#248 Revista Forum Estudante - Julho/Agosto 2012

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Rock in Rio

música 22 | FORUM ESTUDANTE | julho’12

Um festival com música pelo meio As distrações eram muitas na Quinta da Bela Vista. Entre Rock Street, roda gigante, montanha russa, espaços de lazer, palco karaoke e barraquinhas de promotores, lá havia uns quantos palcos com música à séria. O mais atrativo, como seria de esperar, era o Palco Mundo, e a Forum não podia falhar a presença no maior festival do Mundo. Conhece aqui o que de melhor e menos bom houve em cada dia do Rock in Rio (RiR). Dia 1 metallica A banda de James Hetfield e Lars Ulrich não desapontou os fãs. Muito pelo contrário. Além de ter passado por temas incontornáveis como “One” e “Master of Puppets”, os Metallica tocaram na íntegra o seu afamado Black Album. Mais uma passagem por Portugal com nota muito positiva. Mastodon também não desiludiram.

O pior do dia foi mesmo a prestação dos Evanescence. Após uma ausência prolongada – a última vez que tinham tocado em Portugal tinha sido em 2004, também no RiR – Amy Lee trouxe uma banda completamente renovada. Faltaram vários êxitos do antigamente e as músicas novas não convenceram os fãs. Dia 2 linkin park Mais um regresso a Portugal e mais uma vez deixam os fãs em absoluto êxtase. Chester Bennington, Mike Shinoda e o resto da trupe deram o litro e deram aquele que foi, provavelmente, o melhor concerto da banda em terras lusas, nos últimos anos. Com uma passagem alargada pelos primeiros discos da

banda (Hybrid Theory e Meteora), Bennington impressionou com a sua forma e o seu vozeirão potente. Um concerto incrível num dia em que Fred Durst e os seus Limp Bizkit puseram a Bela Vista aos pulos, ainda cedo, e os Offspring deram um espetáculo competente. Quem dececionou foi o coletivo de Billy Corgan. Os Smashing Pumpkins (também de cara lavada – o único membro original do grupo é mesmo só o vocalista) conseguiram que as mais de 80 mil pessoas se pusessem quase todas a andar de volta a casa. Isto porque apostaram numa setlist cheia de temas incluídos no álbum novo e desconhecidos. Os pontos (mais ou menos) altos foram apenas canções como “Tonight Tonight” e “The Everlasting Gaze”. Dia 3 maroon 5 Uma semana depois dos primeiros dias do RiR, o cabeça de cartaz era Lenny Kravitz, mas quem teve o destaque todo foram os Maroon 5. O grupo de Adam Levine tem uma presença incrível em palco. Os duelos de guitarra entre Levine (que de vez em quando agarrava no instrumento de seis cordas) e o guitarrista

James Valentine chegaram a ser épicos. Os coros de vozes providenciados pelo público também. E, diga-se, a voz do cantor é versátil e ainda mais potente quando ouvida ao vivo. A estreia dos Maroon 5 em Portugal foi cinco estrelas. O mesmo não se pode dizer de Lenny Kravitz. Num concerto morno, mais a puxar para a soul do que para o rock que o fez ganhar fãs por todo o Mundo, o artista norte-americano não fez mais que o mínimo e indispensável. Esperávamos mais, Lenny.

Dia 4 Bryan adams e stevie Wonder Neste dia, as honras de melhor concerto são repartidas. Bryan Adams fez um espetáculo completamente festivaleiro, com todas as músicas bem conhecidas do público, entre as quais não faltaram “Summer of ‘69”, “(Everything I Do) I Do it For You” e “Heaven”. De destaque também a subida a palco de Vanessa Silva para fazer um dueto com o cantor em “When You’re Gone”. Pouco mais tarde, era o senhor da Motown que entrava em palco para um concerto memorável. Stevie Wonder encantou miúdos e graúdos com temas do antigamente que marcaram gerações. No final do dia, o balanço era muito positivo. Dia 5 Bruce springsteen Chegado o último dia do festival, não podemos dizer que tenha havido um único concerto mau. Desde o início até ao fim, todas as bandas deram boa música e muito boa disposição a todos os que se encontravam no recinto. A abrir, os Kaiser Chiefs, que se depararam com uma multidão meio macambúzia, à espera dos James. Mas subestimaram a capacidade de Ricky Wilson em espantar audiências. O vocalista da banda fugiu do palco e resolveu fazer slide sobre as cabeças de todos os presentes, para júbilo da maioria. Depois de James e Xutos, que também fizeram as delícias de muitos, foi Bruce “The Boss” Springsteen a dar música na Bela Vista. O concerto do músico norte-americano teve o poder e a emoção ideais de um espetáculo deste género. Tocava-se o último acorde na guitarra do Boss e já o fogo de artifício iluminava o céu. Vemo-nos de novo em 2014.

Showcases de encantar A organização do Rock in Rio deu, finalmente, destaque às novas bandas portuguesas. Nesse palco secundário, apanhámos por lá muita boa música ‘tuga’. We Are the Damned, Miss Lava, doismileoito, The Poppers e Os Pontos Negros (que foram capa da Forum em junho) deram alguns dos melhores concertos deste espaço.


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