15ª Pesquisa CNT de Rodovias

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Como demonstrado no estudo da NTC, anteriormente mencionado, o desgaste das vias e a má conservação geram custos adicionais ao transportador, que são repassados ao consumidor. Desta forma, o produtor brasileiro de soja enfrenta um custo adicional, não percebido pelos concorrentes internacionais, oriundo da falta de investimentos em infraestrutura de transporte. No caso do corredor estudado, identificou-se que, da extensão total, 23,1% apresentam pavimento classificado como Ótimo (BR-277 – concessionada). A maior parte do corredor apresenta classificação Bom (66,6%), restando 10,3% da extensão com classificação de qualidade de pavimento Regular. Retomando os dados de incremento de custo operacional advindos do estado do pavimento, e a classificação dos trechos definidos para o Corredor Lucas do Rio Verde – Paranaguá, identificou-se um custo operacional adicional de 16,7% relacionado apenas à qualidade do pavimento (Tabela 117). Tabela 117 Custo Operacional Adicional do Corredor % do corredor Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo Total

custo adicional

custo adicional do corredor

23,1%

0,0%

0,0%

66,6%

18,8%

12,5%

10,3%

41,0%

4,2%

0

65,5%

0,0%

0

91,5%

100,0%

0,0% 16,7%

O custo operacional é composto pelos custos fixos e variáveis. Para avaliação do impacto das rodovias, o componente mais relevante é o custo variável. Nesse são computadas despesas com combustível, lubrificantes, conjunto de rodagem, pedágio e manutenção. Estudo desenvolvido pelo Instituto de Economia Agrícola, para o transporte de soja, revela que o custo variável representa 70% do custo operacional total. Assim, para o percurso de 2.586 km estudado, a parcela variável do custo operacional corresponde, em média, a 63% do preço do frete. Posto isso, temos que do total do frete rodoviário do corredor estudado, R$ 203,00 são referentes aos custos diretamente impactados pela qualidade das rodovias. Desta forma, com investimentos em melhoria do pavimento dos 1.989 km que apresentam alguma deficiência no pavimento, haveria uma economia de R$ 38,5 por tonelada de soja deslocada. Para se ter idéia, isso equivale a uma redução de cerca de 13% no frete de uma tonelada de soja de Lucas do Rio Verde ao porto de Paranaguá.


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