Jornal Folha do Sul 13 de julho de 2018

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Sexta-feira, 13 de julho de 2018

EDGAR MUZA

POLÍTICA

VISÃO GERAL

NEYMAR VERSUS LULA: JOGO DURO!

S

em comparar e já comparando as duas figuras que mais aparecem na mídia, nacional e internacional, não tenho dúvida de que são Neymar e Lula. O primeiro, com a força dos patrocinadores que aproveitam todas as oportunidades para fazer com que seu garoto propaganda esteja no ar. O segundo, por ser um político hábil que se mantém na mídia porque sabe cutucar a imprensa. A toda a hora ele provoca um fato que, no fundo, o mantém em frente às câmaras, nos jornais e revistas, provocando fatos. Antes de ser condenado em segunda instância, sua caravana política percorreu o Brasil, sempre acompanhado de seus nomes mais importantes. Esteve até aqui em Bagé. Se foi vaiado, ou não, para ele não importa. As vaias até reforçaram sua imagem perante seus eleitores. Como se sabe, no Brasil, quem se considera “vítima” leva o voto da população. Ele conseguiu, embora abaixo de paulada, manter sua imagem e do seu partido sempre na mídia. Como até hoje. Ele continua preparando o caminho para seu possível substituto. Alguém de sã consciência acha que o Lula não sabe que dificilmente (quase impossível) será homologada sua candidatura? Não fosse a decisão do Supremo em aprovar a prisão em segunda instância, ele cairia na ficha suja, o que o impossibilitaria de concorrer. Quantos pedidos de habeas corpus? Foram tantos que me perdi nos cálculos. Após cada petição, seu nome e o de seu de partido ocupam páginas de jornais - nacionais e internacionais - e espaços nos rádios e televisões. A última “tacada” dada por seus advogados foi o pedido de liberdade aceito por um desembargador de plantão no TRF. Continua dando manchetes e opiniões as mais diversas de juristas brasileiros. Uns contra e outros a favor. Continua na mídia. Aguarda-se o próximo passo. Acredito que a ordem de prende e solta ainda vai continuar, por algum tempo, sendo assunto da imprensa. Enquanto tiver dando “frutos”, os advogados estão bolando a próxima etapa. Bem assessorado de marqueteiros ele está. E assim vai continuar até decidir quem o irá substituir. Os demais pré-candidatos continuam trabalhando para formatar uma composição que possa dar combate ao Lula ou a seu substituto. Seu objetivo é claro: quer levar o PT ao segundo turno. O tempo dirá se tenho razão. Não pensem que tirei da cabeça a possibilidade de Dilma ser sua substituta. Até agora é o caminho que vislumbro. Não sei se ela aceitaria. Porém “quem pode, manda”. Ou não?

TCU aprova acordo de leniência A Odebrecht vinha buscando uma maneira de amenizar a situação de seus diretores perante a Justiça buscando a delação premiada. Saltando na frente, a AGU (Advocacia-Geral da União) e a CGU (Controladoria-Geral da União) realizaram um acordo de leniência no qual a empresa se compromete a pagar 2 bilhões e 700 milhões, em 22 anos, por irregularidades em 49 contratos firmados com o governo central. Ora, a primeira expressão que veio a minha mente, desconfiada, diga-se de passagem, foi: só? A segunda, qual foi outra empresa, que não tenha metido a mão em recursos públicos, que conseguiu prazo babilônico como o atual? Levando em consideração o número de contratos, esse valor não representa nem 10% do rombo causado. Pois bem, para qualquer cidadão atento pode permanecer a desconfiança de que alguém mais se locupletou para firmar um acordo como o firmado. E tem toda a razão se assim pensar. Está confirmado o acerto (ou será arrego?). A justificativa do ministro relator, Marcos Bemquerer, que substituiu o titular, é muito engraçada, para não dizer outra coisa: “aconselhou seus pares a votar favoravelmente ao acordo firmado, porque havia urgência da esfera judicial que o acordo fosse firmado nesta semana”. É uma justificativa que envergonha o cidadão comum. O ministro José Múcio Monteiro seguiu o relator e atribuiu seu voto de aprovação porque “fiquei imaginando as manchetes que podíamos ler e não queria que o TCU fosse acusado que atrapalhou a volta de dinheiro público”. Que bonitinho! Então acataram o acordo, mesmo sabendo que era lesivo ao Tesouro, só para evitar que falassem mal do Tribunal de Contas. Outra coisa que chamou minha atenção é que os 49 contratos firmados pela União com a Odebrecht foram lesivos à União, mas não informa em que governo e muito menos quem firmou os contratos. Para concluir: quantos políticos foram aquinhoados com as fraudes e quem são eles? São perguntas também “inocentes” que os corruptos confessos que faziam parte do governo deveriam responder. Não sei, porque a matéria não informa, se eles estão sendo processados. Depois é minha mente que “só pensa o mal”. Mas e não é de pensar?

FOLHA DO SUL 5


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