80 BOAVISTA ANOS BAIRRO DA
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Bairro da Boavista nasceu há quase 80 anos - mas é hoje um espaço cada vez mais modernizado e eco-sustentável, de residência e de vida, que a ação do município requalificou profundamente. Das rudimentares habitações do Bairro de Lusalite até ao moderno Eco-Resort, de facto, um muito longo caminho foi percorrido – semelhante àquele que a Cidade foi fazendo, noutros locais e em situações análogas.
Nasceu num descampado de Benfica de onde se avista o Rio Tejo e a Serra de Sintra. Foi a beleza dos campos verdejantes e a imensidão da paisagem que lhe deram o nome:
Boavista
Esse caminho tem sido feito, lado-a-lado, com a GEBALIS - a entidade responsável pela gestão do arrendamento da habitação municipal de Lisboa, há 25 anos. Mantendo-se fiel aos princípios que levaram à sua criação – proximidade às populações, promoção do desenvolvimento local e integração social e manutenção do património edificado – a GEBALIS e o seu atual Conselho de Administração não poderiam deixar de assinalar esta efeméride e de se juntarem às celebrações do aniversário da Boavista: um dos primeiros bairros municipais da Europa. Formulamos o voto de que esta simbólica publicação glorifique o Bairro da Boavista pelo seu 80.º aniversário e transmita a todos e a todas os que a lerem a história, o conhecimento e o espírito subjacente a esta tão especial comunidade. Comemoremos juntos o passado, o presente e o futuro. Parabéns, Boavista! GEBALIS, 25 anos de um Trabalho por Lisboa.
anos
EDIÇÃO: GEBALIS, EM, SA | MAIO 2021 | FOTOGRAFIAS: Arquivo Municipal, GEBALIS, SRU-Lisboa Ocidental | CML
80 ANOS | BAIRRO DA BOAVISTA
“80 anos são uma vida, mas o melhor ainda está para vir. Para o Bairro da Boavista e para Lisboa. Lado a lado, como sempre.”
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garantia de processos de realojamento bem conduzidos, em proximidade com as pessoas e um verdadeiro envolvimento da comunidade.
Bairro da Boavista faz 80 anos. Oito décadas em que quase tudo mudou, do primeiro bairro municipal da Europa até ao moderno Eco-Bairro (merecedor de várias distinções internacionais), mas onde o espírito comunitário e de entreajuda permanece vivo como nos primeiros dias. A história e evolução do bairro acompanha a de Lisboa que ajudou a moldar e a ganhar a configuração que hoje todos conhecemos.
Ao mesmo tempo, a transformação do espaço público, com a nova praça e espaço público que está a ser reabilitado conjuntamente com a Igreja, e a ampliação e modernização da escola Gonçalo Ribeiro Telles, consolidam e reforçam os laços comunitários e de pertença tão fortemente vividos pelos habitantes do Bairro da Boavista.
Os anos 40 do século passado são uma década de profunda transformação na cidade, com um conjunto de grandes obras públicas, e é a necessidade de albergar em habitações condignas as famílias que estavam a trabalhar no crescente número de obras que marcaram esse tempo, que faz nascer o Bairro da Boavista.
80 anos são uma vida, mas o melhor ainda está para vir. Para o Bairro da Boavista e para Lisboa. Lado a lado, como sempre.
Obras como o viaduto Duarte Pacheco, a Marginal até Cascais ou a Ponte 25 de Abril precisavam de mão de obra que não existia na cidade e foi aqui mesmo que se deu o realojamento de milhares de pessoas que ajudaram a construir a moderna Lisboa. Uma cidade que não seria a mesma sem o Parque Florestal de Monsanto, plantado e construído ao mesmo tempo que o seu fiel vizinho de sempre: o Bairro da Boavista.
Fernando Medina Presidente da Câmara Municipal de Lisboa
O rosto do bairro, entretanto, mudou e mudou muito. O Eco-Bairro, que representa o maior esforço financeiro da habitação pública até hoje realizado pela autarquia, avança a bom ritmo. Com o envolvimento e colaboração da população, já foram entregues cerca de 90 casas, às quais se vão juntar brevemente outras 90 com a construção de mais dois blocos habitacionais. Um compromisso que se estende à
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80 ANOS | BAIRRO DA BOAVISTA
“Falar do Bairro da Boavista é falar de 80 anos de comunidade, vida, luta, transformação, mas sobretudo das suas gentes!”
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as Associações, coletividades e clubes do Bairro. Da história deste Bairro. Desde as casas desmontáveis de Lusalite nos anos 30 às de alvenaria nos anos 60. Da construção dos primeiros prédios em 71. Depois nos anos 70 e 80 e até 2000. E agora da demolição das casas de alvenaria e da construção para a sua substituição, mas também para aumentar a oferta de casas, que tanto precisamos. É falar também do investimento que a GEBALIS e a CML, bem como a Junta de Freguesia de Benfica, têm feito neste Bairro. Um complexo desportivo. Novas casas, nova escola, nova praça, nova Igreja, as casas mortuárias. Novos espaços para as associações, apoio à família. É falar do nome das ruas. Das antigas e das actuais: rua das Maravilhas, Margaridas, Manjericos, Narcisos, Viole-
tas, Jacintos, Verbenas, Girassóis, Açucenas, Lírios, Dálias, Pasquilhas, Madressilvas, Verónica, Hortênsias e Perpétuas. Existia também a rua dos Bons Dias, Casadinhos e Saudades.
de Intervenção Prioritária) onde a Carla Rothes, o Ricardo Marques, a Bela Rebelo, a Lurdes Santos, a Helena Correia (Gebalis), a Rita Matos (SCML) a Floresbela Pinto, o Manel Abilio (CML) e eu própria, tantas e tantas vezes discutimos, até encontrar solução para as situações mais agudas das famílias.
É falar da ARMABB, da Associação dos Reformados, do Social, do Águias, da Associação Juvenil Ponto Benfica. Das diferentes comunidades que fazem deste Bairro um território extraordinário. Do convívio, das conversas, das discussões, também de algumas tensões, naturalmente, como acontece em cada uma das nossas famílias.
Do Mário Rui, da Associação Juvenil Ponto Benfica e da sua vontade de fazer um documentário sobre o Bairro. Do Manecas e do seu empenho no trabalho com a comunidade cigana. Da D. Odete…, que tanta falta vai fazer à sua família cabo-verdiana e ao Bairro na organização do Santo António…Da emoção de ver a Marcha do Bairro da Boavista na Avenida!!!
Mas sobretudo, é falar da capacidade desta comunidade e da sua capacidade de lutar pelas suas reivindicações: casas novas, ruas arranjadas. Nova Escola, capelas mortuárias e a Igreja, a nova igreja. A luta que foi para que houvesse o Centro de Saúde e depois para que tivesse a equipa técnica necessária ao Bairro! Do que é preciso continuar a fazer: concluir a requalificação do Bairro com a nova construção (e sim corrigindo erros!) Renovar os prédios mais antigos.
Que bom que é saber da organização dos moradores na manutenção dos novos lotes. Do concurso do pátio mais florido. Da alegria das famílias nas novas casas. Da alegria dos meninos e meninas quando entrarem para a nova escola Arq. Ribeiro Teles.
É falar da Gilda Caldeira, que é como o São Tomé: ver para crer! Que com a mesma força e frontalidade que nos puxa as orelhas lutando pelo Bairro, nos abraça com emoção quando a coisa acontece. Da Bela Rebelo que enfarinhada, nos explica como custa fazer andar pra frente um sonho/ projeto e uma Associação de Moradores. Do Quim, que nos escreve longos emails a chamar a atenção do que falta na rua, na escola, no pavilhão, etc. Do Sr. Jorge, sempre atento e às vezes um pouco desconfiado…
Do tanto que me ensinaram ao longo destes anos e que espero, continuem a ensinar. E sobretudo… que bom será poder de novo abraçar, petiscar e discutir o que fazer neste nosso Bairro da Boavista, na nova Praça junto à nova Igreja.
Das nossas reuniões do GABIP (gabinete de apoio ao Bairro
Vereadora da Habitação e Desenvolvimento Local
Por tudo isto, pela generosidade imensa, Obrigada Bairro da Boavista! Parabéns e muitos e bons anos de Vida!
Paula Marques
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80 ANOS | BAIRRO DA BOAVISTA
“A quem vive no Bairro da Boavista e a todos os que contribuem para melhorar os dias das suas e nossas gentes, o meu profundo e sentido obrigado.”
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Bairro da Boavista faz parte da alma e coração do Bairro de Benfica.
- um Bairro único e que tanto tem dado à freguesia de Benfica e à cidade de Lisboa.
Não é possível pensar em Benfica, sem pensar no caminho que temos percorrido em conjunto, com as pessoas, a comunidade, os voluntários e as associações do Bairro da Boavista.
80 anos de vida de Bairro é algo que nos deve encher de orgulho! São múltiplas gerações de famílias que escolheram construir o seu caminho no Bairro da Boavista, enriquecendo a sua história, tradições, e criando um espírito comunitário único como só a nossa freguesia tem.
Sabemos que o caminho não tem sido fácil, e que há sempre muito por fazer para que ninguém fique para trás, através da criação de novas oportunidades individuais e comunitárias. É por isso que temos trabalhado para valorizar o Bairro, melhorando as condições de habitabilidade, criando ou modernizando equipamentos e apostando na introdução de novos serviços, como a cozinha e padaria comunitária, lavandaria comunitária, centro de formação - que dão vida ao território e comunidade.
A quem vive no Bairro da Boavista e a todos os que contribuem para melhorar os dias das suas e nossas gentes, o meu profundo e sentido obrigado. É a somar, a fazer e a continuar a sonhar que construímos um futuro melhor, com mais esperança e mais oportunidades. O nosso Bairro da Boavista faz 80 anos. Parabéns a todos! Venham daí mais 80 anos de sucesso.
É esse o sentido que norteou o investimento no parque habitacional, na construção da nova escola Arquiteto Ribeiro Telles, na nova creche, na nova Igreja de São José e na nova Praça Central que irá criar uma (re)novada centralidade no Bairro.
Yeh!Yeh!Yeh! Boavista é que é!
Para nós, cada um de vocês conta e todos são importantes. Porque é na soma das diferentes identidades e realidades que se constrói a originalidade e força do Bairro da Boavista
Ricardo Marques Presidente da Junta de Freguesia de Benfica
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80 ANOS | BAIRRO DA BOAVISTA
“Com os olhos focados nos desafios do futuro e tendo como certeza que ainda existe um longo caminho a percorrer, tudo faremos para o fortalecimento das parcerias que nos permitirão fazer da Boavista um bairro que transita do seu passado para um futuro sustentável.”
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Bairro da Boavista, que ora comemora 80 anos de existência, representa um dos primeiros esforços públicos de proporcionar habitação condigna aos que vivem e trabalham em Lisboa. Nas duras condições de vida na década de 1940, a sua construção, segundo os austeros padrões da época, significou a libertação de muitos trabalhadores das grandes obras públicas, então em curso na capital, de condições de habitação ao nível da mera sobrevivência.
Com os olhos focados nos desafios do futuro e tendo como certeza que ainda existe um longo caminho a percorrer, tudo faremos para o fortalecimento das parcerias que nos permitirão fazer da Boavista um bairro que transita do seu passado para um futuro sustentável.
Sendo hoje a GEBALIS, a Empresa de Gestão da Habitação Municipal de Lisboa, faz todo o sentido a sua associação à comemoração deste octogésimo aniversário. Enquanto entidade que tem a seu cargo a gestão social, financeira e patrimonial do Bairro da Boavista, a GEBALIS sempre se pautou por uma política de gestão de proximidade e de escuta ativa das necessidades dos munícipes da cidade e dos bairros municipais, em particular.
Parabéns, Bairro da Boavista!
É por isso que, com orgulho, damos os parabéns à população do Bairro da Boavista e às iniciativas que comemoram os seus 80 anos de vida.
Pedro Pinto de Jesus Presidente da GEBALIS, EM, SA
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HISTÓRIA
1941
Vista geral do Bairro da Boavista
80 ANOS | BAIRRO DA BOAVISTA
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Bairro da Boavista pertence administrativamente à Freguesia de Benfica. Situa-se no extremo noroeste da cidade, bordejando o Parque de Monsanto, o grande pulmão verde de Lisboa. O descampado elevado de Benfica onde nasceu, de onde se avista o Rio Tejo e a Serra de Sintra, originou-lhe o nome. Começou por ser um conjunto de 488 pequenas casas pré-fabricadas, unifamiliares, de um só piso, distribuídas por quatro quarteirões retangulares e construídas em madeira e fibrocimento, na década de 1940, em terrenos do 4.º Conde de Bonfim, conforme um projeto de 1938. Era designado, na altura, por Bairro Novo do Calhariz ou Bairro do Alto da Boavista. Embora o bairro tenha começado a ser ocupado por moradores oriundos de diferentes zonas de ‘barracas’, entretanto demolidas pela Câmara Municipal de Lisboa (CML), e do parque florestal de Monsanto, em 1939, foi em 1941 que decorreu a primeira cerimónia oficial de entrega de chaves a famílias carenciadas, com a presença do então Presidente da República, Marechal Carmona. Na sequência, foram planeadas e construídas as infraestruturas de apoio social – duas escolas primárias (uma masculina e outra feminina), jardim-de-infância com acompanhamento médico pediátrico, um posto clínico, um centro social com lactário, uma capela, um pequeno mercado e um lavadouro público. Havia, ainda, uma Comissão Administrativa de Bairro e uma Comissão de Ação Social. Estas estruturas de apoio não iludiram, porém, a sua localização periférica em relação à malha urbana da capital, com a falta de transportes públicos aptos a satisfazer as necessidades de mobilidade da sua população. Tal só aconteceria anos depois, em consequência do crescimento industrial nos concelhos limítrofes.
1940-41
Interior de uma casa económica mobilada com inspiração alentejana
Os quarteirões eram compostos por um eixo principal em que se cruzavam dois arruamentos, com largos anexos, que estabeleciam uma ligação desta malha urbana com a Estrada Militar da Circunvalação. A toponímia das artérias principais era de nomes das Rainhas de Portugal. As ruas secundárias possuíam o nome de flores, o que ainda hoje se mantém. O bairro possui fases distintas de construção. Na segunda fase, que vai até à década de sessenta, surgem os primeiros realojamentos para casas económicas de construção definitiva em áreas centrais do bairro. Nessa década, a população do bairro aumentaria em 50%, com muitos dos seus novos habitantes provenientes, sobretudo, da zona de Alcântara onde ocorriam as obras da ponte sobre o Tejo. Na década de 1970 são construídas mais 520 habitações unifamiliares de alvenaria. Essa zona ficou conhecida como o Bairro Novo da Boavista. Parte dessas habitações começou a ser demolida em 2016, para dar lugar a habitações de Nova Geração.
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80 ANOS | BAIRRO DA BOAVISTA
Data, porém, de 1976 uma primeira fase de renovação, com um novo processo de realojamento. Foram então demolidas 90 barracas do Bairro Vermelho de Cima (Quarteirão Norte) e outras tantas do Quarteirão Sul. Constroem-se, então, 80 fogos de unidades habitacionais de imóveis de três andares. Inicia-se, também, a construção de um bloco escolar. Em 1980/1984, um programa de habitação da CML permite a construção de 230 fogos distribuídos por 13 lotes, para realojamento local das casas pré-fabricadas. Este projeto de realojamento é retomado em 1988, no âmbito do PIMP (Programa de Intervenção a Médio Prazo) e continuou até 1999 com o PER (Programa Especial de Realojamento), totalizando 819 fogos e permitindo a demolição do chamado Bairro Velho da Boavista. Para além do realojamento das famílias residentes no bairro, estas novas habitações foram atribuídas a famílias oriundas de diversos locais, como o Bairro do Irmão Pobre, a Quinta José Pinto, o Bairro da Liberdade e a Quinta das Pulgas. Em consequência, o número de habitações aumenta de 488 para cerca de 1500. Nesta década constrói-se, ainda, uma esquadra da PSP e nos anos 90 abriu a primeira farmácia do bairro. É edificado um pavilhão desportivo e, em 2009, são abertas ao público as Piscinas Municipais. Ainda em 2009, o Município de Lisboa selecionou a Boavista como um “Eco-Bairro”, fazendo um conjunto de investimentos e melhorias que contribuíram para transformá-lo numa referência ambiental, social e urbana. Estas medidas de política foram suportadas pelo QREN-Quadro de Referência Estratégico Nacional, com financiamento da União Europeia. A Boavista conta hoje com uma significativa variedade de atividades comerciais, áreas de lazer, clubes desportivos, associações, parques infantis e de jogos, instituições culturais, sociais e desportivas e, também, estruturas de apoio social. Assinalam-se, nomeadamente, um Centro de Saúde, um Centro de Dia para idosos e um Centro de Acolhimento Infantil da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, um espaço ATL para crianças e jovens e, ainda, um espaço verde de 5.300m2. Este conjunto de medidas e de equipamentos posicionam o Bairro da Boavista na vanguarda de soluções urbanísticas e ecológicas de última geração.
1966
Transferência de famílias da Av. de Ceuta para o Bairro da Boavista
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1940-41
Capela e escolas feminina e masculina
1965
Sessão de cinema oferecida às crianças do Bairro da Boavista
1973-75
Casas em alvenaria
GEBALIS
1988-1996
Plano de Intervenção a Médio Prazo (PIMP) | 34 edifícios
80 ANOS | BAIRRO DA BOAVISTA
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existência oficial do Bairro da Boavista remonta a 1940, como vimos. Nos 57 anos seguintes foi diretamente administrado pela Câmara. Só em 1997 a competência da sua gestão foi atribuída à GEBALIS. Em maio desse ano, a Câmara Municipal de Lisboa continuava os realojamentos nos edifícios construídos ao abrigo dos programas PIMP-Programa de Intervenção a Médio Prazo – 34 edifícios, com 651 fogos, entre 1988 e 1996 – e PER-Plano Especial de Realojamento – 14 edifícios, com 168 fogos, entre 1997 e 1999, na sua grande maioria para realojamento local. A equipa que abriu o Gabinete do Bairro da Boavista era constituída por trabalhadores(as) jovens e muito empenhados em implementarem um novo modelo de gestão do bairro: uma gestão de proximidade, com enfoque na gestão social, patrimonial e financeira. Se a preocupação inicial se centrou na gestão financeira e patrimonial, houve desde logo um grande enfoque na gestão social, inicialmente executada em estreita parceria e dependência da Câmara Municipal de Lisboa. A vertente social era trabalhada através de assíduas visitas domiciliárias, implementando um encaminhamento sociohabitacional marcado por um contacto próximo com os residentes. Era necessário conhecer e trabalhar as problemáticas que afetavam as famílias, promovendo o acompanhamento e encaminhamento para as entidades competentes; fazer a análise processual, centrada em pedidos de redução de renda, atualizações de agregado e mudanças de titularidade. Pretendia-se fazer a diferença pela rapidez de resposta. Em relação à gestão patrimonial, era necessário, numa perspetiva de responsabilização dos(as) morador(as), promover a conservação e boa apropriação da habitação e dos espaços comuns. As várias fases de construção do Bairro, com património muito distinto entre si, apresentavam desafios muito distintos. O estado de conservação de alguns edifícios conduziu à realização de obras de requalificação. A preocupação com a manutenção e requalificação do edificado é uma constante até aos nossos dias, que se tem materializado em sucessivas intervenções realizadas no bairro, as quais têm regenerado o Bairro e trazido mais qualidade de vida aos seus habitantes.
2018
Sessão de fados
Em 1999, a GEBALIS inaugurou um novo Gabinete de Bairro, que se mantém até aos dias de hoje no mesmo local, tendo sido remodelado em 2019 à luz dos mais modernos conceitos de atendimento ao público. O sentimento de pertença ao Bairro é forte assim como o movimento associativo, próprios de uma comunidade com 80 anos de existência, em que as tradições e a capacidade organizativa constribuem para a sua resiliência.
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80 ANOS | BAIRRO DA BOAVISTA
A GEBALIS cedo se dá conta desta capacidade de mobilização e potencia esta característica para a melhoría das condições de vida das famílias, para fomentar a estima pelos espaços de habitar, para promover as relações de vizinhança e a constituição de comissões de lote, desenvolvendo várias atividades com vista à participação dos(as) moradores(as) e ao estreitar de laços de confiança, entre a equipa do Gabinete de Bairro e a população. A primeira grande ação agilizada em rede com os(as) moradores(as) e as instituições locais, formando um Grupo Comunitário, foi a celebração do 55.º aniversário do Bairro. Seguiram-se outras que deixaram marcas muito positivas no Bairro, como é o caso da comemoração do Dia da Árvore. O Bairro da Boavista, pela sua localização geográfica, tende a ser um bairro onde as pessoas não têm necessidade de grande mobilidade externa, porque este tem resposta à maioria das situações e exigências diárias e, quando não tem, tentam-se criar essas respostas. Foi o segundo bairro da cidade a acolher um GABIP-Gabinete de Apoio aos Bairros de Intervenção Prioritária, um modelo participativo que senta à mesma mesa, decisores, parceiros e representantes dos moradores, através da sua Associação de Moradores. O trabalho da GEBALIS no Bairro passou e passa pela melhoria das condições de vida, mas, acima de tudo, pela integração das pessoas, procurando respostas para as suas necessidades e em conjunto com elas procurando, dentro e fora do Bairro promover capacidades e identificar oportunidades. Chegamos a 2021 com um Bairro da Boavista mais moderno, mais integrado e com maior qualidade de vida, um trabalho conseguido por todos e todas que nele trabalharam e trabalham e nele vivem.
2019
Sessão de cinema no Bairro
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ASSOCIAÇÃO DE MORADORES
2019
Festa em honra de São José
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Boavista é um Bairro Municipal da Freguesia de Benfica, erguido entre 1939 e 1941, construído com o apoio de José Francisco de Melo Travassos Valdez, 4.º Conde de Bonfim, que cedeu o terreno para a construção de casas para os pobres. A Lusalite deu o material e os presos do Forte de Monsanto construíram-no. A Câmara Municipal de Lisboa dava as mobílias que os moradores tinham de devolver no mesmo estado em que as tinham recebido. Era um Bairro de casas desmontáveis, composto por 488 casas prefabricadas de fibrocimento, colocadas em banda, destinadas às famílias que habitavam clandestinamente na cidade e que, devido a obras públicas como o Viaduto Duarte Pacheco, era necessário realojar. Para se poder ir morar para o Bairro da Boavista as pessoas tinham de ter alguma estruturação familiar, segundo os padrões da época. Eram, essencialmente, casais jovens, bastantes desfavorecidos e que precisavam de ser casados pela Igreja Católica e terem batizado os filhos. Por isso, o Conde de Bonfim foi padrinho de casamento e de batizado de muitos dos habitantes. A autoridade interna era exercida por um fiscal, na altura o Senhor Ribeiro, pessoa temida e respeitada pela sua retidão. O fiscal verificava a limpeza das ruas e das casas, recebia as rendas e mantinha a disciplina. Já então existiam no Bairro escolas, masculina e feminina, posto médico e maternidade dotada de parteira. No centro, ficava a igreja, como era previsível. Na entrada, havia o clube “Pequenos Amigos do Águias” e, onde é hoje o Centro de Partilha, ficava a Mocidade Portuguesa e o escritório do Fiscal do Bairro. Havia um mercado para venda de frescos, um lavadouro e estendais comunitários. Mais tarde, veio um salão de festas. A memória dos moradores é expressiva quanto à tipologia das habitações iniciais. As da primeira leva “eram todas muito baixinhas e de lusalite”; mais tarde construíram outras forradas a estuque, até um metro de altura. Em consequência as casas eram tão quentes no Verão que os moradores dormiam na rua; no Inverno, eram muito frias. As pessoas não se podiam encostar às paredes, por causa da escorrência das águas. Os fogões de lenha garantiam o aquecimento possível das casas. Os primeiros habitantes da Boavista vêm essencialmente do Vale de Alcântara. A precariedade da condição social de todos desenvolveu um espírito de solidariedade que perdura até hoje.
Bela Rebelo
Associação Recreativa dos Moradores e Amigos do Bairro da Boavista
Um parceiro social relevante do bairro é a ARMA-BB, Associação Recreativa dos Moradores e Amigos do Bairro da Boavista. Foi criada no ano 2000, como instrumento de interlocução junto da Câmara Municipal de Lisboa e da Junta de Freguesia de Benfica. A ARMA-BB conta, atualmente, com cerca de 150 associados. Apenas uma pessoa por agregado familiar é sócia, o que corresponde à maioria dos agregados.
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80 ANOS | BAIRRO DA BOAVISTA
A Associação mantém um núcleo significativo de parcerias, desde as áreas recreativas, aos cuidados primários de saúde e de solidariedade social. A população jovem reage muito bem à Associação de Moradores, tanto é que, a primeira associação de jovens da Freguesia de Benfica, é de jovens do bairro, sendo a Associação muito utilizada para obtenção de informação sobre as possibilidades de desenvolvimento pessoal. As parcerias permitem-lhe também o desenvolvimento de diversas ações, nomeadamente, ajuda no preenchimento de impressos vários, como por exemplo a SASE, IRS, entre outros, cursos de culinária e pastelaria, fotografia, informática, aulas de judo, zumba, distribuição de alguma comida, um posto de primeiros socorros, que funciona nas instalações da Associação para consulta de dentista e psicologia, para além da loja de partilha e a cozinha comunitária, que são as meninas dos olhos da Associação. Os sócios têm sempre que seja necessário, uma Associação para ir com eles onde for preciso e ajudar nas suas dificuldades. A Associação é um grupo de moradores com os mesmos princípios bases, que querem ver melhorias no bairro, tendo a Direção atual tomado posse em 2008.Devido aos problemas que o bairro tinha, essencialmente de sobreocupação das casas e falta de alguns equipamentos que eram considerados essenciais, como por exemplo o posto de CTT. A missão da Associação será sempre a luta pelos interesses dos moradores e a melhoria das condições de vida dos mesmos. O principal objetivo será ver a concretização de uma promessa com mais de vinte anos, que agora começa a dar frutos: as casas novas e a nova escola.
2017
Festa em honra de São José
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REGENERAÇÃO URBANA
2017
Demolição da zona de alvenaria
80 ANOS | BAIRRO DA BOAVISTA
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constituição do GABIP - Gabinete de Apoio ao Bairro de Intervenção Prioritária- da Boavista, em 2012, surgiu no âmbito da aprovação da candidatura “Eco-Bairro Boavista Ambiente+ – um Modelo Integrado de Inovação Sustentável”, no concurso aos Programas Integrados de Criação de Eco-Bairros para a Área Metropolitana de Lisboa, no quadro da Política de Cidades – Parcerias para a Regeneração Urbana, inserida no QREN – Programa Operacional de Lisboa. O Programa de Ação para o Bairro da Boavista “Eco Bairro Boavista Ambiente+ – Um Modelo Integrado de Inovação Sustentável” promoveu e desenvolveu ações integradas de promoção de sustentabilidade, através da aplicação de um projeto-piloto de gestão de energia, água, resíduos, transportes, mobilidade e espaço público. Pretendeu-se criar um tecido urbano com reduzidos impactes ambientais através da eficiência energética, reutilização e reciclagem de recursos e instalação de energias renováveis, criando-se um modelo a ser replicado noutras zonas da cidade. O diagnóstico concluiu pela necessidade de o Bairro da Boavista sofrer uma intervenção urgente de requalificação integrada – valorizando os espaços públicos, demolindo o edificado em alvenaria e substituindo-o por habitações mais sustentáveis e com melhores condições, requalificando os equipamentos coletivos existentes e proporcionando uma nova paisagem urbana. A localização privilegiada do Bairro da Boavista, junto do Parque Florestal de Monsanto, foi determinante para o desenvolvimento deste projeto. A maioria das intervenções e atividades concretizaram-se até ao final de 2013, em parceria com a Junta de Freguesia de Benfica, a Associação de Moradores ARMA-BB, a GEBALIS e diversas organizações locais que abrangeram a plena representatividade do bairro. Essas medidas incluíram:
2015
Eco Hortas no Bairro da Boavista
- A reabilitação de edifícios de habitação, com revestimento ecológico de fachadas e instalação de janelas mais eficientes; - A construção de: Eco Centro, Eco Hortas, Pavilhão Multiusos, Pista de BMX e estrutura de apoio para Mercado-Feira; - Instalação de produção de energia renovável (solar-térmica, fotovoltaica e eólica) em equipamentos públicos; - Criação de uma rede WI-FI NetVerde, de acesso gratuito à Internet; - Criação de circuito pedonal de acompanhamento das crianças nos circuitos diários de atividade escolar e educativa; - Elaboração de projetos urbanos e de arquitetura para a denominada Zona de Alvenaria, para substituição futura das casas, com realojamento, no mesmo local, das mesmas famílias. Em 2016, foi criada uma cozinha comunitária com a colaboração da ARMA-BB, inserido no Projeto Boavista Take-Away, ao abrigo do programa BIP/ZIP da CML.
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2016
A primeira pista de BMX de Lisboa
2016
Estreia nas Marchas Populares de Lisboa
80 ANOS | BAIRRO DA BOAVISTA
80 ANOS | BAIRRO DA BOAVISTA
CADA CASA CONTA UMA HISTÓRIA Rua 3, nº 49 Belarmino Vinagre Moro no bairro há cerca de 50 anos. Antes morava numa barraca no Bairro das Minhocas (às Laranjeiras). Ainda antes do 25 de Abril, a Câmara atribuiu-me uma casa aqui no bairro. Foi um progresso mas, mesmo assim, tomava-se banho num balde. O bairro era diferente, não se podia estender a roupa, com receio do fiscal, que diziam que era da PIDE. Ele era muito mau, ninguém gostava dele, ficou pouco tempo no bairro. Certo dia construi um murinho para proteger das enxurradas da chuva e o fiscal queria demoli-lo. Eu disse-lhe, com um sacho na mão: “Se mandar isto abaixo furo-lhe a barriga”. E o muro lá ficou. Depois do 25 de Abril, fugiram eles do bairro com medo. Rua 3, nº 48 Rosa Ferreira Vim para cá com dois anos, para uma casa de lusalite. O bairro era muito bonito, com jardins cheios de rosas. Havia
exposições dos quintais mais bonitos. O lavadouro era onde hoje é a rua 2, com os seus tanques muito grandes. O estendal era público. Andei na escola do bairro, uma escola só para meninas que havia onde é hoje o Mini-Preço. Tenho boas recordações das professoras, da dona Urraca, da dona Anunciação, da dona Violeta. Naquele tempo tinhase muito respeitinho pelos professores. A minha mãe era analfabeta mas deu-nos muito boa educação. Estendíamos as cuecas à noite, dormindo sem cuecas, para o Sr. Ribeiro, o Fiscal, não nos cortar depois o estendal. O bairro tinha também jardineiros, o Sr. João e o Sr. Cardoso, que arranjavam os canteiros. Ao lado da Igreja havia um jardim relvado cheio de rosas. Qualquer pessoa tinha um quintal lindo e havia concursos para eleger o mais bonito. Não era permitido ter animais em casa – eu tinha um pombal escondido debaixo do chão. Não se tinha ordem para namorar em qualquer lado,
debaixo dos caramanchões é que se namoriscava (mas claro que se fazia tudo na mesma). O fiscal ia verificar se as casas estavam limpas e as sujas eram lavadas à agulheta (uma mangueira com tubo de ferro). Rua 1, nº 50 Raul Paulo Com um ano de idade, há 73 anos, fui para o velho bairro de lusalite, ao lado do posto do fiscal, onde é hoje a Associação de Moradores. Era o chamado Bairro Vermelho. A corrente eléctrica era então de 110 volts e partir das 22h não havia luz. As casas eram muito frias no inverno. O fiscal era o Sr. Ribeiro e o “Semanas” era o seu ajudante. Era este último que cortava os estendais privados, na altura proibidos. Rua 3, nº 52 José Ramos Antes vivia na Quinta das Conchas. Mas como era guarda-florestal em Monsanto atribuíram-me em 1972 uma casa aqui no bairro. Um
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dos trabalhos que tínhamos em Monsanto era vigiar a prostituição. Na altura, a casa nem torneiras tinha. Lembrome do fiscal, o senhor Tomé, e gostava dele. Ainda havia então o bairro de lusalite. Os vizinhos tinham-me respeito porque era guarda-florestal. Mas também gostavam de mim. Tenho bom coração, gosto de ajudar. Rua 4, nº 130 Emília Branco Moro aqui desde que nasci, há 71 anos, ainda no tempo da lusalite. Nasci na maternidade do bairro. O bairro era mais sossegado. Brincava-se à macaca. Ia-se para Monsanto à “chinchada” à fruta. A minha mãe dizia-me “vamos para a matiné, menina” e eu já sabia que era para irmos para os tanques para lavar a roupa. Quando alguém dizia “vem lá o fiscal” lá íamos à pressa apanhar a roupa do estendal. Rua 4, nº 48 Ana Borges Sou nascida e criada no bairro
há 67 anos. A vizinha do lado, senhora com muita experiência, ajudou no parto. O bairro era limpo e seguro, deixava-se a chave na porta e dormia-se na rua. Nos Santos enfeitava-se o bairro e faziam-se fogueiras. Brincávamos à apanhada, ao arco e às escondidas. Ia-se namoriscar para os tanques. O Fiscal era severo, nem um periquito se podia ter em casa. Tínhamos muito respeito à senhora enfermeira e ao senhor padre. As pessoas ajudavamse. Quando a minha mãe a vizinha do lado partilhava o seu. Pagávamos 100 escudos
com as tarocas na mão e o fiscal começou a ralhar comigo e mandou chamar a minha mãe. Já não sou do tempo dos tanques, mas sou do tempo da escola só para meninas. Jogávamos à apanhada, ao elástico, ao linda-falua. A professora era a dona Cristina, uma senhora de idade a quem tínhamos muito respeito. Fazíamos colónias de férias na Costa da Caparica. Casei-me aos 18 anos e fui viver para o “bairro novo”, para casa da minha sogre na rua 5, Vivi também na rua 3, nº 44. O meu marido era do Casal Ventoso e infelizmente faleceu.
de renda. A luz era de graça até às nove da noite. Na rua da capela havia lindas roseiras dos dois lados. O bairro era muito bonito. Rua 2, nº 46 Célia Rodrigues Nasci na maternidade Alfredo da Costa há 50 anos, de onde segui logo para o bairro. Primeiro nas casas de lusalite, na rua dos Bons Dias, nº 26. Tenho muito boas recordações da minha infância no bairro. As pessoas eram mais humildes e mais amigas. Um dia, tinha eu 4 anos, andava na rua descalça
Rua 3, nº 58 Maria Chaves Vim para o bairro quando tinha dois meses, para as velhas casinhas de lusalite. O bairro era lindo, muito diferente de hoje, tenho muitas saudades. As casas eram muito pequenas e havia 14 pessoas na minha. Jogávamos à malha e ao linda-falua. Tive o meu filho na maternidade do bairro, que era uma casita de lusalite com uma marquesa. A parteira era a D. Albertina e a ajudante era a D. Piedade. Tínhamos direito a uma maçã quando voltávamos para casa com o bebé.
CADA RUA UMA MEMÓRIA, VENHAM AGORA NOVOS SONHOS! Uma comunidade é uma rede de recordações partilhadas. Nós somos aquilo que recordamos. Com a demolição da zona de alvenaria, há um património arquitetónico e afetivo que desaparece. Preservaremos as memórias dessas vivências sob a forma de fotografias e histórias de vida. A GEBALIS acredita na valorização positiva e nas histórias de todos os que vivem e trabalham no Bairro da Boavista, contribuindo para um espírito de união da comunidade local. Em 2019 cria o Projeto Memórias do Bairro da Boavista, com o objetivo de preservar a memória coletiva desta zona do Bairro. Preservar memórias é valorizar dos pontos fortes da comunidade. Um convite ao optimismo!
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2019
Conclusão e atribuição das novas Eco Casas
80 ANOS | BAIRRO DA BOAVISTA
D
ecorre uma nova fase de revitalização do bairro.
No primeiro semestre de 2017 concluiu-se o realojamento das famílias residentes, o que permitiu libertar terreno para iniciar a construção de meia centena de fogos, com tipologia evolutiva e preocupações de eficiência energética e de acessibilidades. De realçar o facto de que 50 famílias deixaram para trás “habitações sem condições mínimas para uma vida condigna”, em troca de casas com soluções arquitetónicas inovadoras e energeticamente mais eficientes. Cada casa ganhou a “otimização da exposição solar e isolamento térmico” e “sistemas de aquecimento solar de água, aproveitamento de águas da chuva e reutilização de águas cinzentas”, para além de “um talhão cultivável” em cada uma delas. Os edifícios apenas com rés-do-chão e primeiro andar, permitem futuras alterações, sem que para tal seja necessário realizar obras estruturais, adaptando-se assim ao crescimento natural das famílias. A escolha de materiais construtivos, com a oferta de “soluções sustentáveis”, torna esta área num verdadeiro bairro ecológico que a população de Lisboa verá como sendo um bairro renascido. Esta operação de regeneração urbana prevê a construção de um total de 356 novas casas divididos em quatro fases, num investimento total superior a 24 milhões de euros, correspondendo ao maior investimento em habitação pública dos últimos anos na cidade. O Bairro da Boavista entra, assim, na vanguarda das soluções urbanísticas e ecológicas de última geração na cidade de Lisboa.
2019
Conclusão e atribuição de novos edifícios
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2020
Workshop “Pátio da Boavista” do Programa Lotes ComVida
2020
Concurso “Pátio da Boavista” do Programa Lotes ComVida
O FUTURO
2021-2023
Construção da nova escola
80 ANOS | BAIRRO DA BOAVISTA
O
futuro do Bairro da Boavista já está em construção.
Em 2023 a nova escola do bairro estará concluída. A EB Arq. Gonçalo Ribeiro Telles será uma escola moderna que nasce da visão comum entre escola, professores, moradores e a Câmara Municipal de Lisboa. A futura escola será ampliada em mais de 10 000m2, ocupando 15 mil m2 e terá três salas para jardim-de-infância (75 crianças), oito salas de primeiro ciclo (206 crianças) e instalações para a Orquestra Geração. Terá ainda um amplo recreio verde, ginásio, campo de jogos e uma área reservada para a futura construção de uma creche. A requalificação integral do espaço público do bairro, contempla ainda a construção de uma praça para usufruto dos moradores e uma nova Igreja, com duas capelas mortuárias, uma sede para os escuteiros e um novo centro paroquial, ambições antigas dos(as) moradores(as) que se tornam realidade.
Construção da nova igreja, capelas mortuárias, sede escuteiros e centro paroquial
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80 BOAVISTA ANOS BAIRRO DA
GEBALIS, EM, SA maio 2021