A irmandade da adaga negra livro 03 amante desperto

Page 36

enegrecido se tornou embaçado. Esfregou o rosto e logo cravou os olhos em sua mão. Havia umidade nela. Lágrimas? Revisou seu peito para saber o que sentia, mas a única coisa que chegou foi informação a respeito de seu corpo. Seu torso se arqueava porque seus músculos estavam débeis. Sentia-se enjoado e vagamente com náuseas. Mas isso era tudo. Não havia emoções nele. Esfregou o esterno e estava a ponto de passar outra vez a mão quando um par de botas entrou em sua linha de visão. Olhou para cima e viu o rosto do Phury. Era uma máscara; todo frio e duro. — Isso era ela? —disse com voz rouca, ajoelhando-se. Zsadist caiu para trás, com muita dificuldade conseguindo deixar a pistola fora da neve. Não podia estar em nenhum lugar perto de alguém agora, especialmente do Phury. Em uma confusão muito suja, ficou de pé. — Vishous já está aqui? — Bem atrás de ti, meu irmão — murmurou Vishous. — Ah... — clareou a garganta, esfregando o rosto no antebraço. — Há um alarme de segurança. Penso que o lugar está vazio, porque dois assassinos acabam de sair, mas não estou seguro. — Deixa o alarme comigo. Zsadist sentiu vários aromas de repente no ar através dele. Toda a Irmandade estava ali, inclusive Wrath, que como rei não se supunha que estaria no campo. Estavam todos armados. Todos tinham vindo para levá-la de volta. O grupo se alinhou contra a casa enquanto Vishous forçava o ferrolho da porta. Seu Glock entrou primeiro. Quando não houve reação, escorregou para dentro e fechou a si mesmo. Um momento mais tarde houve um bip longo. Abriu a porta. — Bem, vamos. Zsadist se apressou a seguir adiante, virtualmente se atirando ao macho. Seus olhos penetraram nos cantos escuros da habitação. O lugar era uma desordem, com merda esparramada por todo o piso... Roupas, facas, algemas e garrafas de... xampu? E que merda era isso? Deus, um estojo de primeiro socorros aberto, a gaze e o esparadrapo fora da tampa arruinada. A coisa parecia como se tivesse sido golpeada até que se abrira. O coração golpeava em seu peito, o suor floresceu por todo seu corpo, procurou Bela e viu só objetos inanimados: uma parede com uma estante que tinha instrumentos de pesadelo. Uma cama de armar. Um armário de metal à prova de fogo, do tamanho de um carro. Uma mesa de autópsias com quatro jogos de algemas de aço penduradas de seus cantos... e o sangue manchando sua superfície lisa. Pensamentos aleatórios disparavam através do cérebro de Zsadist. Ela estava morta. Aquele círculo queimado o provava. Mas o que ocorreria se tivesse sido somente outro cativo? O que ocorreria se tinha sido uma revolta ou algo no estilo? Seus irmãos ficaram para trás, tinham juízo para não meter-se no meio, Zsadist foi ao armário à prova de fogo, levando a pistola na mão. Abriu as portas, atirando nos painéis de metal e os dobrou até que as dobradiças se romperam. Pegou as pesadas prateleiras e jogou-as, ouvindo caírem estrepitosamente. Armas. Munição. Explosivos plásticos. O arsenal de seus inimigos. Entrou no quarto de banho. Nada exceto uma ducha e um cubo com um assento em cima. — Não está aqui, meu irmão — disse Phury. Em um ataque de fúria, Zsadist se lançou sobre a mesa de autópsia, agarrando-a com uma mão e empurrando-a contra uma parede. No meio do vôo, uma algema se chocou com ele, lhe apanhando o ombro, cravando-se até o osso. E logo ouviu... Um som suave de choramingo. Sua cabeça girou para a esquerda. Num canto, no chão, havia três tubos cilíndricos de metal projetando-se da terra firme, e selados com uma tampa de malha blindada que era marrom escuro como a sujeira do chão. O que explicava que não os tivesse notado.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.