Sexta-feira, 6 de junho de 2014
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DECISÃO : Em assembleia ontem à noite, metroviários ainda rejeitaram a determinação de manter ao menos 70% do pessoal trabalhando e deliberaram a catraca livre
Maioria ampla dos funcionários do Metrô decide manter a greve
Em assembleia realizada na noite de ontem, os funcionários do Metrô de São Paulo decidiram prosseguir com a greve da categoria, que teve início na madrugada desta quinta-feira. A categoria ainda rejeitou a determinação do TRT-SP (Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo) de manter ao menos 70% do pessoal trabalhando ao longo do dia e 100% nos horários de pico. Os metroviários aprovaram a liberação das catracas para manter o Metrô funcionando e não afetar a população. No entanto, a proposta
de liberação das catracas só será posta em prática se houver aprovação do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que já a rejeitou publicamente com o argumento de que a medida causaria prejuízo ao Metrô. Caso o governo não a aprove, a categoria cruzará os braços. Na assembleia, os trabalhadores também aprovaram que lhes seja cortado o ponto do dia para minimizar as perdas com a liberação das catracas. Os trabalhadores lotaram a quadra dos metroviários, no Tatuapé (zona leste), e aprovaram
a continuidade da greve por ampla maioria. Os metroviários ainda se dividiram em grupos para fazer piquetes nas principais estações de Metrô. “Todo mundo aqui é piqueteiro. Agora, o enfrentamento é com o governo do Estado”, afirmou Altino Melo Prazeres, presidente do sindicato. Uma nova assembleia será realizada hoje, às 17h, na sede do sindicato. Alckmin considerou a greve “política” e “bagunça sem razão de ser”.
Fotos: AE
Paralisação dos funcionários do Metrô vem causando transtornos a milhões de pessoas desde a madrugada de ontem
Primeiro dia de paralisação afetou 3,9 mi passageiros, diz secretário Segundo o secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes, 3,9 milhões de passageiros foram afetados diretamente pela greve no primeiro dia de paralisação. A quinta-feira foi de transtornos em toda a cidade, que praticamente “travou” também com a greve dos agentes de trânsito da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) iniciada na quarta
à noite. Houve tumultos, confusão e muita revolta nas ruas. Ao todo, 37 das 61 estações administradas pelo governo estadual já foram abertas e 24 continuavam fechadas até a noite. O funcionamento das linhas, que ocorreu de forma gradativa durante o dia, ocorreu por conta do deslocamento de outros funcionários do Metrô, como supervisores.
Horas antes da assembleia no Sindicato dos Metroviários, uma audiência de conciliação entre representantes da entidade sindical e do Metrô terminou mais uma vez sem acordo. Na reunião, os metroviários reduziram para 12,2% o pedido de reajuste salarial. A empresa manteve o percentual de 8,9% de reajuste, já oferecido na reunião passada. Sem progresso nas ne-
gociações, o julgamento da greve e a definição do reajuste deveriam ocorrer na tarde de hoje, mas os metroviários pediram um prazo maior para apresentar sua defesa. Com isso, o julgamento poderá ocorrer neste final de semana ou na próxima segunda-feira (9). A data será definida pelo magistrado Rafael Pugliese, quando ele receber o processo, o que pode acontecer hoje.