A Mediadora #5 - Assombrado

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ia dizer. Sabe. Grande técnica. Realmente está fazendo um progresso fabuloso no meu caso, não é? Suspirei. Fala sério, depois de tudo que eu tinha passado, n ão precisava das piadinhas de um defunto. Mas acho que merecia. - Como você vai? - perguntei, tentando manter o tom leve. - Sabe, com o negócio de estar morto? - Ah, tudo bem. Adorando cada minuto. - Você vai se acostumar - falei, pensando em Jesse. - Ah, tenho certeza de que vou. - Craig estava olhando para Neil. Claro que eu deveria ter captado a dica. Mas não captei. Estava envolvida demais nos meus problemas... para não mencionar meus pés. Então Neil entregou a prancheta a Jorge, apertou a mão dele e se virou para mim. - Esta pronta, Susan? Não me incomodei em corrigir meu nome. Só assenti e desci do banco do bar. Precisei olhar para garantir que meus pés tinham encostado no chão, porque não podia senti -lo. O chão, quero dizer. A pele embaixo dos pés tinha ficado totalmente dormente. - Você realmente deu um show - foi o comentário de Craig. Mas ele, diferentemente do irmão, passou solicitamente um braço pela minha cintura e me guiou para a porta, onde Neil estava esperando, com as chaves do carro. Devo ter parecido especialmente estranha enquanto me aproximava eu estava apoiando parte do peso em Craig, o que deve ter me dado uma aparência esquisita, já que, claro, Neil não podia ver Craig porque Neil falou: - Hm, Susan, você tem certeza de que q uer ir direto para casa? Talvez fosse bom dar um pulinho na emergência do hospital... - Não, não - falei tranqüilamente. - Estou bem. - Certo - zombou Craig no meu ouvido. Mesmo assim, com sua ajuda, consegui chegar ao carro de Neil. Como Paul, Neil tinha um BMW conversível. Diferentemente do de Paul, o de Neil parecia ser de segunda mão.


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