Folha do Sul Gaúcho Ed. 1224 (09/05/2014)

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SEXTA-FEIRA 9 de maio de 2014

OPINIÃO

Coluna do Mainardi

A fronteira e o leite compensado Dois fatos, entre outros, me chamaram a atenção nesta semana. Um deles, a constituição de uma Comissão Especial na Assembleia Legislativa, que vai tratar do déficit de infraestrutura, investimento e logística nas regiões de faixa de fronteira do Estado, para a qual fui indicado como membro pela bancada do PT. O outro, a prisão de proprietários de indústrias do beneficiamento do leite no Vale do Taquari, justamente quando a Operação Leite Compensado completa um ano. Na comissão, que deve realizar audiências em vários municípios da faixa da fronteira para debater com as lideranças municipais e regionais, vamos procurar identificar os gargalos e, a partir do relatório final, montar uma estratégia para que possamos – deputados de todos os partidos – definir ações que possam levar a conquistas concretas rumo à intensificação do desenvolvimento. Tenho claro que muito se fez nos últimos dez anos. Basta vermos obras como o Polo Naval de Rio Grande, a criação da Unipampa, o Complexo Eólico Campos Neutrais, que começa a ser concretizado nos municípios de Santa Vitória do Palmar e Chui, e a nossa tão sonhada fase três da Usina de Candiota. Sem falar nas condições criadas por políticas de governo que resultaram nesta fase maravilhosa porque passa a nossa agropecuária. É lógico que tudo isso criou novas demandas, algumas delas já sendo resolvidas, como a duplicação da BR 116, que leva à zona sul do Estado. Mas, nossa região, já debilitada por sua localização geográfica e pela forma como historicamente foi tratada pelos governos que, erradamente, a prepararam para ser espaço de defesa e não de investimentos produtivos, precisa de muitas coisas em termos de infraestrutura e logística, para que possa atrair

investimentos qualificados. No caso do leite, acompanho de perto este processo desde que assumi a secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, onde fiquei de janeiro de 2011 até março deste ano, período em que estivemos junto com Promotoria Pública, Ministério da Agricultura, entidades da cadeia produtiva e empresários sérios – que são a maioria – na linha de frente do combate a estas fraudes. Tenho uma opinião formada sobre o tema. Para que venhamos estreitar ainda mais a margem das fraudes, acabando com a ação destes verdadeiros criminosos que colocam ureia, bicarbonato de sódio, água oxigenada e até soda cáustica no leite, precisamos acabar com a ação dos atravessadores, representado na figura de alguns transportadores que não integram a cadeia produtiva. Temos que aplicar, com rigorismo, a Lei 14.489 e a Instrução Normativa 62 do Ministério da Agricultura. Assim, mandaremos para a cadeia e impediremos de continuarem atuando aqueles que adquirem, distribuem, transportam, estocam ou revendem leites e derivados adulterados. Também forçaremos as empresas a adotarem normas técnicas para a produção, identificação, qualidade, coleta e transporte do leite. Na secretaria da Agricultura, trabalhávamos com a visão de que é necessário aumentar a quantidade, através da ampliação da produtividade, mas melhorando, sempre a qualidade. O futuro de nosso Estado, que na gestão do governador Tarso Genro, em articulação com o governo da presidente Dilma, vem assumindo um novo e privilegiado lugar no ranking do desenvolvimento brasileiro, depende de mais infraestrutura e logística, mas também de seriedade na produção. Estes são os nossos desafios.

César Jacinto

Coluna do Afonso Hamm 70 anos de vida artística do pintor Glênio Bianchetti Nesta semana, o Congresso Nacional foi cenário de Sessão Especial em homenagem aos 70 anos de vida artística do pintor Glênio Bianchetti, natural de Bagé e falecido em fevereiro deste ano. Nascido em 1928 em Bagé, Glênio Bianchetti estudou no Instituto de Belas Artes de Porto Alegre. Em 1951, fundou o Clube de Gravura de Bagé, que foi posteriormente incorporado pelo Clube de Gravura de Porto Alegre. O grupo se caracterizou por uma produção artística de caráter social, que tratava da realidade das classes mais pobres, do trabalho e dos costumes regionais. Quero recordar que no dia 12 de julho de 2011, fui o proponente, em Brasília, da sessão solene em homenagem aos 200 anos de Bagé. E, com muito orgulho, durante a solenidade, recebemos a presença do artista plástico bageense, Glenio Bianchetti, que estava morando em Brasília. Durante as comemorações dos 200 anos de Bagé, em sua fala, Bianchetti ressaltou: “sou muito apegado a nossa terra e a solenidade foi um momento para reviver a história”, salientou o artista ao demonstrar o orgulho de fazer parte da construção da história do município. Bianchetti teve importante participação no cenário artístico brasileiro. Ele participou da formação do Grupo de Bagé, composto por quatro pintores e coordenados por Pedro Wayne e Ernesto Wayne. Além deste ilustre nome, lembro que da cepa bageense dispensam apresentação de nomes como Glauco Rodrigues, Carlos Scliar, Danúbio Gonçalves, pintores que se projetaram fora dos limites municipais, ganharam a admiração e o respeito do Brasil e hoje integram coleções em vários lugares do mundo. Em 1962, se mudou para Brasília a convite do antropólogo Darcy Ribeiro. Na capital, ajudou a fundar a Universidade de Brasília (UNB), sendo responsável pela criação do Ateliê de Arte e o Setor Gráfico.

Mãe: a super heroína de nossas vidas Além da concepção da vida, pela qual são responsáveis, as mães são verdadeiras pérolas selecionadas naturalmente, dádivas da arte da criação, são especiarias da humanidade, que traduzem sua caminhada em gestos e atitudes nobres, que as tornam seres diferenciados do reino animal. Ser mãe é ser dedicada, zelosa, ardilosa e carinhosa. Porém, ser censuradora em determinados momentos buscando o estabelecimento da ordem. Valorizada e respeitada nas mais variadas culturas, a mãe outrora dona do lar e cuidadora de filhos, é na atualidade, mais do que nunca uma super mulher, que exerce múltiplas funções numa sociedade complexa. Seu zelo pelo filho está acima de qualquer outra situação. Lembremos a passagem bíblica em que o sábio rei Salomão teve que decidir a qual das duas mães que reivindicavam o direito ao filho, seria merecedora e a verdadeira mãe. Quando disse que diante da disputa cortaria a criança ao meio para dividir entre as duas mães, enquanto uma

aceitou a solução, a verdadeira mãe disse que preferia o filho com a outra do que vê-lo morto. São muitas faces em corações marcados em determinadas circunstâncias pela tragédia e a desgraça como das Las Madres de la plaza de maio, na Argentina que até hoje protestam pelo desaparecimento de seus jovens filhos durante a ditadura militar naquele país, ou as mulheres brasileiras que choram pelo assassinato prematuro de seus meninos vítimas do tráfico ou da violência do Estado brasileiro, ou ainda as mães que sofrem com o sequestro e tráfico internacional de seus recém-nascidos. No entanto, as transformações que a sociedade tem sofrido nos últimos anos modificaram o pensamento e as atitudes em todo o mundo. Mas o carinho, a dedicação e o amor aos filhos têm permanecido constante, fortalecendo os vínculos estabelecidos ainda no ventre materno. Por isso, a na minha concepção, mãe é a maior heroína de todos os tempos.

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