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ENTRETENIMENTO
Gazeta Brazilian News · Semana de 9 a 15 de Janeiro de 2020
SAÚDE & BEM-ESTAR Por DRA. IVANI MANZO
ivani@gazetanews.com Dra. Ivani Manzzo é doutora em Ciências pela Escola Paulista de Medicina UNIFESP - EPM com ênfase em obesidade, gestação e exercício. Em 2010 iniciou seus estudos em Life Coach e desde então trabalha ajudando as pessoas a alcançarem seus objetivos. Site: www.myclickcoach.com
Quanto você sabe sobre o alimento que está comprando?
A
cada ano que passa a indústria de alimentos traz mais e mais novidades e sabores, facilitando a nossa vida por um lado e atrasando por outro. Com certeza chegar em casa depois de um dia de trabalho cansativo e poder apenas abrir um pacote, colocar no forno de micro-ondas enquanto tomamos banho é maravilhoso. Mas, ao longo do tempo tanto esse trabalho, que nos sustenta e é muito cansativo, quanto esse alimento prático e saboroso irão destruir a nossa saúde. Nem preciso dizer para o caro leitor o quanto o estresse é prejudicial à saúde, mas acredito que ainda falte informações a respeito dos alimentos industrializados. No final do ano passado, no Brasil, a ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária (que também regula alimentos)- fez uma pesquisa pública para saber se o público gostaria de mais informações nos rótulos. Muitos profissionais da área da saúde, inclusive eu, se moveram na tentativa de elucidar para todos o quanto é importante saber o que se está comendo e não se basear apenas pelo preço, sabor e
Robert Lee/Flickr
praticidade. O resultado é que grandes mudanças estão para acontecer. No entanto, acredito que não seja muito benéfico ficar esperando que os outros, ou no caso a indústria alimentícia se mova para melhorar a nossa saúde. Mesmo porque acredito que não seja esse o objetivo dela. Acredito que quanto mais informações nós tivermos e colocarmos nas embalagens, melhor será a nossa escolha e por consequência a nossa saúde. Foi nessa direção que alguns pesquisadores no Reino Unido fizeram uma sugestão bem interessante. A fim de melhorar nosso conhecimento a respeito do que estamos comprando, eles sugeriram que viesse escrito na embalagem de alimentos industrializados mais uma informação, além das informações nutricionais e ingredientes. Sugeriram que nas embalagens estivesse escrito também a quantidade de exercícios que seria necessária para “queimar” todas as calorias existentes no alimento que se está comprando. Um problema seria adequar essa atividade física para todas as pessoas de forma que elas realmente pudessem entender. Por exemplo: para um alimento que tenha 150Kcal, uma
criança de 40 quilogramas teria que andar 65 minutos e um adulto de 90 quilogramas teria que andar apenas 29 minutos. E com tantas variáveis como sexo, idade e massa corporal, a lista de atividade e quantas calorias elas queimariam seria maior que a embalagem. Porém, uma das coisas mais difíceis das pessoas entenderem, e vejo isso no meu trabalho, é que uma simples caesar salad e em pequena quantidade, pode conter uma quantidade enorme de calorias. Isso porque na maioria das vezes os molhos dos alimentos são muito calóricos. Um cup do molho da caesar salad tem 1241 Kcal e um pedaço de pizza de queijo tem 237 Kcal. No final tudo isso quer dizer que quanto mais informações tivermos a respeito do que estamos ingerindo, melhor estaremos tratando da nossa saúde. As armadilhas estão por toda parte, afinal quantas pessoas iriam imaginar que pedir uma salada seria mais calórico que comer um pedaço de pizza de queijo? Realmente seria muito bom se todas as informações pudessem estar nas embalagens.
Uma simples Caeser Salad pode conter muitas calorias.