Revista GECP nº 1 de 2012

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Fernando Palma Martelo, et al.

monar por VATS, por um único cirurgião principal e sua respectiva equipa, no Serviço de Cirurgia Cardiotorácica do Hospital de Santa Marta – CHLC, entre 19 de Maio de 2008 e 13 de Janeiro de 2012. Foi feita a divisão dos doentes em 2 grupos de acordo com o período em que foi realizada a cirurgia. Um primeiro período (P1), de 19 de Maio de 2008 a Dezembro de 2010, que correspondeu a uma fase inicial de aprendizagem em que o procedimento foi realizado esporadicamente, e um segundo período (P2), desde Janeiro de 2011 a Janeiro de 2012, em que a cirurgia passou a ser feita com regularidade. Foi feita a revisão dos protocolos operatórios, exames complementares de diagnóstico, resultados de Anatomia Patológica das peças operatórias e notas de alta dos doentes em questão. Foram avaliadas as seguintes variáveis: idade do doente, co-morbilidades associadas, patologia de base, estadiamento pré e pós-operatório da doença neoplásica, necessidade de conversão a toracotomia, complicações pós-operatórias, número de estações ganglionares excisadas, dimensão da lesão tumoral, duração do tempo operatório, número de dias até remoção de drenagem torácica, número de dias até à alta clínica, tempo de seguimento pós-operatório, recidiva de doença neoplásica e mortalidade. A selecção dos doentes para realização desta técnica no nosso serviço passou pela escolha criteriosa de doentes, tendo indicação primordial sobretudo os mais idosos, com co-morbilidades associadas, provas de função respiratória deficientes e nos casos de doença metastática, a presença de metástases lobares centrais. O estadiamento pré-operatório foi feito de acordo com o nosso protocolo, baseado nas recomendações terapêuticas internacionais para o cancro do pulmão.

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Métodos Estatísticos A análise estatística foi realizada recorrendo ao software IBM SPSS Statistics® v20.0 (USA), sendo determinadas as frequências relativas e absolutas de variáveis categoriais e determinadas médias e desvio padrão, e sua comparação pelo teste de t-Student, de variáveis contínuas. Foi considerado um nível de significância de 5 %.

3. RESULTADOS Entre Maio de 2008 e Janeiro de 2012 foram seleccionados para lobectomia por VATS 14 doentes, 8 do sexo masculino (57 %), apresentando uma idade média de 69,6 ± 10,3 anos, mediana de 73 anos, variando entre os 49 e os 81 anos de idade. As principais co-morbilidades dos doentes eram a hipertensão arterial (43 %, n = 6), dislipidemia (21,4 %, n = 3) e também diabetes e tabagismo (14,2 %, n = 2). No 1.º período (P1) foram operados 5 doentes e no 2.º período (P2) foram operados 9 doentes, correspondendo assim a um aumento do ritmo de cirurgias realizadas. É de referir que dois dos doentes do P2 foram operados por um cirurgião convidado, com experiência reconhecida nesta técnica, em colaboração com cirurgiões do Serviço. A abordagem cirúrgica variou em termos do número de portas usadas, tendo a grande maioria (71 %, n = 10) sido efectuadas com recurso a 3 portas, uma cirurgia com recurso a 4 portas (7 %), duas realizadas com 2 portas (14 %) e uma (7 %) com recurso a porta única. Os diferentes tipos de lobectomias realizadas encontram-se descritos na Tabela I. Em 2 das cirurgias (14 %) foi necessária a conversão para toracotomia clássica, com alar-

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