Volume 3 Série DRS

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SÉRIE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

Gestão Social do Território

1.2. O Sentido Estratégico da Formação de Capital Humano para o Desenvolvimento de Territórios Rurais A experiência do IICA no Brasil, em termos de programa de formação de recursos humanos e de capacidade local para o desenvolvimento sustentável, vem sendo vivenciada desde 1997. No âmbito desse marco, foi possível situar os cursos de planejamento para o desenvolvimento local sustentável (CPDLS) como mecanismos de formação e capacitação de profissionais,líderes e atores sociais, que, como multiplicadores, convertem-se em pontos de partida para processos mais abrangentes de gestão social do território. O Programa de Formação de Capacidades para o Desenvolvimento Rural constituiu resposta às necessidades identificadas durante o processo de cooperação técnica, tendo ficado evidente que os grandes esforços de investimentos, feitos, até então, para o desenvolvimento rural, careciam de uma base de capacidade local, visando aproveitar os recursos e as oportunidades de mudanças de maneira mais sustentável e dar continuidade aos processos. Pode-se dizer que a capacidade local é, em geral, um requisito necessário para a gestão dos processos de desenvolvimento, e chave para os estados do Nordeste brasileiro, devido às condições de pobreza que afetam grande proporção da população rural da região. Foi necessário conseguir dos governos dos estados do Nordeste e das instituições públicas o reconhecimento de que a ausência de recursos humanos adequados constitui característica marcante das regiões mais afetadas pela pobreza rural. A profundidade e a complexidade dos problemas exigem profissionais e líderes com perfis adequados para enfrentá-los e capazes de tornar os desafios possíveis de serem superados. A gestão do Programa de Formação de Capacidades para o Desenvolvimento Rural foi feita, desde o início, por alianças entre o IICA e uma grande quantidade de instituições públicas e privadas em todos os âmbitos (nacional, estadual e territorial), devido aos custos da formação de capital humano em termos de cobertura e qualidade e devido ao princípio da participação civil na construção do bem público. Os conteúdos-chave das ações de formação foram definidos a começar de problemáticas sentidas e reconhecidas pelas populações e instituições dos diferentes estados. O entendimento mútuo e a busca de fórmulas democráticas que estão na base das alianças nortearam o crescente processo para enfrentar os desafios do desenvolvimento territorial, cuja magnitude não pode ser abordada de forma unilateral.

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