Lugares e suas interfaces intraurbanas: transformações urbanas e periferização

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(2006, p.11) coloca que a urbanização da segunda metade desse século modificou “radicalmente” a paisagem urbana, através das alterações no volume das edificações, dos modos de implantação, das técnicas utilizadas e das disposições e dimensões dos espaços livres, que começaram a indicar uma ruptura temporal e espacial mais veloz. Este trabalho resulta da pesquisa que investigou o histórico de produção e apropriação do espaço intraurbano localizado no setor sudeste de João Pessoa, capital da Paraíba, região nordeste do Brasil, cidade em processo de metropolização, que possui uma malha urbana de 211.474 quilômetros quadrados, onde se distribui uma população de 723.525 habitantes (IBGE, 2010). O setor analisado, composto pelos bairros Castelo Branco, Anatólia, Jardim São Paulo, Jardim Cidade Universitária e Mangabeira, abriga aproximadamente 142 mil habitantes de João Pessoa, caracterizados, em sua maioria, pelas classes de média e de baixa renda, que estão distribuídos em uma área com 2.136 hectares (IBGE, 2010). Sua origem se deu a partir de intervenções do Governo Federal, com ênfase para a implantação de conjuntos habitacionais populares. Embora o processo de produção e apropriação desse setor tenha iniciado na década de 1960, para a construção deste artigo focou-se no recorte temporal referente à década de 1980, período em que ele sofreu uma maior expansão territorial, devido à inserção de conjuntos habitacionais populares Bancários, Anatólia e, principalmente Mangabeira – o mais populoso e periférico –, seguindo até o ano de 2012 – ano final da pesquisa, que teve duração de dois anos. Quanto à metodologia, a pesquisa foi estruturada em três fases, (1) coleta de dados referentes à fundamentação teórica e ao levantamento históricoespacial: pesquisa bibliográfica e documental e em órgãos oficiais; (2) sistematização e análise dos dados, com respaldo nos estudos de Panerai (2006), que resultaram na produção de mapas de recortes de tempo-espaço do histórico de produção e apropriação do objeto empírico de análise; (3) e o diagnóstico final. A abordagem metodológica de Panerai (2006) investiga a lógica evolutiva de um tecido urbano, e propõe uma análise históricoespacial, que considera o início do processo de formação 323


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