Gazeta de Varginha - 17/10/2013

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GAZETA DE VARGINHA, 17/10/2013

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SAÚDE

Médicos explicam como são feitas e os benefícios das cirurgias sem corte De acordo com o ginecologista José Bento, quanto menos invasivas as cirurgias, melhor para o paciente já que o trauma é muito menor. Na dermatologia, alguns tratamentos já podem ser feitos com esse princípio, como o da hiperidrose com toxina botulínica, que é uma alternativa à cirurgia de retirada da glândula sudorípara; o ultrassom focado, uma alternativa ao lifting de rosto; e também o preenchimento para o nariz, como lembrou a dermatologista Denise Steiner. Para tratar cicatrizes e evitar cirur-

gias reparadoras, por exemplo, é usado um laser. De acordo com a dermatologista Denise Steiner, existem tratamentos que diminuem a vermelhidão da cicatriz, o inchaço e até remodelam a marca –

porém, tudo isso depende do tipo de cicatriz, que pode ser a hipertrófica (em alto relevo e avermelhada) ou atrófica (mais funda). Para tratá-las, o médico pode fazer uma infiltração com uma in-

jeção de corticoide e outros imunossupressores que têm a função de antiinflamatórios, para reduzir a vermelhidão e a fibrose das hipertróficas; há ainda o laser que agride os vasos e corta a inflama-

ção da cicatriz, estimulando uma remodelação da marca; e existe ainda o laser de CO2, que trata os dois tipos de cicatriz, estimulando a produção de colágeno pela pele. Para evitar a cirurgia, os médicos retiram folículo por folículo do couro cabeludo através de uma espécie de caneta com uma ponta bem fina. Nesse caso, a cicatrização ocorre sem a necessidade de pontos e de uma maneira muito mais discreta. Na ginecologia, o médico José Bento explicou que o aparelho que faz a histeroscopia,

exame que inspeciona a cavidade uterina, é capaz de fazer também uma laqueadura sem corte. Essa laqueadura consiste na obstrução das tubas uterinas por meio de duas molas colocadas através desse exame, impedindo que os espermatozoides alcancem os óvulos. Apesar das molas serem um pouco caras, o ginecologista José Bento explica que esse procedimento pode sair mais barato para o paciente do que a cirurgia convencional, que precisa ser feita em um hospital, com anestesia geral.

Secretaria de Saúde inaugura novo Efeito da talidomida pode espaço de Hemodinâmica em Juiz de Fora ter sido mais amplo A Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora inaugurou um novo espaço para hemodinâmica. Com um investimento de mais de R$ 1,5 milhão repassado pela Secretaria de Estado de Saúde, a instituição melhorou sua infraestrutura, tornando-se uma das mais sofisticadas do país. O novo setor vai conseguir dobrar a capacidade de atendimento, com duas salas e sete leitos. A Santa Casa foi pioneira na criação de um serviço de Hemodinâmica no interior de Minas Gerais, em outubro de 1978. Em julho de 1991, a instituição adquiriu outro aparelho de hemodinâmica, que substituiu o modelo inicial, pois a estrutura, já com 22 anos de uso,

O setor ainda conta com dois novos equipamentos de última geração

não atendia mais à crescente demanda. Durante a solenidade de inauguração, que contou coma presença de diversas autoridades, o secretário de Estado de Saúde, Antônio Jorge Marques, enfatizou que a nova hemodinâmica significa um salto na qualidade no setor em Juiz de Fora e na região. “O serviço que aqui se iniciou

salvará muitas vidas”, destacou. O prefeito de Juiz de Fora, Bruno Siqueira, ressaltou a importância do serviço para a Rede de Urgência e Emergência. “A Santa Casa foi pioneira na realização desse serviço tão importante. E para o Samu Macro Regional e saúde do município e região em geral foi um

grande ganho”, ressalta. Depois da solenidade, as autoridades visitaram o prédio, que tem instalação de ar condicionado central, rede elétrica e hidráulica, conforme as mais atuais normas da Vigilância Sanitária. O setor ainda conta com dois novos equipamentos de última geração, Siemens ArtisZeeFloor, que apresentam, com rapidez e precisão, em 2D e 3D, imagens totalmente digitalizadas e de alta resolução, fundamentais tanto em procedimentos cardíacos quanto em vasculares. Foram gastos cerca de R$ 5 milhões de reais e a Nova Hemodinâmica atenderá pacientes do SUS e de convênios particulares.

Estudos recentes indicam que a droga talidomida pode ter causado uma gama mais ampla de más-formações do que se imaginava. Como resultado, em vários países, indivíduos que nasceram com deficiências físicas e tiveram recusados seus pedidos de indenização estão agora exigindo que seus casos sejam reconsiderados. Criada pela companhia farmacêutica alemã Grunenthal, a talidomida começou a ser vendida em 1957, inicialmente como um sedativo leve. Depois, passou a ser receitada a mulheres grávidas, para combater o enjoo. Em 1961, já havia ficado claro que o remédio estava levando ao nascimento de bebês com problemas de formação graves, como o encurtamento de bra-

ços e pernas. Ainda em 1961, a droga foi retirada do mercado em vários países. Segundo números oficiais, cerca de 10 mil pessoas em todo o mundo nasceram com más-formações provocadas pela talidomida. Acredita-se que muitas mortes ocorreram ainda no útero. Hoje, a talidomida ainda é utilizada para tratar a hanseníase (lepra) e o mieloma múltiplo (um tipo de câncer). No Brasil - segundo país do mundo em casos de hanseníase, superado apenas pela Índia - milhões de comprimidos da droga são consumidos por milhares de pacientes. Recentemente, um estudo brasileiro vinculou 100 casos de bebês nascidos com deformidades à ingestão de talidomida.


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