Bibliografia Consultada
Identidade Histórico-cultural
História
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Nova freguesia desanexada de parte nascente da freguesia de Santa Maria dos Olivais, que integra os “bairros” do Parque das Nações e os bairros Municipais do Casal dos Machados e Quinta das Laranjeiras. Delimitando-se a nascente pela margem do Rio Tejo, a sul pela Avenida Marechal Gomes da Costa, a poente pela Avenida Infante D. Henrique e a norte pelos limites do concelho de Lisboa. Esta freguesia, embora integrando os bairros municipais, tem uma identidade própria enraizada nos projectos da Exposição Mundial Expo’98 e da Expo Urbe.
O território da nova freguesia já integrou o antigo Termo da cidade de Lisboa, depois o concelho dos Olivais, de 1852 a 1886, neste ano extinto; sendo parte integrada no concelho de Lisboa e outra no novo concelho de Loures. Em 1895 foi desanexada do concelho de Lisboa a parte da freguesia de Sacavém, fixando-se os limites actuais da capital e do território em estudo. Outrora lugar de quintas agrícolas – designadamente de olivais, aos quais a zona oriental da capital ficou a dever o topónimo – e de ócio da nobreza lisboeta o espaço geográfico desta nova freguesia sofreu grande transformações no séc. XIX com a introdução do caminho-de-ferro (1856) que possibilitou a sua progressiva industrialização (desde a introdução da máquina a vapor até às industrias pesadas) e o desenvolvimento da área portuária; encaminhando a sua faixa ribeirinha para uma vocação industrial. Estas indústrias inicialmente com uma implantação não planificada, determinada pela proximidade do caminho-de-ferro ou de transporte fluvial, foram objecto de um processo de planeamento com a construção de novas infra-estruturas portuárias e novas indústrias (petroquímica e refinaria), nos anos 40 do século passado, que contrastavam com as antigas quintas abandonadas, ocupadas por “barracas”. Nos anos 70-80 o declínio industrial e portuário contribuiu para a degradação da paisagem envolvente e consequente abandono e marginalização da zona oriental ribeirinha do concelho.
Sites: Parque das Nações. [Em linha]. [Consult. 2011-02-13]. Disponível na www: <URL: http://www.parquedasnacoes. pt/homepage.aspx?menuid=47
O Plano de Urbanização do Parque das Nações define- -se pelo modelo de quadrícula, volvendo a cidade ao rio e integrando a memória da Expo’98, através de antigos edifícios da Exposição, obras arquitectónicas de referência e identidade do espaço, elementos principais do plano de urbanização. Além disso, a existência de uma gestão unificada do espaço (Sociedade de Gestão Urbana do Parque das Nações); da Associação de Moradores e Comerciantes; a presença de equipamentos públicos (hospital; escolas básicas; etc.) e a criação da paróquia de Nossa Senhora dos Navegantes (fora dos limites estabelecidos para a nova freguesia) criaram um forte sentimento de pertença e identidade dos seus habitantes. Nos seus limites a freguesia proposta não respeita a unidade geográfica do território da “cidade da Expo”, objectivo que era impossível de concretizar devido às linhas divisórias do limite do concelho de Lisboa com o concelho de Loures, datadas do séc. XIX, à época definidas por prédios rústicos e azinhagas. Seria louvável um entendimento com o concelho de Loures possibilitando que a freguesia fosse delimitada geograficamente pelo Plano de Urbanização da Zona de Intervenção da Parque Expo’98 (aprovado pela Portaria n.º 640/94, de 15 de Julho), concebido como parte integrante da cidade-metrópole – a Lisboa Metropolitana.
Deste modo, a criação desta freguesia está intrinsecamente ligada à realização da Expo’98, que possibilitou a requalificação e reabilitação da zona oriental da cidade, até essa data esquecida e afastada dos lisboetas. O projecto da Exposição Mundial desde o início definiu uma área total (cerca de 300 hectares) superior à do recinto da exposição (25 hectares), abrangendo a requalificação e reconversão do espaço, revalorização da relação da urbe com o rio e planificação duma nova “cidade”, que estabelecesse um diálogo entre a “velha” Lisboa e uma “futura” centralidade da Lisboa Metropolitana, onde as novas acessibilidades
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Desanexação do território nascente da Freguesia de Santa Maria dos Olivais
foram determinantes, nomeadamente a nova travessia do Tejo, a Gare do Oriente e o terminal fluvial. O Município de Lisboa foi um grande promotor e interventor do processo de elaboração e concretização da Expo’98.
Área (Km2) 2,79 População Censos 2001 --Eleitores 2011 4.130 (secção de voto presentemente integrada na freguesia dos Olivais) Edifícios Censos 2001 333 Freguesias Limítrofes 22 Santa Maria dos Olivais 7 Marvila Concelho de Loures
A identidade urbanística do projecto do Parque das Nações reside no modelo rectilíneo e de quadrícula, tendo por eixo principal a Alameda dos Oceanos, em paralelo com as vias e jardins junto ao rio Tejo e nas obras arquitectónicas, espaços verdes de referência, na “arte pública”, no mobiliário e no design gráfico que marcaram a Exposição Mundial. Como herança da Expo’98 integram a nova freguesia um conjunto de equipamentos emblemáticos para a cidade de Lisboa e sua área metropolitana: Oceanário (IIM); Pavilhão Atlântico; Pavilhão de Portugal (em vias IIP; Prémio Valmor e Municipal de Arquitectura, 1998); Pavilhão do conhecimento; Feira Internacional de Lisboa e Gare do Oriente. Não esquecendo a memória do lugar, simbolizada na antiga torre de cracking da Petrogal, entrada sul da Expo’98. Actualmente com cerca de 20.000 habitantes o Parque das Nações assume-se como o “novo” bairro de Lisboa, local de “passeio” para muitos alfacinhas e outros nacionais e estrangeiros que visitam a capital. (ER)
nova proposta administrativa para lisboa
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