperem, desfrutem desta Reunião e aproveitem para aprender e também para criar laços de amizade com os colegas, que o serão para o resto das vossas vidas!”

Comentando as palavras de Pedro Alexandre de que “a vida melhora depois do internato”, Pedro Escada reconheceu: “Não tenho a certeza de que seja exatamente assim, mas é, sem dúvida, a atitude que se deve ter!”

Adiantando ser este evento de Évora a terceira Reunião do Núcleo em cuja organização se envolveu, o vice-presidente sul da SPORL afirmou que não tem sido uma tarefa assim

Pedro Escada: “80% desta Reunião é responsabilidade dos internos.”

tão difícil, desde logo devido ao “excelente secretariado executivo” assegurado pela Veranatura. “Nós também notamos que a

participação dos internos e a sua responsabilização, nomeadamente na organização do Programa da Reunião do Núcleo, tem vindo a aumentar ao longo dos anos. Eu diria que, nesse aspeto, 80% desta Reunião é responsabilidade dos internos”, garantiu Pedro Escada. Entretanto, na sua breve intervenção,

Nuno Trigueiros quis relevar o papel que a SPORL tem tido na formação dos internos de ORL e na atualização ao longo do tempo dos otorrinolaringologistas: “Eu bem sei que essa é a principal função da Sociedade, mas não posso deixar de agradecer e incentivar essa atividade, porque também me diz respeito a mim, como presidente do Colégio de Otorrino.”

Maria Sequeira Mestre: “Humildemente muito honrada”

Ao usar da palavra, Maria Sequeira Mestre manifestou-se “humildemente muito honrada” pela homenagem que lhe quiseram prestar, convidando-a para presidente de Honra da Reunião do Núcleo Sul da SPORL, garantindo ir levar consigo, “com muito carinho, a lembrança deste momento”.

José Marques dos Santos, Maria Sequeira Mestre, Pedro Alexandre, Teresa Queiroz, Nuno Trigueiros e Pedro Escada
Teresa Queiroz e Maria Sequeira Mestre

Recuando no tempo para deixar algumas notas do seu percurso profissional de ligação à ORL, não quis “perder a oportunidade de prestar uma homenagem pública e muito sentida a um ser humano extraordinário, anos-luz à frente do seu tempo e a quem a reabilitação da surdez infantil muito deve, o Dr. António Augusto Pinho e Melo, o meu mentor, com quem muito aprendi”. Recordou a sua passagem pelo Hospital de Egas Moniz, “uma escola maravilhosa, onde se trabalhou, se aprendeu, se partilhou e se criaram elos de amizade para o resto da vida”. Lembrou igualmente o período em que esteve no Hospital Fernando Fonseca, “onde deixei, sem dúvida, um bom pedaço de mim, mas também, felizmente, muitos e bons amigos”. Quanto à sua ida para o Hospital

Teresa Queiroz:
“Deixou a sua marca no ADN do Serviço e com certeza que continuará a influenciar esta e as novas gerações. Muito obrigada Maria!”

do Espírito Santo de Évora, para dirigir o Serviço de ORL, Maria Sequeira Mestre afirmou ter iniciado, nessa altura, “o período da minha vida profissional mais intenso, mais desafiante, mas mais apaixonante, e estarei eternamente grata pelo privilégio de o poder ter vivido”.

Coube à atual diretora do Serviço de ORL da ULS do Alentejo Central falar um pouco sobre a homenageada: “As suas qualidades são inúmeras e difíceis de exprimir por palavras. Deixou uma forte marca de integridade, confiança e competência entre os seus doentes, que se mede pela fidelização e carinho que lhe retribuem. Mantém fortes laços de amizade com todos os que com ela privaram, o que é visível no respeito e admiração que lhe manifestam.”

“Arrisco-me a fazer minhas as vozes de quem com ela trabalhou para expressar a grande saudade que

sentimos do ser humano que é, com todas as qualidades já enumeradas. E, mais ainda, a boa disposição, a alegria e o riso fácil, sobejamente partilhados nos encontros pós-laborais, cheios de humor e de histórias curiosas”, afirmou Teresa Queiroz, concluindo:

“Vir trabalhar para o Serviço de Otorrino de Évora era mesmo um prazer, que também se refletia em quem nos procurava. Deixou a sua marca no ADN do Serviço e com certeza que continuará a influenciar esta e as novas gerações. Muito obrigada Maria!”

Pedro Alexandre, Davide Lourenço Marques e Tiago Chantre
J. Marques dos Santos, Maria Sequeira Mestre e Artur Condé

dos cuidados de saúde integrados

cuidados hospitalares cuidados primários

promover

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.